Novo artigo em Aventar
por A. Pedro Correia
Ao contrário do que muita gente por aqui acha, Trump não é propriamente destituído de inteligência prática e sabe exactamente onde quer chegar.
Trump quer redesenhar a política mundial, nem mais nem menos, e pô-la ao serviço da "America great again" e das grandes corporações privadas, fazendo tábua rasa de organizações humanitárias e/ou garantísticas, género ONU ou UNESCO, e blocos transnacionais como a CE, as quais, na sua concepção, só atrapalham.
A recente cimeira da NATO mostra que Trump pode facilmente ameaçar torpedear uma organização que, além das questões estratégicas, não sirva os interesses da indústria americana e o seu ascendente geoestratégico, neste caso a do armamento.
O mesmo se passa hoje, na visita a Inglaterra. Começou por ameaçar - se não fizerem como "sugiro", faço o acordo com o vosso " inimigo", a CE - e prosseguiu com simpatias do tipo - a vossa primeira-ministra não me ouve - ou - eu sei quem é que dava um bom primeiro-ministro para vocês.
Trump, o homem de negócios, traz para a política entre nações um discurso que prescinde da linguagem e das pinças diplomáticas, arriscando a terra-queimada ou dar o dito pelo não dito, sem problemas de coerência.
Volto ao início: Trump não é destituído de inteligência prática e está habituado a ganhar. Na última semana acumulou vitórias musculadas, resultantes de esticar a corda sem medo que esta se parta.
É perigoso também por isso.
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