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terça-feira, 14 de agosto de 2018

Duas ou três coisinhas sobre Martine

14/08/2018 by António de Almeida

A presença anunciada de Marine Le Pen na Web Summit está a ser contestada pelos talibãs do politicamente correcto, os patrulheiros da opinião no Portugal do sec. XXI. Refiro-me à ala folclórica do PS e suas eminências pardas, Isabel Moreira e João Galamba, Rui Tavares do Livre, que nestas ocasiões procuram mostrar que estão vivos, além do SOS racismo do sr. Ba, o tal que há pouco tempo nos queria retirar uma estátua do padre António Vieira, também o BE pela voz de um tal Fabian Figueiredo, já veio ameaçar com protesto. Até ver, deixo de fora desta paródia o PCP, pelo menos ainda não dei conta que algum dos seus dirigentes já tenha contribuído para este peditório, o que a confirmar-se, uma vez mais, goste-se ou não, há que reconhecer que é um partido institucional e responsável.

Vamos ver, também não estou a ver o interesse que tenha para um evento como a Web Summit, um discurso de Marine Le Pen, a não ser conseguir que se fale um pouco mais sobre o evento. Mas isso é um problema dos organizadores, que convém relembrar, o evento tem organização própria, autónoma e independente do Estado português. Se me interessa o que a senhora tem a dizer? De todo, há muito que não ligo pevide ao seu discurso ultrapassado e bafiento, de resto tem para mim a mesma importância que Nicolas Maduro, Evo Morales, Tayyip Erdogan, Rodrigo Duterte e mais uns quantos patuscos que andam por aí, um pouco por todo o mundo, ou seja, nenhuma importância.
Mas ao que se saiba, a senhora não cometeu qualquer crime, não está a contas com a Justiça, foi candidata presidencial nas eleições do seu país, tendo disputado a 2ª volta, aceitou a derrota sem protestar ou contestar a legitimidade da eleição, é ou foi deputada ao parlamento europeu, o que por si só já lhe confere imunidade para todo o espaço europeu, cidadã francesa, para as mentes mais distraídas há que recordar que a França é um país membro da U.E., existe livre circulação de pessoas.
Marine Le Pen defende a saída do Euro e da UE, reposição de barreiras alfandegárias e proteccionismo económico, restrições à imigração. Se excluirmos esta parte, percebemos que há muitos pontos de convergência com as luminárias bem pensantes da esquerda moderna portuguesa, talvez seja isso que mais os preocupa, que as pessoas percebam que a extrema-direita está mesmo ali ao lado da extrema-esquerda…

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