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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Sobre o silêncio selectivo

31/10/2018 by j. manuel cordeiro

Se há tema que leva a direita a ser mais determinada do que um cão a não largar o osso, é a situação na Venezuela e em Cuba. Trata-se de uma obsessão, comprovada pelo que se escreve sobre esses regimes e pelo constante chapar à cara da esquerda dos problemas nesses países. A tónica habitual pretende difundir este spin: “Portugueses, fujam da esquerda e, se não perceberem porquê, vejam o que se passa na Venezuela e em Cuba”.

Sem inocência alguma, essa mesma direita fica completamente muda com as décadas de governação de direita no México e os enormes problemas que trouxe ao país. Um caso típico de duplo-pensar, agora com o caso do Brasil a juntar-se ao cardápio.

Bolsonaro quer fazer à Folha de S. Paulo o que Chávez e Maduro fizeram aos jornais críticos do regime. Da boca da direita radical PSD/ CDS, sempre tão preocupada com a democracia e a liberdade de expressão na Venezuela, não se ouve nem um pio.

Não só não se ouve nem um pio e fica registado que, depois de décadas a atirar Otelo e o Campo Pequeno à cara da esquerda, radical ou não, o empenho posto pela direita radical PSD/ CDS em defesa do fascista Bolsonaro que diz, para quem o quer ouvir, que vai metralhar os adversários políticos.

Se agora desatarmos todos, radicais de esquerda ou não, a lamentar que o erro do Otelo foi não ter passado das palavras aos actos, como o fascista Bolsonaro, apoiado pela direita radical PSD/ CDS, diz que o erro da ditadura foi torturar em vez de matar, a esquerda é anti-democrática e indigna de respeito. É isto, não é? [Der Terrorist]

43 estudantes mortos no México em 2014. Um caso emblemático de tantos outros ocorridos depois do massacre de mais de 600 estudantes em 1968.

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