Novo artigo em Aventar
por José Gabriel
Pelos campos do Sítio da Nazaré ia D. Fuas Roupinho em esforçada perseguição a um veado que, lesto, lhe escapava como se se divertisse com o esforço do cavaleiro. Este porfiava e atiçava o cavalo que, espumando e resfolgando, corria a toda a brida, cortando os ventos fortes do lugar. No seu entusiasmo, não reparou o fidalgo que presa e caçador se aproximavam perigosamente da falésia do Sítio. E foi quando, subitamente, o abismo se lhes deparou como uma fatal sentença. Foi nesse momento que se abriu um clarão nos céus.
Assustado, o corço estacou de pronto, cortando o solo com os cascos até parar mesmo à beira da falésia, à qual prestes virou as costas. O mesmo fez o cavalo, fazendo brilhar faíscas ao fincar as ferraduras no solo rochoso. Também o rocinante se salvou. Só D. Fuas, coitado, não teve sorte. A brutal paragem da sua montada fê-lo sair em voo sobre as orelhas do cavalo e despenhar-se na falésia. Durante a sua breve queda ainda gritou "valha-me a Senhooooora...". Mas a Senhora não valeu e o infeliz alcaide de Porto de Mós foi estatelar-se nas rochas da praia. Ler mais deste artigo
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