Translate

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Ladrões de Bicicletas


Convite

Posted: 06 Nov 2018 09:53 AM PST

Leituras

Posted: 06 Nov 2018 06:30 AM PST

«O problema do Brasil não nasceu com esta eleição. O que aconteceu nos últimos anos no Brasil, principalmente o processo de impugnação da Dilma - que nunca foi acusada de um acto particular de corrupção - por um Congresso corrupto até aos limites, já mostra que há uma degenerescência muito considerável nos poderes democráticos. (...) O atual presidente do Brasil tem escutas telefónicas em que ele praticamente manda matar... Há coisas que deveriam suscitar uma intervenção das autoridades judiciais, mas não o fazem. Começaram a transformar-se, como sucedeu aliás em Itália - e isso é muito perigoso para as democracias - num mecanismo político. O número de políticos do PT que tem os seus mandatos cassados, por exemplo, é muito inferior ao dos outros partidos. Não digo com isto que o PT não tenha enormes responsabilidades pela corrupção. Só que isto não é uma coisa a preto e branco.»
Pacheco Pereira (Quadratura do Círculo)
«Tendo dado a vitória do candidato da extrema-direita por garantida, cada um se posicionou, não em função da votação do dia de hoje, mas do que poderá vir depois. A pretexto da negociação de um eventual apoio crítico a Haddad, quase todos aproveitaram para redobrar as críticas ao PT, seguros de que o PT não podia revidar, pelo menos não naquele momento. O espectáculo chegou a ser indecoroso. Foi como se cada agente político replicasse num curto intervalo o mesmo comportamento que seguiu nestes horríveis quatro anos. Como perante o Lava-Jato, cada um tentou salvar a própria pele e infligir o maior dano possível ao seu rival político, e de caminho obteve um resultado inteiramente destrutivo para o conjunto, abrindo as portas a Bolsonaro.»
Ivan Nunes, Uma campanha em surdina
«Limpeza, faxina, marginais, bandidos, petralhada, cachaceiro, lombo, apodrecer na cadeia – o vocabulário de Jair Bolsonaro espelha de modo transparente suas intenções e sua personalidade. Ele fala a língua da tortura, a língua do extermínio, a língua da porrada. Exagero se disser que a palavra “lombo” nos remete aos suplícios contra os negros na época da escravidão? (...) Dizer com todas as letras que ele representa um retrocesso intolerável não significa condescender com os erros e os crimes praticados pelo PT. Para que isso ocorra é preciso desviar um pouco os olhos dos manuais e observar a realidade a fim de ter mais clareza do que está em jogo. De preferência antes que a bestialidade em gestação se transforme no nosso novo normal, como aliás não cansa de repetir a imprensa estrangeira, estupefata com o que estamos conseguindo fazer de nós mesmos.»
Fernando de Barros e Silva, A era da bestialidade
«Neste sábado soubemos que a declarada abstinência do juiz terminou e que ele aceitou integrar o Governo do recém-eleito Jair Bolsonaro para liderar o Ministério da Justiça e da Segurança Pública. E, assim, o que ontem era erotismo hoje é pornografia. (...) Há muito que se sugeria que a relação entre a condução do processo judicial Lava-Jato e o momento político tinha pouco de inocente. Afinal, foi Sérgio Moro que mandou prender o candidato que seguia à frente nas sondagens, Lula da Silva, o que facilitou, e muito, a vitória da extrema-direita. O mesmo juiz que interrompeu férias para evitar a libertação de Lula, o mesmo que, na última semana da primeira volta das eleições, decidiu libertar as declarações da delação premiada do ex-ministro petista Antonio Palocci, que claramente afectavam a candidatura de Fernando Haddad.»
David Pontes, Erotismo, pornografia e Sérgio Moro

Sem comentários:

Enviar um comentário