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quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

A Venezuela europeia da direita portuguesa

27/12/2018 by João Mendes

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Viktor Orban, o fascista que a imprensa controlada pela extrema-esquerda apelida de conservador, não vá a PIDE do politicamente correcto fazer-lhes uma visita, deu mais um passo no sentido de fazer a Hungria Great Again.

A poucos dias do Natal, para que não restassem dúvidas sobre a matriz católica apostólica romana que o norteia esta nova Hungria, onde a extrema-direita assume, sem rodeios ou cosmética, o namoro com neoliberalismo, Orban decidiu aumentar de 250 para 400 o número de horas extraordinárias anuais que o patronato pode exigir aos seus trabalhadores – e aqui a palavra “seus” assume contornos notoriamente esclavagistas – bem como de um para três anos o prazo-limite para proceder ao seu pagamento.

E isto acontece, reparem na ironia, porque a Hungria enfrenta uma crise de mão-de-obra sem precedentes. Rejeita, persegue e agride qualquer migrante que chegue perto da sua fronteira, apesar de precisar dos seus braços e cérebros, mas opta pela discriminação e pelo fanatismo, impondo a exploração laboral sobre o seu povo para garantir o triunfo da sua agenda autoritária e retrógrada.

Nunca é demais recordar que o Fidesz, partido de extrema-direita que controla a Hungria com mão de ferro, integra o PPE, a família política europeia do PSD e do CDS-PP. E que os partidos portugueses que vivem da propaganda de um estalinismo que não existe são os mesmos que andam de mão dada com esta gente, sem que se lhes conheça uma única palavra critica contra o regime “musculado” de Viktor Orban. Apenas elogios, como este de Duarte Marques, esse arauto da democracia. Não admira, pois, o apoio que tipos como Trump ou Bolsonaro colhem entre tantos militantes e dirigentes destes partidos. É malta que, lá no fundo, suspira pelos tempos em que tinha o chicote na mão.

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