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quarta-feira, 11 de abril de 2018

Entre as brumas da memória

Dica (743)

Posted: 11 Apr 2018 01:45 PM PDT

Migrants In European Labour Markets Are Persistently Disadvantaged By Region Of Origin (Tania Paniagua de la Iglesia e Enrique Fernández-Macías)

«The classic theory on how migrants and their descendants assimilate into a host society argues that integration is a linear process as successive generations gradually come to resemble the native population. This was the dominant theory up to the 1990s; in recent decades, alternative theories have proposed more complex processes of adaptation to explain why some ethnic minorities integrate better than others. These theories emphasise, for instance, the influence of societal factors on integration, such as social capital, discrimination, and the context of reception – in other words, the opportunities and challenges presented by the host society.»

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11 anos de teimosia

Posted: 11 Apr 2018 09:32 AM PDT

Este blogue nasceu em 11.04.2007, tem andado comigo pela vida e pelos quatro cantos do mundo, fiel depositário de memórias, descobertas, desânimos e esperanças.

Foram, continuam a ser, 11 anos de persistência ou de teimosia – como preferirem. Alimento-o todos os dias, de braço dado com o Facebook, mas não o abandono porque ele não deixa.

E muito obrigada a quem passa por aqui. Este é o 14.205º post que publico: loucura, loucura…

La nave va!

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Medeiros Ferreira

Posted: 11 Apr 2018 06:29 AM PDT

Lembra-me o Facebook que, há 7 anos, em 10.04.2011, José Medeiros Ferreira, aquele que tantas vezes viu bem para lá da espuma dos dias, escreveu isto. Já não esteve cá para ver, mas estivemos nós.

«Ao PCP, ao BE, a muitos socialistas, sindicalistas, independentes e à esquerda órfã, a que continua não representada, não basta continuar a gritar que vem lá o Lobo. Devem juntar-se e, a partir das propostas já avançadas e outras que surjam, criar plataformas de compromisso. Essa base, articulada com a contestação a nível europeu, pode até apresentar ao PS um conjunto de condições mínimas para uma maioria de esquerda parlamentar. O actual PS nunca a aceitará? Provável. Mas nada dura sempre, o Largo do Rato não poderia continuar a vitimizar-se, o ónus da recusa seria seu e a semente ficaria lançada.»

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O drible de Centeno

Posted: 11 Apr 2018 02:35 AM PDT

Francisco Louçã no Expresso diário de 10.04.2018:

Os 15 países mais antigos do mundo (Portugal é um deles)


Os 15 países mais antigos do mundo (Portugal é um deles)

por admin

Todos aprendemos nos livros de história que Portugal é um dos países mais antigos do mundo e tem mesmo as fronteiras mais antigas da Europa. Mas fazer a lista dos países mais antigos do mundo não é tarefa fácil. Primeiro há que começar por definir as regras. Por exemplo: podemos considerar o antigo Império Romano como um país? Podemos falar de países que já não existem? E como considerar a Grécia que, antes de ser um país, era uma região onde existiam várias cidades independentes, tal como o caso da Itália? Por isso mesmo optámos por seguir como critério principal a data de independência conjuntamente com dados recolhidos no prestigiado The World Factbook, da CIA. Mesmo assim, esta lista pode ser subjectiva e, por isso mesmo, alguns países merecem uma menção especial: Grécia, Itália e Alemanha são países recentes embora com culturas muito antigas e isto porque, antes de serem países, cada um deles era apenas um somatório de várias cidades-estado independentes. Estes são os países mais antigos do mundo.

15°. Andorra – Independência em 1278

AndorraAndorra

Andorra é um dos menores estados da Europa, e é situada entre a fronteira espanhola e francesa. A sua população total é de 85.702. Há 49% de pessoas locais, 24.6% de espanhóis, 14.3% de portugueses e 3.9% de franceses. Este país multi-cultural tem uma linguagem oficial, e é o catalão. No entanto, por causa da população mista, outras linguagens são usadas também. Teve independência em 1278.

14°. Tailândia – Independência em 1238

TailândiaTailândia

Este país tem uma população total de 68 milhões de pessoas. O tailandês é o grupo étnico que está prevalecendo neste país, com 97.5% da população. Os birmaneses são uma minoria com 1.3%. Segundo Report of World Factbook, a Tailândia tem maior taxa de mortalidade devido à SIDA, o que pode resultar mais longe em expectativa de vida menor. A população do país é em grande parte rural, e é concentrada nas áreas de cultivo de arroz das partes central, nordeste, e norte do país.

13°. Mongólia – Independência em 1206

MongóliaMongólia

De acordo com Factbook Report 2017, há em torno de 3 milhões de pessoas na Mongólia. Este país tem muitos grupos étnicos. No entanto, a maioria é Khalkh com 81.9%. Os mongóis são mais conhecidos pela história por suas conquistas. No século 13, eles esgotaram o Império Mongol pela maior parte da Eurásia. Além da Mongólia, eles também vivem como minorias em outras regiões da China e Rússia. Onde quer que estejam eles estão unidos por uma herança comum e identidade étnica. E, seus dialetos são conhecidos como sua linguagem, o mongol. E, seus antepassados são conhecidos como proto-mongóis.

12°. Portugal – Independência em 1139

filmes estrangeiros rodados em lisboaLisboa

A população total de Portugal é de mais do que 10 milhões. Eles dividem uma cultura comum portuguesa e falam o português como sua linguagem principal. A religião predominante deste país é o cristianismo, principalmente o catolicismo romano. Os portugueses foram um dos pioneiros da Era da Exploração, quando muitas terras nas Américas, África, Ásia, e Oceania são “descobertas”.

11°. Hungria – Independência em 1000

Budapeste, HungriaBudapeste, Hungria

A população total da Hungria é superior a 9 milhões. Os húngaros são também conhecidos como magyars, e eles não são apenas um grupo étnico, mas uma nação. Muitos grupos de pessoas com ascendência húngara vivem em várias partes do mundo como Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, entre outros. Além disso, o povo húngaro tem vários subgrupos, segundo suas características linguísticas e culturais locais. Alguns deles são o povo Székelys, Csángós, Palóc e Jász.

10°. Áustria – Independência em 976

Hallstatt, AustriaHallstatt, Austria

A população total da Áustria é mais do que 8 milhões de pessoas. As origens da Áustria moderna remontam ao tempo da dinastia de Habsburg quando a maioria do país estava sob o Sacro Império Romano. Após o colapso dos habsburgs, Áustria usava o nome da República da Alemanha-Áustria, que foi depois proibido sob os 2 tratados, de Versailles e Saint-Germain-en-Laye. Assim, depois disso o nome mudou para Áustria.

9°. Dinamarca – Independência no século 8 (800-701)

DinamarcaDinamarca

A Dinamarca tem uma população total de 5 milhões de pessoas. O povo dinamarquês é considerado um dos mais felizes do mundo. Eles desfrutam de alto padrão de vida e valores altos em relação à educação, saúde, protecção de liberdades civis e governo democrático. Além disso, a Dinamarca é conhecida por ter a maior marca de mobilidade social no nível global.

8°. França – Independência em 846

Paris, FrançaParis, França

Dos 67 milhões de pessoas, os franceses são o maior grupo étnico neste país. Ao longo da história, o povo francês incluiu as populações de gauleses, latinos, francos, entre outros. No século 19 houve muitas migrações e o governo defendeu assimilação através da qual os imigrantes deveriam aderir aos valores franceses e normas culturais.

7º. Sérvia - Independência em 768

SérviaSérvia

A Sérvia é um caso especial nesta lista. A sua independência deu-se a partir do momento em que se formou o principado da Sérvia. No entanto, esta região esteve sempre sob a influência de diversos impérios, como por exemplo o Império Otomano. O povo Sérvio acabou por nunca perder a sua identidade apesar dos longos séculos de ocupação estrangeira muito graças à religião ortodoxa e ao alfabeto cirílico que adoptaram e que sempre os diferenciou dos invasores. A religião e o alfabeto diferentes contribuíram para uma identificação comum e para o renascimento da Sérvia enquanto nação muitos séculos mais tarde.

6º. São Marino - Independência em 301

São MarinoSão Marino

San Marino afirma ser o país mais antigo do mundo, tendo sido fundada em 3 de Setembro de 301 por Marinus de Rab. Diz a lenda que Marinus deixou Rab, então uma colónia romana, em 257, quando o futuro imperador, Diocleciano, emitiu um decreto solicitando a reconstrução dos muros da cidade de Rimini, que havia sido destruída por piratas libúrnios. Apesar de não ser muito industrializado, San Marino tem uma das maiores rendas per capita da Europa. O turismo é a principal fonte de renda do país, devido a sua proximidade com o porto de Rimini, no mar Adriático. Outras fontes de renda são os bancos, produtos electrónicos e cerâmicas. Cultivam-se vinhas e cereais e criam-se ovinos nos campos.

5º. Arménia - independência em 190 a.C

ArméniaArménia

Por volta do ano 600 a.C., o reino da Arménia estava estabelecido sob a Dinastia orôntida, a qual existiu sob diversas dinastias até ao ano de 428. O reino chegou em seu maior tamanho entre 95 e 66 a.C. no reinado de Tigranes, o Grande, tornando-se um dos mais poderosos reinos da região. Ao longo da história, o reino da Arménia gozou de períodos de independência alternados com períodos de submissão aos impérios contemporâneos. A Arménia, por sua posição estratégica, localizada entre dois continentes, foi sujeita a invasões por diversos povos, incluindo assírios, gregos, romanos, bizantinos, árabes, mongóis, persas, turcos otomanos e russos. O Reino da Arménia na sua maior extensão, sob o reinado de Tigranes, o Grande. Em 301, a Arménia tornou-se o primeiro país oficialmente cristão do mundo, tomando-o como religião oficial de Estado

4°. China – Independência em 221 a.C

ChinaChina

Neste país muito povoado, mais de um bilião de pessoas, de muitos grupos étnicos, o mais presente é Han Chinese com 91.6%. Através da história desta nação, houve muitas dinastias que foram predominantemente imperiais. Esse facto é evidente também pelo tamanho do território de hoje da China. A última dinastia governou até 1912 quando o país foi estabelecido como uma república.

3º. Irão - Independência em 550 a.C

IrãoIrão

O país é o lar de uma das civilizações mais antigas do mundo, que começa com a formação do reino de Elam em 2800 a.C. Os povos iranianos medos unificaram o país no primeiro de muitos impérios que se iriam seguir em 625 a.C., após a nação se tornar no principal poder cultural e político dominante na região. O Irão atingiu o auge de seu poder durante o Império Aqueménida, fundado por Ciro, o Grande em 550 a.C. e que, na sua maior extensão, compunha grandes porções do mundo antigo, que se estendiam do vale do Indo, no leste, à Trácia e Macedónia, na fronteira nordeste da Grécia, tornando-se num dos maiores impérios que o mundo já vira.

2°. Japão – Independência em 660 a.C

JapãoJapão

A primeira vez que o Japão foi mencionado é nos textos da história chinesa do século 1 d.C. E, além das influências de outras regiões, a China influenciou mais a formação da história japonesa. As 2 principais religiões neste país são shinto com 51.82%, e o budismo com 34.9%. O Japão é então posição líder nesta selecção, dos 10 países mais antigos do mundo.

1º. Etiópia - Independência em 980 a.C

EtiópiaEtiópia

A Etiópia é um país africano, sendo um dos mais antigos do mundo. É a segunda nação mais populosa da África e a décima maior em área. Faz fronteira com o Sudão e com o Sudão do Sul a oeste, com o Djibuti e a Eritreia ao norte, com a Somália ao leste, e o Quénia ao sul. Sua capital é a cidade de Adis Abeba. Considerando que a maioria dos Estados africanos têm muito menos de um século de idade, a Etiópia foi um país independente continuadamente desde tempos passados. Além de ser um país antigo, a Etiópia é um dos sítios de existência humana mais antigos conhecidos por cientistas de hoje em dia que estudam os traços mais antigos da humanidade; podendo potencialmente ser o lugar em que o Homo sapiens se originou.

O ESQUEMA

por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 11/04/2018)

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(Ó Montenegro, assim também eu me vinha embora da Assembleia da República, abandonando o lugar de deputado da Nação. Lá pagam uns trocos em comparação com o que sacas com os teus pareceres jurídicos sobre a lógica da batata. És uma sumidade, ó Montenegro, um "catedrático" do Direito que se paga muito bem.  Para discípulo do Relvas, não estás nada mal, não senhor.

Comentário da Estátua, 11/04/2018)


Há poucos dias Luís Montenegro foi homenageado no parlamento aquando da sua última presença no hemiciclo, de onde partiu para uma carreira na advocacia. Ficou no ar que ao longo de mais de uma década o dirigente do PSD se tinha sacrificado pela democracia e que, finalmente, ia ganhar um pouco mais na sua carreira de advogado.

Se não conhecesse a podridão que vai por aí, até ficaria com pena do Montenegro, apesar de ser comum desvalorizar o trabalho dos deputados o vencimento destes políticos, mesmo acrescido de algumas alcavalas por conta de marotices como a residência ou a dedicação exclusiva, não pagam o muito trabalho de um parlamentar que seja dedicado.

Mas a verdade é que em Portugal  há um imenso esquema que os ajuda a viver muito acima da carne seca, não admirando que mal deixam cargos públicos alguns dos nossos políticos correm para escritórios de advogados. As máquinas partidárias assentam numa rede de autarcas cuja ascensão aos cargos depende dos figurões nacionais, por sua vez o poder destes depende dos senhores da guerra regionais que os apoiam. É por isso que há muitas figuras partidárias que têm lugar nos conselhos nacionais ou que aparecem com frequência nas televisões, apoiam líderes ou candidatos a líderes, marcam presença nos congressos, mas nunca se candidatam à liderança.

Muitos destes dirigentes querem marcar presença para terem poder no imenso tráfico de influência que existem dentro dos partidos na hora de escolher candidatos a deputados ou a autarcas. Todos os senhores da capital contam com apoiantes a nível local e regional, por sua vez  os senhores locais contam sempre com um padrinho na capital. Tudo isto se paga, os autarcas asseguram o apoio do partido às suas candidaturas, os senhores de Lisboa recebem centenas de milhares de euros em avenças pagas pelas autarquias, em regra a escritórios de advogados.

É por isso que há pequenos concelhos que pagam tantas centenas de milhares de euros a escritórios de advogados que mais parecem pequenos ministérios da justiça. A melhor forma de dar centenas de milhares de euros a alguém sem ter de prestar contas é com uma avença a um escritório de advogados, não há como questionar a escolha do escritório ou como questionar o serviço prestado, já que uma consultoria jurídica pode traduzir-se em meros esclarecimentos telefónicos.

O último deputado a ser notícia foi Montenegro, Em quatro anos o seu escritório assinou quatro contratos de ajuste direto com a câmara municipal de Vagos, presidida pelo PSD, a troco de 400.000 euros (Ver notícia aqui). Que grandes problemas jurídicos terá o município de Vagos, com pouco mais de 20.000 habitantes, para em quatro anos gastar 400.000 euros com o escritório de advogados de Luís Montenegro?

Em Portugal há 308 concelhos, é só fazer as contas. É uma questão de identificar as personagens dos partidos, deputados, comentadores televisivos, dirigentes nacionais ou “senadores”, com posições em escritórios de advogados e procurar pelos pagamentos das autarquias aos seus escritórios de advogados. Ficamos a saber que os contribuintes gastam muito mais com estes senhores do que com os vencimentos dos deputados ou dos membros do governo.


Fonte aqui

O governo de Israel insulta a história dos judeus

por estatuadesal

(Daniel Oliveira, in Expresso Diário, 11/04/2018)

Daniel

Daniel Oliveira

Desde 30 de março que os palestinianos de Gaza celebram, com protestos, o Dia da Terra Palestiniana. Fazem-no junto a uma fronteira encerrada por um muro há décadas e que transforma aqueles 360 quilómetros quadrados com mais de dois milhões de humanos num enorme gueto. Podem ficar, pela sonoridade histórica que a palavra carrega, chocados. Mas a sonoridade histórica é absolutamente legítima. Há tantos elementos comuns, desde os raids punitivos ao confinamento étnico, passando pela arbitrariedade e desumanização do outro, que o paralelo é inevitável. A repressão israelita, em terra que juridicamente não é sua, já se saldou, em apenas uma semana, na morte de dezenas de palestinianos (não arrisco fixar um número aqui porque está sempre a aumentar).

A ordem do governo para as Forças Armadas israelitas é clara: abater qualquer manifestante que se aproxime da vedação fronteiriça. Há apelos de organizações israelitas para que os soldados se recusem a disparar munições reais contra manifestantes. Para que recusem ser, em vez de soldados, homicidas. Mas Avigdor Lieberman, ministro da Defesa e líder da extrema-direita xenófoba israelita, já avisou que a matança de quem se aproxime da fronteira é para continuar. Porque para uma parte das lideranças israelitas os árabes são uma subespécie a quem não faz sentido conferir qualquer tipo de humanidade.

Mas não é apenas na desumanização do outro e na criação de espaços confinados para tornar a repressão coletiva de todo um povo mais eficaz que o governo israelita vai buscar reminiscências do passado. Pela sua proximidade, Israel tem sido, como muitos países europeus, destino de milhares de refugiados em fuga dos conflitos no Darfur, Sudão do Sul e Eritreia. Cerca de 40 mil pessoas conseguiram atravessar o deserto do Sinai cruzando a fronteira entre o Egito e Israel. Todos os que passam esta fronteira são capturados e internados em campos de detenção no deserto onde ficam cerca de um ano, acusados de entrada ilegal. Desde 2012 que Israel construiu um muro entre Israel e o Egito semelhante ao desejado por Trump. Como recorda Patrícia Fonseca, num bom texto publicado na Visão, este é o mesmo deserto que Moisés terá atravessado, conduzindo os judeus que fugiam da escravidão. A história está mesmo cheia de ironias.

Como a maioria dos “infiltrados” – são assim chamados os imigrantes não-judeus – são cristãos em fuga do fundamentalismo islamista, o seu estatuto de refugiado é recusado. Para ser refugiado em Israel é preciso ter a religião certa, mesmo que tal restrição viole as normas internacionais. Nos últimos dez anos foi concedido asilo a dez refugiados. É a taxa mais baixa do mundo. E a forma para lidar com o problema foi explicada por Eli Yishai, ministro do Interior e líder do um partido ultraortodoxo, em 2012: “Até conseguir ter a possibilidade de os deportar, vou prendê-los e tornar as suas vidas miseráveis”. Só depois de enorme pressão internacional e de grandes manifestações em Telavive é que Netanyahu recuou e aceitou, pela primeira vez na história de Israel, a integração de imigrantes não-judeus. Mas este acordo com a ONU, que partilhava o esforço com outros países, durou 24 horas. Perante a pressão da extrema-direita de que depende, Netanyahu acabou por recuar. “Hoje são 60 mil, amanhã já tiveram filhos e netos e são 600 mil", disse o primeiro-ministro, temendo a “absorção” da cultura israelita. Tem ou não tem uma sonoridade familiar?

Cada vez que alguém critica as políticas do Estado de Israel é imediatamente acusado de antissemitismo. O insulto não é mais do que uma chantagem. Uma exigência de um cheque em branco. Uma suspeita que nos pretende fazer a todos de reféns, tornando Israel no único Estado inimputável no mundo. Eu, descendente próximo de judeus, que não faço concessões a qualquer tipo de discurso antissemita, tenho sobre muitos dos que usam a acusação de antissemitismo para criminalizar qualquer critica ao governo de Israel uma vantagem: a coerência. Não escrevo nem digo sobre os judeus o que não escrevo e não digo sobre os cristãos ou os muçulmanos. Poderei ser cáustico com a Igreja Católica, atacar as ditaduras laicas ou as teocracias muçulmanas e ser crítico em relação ao Estado israelita. Nunca confundo isso com generalizações sobre qualquer religião ou povo. Ao contrário de todos os que se lembram do martírio do povo judeu mas ignoram, no seu racismo seletivo, o que aconteceu aos ciganos no Holocausto ou repetem sobre os muçulmanos o mesmo tipo de generalizações que fizeram crescer o antissemitismo na Europa. Não sendo seletivo, tenho sobre os que usam os judeus como instrumento de outros racismos a vantagem de nada ter de lhes responder. São os islamofóbicos e os racistas de todo o tipo que se aproximam da semente que alimentou o antissemitismo, não são aqueles que recusam todas as formas de discriminação e ódio religioso ou racial. Eu não escolho povos para amar e odiar.

As críticas que faço aos governos do Estado de Israel não nascem de ideias feitas. Estive várias vezes em Israel, na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e em vários campos de refugiados palestinianos nos países vizinhos. Sei da revolta que nos toma as entranhas. E sei das contradições de tudo o que ali se vê. Como a sociedade israelita guarda ainda um pouco, cada vez menos, do espírito comunitarista que fez nascer aquela nação. De como a corrupção corroeu as entranhas da sociedade palestiniana. E de como uma e outra estão doentes de tanta dor e guerra. Não reduzo, essa é a base do sentimento antirracista, este conflito a um combate entre o bem e o mal, entre agressores naturais e vítimas naturais. Mas isso não me impede de distinguir o certo do errado. E saber que ali, agora, há décadas, há um ocupante e um ocupado, um prisioneiro e um carrasco. E que Israel já não é a casa segura que prometeu ser, é um campo de exclusão, onde os kibutzim deram lugar aos colonatos, o sionismo progressista deu lugar à xenofobia mais descarada, os democratas deram lugar aos militares, os laicos deram lugar aos fanáticos religiosos. Israel está doente, profundamente doente.

É impossível lembrar Aristides de Sousa Mendes e associa-lo a um ministro que diz que vai prender o refugiados cristãos em fuga do terror islamista e tornar as suas vidas tão infernais que acabarão por querer ir embora. É impossível associar os resistentes judeus contra o antissemetismo dos anos 30 àqueles que penduram panos na marginal de Telavive onde se lê “africanos, voltem para a vossa terra" e a um primeiro-ministro que avisa para os riscos da absorção por outras culturas se continuarem a deixar entrar cristãos africanos no país.

É impossível associar o sonho sionista a um Estado que aceita qualquer judeu mas fecha a porta a quem foge do terror e da morte se tiver outra religião. É impossível associar o ministro Lieberman, que manda os soldados israelitas atirar a matar sobre qualquer palestiniano de Gaza que se aproxime da fronteira israelita com os que, no gueto de Varsóvia, se ergueram numa luta heróica e suicida pela sua dignidade.

É impossível associar a luta de milhões de judeus contra a discriminação aos líderes políticos que construíram o gueto de Gaza e repetem as mestas tácticas do passado para manter a ordem e assim garantirem o “seu espaço vital”. E é difícil compreender um Estado judeu que ergue um muro no Sinai para impedir a passagem de quem foge do Egito e procura a salvação na Terra Santa.

A banalidade do mal não escolhe raças, povos ou religiões. Basta a impunidade estar assegurada, a máquina de terror estar montada e a desumanização do outro ser assimilada por todos para tudo ser possível. E é por isso que, apesar de toda a chantagem retórica, são os que apoiam o governo criminoso de Israel que mais se aproximam da cultura antissemita do passado e do presente. Os herdeiros dos que resistiram são os que repetem o óbvio: as vítimas e os carrascos não têm cor, religião ou nacionalidade predeterminada. Resultam uns e outros do espaço que tenha sido dado à arbitrariedade. E honrar a memória do sonho sionista, honrar a memória do martírio do povo judeu, é honrar os princípios que nos levam a reconhecer um criminoso quando ele está à nossa frente, sejam quais forem os credos dos assassinos e das vítimas. Não é ser cristão, muçulmano ou judeu que faz de alguém vítima ou agressor. É, através dos seus atos e das suas penas, ser vítima ou agressor.

Governo congratula-se por baixa de preço da luz e do défice tarifário

O Governo congratulou-se hoje por ter conseguido baixar em 2018 o preço da eletricidade pela primeira vez em 18 anos e também por ter reduzido em 1,4 mil milhões de euros a dívida às empresas do setor elétrico.

Governo congratula-se por baixa de preço da luz e do défice tarifário

© iStock

Notícias ao Minuto

HÁ 1 HORA POR LUSA

"Este ano baixámos pela primeira vez ao fim de 18 anos o preço da eletricidade em Portugal e conseguimos reduzir a dívida tarifária" em 1,4 mil milhões de euros, disse hoje, em Madrid, o secretário de Estado da Energia à agência Lusa.

Jorge Seguro Sanches acrescentou que o Governo está "muito satisfeito" por estar a dar "sustentabilidade ao sistema".

Segundo o secretário de Estado, quando o executivo iniciou funções, a "dívida tarifária, aquilo que o Governo devia às empresas, estava avaliado pelo regulador em mais de cinco mil milhões de euros" e o que está "projetado para 2018 é pouco acima de 3,6 mil milhões de euros".

Jorge Seguro Sanches explicou que a redução foi conseguida "graças a uma política rigorosa" de controlo de custos implementada pelo Governo e executada, no que respeita à tarifa, pelo regulador.

"Conseguimos reduzir 1,4 mil milhões de euros durante este período [2015 a 2018], o que significa que devemos menos, temos de fazer menos amortizações e pagar menos juros", resumiu o secretário de Estado da Energia, acrescentando que a taxa de juro da dívida tarifária baixou de "mais de 6% em 2012" para os atuais 1,49%.

A agência de classificação de risco de crédito Moody's divulgou que prevê que o défice tarifário da eletricidade em Portugal deverá diminuir este ano para 2,0% do Produto Interno Bruto (PIB), face aos 2,5% de 2017, beneficiando das melhores condições macroeconómicas e da descida da dívida acumulada.

A empresa estima que em Portugal e Espanha o rácio da dívida tarifária da eletricidade sobre as receitas anuais do mercado regulado continue a diminuir, situando-se nos 95-105% no final de 2018, na sequência da descida da dívida para "níveis sustentáveis".

Contudo, refere, esta desalavancagem será feita em Portugal "a um ritmo mais elevado" do que em Espanha, onde o peso do défice tarifário elétrico no PIB deverá recuar dos 1,9% de 2017 para 1,6% este ano.

"Aquilo que não consegui entender quando iniciei funções é ter encontrado a dívida tarifária mais alta da Europa em termos 'per capita' e o preço da eletricidade mais caro em termos de paridade de poder de compra da Europa", disse Jorge Seguro Sanches.

O secretário de Estado da Energia admitiu que o Governo "tem exigido muito às empresas", mas considerou que as "empresas também percebem" que, se o sistema for "mais sustentado" do ponto de vista financeiro, "também vai ser bom para elas, porque as regras serão mais claras e haverá mais concorrência", o que é bom para todos.

Rui Rio "disponível" para "tentar fazer aquilo que nunca se fez"

O presidente do PSD, Rui Rio, disse hoje que está "disponível" para "colocar em primeiro lugar o interesse de Portugal e só depois o interesse partidário" e que "abraçou esta missão" para "tentar fazer aquilo que nunca se fez".

Rui Rio "disponível" para "tentar fazer aquilo que nunca se fez"

© Global Imagens

Notícias ao Minuto

HÁ 1 HORA POR LUSA

Num discurso dividido em duas áreas, a económica e a política, integrado na conferência "Portugal para lá do curto prazo" do congresso da Confederação de Portugal (CIP) que hoje decorre em Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, o líder do PSD frisou a sua "disponibilidade" para servir o país.

"Existe um partido - o maior da oposição, que por acaso é maior do que aquele que atualmente está no Governo em número de deputados - e um líder de oposição que está disponível para colocar em primeiro lugar o interesse de Portugal e, só depois, o interesse partidário. E colocar o interesse de Portugal à frente é justamente estar disponível para fazer com os outros aquilo que só com os outros consegue ser feito", disse Rui Rio.

O presidente dos sociais-democratas começou por dizer que esta "disponibilidade nem sempre acontece", para depois referir: "Isto é só para não exagerar porque acho que nunca acontece".

Já no período de perguntas e respostas, quando questionado sobre essa "disponibilidade" pelo presidente da CIP, António Saraiva, Rui Rio apontou estar na vida política para "tentar fazer aquilo que nunca se fez".

"Tendo chegado à idade que cheguei, disponibilizar-me para esta missão, só tem um sentido: é servir Portugal. Não estou aqui a fazer nada se não for para fazer isso. Se estou aqui é apenas para tentar fazer aquilo que nunca se fez", disse.

Antes, Rui Rio considerou que "não é sustentável continuar com o poder político descredibilizado perante a opinião pública", defendendo que "os partidos se deveriam entender para fazerem um conjunto alargado de reformas".

"Talvez seja uma revolução, mas uma revolução pelas reformas. Se conseguirmos fazer uma série de reformas, no quadro do sistema político e no quadro do sistema judicial, em nome do interesse nacional e não em nome do interesse partidário, penso que Portugal aspirará a conseguir ter a médio de prazo outra vez um contrato de confiança entre os portugueses e o regime", referiu.

Já na fase em que analisava a área económica, o presidente do PSD afirmou que é importante ter sempre presente as razões pelas quais Portugal teve de chamar a 'troika' para que, "em circunstância alguma, isso se repita".

"No presente, o saldo externo é positivo, a dívida externa tem-se reduzido, o sistema financeiro está equilibrado e o crescimento económico é positivo. O que está pior é o valor da dívida pública. A dívida pública cresce sempre. Mas, estes resultados não têm a ver com reformas que estejam a ser feitas. Tem a ver com o poder de arrasto da economia externa, nomeadamente da Europa", referiu, frisando a ideia de que têm de estar "sempre presentes os erros cometidos para que as coisas não voltem a repetir-se".

"Terminada esta conjuntura, Portugal não se preparou. Estes indicadores são filhos de uma conjuntura e não de uma política estrutural. Temos de reduzir a divida pública. É preciso que o país esteja disposto a conseguir alguns acordos estruturais", disse.

Governo tem "obrigação" de reduzir défice, mas sem pôr em causa serviços

O líder do PSD, Rui Rio, defendeu hoje que o Governo tem "obrigação" de reduzir o défice, mas sem por em causa os serviços, nomeadamente os da saúde.

Governo tem "obrigação" de reduzir défice, mas sem pôr em causa serviços

© Filipe Amorim / Global Imagens

Notícias ao Minuto

HÁ 37 MINS POR LUSA

"Efetivamente não tem sido compaginável uma política de saúde com uma política orçamental e o Governo é que tem obrigação de reduzir o défice, mas ao mesmo tempo fazer a gestão da despesa pública de tal forma bem feita que os serviços não sofram as consequências que estão a sofrer", disse Rui Rio, num comentário à situação da unidade pediátrica de oncologia do Hospital de São João, concelho do Porto.

O líder dos sociais-democratas, que falava aos jornalistas à margem do congresso da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) que hoje decorre em Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, no qual falou na conferência "Portugal para lá do curto prazo", advertiu que "diversos serviços, nomeadamente na saúde, estão a sofrer", o que é "particularmente grave".

Rui Rio revelou também que vai dedicar a próxima semana à saúde: "Vou visitar não só este caso [Hospital de São João], como outros casos", disse.

Esta semana foram noticiadas queixas de pais de crianças com doenças oncológicas sobre a falta de condições de atendimento dos seus filhos em ambulatório e também na unidade do 'Joãozinho', para onde as crianças são encaminhadas quando têm de ser internadas no Centro Hospitalar de São João, concelho do Porto.

Na terça-feira, o presidente do Hospital de São João, no Porto, afirmou mesmo que as condições do atendimento pediátrico são "indignas" e "miseráveis", lamentando que a verba para a construção da nova unidade ainda não tenha sido desbloqueada.

De manhã, também no congresso da CIP, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, garantiu que "há sensibilidade do Governo" para resolver a situação.

Entretanto, o ministro das Finanças, Mário Centeno, que hoje falava aos deputados numa reunião conjunta das comissões parlamentares da Saúde e das Finanças, sobre o setor da saúde, escusou-se a revelar quando será concretizado o investimento da ala pediátrica do Hospital de São João, garantindo apenas que "vai avançar".

Bloco e PCP fazem "muito barulho" mas são quem "suporta este Governo"

A presidente do CDS-PP desvalorizou hoje os avisos do BE ao Governo, defendendo que tanto bloquistas como comunistas fazem "muito barulho", mas acabam por aprovar os documentos estruturantes da governação, como o Programa de Estabilidade (PE).

Bloco e PCP fazem "muito barulho" mas são quem "suporta este Governo"

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"O CDS levará [o PE a votos] para que todos tenham as suas posições clarificadas e todos assumam as suas responsabilidades. O PCP e o BE podem fazer muito barulho, mas são eles que suportam este Governo e são, por isso, corresponsáveis com as políticas e com as opções deste Governo", defendeu Assunção Cristas aos jornalistas.

À margem de um encontro com a Associação Portuguesa de Parkinson, a líder centrista sublinhou que, o "Programa de Estabilidade a votos, pela mão do CDS, permitirá mais uma vez retirar esta conclusão".

"Na 'prova dos nove', votam todos em conjunto. Por isso é que as esquerdas encostadas ora encostam, ora desencostam, mas quando é para aprovar o Programa de Estabilidade e Orçamento do Estado, que são os documentos estruturantes da governação, estão todos e estão todos bem unidos", sustentou.

A dirigente do BE Mariana Mortágua disse hoje à TSF que o Bloco de Esquerda irá votar contra a resolução do CDS-PP sobre o Programa de Estabilidade, classificando essa iniciativa como "uma provocação" à atual maioria parlamentar de esquerda.

Depois, em conferência de imprensa no parlamento, Mariana Mortágua avisou que o Governo não pode ir além dos compromissos assumidos com Bruxelas e terá de inscrever até sexta-feira no Programa de Estabilidade a meta de 1% de défice para 2018 acordada no Orçamento.

A deputada e dirigente bloquista advertiu que o Governo criará "instabilidade" na maioria parlamentar de esquerda caso mantenha a intenção de inscrever uma meta de défice de 0,7% no PE.

O PE deverá ser aprovado em Conselho de Ministros na próxima quinta-feira, dando entrada na Assembleia da República na sexta-feira.

"Temos apenas quatro meses de execução do Orçamento do Estado para 2018 e o Governo já está a rever em baixa o compromisso que assumiu com Bruxelas porque tem uma grande margem proveniente de 2017 - uma margem de mais de mil milhões de euros que não foi gasta nem executada em investimento em serviços públicos e em recuperação de rendimentos", sustentou Mariana Mortágua.

Para Mariana Mortágua, sendo impossível alterar a execução orçamental de 2017, "é, no entanto, possível assumir que a margem do ano passado é transposta" para o corrente ano e que "o compromisso alcançado em 2018 se cumpre".

"Caso se volte a ajustar em baixa as metas de 2018, indo novamente além dos compromissos com Bruxelas, se isso se fizer todos os anos, tal significa que todos os anos há um efeito de arrastamento e que várias centenas de milhões de euros são retirados a funções como o investimento em serviços públicos ou em reposição de rendimentos. Assumimos o compromisso de termos um défice de um por cento em 2018", sublinhou a deputada do BE.

"Se falta dinheiro na saúde, se a saúde não é uma prioridade, se o ministro da Saúde diz que todos são Centeno, e, portanto, que o défice está à frente das questões da saúde, então, todos têm de ser responsabilizados, acrescentou.

Uma salganhada chamada TAP

por estatuadesal

(Marco Capitão Ferreira, in Expresso Diário, 11/04/2018)

capitaoferreira

A TAP tem vindo a cancelar voos. Muitos. Como a TAP é uma empresa privada, isso é uma questão entre ela e os seus clientes, com eventual intervenção do regulador para garantir os direitos destes? Ou, como a TAP é uma empresa pública, o bom funcionamento da empresa é uma responsabilidade política do Governo?

Pois, ninguém sabe bem. O Estado é o maior acionista da TAP, com 50%, mas quem lá manda na gestão é o acionista privado que tem 45%, sendo que os restantes 5% estão nas mãos dos trabalhadores.

A oposição, que privatizou a TAP quando pode e como se sabe, fazendo a defesa das virtudes da gestão privada, mudou de ideias, sendo público que “PSD e CDS querem explicações sobre cancelamentos de voos da TAP” o que só se compreende se entenderem que quem manda na empresa é o Estado.

O Governo, ao que parece, afina pela ideia oposta. Só assim se compreende que, em dezembro, se tenha sabido que o “Governo pressiona TAP para manter acordos de empresa e evitar greves”. O dono de uma empresa não a pressiona. Manda.

Verdade seja dita que a maior preocupação do PSD quando foi feita a reversão parcial da privatização da empresa foi se isso não era só para o Governo ter uns lugares de Administração para distribuir, mas esse ponto caiu rapidamente quando o Governo decidiu nomear para lá um alto quadro do ... PSD, Miguel Frasquilho.

Sim, o mesmo Miguel Frasquilho que, enquanto alto quadro do BES e, simultaneamente, deputado da nação e alto dirigente do PSD, recebeu quase 100.000 euros, a partir de contas offshore do próprio BES, diretamente nas contas dos seus familiares (para regularizar, supostamente, dívidas, cujo montante, logo por coincidência, era no montante dos prémios anuais, embora estes fossem variando em valor) sendo que, até hoje, está por demonstrar que essas verbas tenham sido regular e atempadamente declaradas ao Fisco. Até podem ter sido, mas provas que é bom, nem vê-las. Já se tinham esquecido? Pois, é assim que normalmente acontece por cá. Muita indignação, mas só por dois dias.

Voltando à TAP. Cão com dois donos morre de fome, diz o povo. E uma empresa não pode andar ao sabor das conveniências políticas, ora sendo tratada como uma empresa privada ora como empresa pública.

Um e outro modelo de gestão têm vantagens e inconvenientes. Este não modelo de gestão tem os inconvenientes de ambos e, ao que parece, nenhuma das vantagens. A TAP é demasiado importante para viver nesta ambivalência.

O Governo que se decida, ou a empresa é pública ou não é. Mas de uma vez por todas. Escolham lá um modelo de governação. Este não serve a empresa. Não serve o País. Não serve os clientes. E não serve os trabalhadores. Serve, e mal, para o combate político sectário.

Irão alega que ataque a base aérea na Síria, em que morreram iranianos, “não ficará sem resposta”

10/4/2018, 17:54

Pelo menos sete iranianos morreram no ataque à base aérea T-4, na Síria, na segunda-feira. O Irão disse esta terça-feira que este ataque "não ficará sem resposta".

SANA HANDOUT/EPA

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  • Agência Lusa
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Um assessor do Líder Supremo do Irão disse esta terça-feira que “não ficará sem resposta” o ataque aéreo a uma base síria na madrugada de segunda-feira, que terá matado sete iranianos e que é atribuído a Israel. Ali Akbar Velayati falava à chegada à capital síria, segundo a agência estatal iraniana IRNA.

Um ataque com mísseis visou a base aérea T-4, conhecida como Tiyas ou Al-Tifur, localizada no centro da Síria, na madrugada de segunda-feira, fazendo pelo menos 14 mortos, entre os quais soldados sírios e estrangeiros, incluindo pelo menos três iranianos. A agência iraniana Tasnim indicou que foram sete os iranianos mortos no ataque à base, que a Síria e a Rússia, aliada de Damasco como Teerão, atribuíram a Israel.

A Síria considerou que o ataque aéreo israelita foi uma represália ao alegado ataque com armas químicas perpetrado pelas forças do regime no sábado contra a cidade rebelde de Douma, em Ghouta Oriental, arredores de Damasco, que fez pelo menos 40 mortos, enquanto a Rússia precisou que “dois aviões F-15 da Força Aérea de Israel, sem entrar no espaço aéreo sírio, lançaram a partir do território libanês oito mísseis contra o aeroporto de Al Taifur”.

Israel não fez qualquer comentário sobre o ataque, mas o ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, afirmou neste dia que o Estado hebreu não aceitará que Irão se estabeleça na Síria. “Não permitiremos uma fixação iraniana na Síria seja qual for o preço a pagar, não temos outra opção”, declarou Lieberman numa conferência de imprensa na zona ocupada dos montes Golã.

Sem se referir ao ataque à base aérea síria, Lieberman adiantou: “autorizar essa fixação seria aceitar que o Irão nos estrangulasse”. O Irão não reconhece Israel e o Estado hebreu vê Teerão como uma ameaça existencial e denuncia regularmente o seu apoio ao movimento libanês Hezbollah, poderosa milícia xiita que enfrentou numa guerra em 2006.

Em fevereiro, Israel realizou um ataque aéreo a uma base militar síria, tendo acusado o Irão de ter lançado a partir dela um drone que entrou no espaço aéreo israelita. O Irão classificou as acusações de “ridículas”.

Trump ameaça Rússia. “Mísseis estão a chegar” à Síria

EM ATUALIZAÇÃO233

Presidente dos EUA diz que mísseis "estão a chegar, bons, novos e inteligentes", ao território sírio. Rússia garante que vai atacar posições a partir das quais sejam lançados estes mísseis.

AFP/Getty Images

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O Presidente dos EUA acaba de deixar um aviso a Moscovo. “Prepara-te, Rússia”, porque os mísseis “estão a chegar” à Síria, escreveu Donald Trump na sua conta Twitter. Televisão russa aconselha população a recolher mantimentos para a eventualidade de um conflito armado com os Estados Unidos.

A mensagem de Donald Trump foi publicada esta quarta-feira, na conta pessoal do presidente norte-americano, depois de Moscovo ter garantido que vai abater todos os mísseis que sejam lançados contra o território sírio.

Prepara-te, Rússia, porque eles estão a chegar, bons, novos e ‘inteligentes’! Vocês não deviam ser parceiros de um animal homicida que gaseia o seu povo até à morte e gosta disso”, escreveu Trump numa das publicações desta manhã na sua conta pessoal daquela rede social.

Donald J. Trump

@realDonaldTrump

Russia vows to shoot down any and all missiles fired at Syria. Get ready Russia, because they will be coming, nice and new and “smart!” You shouldn’t be partners with a Gas Killing Animal who kills his people and enjoys it!

11:57 - 11 de abr de 2018

Informações e privacidade no Twitter Ads

Quando Trump recorreu ao Twitter para veicular uma ameaça direta à Rússia e à Síria, tinham passado poucas horas desde que Moscovo garantira estar a postos para responder a eventuais ataques ao território maioritariamente controlado pelas forças de Bashar Al-Assad. Alexander Zasypkin, enviado de Moscovo a Beirute, disse que “se houver um ataque americano”, as forças russas vão “abater os mísseis e atacar as posições a partir das quais eles forem lançados”. Essa garantia já tinha surgido na sequência das críticas internacionais contra o uso de armas químicas na Síria.

Citado pelo Russia Today, Alexander Zasypkin disse que “as forças russas vão confrontar qualquer agressão norte-americana à Síria, intercetando os mísseis e atacando os seus pontos de lançamento”.

O escalar dos termos leva a que, na prática, EUA e Rússia se estejam a declarar prontas para um confronto direto tendo como teatro de operações aquele país do Médio Oriente.

Poucos minutos depois do primeiro texto sobre o ataque às forças de Al-Assad, Donald Trump publicou um novo texto. “As nossas relações com a Rússia estão piores agora do que alguma vez estiveram, e isso inclui a Guerra Fria”, disse o Presidente dos EUA, garantindo que “não há qualquer razão para isto”. Para Trump, “a Rússia precisa” do apoio norte-americano para fortalecer a sua economia, “algo que seria muito fácil de fazer” num momento em que é preciso que “todas as nações trabalhem em conjunto”. E deixa a questão: “Parar a corrida às armas?”

Donald J. Trump

@realDonaldTrump

Our relationship with Russia is worse now than it has ever been, and that includes the Cold War. There is no reason for this. Russia needs us to help with their economy, something that would be very easy to do, and we need all nations to work together. Stop the arms race?

12:37 - 11 de abr de 2018

Informações e privacidade no Twitter Ads

Na sua intervenção desta manhã, horas antes da réplica de Washington, o embaixador russo deixou clara a intenção de Moscovo reagir a ataques na Síria depois de a agência de controlo de tráfego aéreo no espaço europeu ter alertado as companhias de aviação para o risco de ataques, nas próximas 72 horas, sobre o espaço aéreo na zona este do mediterrâneo. Estava em causa a possibilidade de serem lançados mísseis a partir de navios estacionados naquela região ou de aviões.

“Devido à possibilidade de serem realizados ataques aéreos sobre a Síri (…) nas próximas 72 horas, e devido à possibilidade de haver uma interrupção intermitente nos sistemas de navegação”, estas informações “devem ser tidas em conta no planeamento de operações de voo” naquela zona do Mediterrâneo, referiu a Eurocontrol num comunicado também esta quarta-feira.

Numa versão diferente daquela apresentada pelo regime de Damasco — que nega qualquer ataque com recurso a agentes químicos sobre a população síria –, a Organização Mundial de Saúde apresentou um relatório que garante ter registo de que pelo menos 500 pessoas receberam tratamento hospitalar na sequência do ataque à localidade síria de Douma, no sábado, por apresentatem sintomas de exposição a químicos tóxicos, como problemas respiratórios e problemas no sistema nervoso central.

Com a publicação de um aviso direto a Moscovo através da sua conta Twitter, Donald Trump também procura exercer alguma pressão sobre Londres. Esta quarta-feira, os deputados britânicos enviaram uma mensagem pública a Theresa May para que a primeira-ministra não ignore a posição do Parlamento quando decidir tomar uma posição sobre a ação militar de Washington (e Paris) em território sírio.

O Presidente francês Emmanuel Macron já disse que estaria “por dias”  a decisão dos três países — EUA, França e Inglaterra — a respeito de uma resposta ao ataque químico que obrigou cerca de 500 pessoas a serem assistidas nos hospitais da região de Douma.

Canal de TV aconselha russos: comprem mantimentos, preparem-se para a guerra

A emissão da Vesti-24 desta terça-feira passava um conteúdo diferente do habitual: o pivot aconselhava os espetadores a acumular alimentos e água, prevenindo-se para a eventualidade de rebentar um conflito militar entre a Rússia e os EUA.

A informação foi veiculada pelo jornal The Moscow Times. Nos ecrãs dos televisores russos, o pivot recomendava que os cidadãos do país se abastecessem com “menos doces e mais água” (mais de 30 litros, para beber, preparar refeições e higiene), num segmento sobre alimentos de sobrevivência a reunir em situações de emergência. Arroz, aveia e açúcar, fármacos estavam entre os bens sugeridos.

“Sublinhe-se que o verdadeiro pânico não está aqui, mas do outro lado do oceano” Atlântico, dizia o apresentador do programa, acrescentando que as vendas de abrigos tinham “disparado” nos Estados Unidos depois de Donald Trump ter chegado à Casa Branca, em janeiro de 2017.

Troca de argumentos continua: EUA querem apagar vestígio de armas químicas, diz Moscovo

A Rússia insinuou entretanto que os ataques norte-americanos com mísseis contra o regime sírio prometidos por Donald Trump podem servir para “apagar vestígios” do alegado ataque químico em Douma — e que serviram de argumento para a promessa de novos ataques por parte das forças militares americanas.

Maria Zakharova, a porta-voz da Diplomacia russa questionou-se sobre se a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) tem noção de que os mísseis disparados pelas forças norte-americanas podem destruir “todas as evidências” do alegado ataque químico.

Ou a ideia original é usar mísseis inteligentes para varrer os vestígios da provocação para debaixo do tapete?”, disse a porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros.

Maria Zakharova garante que os responsáveis da OPAQ não vão encontrar sinais de um ataque com recurso a químicos e frisou que os mísseis de Donald Trump para a Síria devem ter como alvo “os terroristas” e não “o governo legítimo” de Damasco. “Os mísseis inteligentes devem voar em direção aos terroristas e não em direção do governo legítimo, que luta contra o terrorismo internacional há vários anos no seu território”, disse Zakharova.

“Grande ideia”, disse ainda a responsável russa, respondendo à sugestão de Trump para que se suspendesse a corrida ao armamento. Maria Zakharova deixou a sugestão ao Presidente dos EUA: “Há uma proposta para começar a destruição de armas químicas. As americanas”, escreveu no Facebook.

Assad evacua bases militares e aeroportos

O Syrian Observatory for Human Rights — uma organização de análise de guerra britânica —  acaba de avançar que forças pro-governamentais estão a evacuar os principais aeroportos e bases militares da Síria.

Esta tomada de posição pode muito bem ter tido em conta outro ataque realizado pelos norte-americanos há pouco mais de um ano. No início do mês de abril, em 2017, Donald Trump admitiu que tinha ordenado um ataque à base militar de onde, teoricamente, terá originado um ataques químico. “É de vital interesse para a segurança nacional dos EUA que se previnam ataques com armas químicas mortíferas”, disse o Presidente Trump na altura.

RTP - O Essencial

O Essencial

11 Abril, 2018

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Sérgio Alexandre
Jornalista
Sérgio Alexandre

Bem-vindo

Mais de 250 mortos na queda de um avião militar na Argélia. Cresce a possibilidade de grande intervenção militar ocidental na Síria. Dificuldades financeiras no setor da Saúde motivam aceso debate parlamentar com o ministro Mário Centeno.


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As autoridades argelinas dizem que não há sobreviventes da queda de um avião militar nas imediações da capital do país. Mais de 250 pessoas, aparentemente todos militares, perderam a vida.


Cresce a possibilidade de grande intervenção militar ocidental na Síria

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A possibilidade de um recrudescimento da atividade militar na Síria leva a Eurocontrol, a autoridade que regula o espaço aéreo europeu, a apelar às companhias aéreas comerciais que acautelem a programação de voos para a região do Mediterrâneo oriental. Os pilotos devem preparar-se para, a qualquer momento, receber informações sobre alterações à rota. A forte probabilidade de uma intervenção militar ocidental na Síria, aventada por Donald Trump e já seriamente criticada pela Rússia, está na base deste aviso. A TAP já fez saber que a notificação da Eurocontrol não terá efeitos nas suas operações, já que a companhia aérea portuguesa não trabalha naquela zona do globo.


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A já de si extremamente frágil situação na Síria precipitou-se após o ataque aéreo a posições rebeldes em Douma, no passado fim-de-semana, durante o qual terão sido utilizadas armas químicas. Uma acusação desmentida pelo poder sírio e pelo seu principal aliado internacional, a Rússia. No entanto, a Organização Mundial da Saúde, um organismo das Nações Unidas, afirmou esta manhã ter recolhido informação no terreno que prova a exposição de cerca de 500 pessoas a agentes tóxicos em Douma.


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O “garrote financeiro” que o PSD (e não só) julga estar a ser imposto ao setor da Saúde está a ser o tema de um aceso debate na comissão parlamentar da especialidade, para o qual o ministro Mário Centeno foi chamado. As dificuldades financeiras com que se debatem os agentes do SNS – hospitais, médicos, enfermeiros – têm estado na primeira linha da atualidade noticiosa e, ainda ontem, as “condições miseráveis” da unidade de oncologia pediátrica do Hospital de São João foram notícia de abertura em toda a Comunicação Social portuguesa.


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