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quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

A nomeação

  por estatuadesal

(José Gabriel, 23/01/2019)

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(Portugal, e Camões mereciam melhor sorte, não sendo entregues a um charlatão, a um caluniador direitola sem qualquer currículo digno de louvor. Mas, para Marcelo, este é o tipo de escriba que o país precisa e deve ser destacado.

Mais uma vergonhosa mancha no percurso do "selfie made man". Já não chegava o beija-mão ao Bolsonaro, agora acrescenta uma vénia a este sacripanta. A Estátua aposta que, não tarda muito,  Marcelo ainda vai tirar uma selfie com o André Ventura, senão mesmo com o Mário Machado.

Comentário da Estátua, 24/01/2019)


Então Marcelo Rebelo de Sousa nomeou João Miguel Tavares para presidir às comemorações do 10 de Junho (Ver notícia aqui).

Acidentalmente, ao tentar confirmar esta notícia - na qual não queria acreditar - topei com o sorridente agraciado ao lado de Rui Ramos, historiador (à sua muito particular maneira). Pensei que, com o popular Emplastro ao lado estaria completa uma boa equipa. Depois, com algum embaraço, admito, achei que estava a ser injusto para este último o qual, para lá das suas obsessivas aparições televisivas, nunca fez mal a ninguém. Marcelo, com esta nomeação, leva a cabo o seu propósito de não deixar vazios espaços que o populismo possa preencher. Ele, - e os seus amigos -, tratam disso. Preenchem que se fartam.

O Dia de Camões tem sido presidido por ilustres figuras. Nem sempre consensuais, mas todas com inquestionáveis habilitações - designadamente académicas. Todos nos lembramos de Jorge de Sena, João Caraça, Sobrinho Simões, Onésimo Almeida e outros.

Finalmente - e, quiçá, pela primeira vez - as comemorações serão presididas por alguém que poderá não fazer ideia de quem são e o que fazem ou fizeram estes seus antecessores.

É o triunfo do comentadorismo rasca, do lixo televisivo e jornalístico! Parece que a intenção de Marcelo é trazer para a ordem do dia os problemas da comunicação social. A escolha de João Miguel Tavares evidencia o que o presidente dela espera.

Aguardamos agora, com natural ansiedade, dados sobre quem se encarregará da animação cultural. Quim Barreiros, Tony Carreira ou o Avô Cantigas? E, espero, nas artes plásticas não serão esquecidos os trabalhos em cerâmica produzidos nas Caldas da Rainha. É preciso manter o nível!

Adenda (com o perdão do nosso Luís Vaz...):

Busque Marcelo novas artes, novo engenho,
para lixar-me, e novas esquivanças;
que não pode tirar me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.

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