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quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Entre as brumas da memória


Espanha: a direita radical avança a nível do país

Posted: 02 Jan 2019 12:17 PM PST

La irrupción de Vox da una amplia mayoría al centroderecha.

«Un nuevo actor irrumpe en la escena política y trastoca la función. Nada es lo que parecía, el argumento se disloca y el epílogo ya no es predecible. Se trata de Vox. La derecha radical entraría hoy en el Congreso con una fuerza arrolladora: el 13% del voto y entre 43 y 45 escaños. Su aparición rompe todos los moldes conocidos esbozando para España un horizonte político muy similar al que ha adelantado Andalucía.»

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Marcelo e as tragédias

Posted: 02 Jan 2019 08:54 AM PST

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França: reacções contra Bolsonaro

Posted: 02 Jan 2019 06:21 AM PST

Em França, várias organizações apelam a instituições francesas e europeias para que não permitam que interesses económicos se sobreponham ao respeito pelos direitos humanos e ambientais.

Quanto a nós por cá? Vai-se bem…

Face à Bolsonaro, une coalition pour soutenir la société civile brésilienne.

«Militants antiracistes, féministes ou LGBT sont particulièrement ciblés par le président brésilien qui prend ses fonctions ce mardi. Plusieurs organisations appellent les institutions françaises et européennes à ne pas laisser leurs intérêts économiques prendre le pas sur le respect des droits humains et environnementaux.»

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Bolsonaro, um Salazar brasileiro

Posted: 02 Jan 2019 03:29 AM PST

«Os dois discursos que ontem Jair Messias Bolsonaro fez na tomada de posse prenunciam o pior. Já sabíamos, evidentemente, desde o início da campanha, mas o capitão reformado entendeu não desiludir quem o elegeu para o cargo de Presidente do Brasil. O elevado grau de aprovação com que Bolsonaro chega ao Planalto é, evidentemente, um susto para quem defende a liberdade e a democracia no sentido ocidental do termo.

Para nós, portugueses, assistir ontem aos discursos de Bolsonaro, trouxe reminiscências dos discursos de um homem que saiu do poder em 1968, embora isso tivesse acontecido por doença: Oliveira Salazar. Bolsonaro traz agora para ideologia oficial do Brasil tudo aquilo que foi a cartilha da ditadura portuguesa, o mesmo ódio às "ideologias", a religião como parte do Estado, a defesa dos valores das famílias ultraconservadoras, o mesmo horror aos "vermelhos".

Há uma frase que não poderia nunca ter sido usada durante a ditadura, porque naquele tempo a expressão "ideologia de género" era desconhecida, mas é todo um programa: "Vamos unir o povo, valorizar a família, respeitar a religião, a nossa tradição judaico-cristã, combater a ideologia de género, conservando os nossos valores. O Brasil voltará a ser um país livre de amarras ideológicas". A ideologia dos que são "contra os políticos" foi expressa por Salazar na sua época - aliás, a sua ascensão ao poder e o golpe de 20 de Maio de 1926 tiveram, como tem agora Bolsonaro, um esmagador apoio popular.

Tudo naquela cerimónia de posse foi um monumento à tragédia anunciada: o discurso do número 2, o general Hamilton Mourão, foi um regresso às cavernas que o povo aplaudiu em delírio; o fim do discurso de Bolsonaro, quando ergue a bandeira brasileira em conjunto com Mourão e grita: "Esta é a nossa bandeira, que jamais será vermelha, só será vermelha se for do nosso sangue derramado para a manter verde e amarela".

Bolsonaro vem preencher um anseio profundo da população, o da segurança seja de que maneira for. "Temos o desafio de enfrentar a ideologia que descriminaliza bandidos, pune polícias e destrói famílias, vamos restabelecer a ordem no país", disse ontem, já depois de ter prometido liberalizar o acesso às armas. O anseio da "ordem" também foi o que levou Salazar ao poder. A democracia brasileira é demasiadamente jovem, mas também as democracias jovens podem morrer.»

Ana Sá Lopes

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