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domingo, 17 de fevereiro de 2019

Era uma vez uma grande empresa, outrora pública, destruída pela ganância e incompetência privada

17/02/2019 by João Mendes

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Imagem via Público

Os CTT eram uma empresa pública rentável, que servia os portugueses e enchia os cofres do Estado, porque chegava a todo o lado e, pasmem-se, dava lucro. Por motivos exclusivamente ideológicos, o governo Passos/Portas decidiu privatiza-la por meia-dúzia de tostões.

Infelizmente, porque o sector privado é tão falível como o público, os CTT são hoje uma sombra daquilo que um dia foram. Fecharam balcões – este ano serão 48, o número de municípios sem um posto dos CTT, todos no interior – despediram centenas de trabalhadores, viram os seus resultados financeiros cair trimestre após trimestre, mas, ainda assim, não deixaram de distribuir milhões aos accionistas. Capitalismo selvagem e predador em todo o seu esplendor.

Agora, com a empresa a um passo do abismo, deparo-me com as notícias que dão conta do seguinte: o banco criado pela empresa privada que hoje controla os CTT está a imputar parte dos seus custos ao serviço postal. Lembrem-se disto no dia em que ouvirem dizer que não sei o quê destruiu os CTT, possivelmente nós, que passamos a vida a viver acima das nossas possibilidades. E lembrem-se também que haverá um banco a mais para resgatar. Pelos tipos que vivem acima das suas possibilidades, claro.

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