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segunda-feira, 4 de março de 2019

Entre as brumas da memória


Um belo mal-entendido

Posted: 03 Mar 2019 10:13 AM PST

Isto tem piada. Por causa de um mal-entendido, uma artista pintou uma série de mais de 50 quadros como Van Gogh o podia ter feito, se tivesse conhecido as realidades que retratam. Ficam três exemplos.

(Daqui)
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Neto de Moura, ainda

Posted: 03 Mar 2019 06:35 AM PST

Eu sei que os deputados não podem demitir juízes e até assino poucas Petições. Mas quanto mais esta for subscrita e difundida, maior pressão fará junto de quem de direito e da opinião pública em geral, já que os OCS já estão a referir-se à mesma.


Afastamento do juiz Neto de Moura

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Carta ao sr. Neto de Moura

Posted: 03 Mar 2019 03:08 AM PST

«Senhor Neto de Moura. Não nos conhecemos, felizmente. Digo felizmente porque, embora o jornalismo me obrigue, de quando em vez, a contactar com as catacumbas da sociedade, prefiro, como dizia o famoso Bartleby do Herman Melville, não o fazer.

A verdade é que gostaria de o processar. Não tenho muita paciência para tribunais e os juízes metem-me algum horror, porque já vi em acção alguns exemplares como o senhor. Também não tenho muito tempo livre e a justiça é lenta. Depois, é verdade que não tenho muito dinheiro e, já se sabe, a justiça é cara.

Eu tenho um problema de saúde: perante o asco, tenho vómitos. Às vezes também tonturas. As últimas decisões que tomou provocaram-me problemas de saúde. Talvez isso seja um motivo para o processar. Fico literalmente doente ao ver a sua, vá lá, doença com as mulheres. O prejuízo para a minha saúde dos seus acórdãos pode ser um motivo para um processo.

O meu problema com situações asquerosas é uma razão porque evitei, até este momento, escrever sobre o acórdão em que o senhor invocou a Bíblia e considerou exemplares – no sentido de lhe servirem de exemplo — as sociedades que apedrejam as mulheres adúlteras para “acentuar que o adultério da mulher é uma conduta que a sociedade sempre condenou e condena fortemente (e são as mulheres honestas as primeiras a estigmatizar as adúlteras)” e por isso a dita sociedade “vê com alguma compreensão a violência exercida pelo homem traído, vexado e humilhado pela mulher”. O senhor, vindo lá das cavernas de onde fala, está a infringir a Constituição, mas nem dá por isso – assim como os seus colegas que lhe aplicaram a advertência. Os senhores metem-me medo. E não há sociedade mais doente do que aquela que fica com medo da justiça.

Eu sinto-me humilhada, vexada pelo senhor e a sua repugnante ideia de “sociedade”, mulheres e adultério. Acho que o senhor não me respeita e ofende todas as mulheres deste país. O adultério não é crime, a não ser na sua cabeça que me abstenho de qualificar ainda mais. A questão é que o senhor é juiz e põe em causa a segurança das pessoas, desde que sejam mulheres. Isso ofende-me. A ideia de lhe dar um soco na cara até me pode passar, assim de repente, pela cabeça, mas não o farei. No meu quadro moral e seguindo os preceitos da lei e Constituição, acho que a violência física não é de todo desculpável – nem contra um juiz que a desculpa.»

Ana Sá Lopes

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