por estatuadesal
(Carlos Esperança, 21/09/2019)
Devo aos jornais, que teimo em comprar, saber que amanhã, dia das eleições regionais da Madeira onde 43 anos ininterruptos de PSD vão prosseguir com a ajuda de alguns milhares de votos de retornados da Venezuela para quem a palavra socialismo é associada ao regime de que fugiram.
Se não comprasse o jornal diário, cuja falta considero imprescindível e empobrecedora, pensaria que a campanha eleitoral destas legislativas tinha começado com a insistência de Cavaco Silva a querer impor ao País um governo de Passos Coelho/Paulo Portas, com o velho salazarista a desafiar a AR e a esconjurar o Governo apoiado pelo PS, BE, PCP e PEV no órgão próprio e único do qual depende.
É ocioso recordar os prejuízos provocados ao país por esse PR enraivecido, a quem as vacas dos Açores sorriam, e que, alheio às reações dos mercados que decidem os juros da dívida da República e aos votos de todos os portugueses, vociferava contra o governo legítimo.
Felizmente, a credibilidade com que deixou Belém era igual no País e no estrangeiro, e a campanha eleitoral do PSD, prosseguida pelo ora catedrático Passos Coelho, a insistir na vinda do Diabo, levou ao descrédito do partido que, daqui a duas semanas, os seus sequazes vão atribuir a Rui Rio.
A propaganda sobre a dúvida dos resultados, se o PS tem ou não maioria absoluta, como se a hipótese alguma vez se pusesse, esconde o desejo dos adversários de Rui Rio para que a derrota se avolume, jogando com o medo de que o BE e/ou o PCP possam decidir a governação em vez de a influenciar.
O mesmo coro, à esquerda, tem o natural objetivo de disputar o voto que pode alterar a correlação de forças, sendo certo que nenhum partido quererá suicidar-se, se os eleitores o responsabilizarem pela rutura da frutuosa solução governativa desta legislatura.
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