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Tiago Petinga / Lusa
O secretário de Estado da Energia, João Galamba.
O Governo quer abrir a primeira refinaria de lítio no continente europeu. No entanto, João Galamba refere que tudo depende dos resultados do estudo de impacto ambiental das minas.
Sem confirmar que venha a haver minas de lítio em Portugal, o secretário de Estado da Energia, João Galamba, espera que alguma delas consiga ter o estudo ambiental aprovado para atrair uma refinaria de lítio para Portugal. A intenção também é partilhada pelo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.
“Queremos dar um passo em frente, instalar a refinação e isso também nos posiciona para atrair investimentos em fábricas de baterias, ou de cátodos, ou de powerwalls. Se já se sabe que quem vai ficar com as fábricas de baterias para carros elétricos é o centro da Europa, isso não me preocupa muito. Só temos de garantir que na cadeia do lítio temos cá o elemento com maior valor acrescentado e que é a produção de hidróxido de lítio”, disse Galamba, em declarações ao jornal Público.
O secretário de Estado adiantou que a refinaria seria instalada no porto de Leixões, devido às acessibilidades da zona. Galamba recorda o caso do Alqueva, no qual houve uma resistência generalizada, mas que o projeto acabou por seguir em frente.
“Quando as pessoas dizem que o nosso lítio é mais caro do que o chileno, por exemplo, isso não interessa para nada. Na China, na Austrália ou na América do Sul até podem produzir lítio a um terço do valor em Portugal, mas, se não cumprirem os standards, não podem ser fornecedores da União Europeia. Da mesma maneira que não podemos comprar t-shirts feitas por escravos, não poderemos comprar lítio feito com consumos brutais de água, e sem nenhum respeito por questões ambientais. Tão simples quanto isto”, explicou ainda o governante.
Ainda assim, o projeto está condicionado pelos resultados do estudo de impacto ambiental, mas Galamba mostra-se otimista. No seu ver, só depois de apresentados os resultados poderá “haver uma discussão séria”.
“Não vai haver nenhum ácido sulfúrico ou outro químico, mas apenas a utilização de matéria orgânica e biodegradável”, garante o secretário de Estado, tentando saturar as preocupações da população.
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