Cristina Peres
Jornalista de Internacional
06 NOVEMBRO 2019
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O planeta enfrenta “clara e inequivocamente” uma crise climática. São biólogos, ecologistas e muitos outros dos mais de 11 mil cientistas que assinam um novo estudo sobre o estado clima nem são especialistas em clima, porém contribuem todos para lançar o alarme num relatório que foi publicado ontem na BioScience. Lá se diz que a maioria dos planos existentes para combater a subida da temperatura na Terra não valem nada e que a situação é alarmante: “Este documento estabelece um registo claro do consenso alargado entre os cientistas ativos neste momento da história de que a crise climática é real, e é maior, chegando a ser uma ameaça às sociedades humanas, ao bem-estar humano e à biodiversidade”, como diz Jesse Bellemare, professor associado de biologia no Smith College, signatária da declaração de emergência deste estudo, citado pelo “Washington Post”.
À diferença de relatórios semelhantes produzidos anteriormente, este não deixa os factos no plano das possibilidades, mas das certezas, e prescreve receitas para combater os efeitos esperados. O estudo tem por título “Alerta dos cientistas mundiais para uma emergência climática” e é a primeira vez que um grupo de cientistas se chegou formalmente à frente para classificar as alterações climáticas como “emergência” que o trabalho diz ser causada por um conjunto de tendências humanas as quais, todas juntas, contribuem para aumentar a emissão de gases com efeito de estufa.
“Apesar de 40 anos de negociações sobre clima global, com poucas exceções, continuámos a comportar-nos na mesma e falhámos o combate a esta condição”, lê-se no estudo, que baseia as suas conclusões em indicadores fáceis de entender que mostram a influência humana no clima, tal como 40 anos de emissão de gases com efeito de estufa, tendências económicas, taxas de crescimento da população, produção de carne per capita, perda global de cobertura de árvores, assim como as consequências: tendências globais da temperatura e aquecimento dos oceanos.
As medidas políticas nas áreas sociais e energéticas a aplicar estão incluídas no estudo e, surpresa!, são todas conhecidas.
No final de 1992, um grupo de 1700 cientistas lançou um segundo Aviso à Humanidade anunciando que os humanos tinham já forçado o ecossistema ao seu limite. Desde então as coisas só pioraram.
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