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terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Justiça angolana quer Isabel de volta ao país

Cristina Peres

Cristina Peres

Jornalista de Internacional

21 JANEIRO 2020

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Angola quer fazer regressar Isabel dos Santos a casa "por todos os meios". A Procuradoria-Geral de Angola tem uma investigação por branqueamento de capitais a correr sobre a empresária e admite emitir mandato de captura a Isabel dos Santos, que ainda não foi ouvida porque saiu de Angola no dia em que foi notificada. É o Procurador-Geral de Angola (PGA), Hélder Pitta Grós, que confirma ao Expresso e à SIC que o processo está numa fase decisiva.
Isabel dos Santos ocupa desde domingo à tarde uma fatia considerável do tempo de antena e das páginas dos media internacionais, que emitem e repetem as declarações com que a empresária, que nunca antes dava entrevistas, tentou antecipar-se à investigação de que sabia ser objeto.
Inquirida sobre esta questão em várias entrevistas a media internacionais como a BBC ou a Aljazeera, a filha do ex-Presidente de Angola barrica-se atrás do argumento da “cabala”, insiste ser vítima de uma “caça às bruxas” e de uma “perseguição política”. Em comunicado internacional, promete que “vai lutar nos tribunais internacionais” para “repor a verdade”.
Quanto a Portugal, uma resposta enviada à agência Lusa, a Procuradoria-Geral da República refere que “o Ministério Público não deixará de analisar toda a informação que tem vindo a público e de desencadear os procedimentos adequados no âmbito das suas atribuições”, garantindo que “dará seguimento aos pedidos de cooperação judiciária internacional que lhes sejam dirigidos”.
Oito meses de trabalho precederam as notícias baseadas na análise de milhares de documentos pelo Consórcio Internacional de Jornalismo (ICIJ) que são agora objeto de crítica por Isabel dos Santos que diz, em comunicado: “Mais de 700.000 documentos foram ilegalmente pirateados dos meus escritórios e transferidos para uma organização pouco conhecida sediada em Paris, de onde foram enviados para o ICIJ”, critica. Refere-se à Plataforma de Proteção de Denunciantes em África, a PPLAAF, que tem por missão ajudar a expor práticas criminosas.
O assunto promete desenvolvimentos já que durante a investigação foram identificadas mais de 400 empresas e subsidiárias a que Isabel dos Santos esteve ligada nos últimos 30 anos: 155 são sociedades portuguesas e 99 são angolanas. Sobre a implicação de Portugal na credibilização internacional da empresária angolana oiça O Mundo a seus Pés, o podcast da secção de Internacional do Expresso aqui em edição especial a propósito do tema.

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