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segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

O novo CDS de 'Chicão': "sexy" ou perigoso? (E a aparição de Passos)

Vítor Matos

Vítor Matos

Editor de política

27 JANEIRO 2020

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Bom dia!
“Esta é a nova direita para Portugal”. Esta expressão é para fixar e guardar. Aos 31 anos, Francisco (‘Chicão’) Rodrigues dos Santos chegou à liderança do CDS a partir da ‘jota’ onde era quase idolatrado como um chefe de seita (quem passou a madrugada no congresso de Lamego, em 2018, sabe do que estou a falar e quem ler este perfil da Mariana Lima Cunha, percebe). Ontem, quando pela primeira vez discursou a olhar para um país inteiro, Francisco não se revelou na totalidade: tinha de procurar unir o partido, evitar a guerra com o ‘portismo’, não ferir todas as suscetibilidades, não parecer um radical nem a “caricatura” que a esquerda faz da direita. Mas a escolha do CDS é reveladora: a) o partido quer um chefe, que lhes diga o que a “tribo” quer ouvir e o que a “tribo” acha que nós todos precisamos de ouvir; b) ao fim de 20 anos, pelo menos dois terços dos dirigentes cansaram-se do ‘portismo’, e quiseram fechar o “ciclo Paulo Portas” derrotando João Almeida e apupando António Pires de Lima; c) reduzido à sua expressão mais ínfima, o CDS quer renascer das cinzas com uma linguagem guerreira de combate cultural e “civilizacional”.
Compare este texto sobre o discurso final do novo líder, muito polido e descafeinado, com esta análise do David Dinis: “Chicão vem para fazer a guerra (depois não digam que não avisei)”. E onde se podem ler citações como esta: "Não se combate o fogo com champanhe e é preciso escolhermos os valores e irmos para o campo de batalha vencer esta guerra civilizacional." Parte da aparente moderação final do novo líder também terá a ver com as negociações de bastidores na madrugada de domingo, para garantir o apoio de Filipe Lobo d'Ávila, entre as quatro e a oito da manhã, como contam aqui os repórteres do Expresso no congresso.

O partido não é a ‘jota’, disse à Liliana Coelho um dos militantes numa reportagem sobre o que os congressistas dizem do novo líder, mas Francisco Rodrigues dos Santos não ascende à liderança do CDS para gerir os equilíbrios e encontrar um caminho calibrado para ganhar mais alguns votos ao centro. Ele vai querer ser a “nova direita” - misturando populismo na forma e conservadorismo no conteúdo - uma espécie de Tea Party português inspirado nos ares deste tempo, uma ideia que tenciona vender através de meios mais “sexy” (redes sociais) pulando por cima dos media tradicionais - onde é que nós já vimos isto? Por cá, é uma novidade, porque o Chega é outra coisa.
De um lado tem André Ventura, do outro um PSD que não se importa de alienar uma parte da direita. Qual será o lugar deste CDS? Ainda não sabemos, nem sequer se dura. Para já, como disse Marques Mendes, “o CDS tradicional morreu”. Resta saber se é ou não uma morte manifestamente exagerada. Esta nova realidade acrescenta mais uma variável desconhecida a um sistema partidário já de si cheio de incógnitas.
Nem de propósito, enquanto o CDS escolhe um líder e o PSD vai a congresso entronizar o líder reconduzido, Pedro Passos Coelho resolve aparecer em público a apelar às direitas para se unirem - o que não está nem nos planos de Rui Rio nem - nestas circunstâncias - nos de Francisco Rodrigues dos Santos. O ex-primeiro ministro foi à tomada de posse de uma concelhia em Ponte da Barca para dizer que a união entre PSD e CDS é possível e necessária: "Isso está perfeitamente ao nosso alcance e o país precisa disso, e nós precisamos disso. É o voto que aqui quero deixar”, disse num artigo do Miguel Santos Carrapatoso.
Em política, o que parece é. A quinze dias do congresso do PSD, Passos reposiciona-se como a única figura que pode federar a direita, como vários barões do partido disseram no fim da campanha interna. Se quer mesmo desempenhar esse papel a médio prazo, isso só ele saberá...

1 comentário:

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