Cristina Figueiredo
Editora de Política da SIC
25 JUNHO 2020
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Esta tarde vamos ficar a saber as linhas com que nos cosemos neste dia que devia ser o fim do estado de calamidade mas se calhar não, pelo menos para alguns concelhos (no limite, para algumas freguesias) da região de Lisboa, onde os casos de infeção por Covid 19 não param de surgir. O Conselho de Ministros reúne-se a partir desta hora para aprovar o que todos já percebemos desde segunda-feira ser um inevitável passo atrás no desconfinamento: regras específicas (bem como uma moldura penal, com uma tabela de coimas que podem chegar aos milhares de euros para o crime de desobediência) para travar os surtos nesta zona do país. O Público avança que está em cima da mesa a possibilidade de se voltar ao confinamento obrigatório nas 19 freguesias identificadas como o cerne do problema.
As informações sobre o que se passou ontem, na reunião da elite política com os técnicos e especialistas de saúde, não são tranquilizadoras. Se o primeiro-ministro procurou confirmar que o aumento de casos em Lisboa e Vale do Tejo se deve ao aumento de testes, os epidemiologistas contrapuseram que isso não explica toda a realidade e que existe um problema real, como real é a hipótese de uma segunda onda de contágios. Da reunião saiu também a certeza do que já suspeitávamos: começou a luta política a propósito da pandemia, como o Expresso lhe explica aqui.
Ainda sobre a situação em Lisboa vale a pena ouvir o que disse ontem, no Jornal da Noite da SIC, Fernando Maltez: "Um maior número de testes só encontra mais casos se eles existirem" diz o diretor do serviço de Infecciologia do Hospital Curry Cabral. Parece óbvio, não é?
Outro médico, este a norte, confessa estar exausto, não só da intensidade do trabalho mas da inabilidade política. A conversa da Christiana Martins com Robert Roncon, "médico que viu provavelmente mais doentes com covid-19 e os casos mais graves desta infeção em Portugal" pode ser lida aqui.
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