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quinta-feira, 4 de junho de 2020

Caso Maddie renasceu 13 anos depois. Mas a miúda estará morta

Curto

Miguel Cadete

Miguel Cadete

Diretor-Adjunto

04 JUNHO 2020

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13 anos e um mês depois de ter desaparecido sem deixar rasto de um apartamento na Praia da Luz, nos arredores de Lagos, Maddie McCann voltou a abrir os noticiários. A polícia britânica e a alemã anunciaram ontem que localizaram um novo suspeito. Trata-se de um alemão com 43 anos – na altura teria 30 – que está detido num estabelecimento prisional na Alemanha pela prática de outros crimes.
O mistério não fica, no entanto desvendado, pois a Metropolitan Police lançou um apelo generalizado ao público para que este forneça informação que, tudo leva a crer, poderá consubstanciar os indícios de que dispõe. Nesse sentido divulgou dois números de telemóveis que terão sido utilizados na fatídica noite de 3 de maio de 2007, pelo suspeito e por alguém que com ele terá contactado durante 30 minutos pouco antes do desaparecimento.
A polícia britânica acrescentou ainda que o suspeito utilizou dois veículos – uma autocaravana Volkswagen Westaffalia e um Jaguar – que já foram apreendidos e sobre os quais pretende recolher mais informação. Um dos veículos terá sido utilizado no sequestro, supondo-se que a autocaravana servia de habitação ao suspeito.
O diretor da polícia acrescentou ontem que o automóvel da marca Jaguar terá sido registado a 4 de maio, um dia depois do desaparecimento de Maddie McCann, no nome de um amigo do suspeito. A identidade do suspeito não foi revelada mas sabe-se que terá vivido em Portugal entre 1996 e 2007. “No passado, o suspeito já tinha sido condenado a pena privativa de liberdade, duas vezes por abuso sexual de crianças do sexo feminino”, adiantou o Departamento Federal da Polícia Criminal alemã.
Já a polícia germânica, pronunciou-se sobre o assunto em comunicado e num programa de TV da ZDF, “Crimewatch”, onde ofereceu uma recompensa de mais de 24 mil euros a quem entregar informação relevante capaz de incriminar o suspeito. Segundo as autoridades policiais alemãs, o sujeito vivia da prática de pequenos roubos em apartamentos no Algarve quando se deu o desaparecimento de Madeleine McCann, na altura à beira de completar quatro anos.

A Polícia Judiciária também está alinhada com as suas congéneres tendo emitido um comunicado ontem, antes das 20 horas, em que reproduzia as mesmas informações. O inspector germânico admitiu, ao contrário do britânico, que Maddie deverá estar morta, na sequência de um assalto que terá corrido mal. Essa informação não é corroborada pelos ingleses que assumem continuar a investigar o desaparecimento de uma criança. Relembre-se que Maddie estaria no apartamento com dois irmãos gémeos mais novos quando os pais jantavam na companhia de amigos num restaurante do resort Ocean Club.
Rogério Alves, que foi advogado dos progenitores de Maddie, admitiu ainda ontem, na SIC Notícias, já ter falado com o pai, revelando que se encontrava “expectante” face a esta nova pista.
No mesmo canal, Rui Gustavo, jornalista do Expresso, considerou as informações adiantadas ontem “muito relevantes” ainda que as polícias não disponham de toda a informação para incriminar o suspeito, sublinhando ainda o facto de o inspetor alemão estar inclinado para que Maddie esteja morta.
Já Carlos do Carmo, ex-coordenador da Polícia Judiciária, desvalorizou a nova pista, acrescentando que a polícia inglesa trabalha com um orçamento que permite pagar a informadores e que, dessa forma, “de vez em quando aparecem alguns suspeitos”. Frisou ainda que se mantém a importância da tese “portuguesa” que culpabiliza os pais de Maddie.

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