Translate

terça-feira, 30 de junho de 2020

Férias pouco felizes

Curto

João Silvestre

João Silvestre

Editor de Economia

30 JUNHO 2020

Partilhar

Facebook
Twitter
Email
Facebook

Bom dia,
Lembra-se da discussão quase interminável sobre a saturação do aeroporto de Lisboa e da urgência de encontrar rapidamente uma solução? Que Portugal perdia milhões de turistas por causa das limitações da Portela? É coisa do passado. Já não existe. O que se passa hoje é o oposto: os voos são escassos, os aeroportos estão quase às moscas e o turismo espera (e desespera) por clientes. Este é um verão diferente de todos os que conhecemos.
Ainda não foi ontem que conhecemos a lista negra dos países que não vão ter corredor com o Reino Unido. Portugal pode estar na lista, o que implica que, quem optar por visitar o nosso país, terá uma quarentena à espera no regresso a casa. A decisão foi adiada para o final da semana. Mas o setor do turismo já faz contas aos potenciais estragos. Os turistas britânicos valem 3,8 mil milhões de euros só nos meses de julho e agosto e, ao longo de um ano, representam quase um quinto das exportações de turismo (17,8%).
No Algarve, onde o mercado britânico é fundamental, espera-se uma crise dramática, como contava o Expresso na edição do último sábado. Os cancelamentos acumulam-se com os turistas dependentes de saber sobre a abertura das rotas aéreas. Portugal é um dos países europeus onde o turismo tem maior peso no PIB e isso torna-o mais exposto aos efeitos da covid-19 e ao congelamento do setor, como revelava recentemente um estudo do Banco Central Europeu.
Angola irá ficar fora da lista dos países a quem a Europa irá abrir as portas. Mas não está sozinha: há mais 150 países na mesma situação. Já os portugueses podem visitar Espanha a partir de 1 de julho mas, antes, devem ler esta reportagem do correspondente do Expresso em Madrid, para saberem o que os espera.
Também a TAP foi apanhada nesta crise e está praticamente parada, enquanto se aguarda por um acordo entre Estado e acionistas privados para uma injeção de dinheiro na empresa. A companhia perdeu 395 milhões de euros no primeiro trimestre, está já a reduzir a frota e a voa menos a partir de Lisboa do que algumas das concorrentes. Ficámos ontem a saber que David Neeeleman já aceitou praticamente todas as condições .
Em Lisboa, onde o turismo está igualmente congelado neste verão, Fernando Medina fez ontem duras críticas à forma como a covid-19 está a ser gerida e apontou aos responsáveis de saúde: “com más chefias e pouco exército não conseguimos ganhar esta guerra”. A zona da capital é responsável pela maioria das novas infeções detetadas em Portugal que, ainda assim, abrandaram ontem para a taxa mais baixa em 15 dias.
Confira aqui todos os números e siga o direto do Expresso sobre a pandemia em Portugal e no mundo.

Sem comentários:

Enviar um comentário