De Euronews • Últimas notícias: 16/09/2020
mozambique - Direitos de autor AP Photo
Estas imagens de combatentes vestidos com fardas do exército moçambicano a perseguir e matar uma mulher, que dizem estar ligada às milícias al-shabab, estão a chocar Moçambique.
Face às reações das organizações não governamentais, que pedem o apuramento de responsabilidades, o governo promete investigar.
O presidente do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD) pede: "Iniciar rapidamente uma investigação, apurar as responsabilidades e agir em conformidade com a lei, porque isto é um crime seríssimo, cometido em missão de serviço e deve ser responsabilizado".
A investigadora Zenaida Machado, do Observatório dos Direitos Humanos acusa o governo de Maputo: "Ao longo dos anos, o governo moçambicano tem feito muito pouco para garantir que as forças de segurança não se comportem desta forma. Em vez disso, o que gastaram tempo a fazer, aquilo em que investiram, foi numa campanha de negação".
O governo rejeita as alegações. O ministro do Interior, Amade Miquidade, disse que as imagens podem ter sido filmadas por rebeldes extremistas islâmicos tentando desacreditar as forças governamentais. Miquidade falava na terça-feira depois de o vídeo ter sido distribuído nos meios de comunicação social.
O Ministério da Defesa, por seu turno, condenou as imagens "horripilantes" e apelou a uma investigação para "apurar a sua autenticidade".
Vários outros vídeos alegadamente mostrando soldados que abusam de prisioneiros que se acredita estarem ligados ao al-shabab foram enviados à Amnistia Internacional, em maio.
O vídeo que circulou nas redes sociais na segunda-feira mostra o que parecem ser tropas governamentais a gritar e a marchar atrás de uma mulher despojada das suas roupas. Os homens atingem a vítima várias vezes com paus antes de a matarem na berma de uma estrada com kalashnikovs. "És de al-Shabab", ouvem-se os carrascos a gritar em português - referindo-se ao grupo jihadista que tem liderado uma crescente insurreição contra o governo desde 2017, na província de Cabo Delgado, no nordeste de Moçambique.
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