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sábado, 3 de dezembro de 2022

 

Seleção e tradução de Francisco Tavares

4 min de leitura

A máquina de guerra de Zelensky está a ficar sem combustível. Deve-se esperar mais ataques de pânico em breve

 Por Martin Jay

Publicado por  em 30 de Novembro de 2022 (original aqui)

 

                                               Foto: SCF

 

Zelensky acredita que simular um ataque ou criar uma calamidade ambiental irá repetir a história. Mas ele está lamentavelmente mal informado, pois é ignorante.

Quando as luzes se apagarem, a água já não chegar e não houver sequer um pedaço de madeira para manter os ucranianos quentes, Zelensky precisará do Óscar de Sean Penn para obter ajuda.

Quanto tempo resta ao presidente Zelensky antes que o seu apoio político decline, dado que então é do conhecimento geral que ele é frequentemente posto pelas elites ocidentais fora das conversações com a Rússia? Há um certo pânico no interior da camarilha de Zelensky que o está a tornar cada vez mais caprichoso, ao ponto de estar fora de controlo, o que faz com que os observadores se perguntem sobre o que se está a passar nos bastidores.

O ataque no Mar Negro foi uma reacção de pânico. Ele pensava que podia orientar a agenda dos media para “africanos esfomeados” e que o facto de a Rússia se retirar do acordo estabelecido com a Turquia e a ONU apenas afirmaria que são os ucranianos que são os anjos e os russos os demónios. O tiro pela culatra foi enorme quando Putin regressou como também fez uma oferta para fornecer gratuitamente cereais aos países africanos.

Depois houve o incidente com a aterragem do míssil na Polónia, cronometrada precisamente para coincidir com a reunião dos líderes mundiais do G20. Será que alguém, mesmo os inimigos de Putin, acredita que o presidente russo estava por detrás de tal proeza? Claro que Zelensky a organizou. Esta obsessão, a todo o custo, de arrastar o Ocidente para uma guerra total dentro da Ucrânia não conhece limites.

E agora estamos a ver cada vez mais pânico, com as últimas notícias de que a central nuclear que os russos controlam está a ser bombardeada. Só pode haver um objectivo para quem faz o bombardeamento: criar uma precipitação nuclear semelhante à de Chernobyl que as mesmas pessoas que levaram a cabo o bombardeamento acreditam que arrastará a NATO para uma guerra dentro das fronteiras da Ucrânia.

Não se pode realmente culpar Zelensky por pensar desta forma, pois foi precisamente um ataque de bandeira falsa no Verão de 1995 em Sarajevo, supostamente contra muçulmanos num mercado, o que deu a Clinton a confiança para lançar ataques aéreos da NATO contra sérvios bósnios, o que mudou completamente a guerra lá a favor do Ocidente.

Zelensky pensa que simular um ataque ou criar uma calamidade ambiental irá repetir a história. Mas ele está lamentavelmente mal informado, uma vez que é ignorante. Não há nada que possa levar a NATO a uma guerra total com a Rússia. Até o demente presidente dos EUA, Biden, sabe disto e é incrivelmente cuidadoso com o tipo de armamento que envia aos ucranianos para não provocar uma batalha de maior alcance que transborde as fronteiras. O recente anúncio pelo Parlamento Europeu de denunciar a Rússia como patrocinadora do terrorismo de Estado mostra quão pouco desenvolvida e estúpida é, na melhor das hipóteses, uma instituição da UE. Nem mesmo Biden faria tal proeza, uma vez que torna as negociações para a paz ainda mais difíceis mais tarde.

Mas, neste momento, o armamento é a questão que está a fazer Zelensky entrar em pânico. A maioria dos países ocidentais, cerca de 20, que estavam a fornecer enormes quantidades de armamento, estão agora a recuar a um ritmo alarmante à medida que os seus próprios stocks se esgotam, deixando-os com poucos recursos até mesmo para defender os seus próprios países. A América é de longe o maior doador de ajuda militar, mas diminuiu tanto nas últimas semanas que o exército da Ucrânia está a ficar sem Javelins, Stingers e os muito necessários mísseis Howitzer de 155 mm que são realmente a espinha dorsal do exército ucraniano. Especialistas nos EUA estão a falar de anos, não de meses, antes de se poder reabastecer, pois é evidente que a quantidade que estava a ser entregue, com pouca ou nenhuma transparência, era demasiada.

É por esta razão que é pouco provável que os Republicanos na Câmara dos Representantes apoiem o último pacote de ajuda militar de Biden, no valor de 37 mil milhões de dólares. Muitos suspeitam que existe um mercado negro de armas controlado por Zelensky ou pelos seus sequazes e que apenas metade do que os EUA estão a enviar está efetivamente a chegar à Ucrânia.

E mesmo o bom velho dinheiro de que Zelensky precisa para pagar aos funcionários públicos e manter os ministérios e as forças armadas a funcionar – para não mencionar os serviços públicos – também está a ficar muito curto. É difícil não reparar nisto, com ou sem Rishi Sunak, o novo PM britânico que chega a Kiev com uma avultada soma de 50 milhões de libras para doar ao negócio de guerra de Zelensky. Pessoal. são 50 milhões!

Foi uma piada? Foi feito para inspirar os satíricos a colocar bolhas de discurso sobre cada líder, talvez com Sunak a dizer “Eu trouxe 50 milhões de libras” e Zelensky a dizer “Não se preocupem, nós pagamos o almoço”?

De facto, na mesma semana, foi a mulher de Zelensky que deu a última gargalhada. Lyse Doucet da BBC conduziu uma entrevista tão bajuladora com a primeira dama da Ucrânia que mais pareceu um grosseiro acto sexual lésbico do que uma entrevista jornalística. As perguntas de Doucet eram demasiado amáveis e obviamente faziam parte de um plano para reforçar a imagem da mulher de Zelensky, que foi questionada sobre os cortes de energia. Ela respondeu que tinha “perguntado aos ucranianos e eles disseram-lhe que os podiam suportá-los durante pelo menos alguns anos”. Provavelmente a mulher do presidente perguntou a amigos na sua camarilha de bilionários quanto tempo poderiam tolerar ter de usar geradores para as suas mansões altamente muralhadas. Hilariante.

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O autor: Martin Jay é um premiado jornalista britânico baseado em Marrocos, onde é correspondente do The Daily Mail (Reino Unido), que anteriormente relatou a Primavera Árabe para a CNN, bem como para a Euronews. De 2012 a 2019 esteve baseado em Beirute onde trabalhou para uma série de títulos internacionais de media, incluindo BBC, Al Jazeera, RT, DW, bem como reportagens numa base freelance para o britânico Daily Mail, The Sunday Times mais TRT World. A sua carreira levou-o a trabalhar em quase 50 países em África, no Médio Oriente e na Europa para uma série de importantes títulos mediáticos. Viveu e trabalhou em Marrocos, Bélgica, Quénia e Líbano.

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