E o Óscar de “o mais perigoso” vai para… Netanyahu
(Whale project, in Estátua de Sal, 12/06/2024, revisão da Estátua) (Este artigo resulta de um comentário a um texto que publicámos, de Agostinho Lopes, sobre artigos de Pacheco Pereira e de Clara Ferreira Alves (ver aqui). Pela sua atualidade e assertividade de pontos de vista, resolvi dar-lhe destaque. Estátua de Sal, 12/06/2024) Discursos desses, nem merecem que a gente se chateie muito. É só mais um discurso de diabolização de uma única pessoa, como os que já iam sendo lançados contra Putin, muito antes da guerra da Ucrânia. O fosso começou a cavar-se logo, quando Putin tratou de meter na cadeia o magnata Khodorkovski, nas vésperas do sujeito vender a um consórcio americano quase toda a estrutura que hoje é o complexo Gazprom. Foi ai que esta gente viu que, o tempo do entreguismo e do saque sem regras, podia muito bem ter acabado. Que Putin não era uma mera versão sóbria de Ieltsin. Putin continuou com ilusões mas, de caminho, pelo sim pelo não, tratou de rearmar e reorganizar o país. Mas, os discursos de diabolização começaram logo ai, e foram crescendo à medida que Putin dizia não, a muitas das nossas malfeitorias. Foi o caso da invasão criminosa do Iraque, de que Putin foi muito crítico. Foi o caso da tentativa do nosso proxy Saakashvili passar a ferro e fogo as populações da Ossétia e Abecásia. E, se na Líbia fomos deixados com as mãos livres - talvez por Putin saber que a destruição de um país próspero e gigantesco às portas da Europa nos iria causar um monte de sarilhos -, na Síria a cantiga foi outra. Os nossos proxys, Estado Islâmico e Frente Al-Nusra, levaram para assar. E não me venham com a treta de que isto é teoria da conspiração, pois não foi via Rússia que esses trastes compraram todo o material ocidental que exibiam. Quanto aos atentados na Europa, o que é que a morte de uns quantos peões interessa a esta gente? Até deu jeito para outra diabolização. A dos muçulmanos, que sempre nos permite justificar a ação genocida, dos trastes de Israel contra os palestinianos. E mesmo até contra os poucos que são cristãos. Aquilo de que esta gente nos tenta convencer é que, qualquer outro que não fosse um bêbado sem préstimo acharia normal que todos os recursos do país estivessem em mãos ocidentais; ou que gente que os odeia, como os nazis ucranianos, se armasse até aos dentes, entrasse na NATO, que tem nas suas contas a destruição de dois países com recursos, a saber Iraque e Líbia, e até tivesse armas nucleares próprias ou estacionadas por essa “aliança defensiva”. E, já agora, que chacinasse as populações do Leste. Outro, que não Putin, talvez se estivesse nas tintas para a malta civil e usasse pelo menos 500 dos seus aviões para arrasar de uma vez aquilo tudo. Ou talvez já tivesse lançado uma bomba nuclear. Está-se mesmo a ver Biden, ou qualquer outro presidente americano, a aguentar dois anos de guerra no México sem lhes deitar uma batata quente para cima? Por isso, vão lá chamar putinista a, quem os fez mas, qualquer outro fazia igual, ou talvez esta guerra já tivesse acabado por via de uma bomba nuclear bem no centro de Kiev. O caso de Trump é outro. Apenas se limitaria a defender o genocídio em Gaza com mais boçalidade. Não arrisco prognósticos para um segundo mandato da criatura mas, no primeiro, foi o único presidente da história recente dos Estados Unidos que não destruiu um país. Bush teve o Afeganistão e o Iraque, Obama a Líbia e só não teve a Síria porque o mauzão do Putin se meteu onde não era chamado. Trump tentou com o Irão mas, vá-se lá saber porquê, tratou de recolher as unhas. Em que é que ele pode ser mais perigoso, que qualquer outro que sente o cu naquela cadeira, a começar por Biden, enterrado até às tetas em negócios escuros na Ucrânia, venham lá as teorias que vierem? Por mim, dou a pilinha de ouro de mais perigoso do mundo a Netanyahu, por estar às portas da Europa, com o cu sentado em cima de umas 200 ou 300 armas nucleares clandestinas, sendo o profeta de uma religião apocalíptica que acredita na possibilidade de destruição do mundo por meios militares, divinamente comandados por um Deus que é “pessoa varonil de guerra”. E, não tem a pilinha sozinho, mas por ter um povo em Israel e na diáspora que partilha a mesma religião, com tudo o que isso tem de nefasto. E podem-me chamar antissemita.
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