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segunda-feira, 26 de agosto de 2024

 

A vingança de Biden

By estatuadesal on Agosto 24, 2024

(Dmitry Orlov, in SakerLatam, 23/08/2024)


Orlov é hilariante com o seu sarcasmo ácido. Com exceção da decadente elite americana, o riso de Kamala Harris é verdadeira e irresistivelmente contagioso. Putin, sendo um verdadeiro cavalheiro, apesar da tentação, manterá a compostura.



Mantenho o meu velho ditado de que “a América não é uma democracia e não importa quem seja o presidente”. Os Estados Unidos estão a tornar-se decrépitos a um ritmo perfeitamente aceitável (para a maioria global que está farta da sua “hegemonia”). As grandes nações hegemónicas precisam de dois ingredientes para permanecerem hegemónicas: supremacia económica e supremacia militar.

No caso dos Estados Unidos, todos foram forçados a usar o dólar americano no comércio (especialmente no comércio do petróleo), com o qual os Estados Unidos puderam obter enormes lucros simplesmente imprimindo dinheiro, e quem se recusou - como Saddam ou Gaddafi - foi executado. Na realidade, a questão resumia-se a “pague-nos ou iremos matá-lo”. Mas, em que pé está agora essa supremacia?

Vejamos primeiro o poder económico. Se olharmos (muito brevemente) para o orçamento federal dos EUA, veremos que um terço dele foi elaborado com base em  empréstimos, e quando o revi há alguns meses, os EUA estavam a ser forçados a continuar a contrair empréstimos de um bilião de dólares a cada três meses; Esse tipo de situação, geralmente, não pode durar muito.

Entretanto, espera-se que uma reunião dos BRICS em Kazan, em Outubro, elabore um plano para substituir o dólar americano no comércio internacional e, em antecipação desse evento, o ouro atingiu os 2.550 dólares por onça pela primeira vez na história e os investidores internacionais estão a começar a desfazer-se dos títulos do Tesouro dos EUA e estão relutantes em comprar mais. Até agora, 49 países apresentaram a documentação para aderir aos BRICS; Como se pode ver, muito poucos países podem dar-se ao luxo de ficar de fora do comércio internacional quando o dólar desaparecer.

Se retirarmos a capacidade de endividamento do Departamento do Tesouro dos EUA, só sobrará dinheiro suficiente para despesas sociais, nada mais, mas se retirarmos todo o resto, a base tributária será reduzida ao ponto em que deixará de ser capaz de sustentar mesmo os gastos sociais. Que efeito terá isso no bem-estar social de um país cuja cultura leva muito poucas coisas realmente a sério - certamente que não a justiça, a integridade, a virtude ou a verdade -, mas onde o dinheiro é definitivamente uma delas? Foi daí que veio a supremacia económica.

Agora vamos olhar para o poder militar. Os Estados Unidos (e um punhado verdadeiramente patético de aliados) tentaram organizar uma espécie de “Operação Fornecer Blá-blá-blá” para tentar arrancar o controlo do Mar Vermelho e, consequentemente, do Canal de Suez, a Ansarullah, também conhecido como o Movimento Houthi, em homenagem ao venerável Abdul-Malik Badruldeen al-Houthi. Atualmente, apenas os navios chineses e russos podem navegar com segurança através do Portão das Lamentações (também conhecido como Bab el Mandeb) na entrada do Mar Vermelho.

Outras opções de navegação incluem contornar o Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África, ou desafiar a Rota Marítima do Norte da Rússia; um é caro, o outro politicamente desagradável. O resultado desta missão (sobre a qual pouco se sabe ainda agora) é um buraco na cabine de comando de um certo porta-aviões americano causado por um foguete Houthi, (evento após o qual pouco ou nada foi noticiado), tendo o referido porta-aviões recuado lentamente em direção a Norfolk.

Mais recentemente, quando o Irão prometeu retaliação pelo assassinato por Israel do líder político do Hamas e bilionário palestiniano Ismail Haniyeh enquanto este visitava Teerão, uma delegação americana de alto nível voou para Teerão e implorou, muito discretamente aos iranianos, para não atacarem Israel (novamente) porque, como demonstrou o anterior ataque iraniano com mísseis e drones, Israel não pode defender-se sozinha, nem os Estados Unidos o podem fazer a 100%. Porém, os Estados Unidos enviaram um porta-aviões para a região (um dos poucos ainda em serviço), para fazer exatamente o quê? Para realizar missões aéreas eficazes em terra sem reabastecimento aéreo, a distância máxima a partir da costa tem de ser inferior a 300 milhas náuticas; o alcance dos foguetes hipersónicos, que todos, exceto os Estados Unidos e os seus aliados, parecem ter agora e que os Estados Unidos não aprenderam a intercetar, é superior a isso. Um único ataque a um porta-aviões americano vale mais do que mil missões aéreas. Lá se vai a supremacia militar.

Quando um determinado plano político já não funciona (e a supremacia americana, enquanto durou, foi de facto um plano político), os ladrões invadem e saqueiam tudo o que resta. Isto era de esperar e foi o que aconteceu: o ladrão Biden e o ladrão Zelensky, unha com carne, organizaram em equipa um evento para saquear tanto os Estados Unidos como a União Europeia, despejando mais de cem mil milhões de dólares nas mãos dos corruptos de uma nação que era a antiga Ucrânia. Tudo estava a correr bem, com Biden desempenhando o papel de um velho e sábio “capo” de um clã da máfia, enquanto os seus malvados capangas estavam encarregados do saque real do tesouro.

Mas surgiu um pequeno problema: Biden tornou-se tão senil que já não entendia que estava senil, e isto tornou-se dolorosamente óbvio para todos os que o viram debater com Trump. Algo tinha que ser feito e três outros mafiosos (Pelosi, Schumer e Obama) conspiraram para substituir Biden. Mas por quem? Os três mafiosos queriam compilar uma pequena lista de candidatos e depois realizar uma eleição simulada na convenção democrata para “eleger” um vencedor predeterminado.

Biden conseguiu frustrar esse plano ao.apoiar Kamala Harris, uma indigitada de perfil diversificado (negra e provavelmente mulher, embora sem filhos e sabe-se lá o que se passa com as “mulheres” americanas hoje em dia) que, ou é atrasada mental ou está permanentemente bêbeda ou ambas as coisas. A pobre Kamala parece ter três modos: bêbeda e feliz de manhã (risos), bêbeda no trabalho durante o dia e a tentar parecer sóbria mas sem sentido, e bêbeda e irritável e pronta a desmaiar à noite. Se esta descrição também se aplicar à tua namorada, então parabéns: és um falhado!

Pelosi, Schumer e Obama – o trio de gangsters – lutaram contra esta opção enquanto puderam, mas no final tiveram de dar o seu consentimento relutantemente à candidatura de Kamala. Ela, definitivamente, não é a escolha de ninguém, exceto de Biden... e de Putin. Desta é que você não estava à espera, não é? Saúde!

Veja bem. Quando perguntaram a Putin quem é que ele queria ver como presidente dos Estados Unidos, ele disse “Joe Biden”. Biden, disse Putin, é um político experiente e previsível. Com Trump, por outro lado, poderá haver surpresas devido à sua natureza tempestuosa e imprevisível e ao seu estatuto de político amador.

Biden nunca tentaria algo tão insensato como tentar tornar a América grande novamente. Biden e os seus lacaios maléficos estão lá apenas para se apropriarem indevidamente do que resta da América e isso é ótimo para Putin.

Agora que Biden já não está disponível, Kamala é clara escolha favorita de Putin, que assegurará a continuidade: os mesmos lacaios maléficos continuarão a pilhagem, permitindo a Putin dedicar a sua atenção a atividades mais interessantes do que adivinhar que estúpido golpe publicitário Trump poderá tentar fazer a seguir (uma vez que os golpes publicitários são tudo o que ele entende).

A propósito, uma tentativa russa de pronunciar “Kamala Harris” resulta em “Kambala Kharius” e traduz-se por “salmão linguado”, duas espécies de peixe, ambas bastante saborosas. Mas quem é que quereria um linguado ou um salmão como presidente? Cheira a peixe...

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