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segunda-feira, 7 de julho de 2025

 

A Ucrânia a colapsar

By estatuadesal on Julho 4, 2025

(Estátua de Sal, 04/07/2025)


Não há coincidências, acha a Estátua. Consumidora dos canais televisivos de notícias sempre que está acordada e vigilante, a Estátua tem vindo a notar um certo realinhamento opinativo na CNN sobre as guerras na Ucrânia e em Gaza

Para começar o general Isidro - que devia ter um beliche para pernoitar nos estúdios da estação -, nunca mais apareceu e deixou de nos vender banha da cobra, desde o dia em que publicamente se assumiu como protocandidato à Presidência da República, não desdenhando nessa condição o apoio do Chega. Boa viagem, avança ó Isidro, que tens todo o meu apoio! Se é para roubar votos ao Almirante, a Estátua até te publica aqui um cartaz de propaganda, quando chegar a campanha eleitoral... 🙂

Desse modo, as manhãs e inícios de tarde, como hoje, ficaram muito mais apelativos. Começou por intervir o Major-general Agostinho Costa e seguiu-se o Major-general Carlos Branco, o que também é inédito: nunca opinavam os dois em sequência e a solo, não estando sujeitos ao contraditório da Soller, da Ferro Gouveia ou do Serronha e quejandos.

Já estou a imaginar os comentários dos direitolas e dos belicistas da bandeirinha azul e amarela, a vomitarem raiva por entredentes: "A CNN transformou-se num antro de putinistas!" 🙂

Meus caros direitolas, nada disso. Business is business e a CNN, que deve saber mais do que aquilo que nos mostra, provavelmente só está a antecipar a mudança do vento. Trump retirou uma parte importante do apoio à Ucrânia, sobretudo em termos de defesa aérea, e os mísseis e drones russos penetram cada vez incólumes no território ucraniano. Agostinho Costa, no vídeo abaixo, explica tudo.

Trump quer uma solução política para o conflito e quer que Zelensky se sente - não à mesa das negociações mas num banquinho das negociações para não fazer muitas exigências - ou então que se afaste e convoque novas eleições que, constitucionalmente, já há muito deviam ter ocorrido.

Sem o apoio dos EUA a Ucrânia irá colapsar num prazo breve, e essa é a força de Trump para impor uma solução política.

Tempos estranhos estes, em que a paz se faz pela força das ameaças, e pela retirada das armas aos contendores e não pela razoabilidade dos argumentos. Seja na Ucrânia, seja em Gaza, a técnica de pressão de Trump sobre os belicistas ocidentais é idêntica.

A ser bem-sucedido num caso e noutro, por ironia do destino, Trump caminhará a passos largos em direção ao Nobel da Paz. Obterá o galardão pelo seu amor à humanidade a transbordar do seu vulto imponente de grande estadista? Não. Será apenas porque, para ele, business is business as usual.

Mas que querem vocês? Nestes percursos labirínticos para a paz, como em muitos outros percursos, atenho-me ao antigo provérbio popular, manda quem pode, obedece quem deve.

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