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quarta-feira, 11 de abril de 2018

Rui Rio "disponível" para "tentar fazer aquilo que nunca se fez"

O presidente do PSD, Rui Rio, disse hoje que está "disponível" para "colocar em primeiro lugar o interesse de Portugal e só depois o interesse partidário" e que "abraçou esta missão" para "tentar fazer aquilo que nunca se fez".

Rui Rio "disponível" para "tentar fazer aquilo que nunca se fez"

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Num discurso dividido em duas áreas, a económica e a política, integrado na conferência "Portugal para lá do curto prazo" do congresso da Confederação de Portugal (CIP) que hoje decorre em Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, o líder do PSD frisou a sua "disponibilidade" para servir o país.

"Existe um partido - o maior da oposição, que por acaso é maior do que aquele que atualmente está no Governo em número de deputados - e um líder de oposição que está disponível para colocar em primeiro lugar o interesse de Portugal e, só depois, o interesse partidário. E colocar o interesse de Portugal à frente é justamente estar disponível para fazer com os outros aquilo que só com os outros consegue ser feito", disse Rui Rio.

O presidente dos sociais-democratas começou por dizer que esta "disponibilidade nem sempre acontece", para depois referir: "Isto é só para não exagerar porque acho que nunca acontece".

Já no período de perguntas e respostas, quando questionado sobre essa "disponibilidade" pelo presidente da CIP, António Saraiva, Rui Rio apontou estar na vida política para "tentar fazer aquilo que nunca se fez".

"Tendo chegado à idade que cheguei, disponibilizar-me para esta missão, só tem um sentido: é servir Portugal. Não estou aqui a fazer nada se não for para fazer isso. Se estou aqui é apenas para tentar fazer aquilo que nunca se fez", disse.

Antes, Rui Rio considerou que "não é sustentável continuar com o poder político descredibilizado perante a opinião pública", defendendo que "os partidos se deveriam entender para fazerem um conjunto alargado de reformas".

"Talvez seja uma revolução, mas uma revolução pelas reformas. Se conseguirmos fazer uma série de reformas, no quadro do sistema político e no quadro do sistema judicial, em nome do interesse nacional e não em nome do interesse partidário, penso que Portugal aspirará a conseguir ter a médio de prazo outra vez um contrato de confiança entre os portugueses e o regime", referiu.

Já na fase em que analisava a área económica, o presidente do PSD afirmou que é importante ter sempre presente as razões pelas quais Portugal teve de chamar a 'troika' para que, "em circunstância alguma, isso se repita".

"No presente, o saldo externo é positivo, a dívida externa tem-se reduzido, o sistema financeiro está equilibrado e o crescimento económico é positivo. O que está pior é o valor da dívida pública. A dívida pública cresce sempre. Mas, estes resultados não têm a ver com reformas que estejam a ser feitas. Tem a ver com o poder de arrasto da economia externa, nomeadamente da Europa", referiu, frisando a ideia de que têm de estar "sempre presentes os erros cometidos para que as coisas não voltem a repetir-se".

"Terminada esta conjuntura, Portugal não se preparou. Estes indicadores são filhos de uma conjuntura e não de uma política estrutural. Temos de reduzir a divida pública. É preciso que o país esteja disposto a conseguir alguns acordos estruturais", disse.

Governo tem "obrigação" de reduzir défice, mas sem pôr em causa serviços

O líder do PSD, Rui Rio, defendeu hoje que o Governo tem "obrigação" de reduzir o défice, mas sem por em causa os serviços, nomeadamente os da saúde.

Governo tem "obrigação" de reduzir défice, mas sem pôr em causa serviços

© Filipe Amorim / Global Imagens

Notícias ao Minuto

HÁ 37 MINS POR LUSA

"Efetivamente não tem sido compaginável uma política de saúde com uma política orçamental e o Governo é que tem obrigação de reduzir o défice, mas ao mesmo tempo fazer a gestão da despesa pública de tal forma bem feita que os serviços não sofram as consequências que estão a sofrer", disse Rui Rio, num comentário à situação da unidade pediátrica de oncologia do Hospital de São João, concelho do Porto.

O líder dos sociais-democratas, que falava aos jornalistas à margem do congresso da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) que hoje decorre em Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro, no qual falou na conferência "Portugal para lá do curto prazo", advertiu que "diversos serviços, nomeadamente na saúde, estão a sofrer", o que é "particularmente grave".

Rui Rio revelou também que vai dedicar a próxima semana à saúde: "Vou visitar não só este caso [Hospital de São João], como outros casos", disse.

Esta semana foram noticiadas queixas de pais de crianças com doenças oncológicas sobre a falta de condições de atendimento dos seus filhos em ambulatório e também na unidade do 'Joãozinho', para onde as crianças são encaminhadas quando têm de ser internadas no Centro Hospitalar de São João, concelho do Porto.

Na terça-feira, o presidente do Hospital de São João, no Porto, afirmou mesmo que as condições do atendimento pediátrico são "indignas" e "miseráveis", lamentando que a verba para a construção da nova unidade ainda não tenha sido desbloqueada.

De manhã, também no congresso da CIP, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, garantiu que "há sensibilidade do Governo" para resolver a situação.

Entretanto, o ministro das Finanças, Mário Centeno, que hoje falava aos deputados numa reunião conjunta das comissões parlamentares da Saúde e das Finanças, sobre o setor da saúde, escusou-se a revelar quando será concretizado o investimento da ala pediátrica do Hospital de São João, garantindo apenas que "vai avançar".

Bloco e PCP fazem "muito barulho" mas são quem "suporta este Governo"

A presidente do CDS-PP desvalorizou hoje os avisos do BE ao Governo, defendendo que tanto bloquistas como comunistas fazem "muito barulho", mas acabam por aprovar os documentos estruturantes da governação, como o Programa de Estabilidade (PE).

Bloco e PCP fazem "muito barulho" mas são quem "suporta este Governo"

© Global Imagens

Notícias ao Minuto

HÁ 46 MINS POR LUSA

"O CDS levará [o PE a votos] para que todos tenham as suas posições clarificadas e todos assumam as suas responsabilidades. O PCP e o BE podem fazer muito barulho, mas são eles que suportam este Governo e são, por isso, corresponsáveis com as políticas e com as opções deste Governo", defendeu Assunção Cristas aos jornalistas.

À margem de um encontro com a Associação Portuguesa de Parkinson, a líder centrista sublinhou que, o "Programa de Estabilidade a votos, pela mão do CDS, permitirá mais uma vez retirar esta conclusão".

"Na 'prova dos nove', votam todos em conjunto. Por isso é que as esquerdas encostadas ora encostam, ora desencostam, mas quando é para aprovar o Programa de Estabilidade e Orçamento do Estado, que são os documentos estruturantes da governação, estão todos e estão todos bem unidos", sustentou.

A dirigente do BE Mariana Mortágua disse hoje à TSF que o Bloco de Esquerda irá votar contra a resolução do CDS-PP sobre o Programa de Estabilidade, classificando essa iniciativa como "uma provocação" à atual maioria parlamentar de esquerda.

Depois, em conferência de imprensa no parlamento, Mariana Mortágua avisou que o Governo não pode ir além dos compromissos assumidos com Bruxelas e terá de inscrever até sexta-feira no Programa de Estabilidade a meta de 1% de défice para 2018 acordada no Orçamento.

A deputada e dirigente bloquista advertiu que o Governo criará "instabilidade" na maioria parlamentar de esquerda caso mantenha a intenção de inscrever uma meta de défice de 0,7% no PE.

O PE deverá ser aprovado em Conselho de Ministros na próxima quinta-feira, dando entrada na Assembleia da República na sexta-feira.

"Temos apenas quatro meses de execução do Orçamento do Estado para 2018 e o Governo já está a rever em baixa o compromisso que assumiu com Bruxelas porque tem uma grande margem proveniente de 2017 - uma margem de mais de mil milhões de euros que não foi gasta nem executada em investimento em serviços públicos e em recuperação de rendimentos", sustentou Mariana Mortágua.

Para Mariana Mortágua, sendo impossível alterar a execução orçamental de 2017, "é, no entanto, possível assumir que a margem do ano passado é transposta" para o corrente ano e que "o compromisso alcançado em 2018 se cumpre".

"Caso se volte a ajustar em baixa as metas de 2018, indo novamente além dos compromissos com Bruxelas, se isso se fizer todos os anos, tal significa que todos os anos há um efeito de arrastamento e que várias centenas de milhões de euros são retirados a funções como o investimento em serviços públicos ou em reposição de rendimentos. Assumimos o compromisso de termos um défice de um por cento em 2018", sublinhou a deputada do BE.

"Se falta dinheiro na saúde, se a saúde não é uma prioridade, se o ministro da Saúde diz que todos são Centeno, e, portanto, que o défice está à frente das questões da saúde, então, todos têm de ser responsabilizados, acrescentou.

Uma salganhada chamada TAP

por estatuadesal

(Marco Capitão Ferreira, in Expresso Diário, 11/04/2018)

capitaoferreira

A TAP tem vindo a cancelar voos. Muitos. Como a TAP é uma empresa privada, isso é uma questão entre ela e os seus clientes, com eventual intervenção do regulador para garantir os direitos destes? Ou, como a TAP é uma empresa pública, o bom funcionamento da empresa é uma responsabilidade política do Governo?

Pois, ninguém sabe bem. O Estado é o maior acionista da TAP, com 50%, mas quem lá manda na gestão é o acionista privado que tem 45%, sendo que os restantes 5% estão nas mãos dos trabalhadores.

A oposição, que privatizou a TAP quando pode e como se sabe, fazendo a defesa das virtudes da gestão privada, mudou de ideias, sendo público que “PSD e CDS querem explicações sobre cancelamentos de voos da TAP” o que só se compreende se entenderem que quem manda na empresa é o Estado.

O Governo, ao que parece, afina pela ideia oposta. Só assim se compreende que, em dezembro, se tenha sabido que o “Governo pressiona TAP para manter acordos de empresa e evitar greves”. O dono de uma empresa não a pressiona. Manda.

Verdade seja dita que a maior preocupação do PSD quando foi feita a reversão parcial da privatização da empresa foi se isso não era só para o Governo ter uns lugares de Administração para distribuir, mas esse ponto caiu rapidamente quando o Governo decidiu nomear para lá um alto quadro do ... PSD, Miguel Frasquilho.

Sim, o mesmo Miguel Frasquilho que, enquanto alto quadro do BES e, simultaneamente, deputado da nação e alto dirigente do PSD, recebeu quase 100.000 euros, a partir de contas offshore do próprio BES, diretamente nas contas dos seus familiares (para regularizar, supostamente, dívidas, cujo montante, logo por coincidência, era no montante dos prémios anuais, embora estes fossem variando em valor) sendo que, até hoje, está por demonstrar que essas verbas tenham sido regular e atempadamente declaradas ao Fisco. Até podem ter sido, mas provas que é bom, nem vê-las. Já se tinham esquecido? Pois, é assim que normalmente acontece por cá. Muita indignação, mas só por dois dias.

Voltando à TAP. Cão com dois donos morre de fome, diz o povo. E uma empresa não pode andar ao sabor das conveniências políticas, ora sendo tratada como uma empresa privada ora como empresa pública.

Um e outro modelo de gestão têm vantagens e inconvenientes. Este não modelo de gestão tem os inconvenientes de ambos e, ao que parece, nenhuma das vantagens. A TAP é demasiado importante para viver nesta ambivalência.

O Governo que se decida, ou a empresa é pública ou não é. Mas de uma vez por todas. Escolham lá um modelo de governação. Este não serve a empresa. Não serve o País. Não serve os clientes. E não serve os trabalhadores. Serve, e mal, para o combate político sectário.

Irão alega que ataque a base aérea na Síria, em que morreram iranianos, “não ficará sem resposta”

10/4/2018, 17:54

Pelo menos sete iranianos morreram no ataque à base aérea T-4, na Síria, na segunda-feira. O Irão disse esta terça-feira que este ataque "não ficará sem resposta".

SANA HANDOUT/EPA

Autor
  • Agência Lusa
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Um assessor do Líder Supremo do Irão disse esta terça-feira que “não ficará sem resposta” o ataque aéreo a uma base síria na madrugada de segunda-feira, que terá matado sete iranianos e que é atribuído a Israel. Ali Akbar Velayati falava à chegada à capital síria, segundo a agência estatal iraniana IRNA.

Um ataque com mísseis visou a base aérea T-4, conhecida como Tiyas ou Al-Tifur, localizada no centro da Síria, na madrugada de segunda-feira, fazendo pelo menos 14 mortos, entre os quais soldados sírios e estrangeiros, incluindo pelo menos três iranianos. A agência iraniana Tasnim indicou que foram sete os iranianos mortos no ataque à base, que a Síria e a Rússia, aliada de Damasco como Teerão, atribuíram a Israel.

A Síria considerou que o ataque aéreo israelita foi uma represália ao alegado ataque com armas químicas perpetrado pelas forças do regime no sábado contra a cidade rebelde de Douma, em Ghouta Oriental, arredores de Damasco, que fez pelo menos 40 mortos, enquanto a Rússia precisou que “dois aviões F-15 da Força Aérea de Israel, sem entrar no espaço aéreo sírio, lançaram a partir do território libanês oito mísseis contra o aeroporto de Al Taifur”.

Israel não fez qualquer comentário sobre o ataque, mas o ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, afirmou neste dia que o Estado hebreu não aceitará que Irão se estabeleça na Síria. “Não permitiremos uma fixação iraniana na Síria seja qual for o preço a pagar, não temos outra opção”, declarou Lieberman numa conferência de imprensa na zona ocupada dos montes Golã.

Sem se referir ao ataque à base aérea síria, Lieberman adiantou: “autorizar essa fixação seria aceitar que o Irão nos estrangulasse”. O Irão não reconhece Israel e o Estado hebreu vê Teerão como uma ameaça existencial e denuncia regularmente o seu apoio ao movimento libanês Hezbollah, poderosa milícia xiita que enfrentou numa guerra em 2006.

Em fevereiro, Israel realizou um ataque aéreo a uma base militar síria, tendo acusado o Irão de ter lançado a partir dela um drone que entrou no espaço aéreo israelita. O Irão classificou as acusações de “ridículas”.