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terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
"Tentar apear Mário Centeno é uma jogada política"
Miguel Sousa Tavares abordou, no seu comentário semanal no ‘Jornal da Noite’ na SIC, a polémica que envolve Mário Centeno, António Domingues e a Caixa Geral de Depósitos.
O PSD e o CDS-PP já anunciaram que vão pedir a constituição de uma comissão de inquérito relativamente à Caixa Geral de Depósitos (CGD) e àquele que foi o acordo estabelecido entre o ministro das Finanças e o agora ex-administrador do banco público.
Para Miguel Sousa Tavares é “extraordinário que três dias depois” de os dois partidos da oposição terem anunciado a sua intenção “ainda estejam a definir o objeto da comissão”.
Mas quanto a isto, o comentador é perentório, assegurando que o “objeto é só um que é o de saber se Mário Centeno mentiu ou não”. Porém, como “isso não se pode escrever preto no branco, andam à procura de um objeto e de testemunhas para conseguir algo que soe mais plausível”.
Quanto à inquirição do primeiro-ministro em sede de comissão de inquérito, Sousa Tavares diz que “o mais provável é ele recusar comparecer” e lembra que nem a Constituição da República, nem o Código Penal foram revistos, razão pela qual diz “não perceber com que autoridade os deputados vão pedir acesso às SMS” trocadas entre o ministro das Finanças e António Domingues, pois o direito à privacidade da correspondência continua a existir.
Nesta senda, o comentador atira farpas ao PSD e ao CDS: “Se eles fossem Governo e confrontados com a situação dramática em que deixaram a Caixa e fossem escolher um administrador que achavam ser topo de gama iriam aceitar estas condições? Essa é que é a questão de fundo”.
Ainda sobre Mário Centeno, Sousa Tavares lembra que é o “primeiro ministro das Finanças a conseguir o défice mais baixo em 42 anos de democracia”, razão pela qual considera que “tentar apeá-lo agora é uma jogada política”.
Ovar, 21 de fevereiro de 2017
Álvaro Teixeira
Novas leis de imigração de Trump vão deportar mais do que nunca 1/15
© Reuters Yuri Gripas
O Departamento de Segurança Interna norte-americano divulgou esta terça-feira as novas normas de imigração que deverão pautar a administração de Donald Trump. As autoridades explicaram que o objetivo não é produzir deportações em massa, mas sim tomar medidas mais fortes em relação à imigração ilegal, e que muitas das medidas precisam de tempo para serem implementadas.Com este plano, o número de imigrantes ilegais deportados vai aumentar, segundo a Reuters, que cita funcionários da Segurança Interna, e os migrantes não mexicanos que atravessaram a fronteira ilegalmente poderão ser enviados de volta para o México.
O memorando assinado pelo secretário de Segurança Interna John Kelly é a materialização dos decretos presidenciais de Trump assinados a 25 de janeiro sobre a imigração e o controlo das fronteiras. Trump prometeu divulgar até ao final desta semana o decreto de imigração que irá substituir o que impedia a entrada no país de pessoas com origem em sete países muçulmanos que está atualmente suspenso por decisão judicial.
No novo plano, explicaram os funcionário da Segurança Interna, apesar de todos os imigrantes ilegais poderem ser deportados, a agência vai priorizar a deportação dos indocumentados que representam uma ameaça. Nesta categoria estão incluídos os imigrantes ilegais que foram condenados por algum crime, os que foram acusados de um crime mas ainda não foram a julgamento e os que entraram no país recentemente.
A agência entende o termo "recentemente" como referindo-se aos imigrantes que não consigam provar que estão nos Estados Unidos há mais de dois anos. Anteriormente esta deportação prioritária apenas era aplicada aos imigrantes encontrados perto da fronteira mexicana que estavam no país há menos de 14 dias.
Os serviços de imigração norte-americanos vão poder ainda deter os migrantes que aguardam uma decisão judicial sobre se são deportados ou recebem asilo, mas ainda é necessário rever a legislação para perceber o tempo máximo que um imigrante pode ficar preso, afirmaram as fontes à Reuters.
Os imigrantes que entraram ilegalmente nos Estados Unidos em criança, conhecidos como "dreamers", vão poder manter a proteção de que gozam nos últimos anos. A deportação dos "dreamers" proposta no decreto inicial de Trump foi um dos pontos que mais controvérsia causou.
Estas medidas dependem da aprovação do congresso e outras autoridades norte-americanas e de conversações com outros países, como o México.
O plano pretende, por exemplo, que o número de imigrantes que é deportado antes de ser ouvido pelos serviços de Fronteiras e alfandegas dos Estados Unidos aumente, mas esta medida não pode ser implementada antes de ser publicada no jornal Federal Register.
Ovar, 21 de fevereiro de 2017
Álvaro Teixeira
Uma economia em aceleração
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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
Cavaco Silva, a Maçonaria e o Opus Dei
A opacidade das despesas do Palácio de Belém, durante o consulado de Cavaco Silva, levou Marcelo a pedir uma auditoria cujos resultados, por decoro, não serão públicos, mas ajudarão a limpidez de quem tem para a função outro perfil e pretende da História um julgamento diferente.
Cavaco é um, provinciano, intriguista, dissimulado, vingativo, capaz de trair o seu mais dedicado ministro, Fernando Nogueira, para beneficiar Dias Loureiro, ou de, apesar da alegada seriedade, manter sepulcral silêncio sobre o suborno na compra dos submarinos, por Paulo Portas, a divulgação das dívidas à Segurança Social, de Passos Coelho, então PM, e no escândalo bancário SLN /BPN onde, depois de amealhar uns patacos em ações não cotadas na Bolsa, ele e a filha, viu os amigos afundarem-se na maior dos opróbrios.
Cavaco Silva (ex-PR) |
O silêncio ou desinteresse por privatizações ruinosas, nomeadamente Lusoponte, ANA, Telecomunicações e Energia, revelam desatenção do economista ou displicência do PR.
A revelação, de duvidoso crédito, das audiências semanais com o PM é inédita num PR e suspeita por ter um único alvo. Admitindo que não foi a mera vingança de um espírito mesquinho, é forçoso concluir que foi o desejo de arredondar as várias reformas com os direitos de autor que o levou a editar um livro de encomenda que só não o arruína o seu prestígio porque ninguém perde o que não tem.
A patética acusação da intriga das escutas, nascida na sua casa civil, à máquina do PS, como se Fernando Lima fosse assessor de imprensa do PM e José Manuel Fernandes o comissário político do PS no Público, é um exercício de dissimulação e hipocrisia.
Curioso é o espírito pidesco revelado na co-nomeação do PGR, Pinto Monteiro, depois de recusar os dois primeiros que o PM lhe propôs, e cujos nomes omite. Só delata quem odeia. Diz o ex-PR que julgava que era da Maçonaria e que só o nomeou depois de lhe garantirem que não era, como se a eventual pertença fosse ilegal ou legítima a devassa.
Quem escreveu um dia, no Expresso, um artigo laudatório sobre Escrivá de Balaguer, fascista, diretor espiritual do genocida Francisco Franco e futuro santo, é natural que o fascine o indefetível apoiante da ditadura franquista e a sua criação – Opus Dei.
Quem escreveu um dia, no Expresso, um artigo laudatório sobre Escrivá de Balaguer, fascista, diretor espiritual do genocida Francisco Franco e futuro santo, é natural que o fascine o indefetível apoiante da ditadura franquista e a sua criação – Opus Dei.
Pelo contrário, a maçonaria, que esteve na origem do liberalismo, da República e no combate à ditadura merece-lhe aversão e a discriminação dos seus membros.
Que diferença ética separa o Marquês de Pombal, D. Pedro IV, o general Gomes Freire de Andrade, António José de Almeida, Bernardino Machado, Magalhães Lima, Raul Rego ou António Arnaut de um ex-salazarista que a democracia reciclou!
Ovar 20 de fevereiro de 2017
Álvaro Teixeira
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