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sexta-feira, 10 de novembro de 2017

A palhaçada

A palhaçada

por helenafmatos

O que está a acontecer na Catalunha é uma palhaçada. Se Madrid tivesse contratado um grupo de sabotadores do independentismo catalão não arranjava melhor que este grupo de fartos de viver bem que confundem uma declaração de independência com uma ida às compras.
Agora é Forcadell - a presidente do parlamento catalão - que vem dizer que esta sessão a que presidiu no parlamento catalão e em que declarou a independência da Catalunha afinal não foi a sério

As novas bruxas de salém

ladroes de bicicletas


por rui a.

Numa simples visita, hoje feita, por alguns dos jornais disponíveis on-line, encontramos algumas notícias curiosas de «assédio» sexual. Seguem apenas as mais salientes:

Por hoje é tudo. Amanhã haverá, certamente, mais.

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Atirar barro à muralha

ladroes de bicicletas

Posted: 10 Nov 2017 01:43 AM PST

Deixo-vos o meu artigo no Público de hoje, aproveitando para fazer ligações aos trabalhos aí referidos:
A propósito do recente congresso da organização partidária do sistema mundial com mais membros, o Partido Comunista Chinês (PCC), Jorge Almeida Fernandes garantiu-nos, no Público, que o pensamento de Confúcio “ocupou o vazio deixado pelo marxismo”, mas na página seguinte deste jornal Carlos Gaspar asseverava que “Xi Xiping não tem dúvidas em defender a identidade marxista do PCC” (Público, 24/10/2017). Não é só a sabedoria convencional ocidental a atirar barro à muralha que é a China. No próprio marxismo ocidental, com muito investimento intelectual e político na análise das dinâmicas das formações sociais, as divergências são igualmente significativas.
Por exemplo, o geógrafo David Harvey, um dos mais influentes historiadores do neoliberalismo, considera que as reformas iniciadas por Deng Xiaoping no final dos anos setenta originaram um “neoliberalismo com características chinesas”, ou seja, um Estado autoritário ao serviço de um processo de acumulação capitalista, inserindo firmemente os trabalhadores chineses nos circuitos globais de exploração. Harvey coloca este dirigente chinês ao lado de Thatcher ou de Reagan, todos de alguma forma politicamente responsáveis pelo desencadear da grande e perversa transformação do nosso tempo numa economia política internacional de onde desaparecia o socialismo.
Pelo contrário, Domenico Losurdo leva a sério o socialismo com características chinesas propagado pelo regime. Sem deixar de assinalar a questões do crescimento significativo das desigualdades sociais, as múltiplas questões ambientais ou o problema da corrupção, Losurdo faz o paralelismo entre Deng e Lenine no momento da Nova Política Económica (NEP) dos anos vinte, ambos reconhecendo o papel instrumental dos mercados no processo de desenvolvimento de uma base material mínima para o socialismo, num quadro que não pode deixar de ter elementos de capitalismo de Estado. Retomando algumas das pistas de economista mista da experiência comunista antes e imediatamente depois da fundação da República Popular, Deng teria sido o iniciador de reformas económicas pragmáticas, em contraste com as prescrições neoliberais do Consenso de Washington. Recusando romper simbolicamente com uma experiência maoista, que de resto não pode ser reduzida aos desastres do Grande Salto em Frente e da Revolução Cultural, Deng beneficiou do seu legado positivo, em termos de uma população relativamente saudável e educada, quando comparada com países como a Índia. Mantendo o controlo político nas mãos do PCC, a China pós-maoista teria também assim evitado a “katastroika” russa do final dos anos oitenta em diante, tornando-se um exemplo de desenvolvimento das forças produtivas, num contexto de satisfação das necessidades básicas da grande massa, de redução da pobreza material sem precedentes históricos e de convergência: a China é de longe a principal responsável pela redução recente das desigualdades internacionais, considerada a prazo o mais consequente freio e contrapeso ao imperialismo ocidental num mundo desta forma a caminho de ser genuinamente multipolar.
Em artigo recente, publicado no convencional Journal of Economic Perspectives, o economista sinólogo Barry Naughton, longe do quadro marxista, coloca ainda assim a pergunta: “É a China socialista?”. Por alguns critérios sim, por outros nem por isso. Naughton não deixa de notar como desde as reformas de Deng se deu um crescimento económico extraordinário, acompanhado por um controlo crescente por parte do Estado chinês dos fluxos de rendimentos gerados na economia pública e sobretudo na privada, parte de uma estratégia desenvolvimentista que não prescinde de instrumentos de planificação, beneficiando do controlo público dos activos estratégicos da economia.
Seja como for, e eu obviamente não sei como é, quando Xi Xiping vai a Davos defender a globalização, é possível assinalar que a China se insere estrategicamente neste processo. Assim, escolhe os fluxos a que se abre e a forma como o faz, de resto como qualquer país em ascensão ao longo da história contemporânea. Basta pensar que a China controla os fluxos de capital financeiro, molda os fluxos de investimento produtivo, no quadro de uma estratégia de convergência tecnológica, que de resto foi até há pouco relaxada em relação a direitos de propriedade intelectual, e maximiza os fluxos comerciais em função de vantagens competitivas que vai construindo, graças à mobilização de todos os instrumentos de política de desenvolvimento, incluindo cambial. Num tempo marcado pela financeirização do capitalismo global e pelas suas crises recorrentes, não deixa de ser sintomático que um dos polos de crescimento do sistema mundial tenha evitado até agora estas crises precisamente porque recusou essa forma de globalização, mantendo no essencial um sistema assente naquilo que os economistas neoliberais designam por repressão financeira.
E quem um dia haveria de dizer que por cá uma parte nada irrelevante dos sectores estratégicos nacionais e das elites nacionais que os gerem teriam de responder perante o Partido Comunista Chinês? Por exemplo, é este que, em última instância, controla a electricidade no nosso país, no contexto de uma estratégia de investimento internacional que não está desligada de considerações políticas. Entretanto, é preciso não esquecer que na China a eletricidade e a sua rede são propriedade pública, bem como a ultramoderna ferrovia sempre em expansão (uma rede de alta velocidade superior à do resto do mundo combinada), mais de três quartos da banca ou, já agora, a totalidade da terra, entregue por muito tempo a quem a trabalha ou a quem nela constrói.
No meio de tanta complexidade, será que poderá emergir, como já alguns anunciaram, um Consenso de Pequim? Se este assentar no respeito pela soberania de Estados apostados num desenvolvimento nos seus termos e participando num sistema internacional capaz de acomodar os interesses de sociedades que querem ser “moderadamente prósperas”, seria caso para dizer que se pode e deve aprender com alguns eixos da experiência chinesa. Para os que, como eu, acham que a democracia e as liberdades políticas são também meios e fins do desenvolvimento, é caso para dizer que esta aprendizagem tem limites. Nem papão, nem modelo, portanto.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

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Por que este é o momento mais perigoso para a humanidade?

Estátua de Sal

por estatuadesal

(Leonardo Boff, in Blog LeonardoBoff, 09/11/2017)

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É um dever ético dos cidadãos conscientes, especialmente dos intelectuais, manter a humanidade informada sobre os riscos que pesam sobre ela. A insensatez da razão instrumental-analítica, criou o princípio de auto-destruição. Ela pode por fim a si mesma por muitas formas diferentes com armas químicas, biológicas e termo-nucleares. Elas não constituem uma possibilidade linginqua. São realidades já montadas e prontas para serem atividas pela arrogância e o espírito belicoso e suicidário dos portadores de poder das nações. O prêmio Nobel de Economia Paul Krugman alertou várias vezes que o atual presidente norte-americano é um perigo não somente para os EUA mas para toda a Humanidade. Ele é alguém que possui um ego tão inflado que perdeu o sentido dos limites. Ameaça pulverizar com armas nucleares toda aa Coreia do Norte. Tal intento, se ainda for respondido por aquele pais, poderá significar não apenas o fim de nossa civilização mas também o fim trágico da espécie humana e de grande parte da carga biótica do planeta Terra. Vivemos tempos de Noé. Com uma diferença. Desta vez não há uma Arca de Noé que salve alguns e deixa perecer os demais. Todos poderemos ter o mesmo fim sinistro, frustrando o plano divino da criação. É pela consciência deste risco que publico neste blog o resmo do livro de Michael Rampino, The Global Catasthrofic Risks pelo IHU, um instrumento de grande atualização a nível mundial . O texto apareceu no dia 07 Novembro 2017  no Instituto Humanístic de Unisinos (IHU). Chegou  o momento de pensar, de mudar de comportamento e de rezar ao Deus da vida para que não sejamos surpreendidos por semelhança desgraça. Se um dia assassinamos o Filho de Deus quando se encarnou entre nós (o crime maior da história) não é impossível que o ser humano, inadvertidamente ponha fim à sua existência sobre esse pequeno e belo planeta, nossa Casa Comum: LBoff


A humanidade já esteve a ponto de desaparecer. Foi depois da terrível erupção vulcânica de Toba, na Indonésia, há 75.000 anos. Esta enorme erupção lançou tal quantidade de materiais na atmosfera que causou “efeitos comparáveis aos cenários de inverno nuclear”. “A população humana parece ter passado pelo gargalo da garrafa neste momento; de acordo com algumas estimativas, caiu para cerca de quinhentas fêmeas reprodutoras em uma população mundial de aproximadamente 4.000 indivíduos”, explica Michael Rampino no livro Global Catastrophic Risks (Riscos Catastróficos Globais). “Talvez este tenha sido o pior desastre que já recaiu sobre a espécie humana, pelo menos se a gravidade for medida por quão próximo o resultado esteve do terminal”, destaca.

A reportagem é de Javier Salas, publicada por El País, 06-11-2017.

É mais provável que morramos no fim do mundo que em um ataque terrorista ou em um acidente de avião

Segundo a teoria da catástrofe de Toba, a cinza da erupção bloqueou a entrada de luz solar e as temperaturas caíram rapidamente, tornando as condições de vida extremamente difíceis, o que levou os seres humanos à beira da extinção. Uma espécie hoje decisiva na história da Terra, capaz de deixar marca na escala geológica, e que agora corre o risco de passar pelo gargalo da garrafa de maneira semelhante, já que estamos a apenas dois minutos e meio do apocalipse.

De acordo com o relógio simbólico do fim do mundo, criado pelo Boletim dos Cientistas Atômicos, chegar à meia-noite significa o abismo, e as condições atuais da humanidade nos levaram às 23h57 e 30 segundos. É o ponto mais próximo do cataclismo final, desde que a ex-URSS e os EUAexibiram seu poderio termonuclear em 1953. A instável e atrevida gestão do poder atômico mostrada por Donald Trump, juntamente com as mudanças climáticas, levou este painel de cientistas, que conta com 15 prêmios Nobel, a adiantar o relógio — que em 1991 estava a 17 minutos do juízo final. Antes do relógio ser criado, há 70 anos, ninguém poderia imaginar a humanidade se autodestruindo, e a ideia de que a raça humana poderia desaparecer era tão remota quanto um supervulcão ou um gigantesco meteorito.

Mas vivemos em tempos voláteis, embora não vejamos isso. É mais provável que morramos no fim do mundo, durante o hipotético evento que acaba com a humanidade, do que em um ataque terrorista ou em um acidente de avião. Estamos bem perto, segundo alguns dos acadêmicos dedicados a estudar os riscos existenciais, aqueles que comprometem nossa viabilidade como espécie. Como chegaremos em 2050?

Poucos se dão conta de que a ameaça de um holocausto nuclear é muito maior hoje do que foi durante a maior parte da Guerra Fria

“A maioria das pessoas não está ciente do perigo”, afirma Phil Torres, autor do recém-publicado Moral Bioenhancement and Agential Risks: Good and Bad Outcomes, da Pitchstone (numa tradução livre, Moralidade, Previsão e Prosperidade Humana: Riscos Existenciais). “Poucos se dão conta de que a ameaça de um holocausto nuclear é muito maior hoje do que foi durante a maior parte da Guerra Fria. E o negacionismo climático continua sendo inaceitavelmente generalizado, em especial entre os republicanos nos Estados Unidos”, acrescenta Torres. Para este especialista, um dos maiores desafios é encontrar a maneira de não paralisar a população ao difundir o que disse recentemente Stephen Hawking: que este é o momento mais perigoso da história da humanidade.

De conscientizar sobre os riscos Teresa Ribera entende bastante. É considerada uma das artífices do Acordo de Paris, especialista nas mudanças climáticas, sem dúvida um dos maiores perigos que teremos de combater em 2050. “É particularmente delicada a situação de populações vulneráveis em países em desenvolvimento nos quais a falta de solidariedade internacional e as dificuldades intrínsecas para fazer frente a cenários de mudanças climáticas severas causam deslocamentos e sofrimento e, com isso, instabilidade local e mundial”, observa Ribera, diretora do Instituto para o Desenvolvimento Sustentável e as Relações Internacionais.

Deter as mudanças globais do clima

Ribera projeta dois cenários bem diferentes para 2050. Por um lado, um de mudanças climáticas intensas, sem mais redução de emissões que a da inércia, com mudanças de uso de solo aceleradas e sem estratégias de adaptação: “Estaríamos nos aproximando de um cenário Mad Max: um mundo cheio de conflitos por acesso a recursos básicos, com injustiças e fragilidades que alimentariam populismos e reações violentas. Um mundo no qual a fragilidade dos ecossistemas e a virulência dos impactos das mudanças climáticas dificultariam a segurança alimentar, inundariam zonas baixas densamente povoadas, deixariam fora de serviço a infraestrutura básica de mobilidade, energética ou de fornecimento de água, além de provocar verões de cinco meses, muito mais dias acima de 40ºC e com mínimas não inferiores a 25ºC e incêndios cada vez maiores e virulentos em climas mediterrâneos como o espanhol”.

Stephen Hawking acredita que este é o momento mais perigoso da história da humanidade

Por outro lado, um cenário no qual adotaríamos todas as medidas para conseguir uma economia baixa em carbono: “Não poderíamos escapar de muitos dos efeitos que a inércia do sistema climático nos impõe, mas, sim, evitar os mais graves, as enormes consequências da falta de preparo e uma normalização progressiva para o futuro de nossos netos”. Ribera acredita que nos movemos peto desse segundo cenário, se bem que “é provável que não obtenhamos o melhor em redução de emissões nem com a aplicação das medidas que nos ajudem a estar preparados para os impactos”.

As mudanças climáticas são a maior ameaça para a saúde do século XXI, segundo um relatório da The Lancet e Nações Unidas. Nas grandes cidades do planeta, as inundações severas se duplicarão em 2050 enquanto 4 bilhões de pessoas sofrerão com problemas de acesso a água. Nessa data, dobrará o número de mortes decorrentes do ar poluído em boa parte dos países em desenvolvimento. As populações urbanas expostas aos furacões chegarão a 680 milhões de pessoas. Mais de 1 bilhão de pessoas padecerá com as ondas de calor (em 2015 foram 175 milhões), sendo particularmente letais para crianças pequenas e idosos, que constituirão grande parte da população em alguns países.

Se as tendências atuais persistirem, em 2050 haverá mais quilos de plástico que de peixes no mar. Nesse ano, milhões de pessoas em todo o mundo não poderão ter acesso aos peixes como fonte básica de proteínas; pode ser que em 2048 já não contemos com outros alimentos de origem marinha selvagem, segundo um estudo publicado na Science. No entanto, será preciso aumentar em 70% a disponibilidade de alimentos para satisfazer as demandas dos mais de 9 bilhões de humanos povoando o planeta. A África terá que triplicar sua produção agrícola para poder atender às necessidades de uma população que terá duplicado, enquanto os rendimentos agrícolas cairão 20% em razão dos efeitos do aquecimento. “Nos próximos 50 anos será necessário produzir mais alimentos no planeta que os produzidos nos últimos 400 anos, com a restrição adicional de garantir que os limites planetários cruciais para o meio ambiente não sejam sobrepujados no processo”, resumia The Lancet.

Se não houver intervenção contra as mudanças climáticas nos aproximaríamos de um cenário Mad Max: um mundo cheio de conflitos por acesso a recursos básicos, com injustiças e fragilidades que alimentariam reações violentas

Embora Torres considere que hoje os riscos mais preocupantes sejam decorrentes das mudanças climáticas e um conflito nuclear, acredita que há “uma série de perigos ainda mais sinistros no horizonte”, associados com tecnologias emergentes que poderiam permitir aos terroristas criar novos tipos de patógenos ou construir grandes arsenais de armas, inclusive os derivados de uma superinteligência artificial. Para 2050, este especialista fala do risco de uma pandemia, do aumento de conflitos pelas mudanças climáticas, da perda de biodiversidade mundial –“estamos nas primeiras etapas do sexto evento de extinção maciça em 3,8 bilhões de anos, e a causa é a atividade humana”. “Mas o risco existencial mais preocupante antes de 2050 envolve um ator maligno que usa biologia sintética ou nanotecnologia avançada para infligir dano global à humanidade”, afirma. E acrescenta: “É bastante inquietante imaginar pessoas como Ted Kaczynski [o Unabomber] ou algum combatente apocalíptico do Estado islâmico tendo acesso às tecnologias de amanhã”.

Os teóricos dos riscos existenciais da humanidade falam dos perigos que representam atores decisivos: desde o líder carismático de uma potência atômica a um terrorista global, passando por um erro humano que provoque um desastre inesperado. Sabendo que as decisões dos próximos 50 anos marcarão os próximos 10.000, há um ator que aparece como determinante; Donald Trump. “As políticas climáticas imprudentes de Trump, sua retórica incendiária sobre a Coreia do Norte e o terrorismo islâmicoestão contribuindo para uma situação de segurança global mais precária”, afirma Torres, diretor do Projeto para a Futura Prosperidade Humana. “Nunca estivemos em uma situação como esta. Agora mais que nunca necessitamos de sabedoria e visão de futuro. No entanto, temos Trump no Salão Oval, respaldado por um poderoso partido político que continua ignorando as terríveis advertências dos cientistas”, lamenta.