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terça-feira, 28 de novembro de 2017

TER MEMÓRIA, ESSA COISA DANADA…!

por estatuadesal

(Joaquim Vassalo Abreu, 27/11/2017)

memoria_fosforo

Para quem a tem, é evidente!

Se há coisa que me deixa irritado e me tira mesmo do sério é a hipocrisia da Direita quando algum Governo de Esquerda repõe rendimentos e direitos, ao mesmo tempo que promove e orçamenta o incremento de políticas sociais e as direcciona preferencialmente para os mais necessitados, quando logo vem argumentar ser este Governo irresponsável e um mãos largas que só privilegia as “suas clientelas”.

Esta afirmação poderia ser apelidada de surreal e ofensiva até mas, sendo estas clientelas aqueles que eu foquei, mais os pequenos empresários e comerciantes, as empresas pequenas e médias mais sujeitas às volatilidades dos mercados e aos humores da Banca, ela é uma demonstração tão inequívoca  do seu espírito de classe, que a pergunta que se impõe é: então se estas são as “clientelas” das Esquerdas, quais serão as suas? Complicado, não é? Pois, que lhes resta? O óbvio…

Mas também a de orquestradamente tentarem impor a ideia de que foi ela, com o sacrifício que “pediu” aos Portugueses, que nos livrou da bancarrota! Pediu? Pediu a quem? A mim, a si, à generalidade do Povo? Uma ova! Impôs, foi o que foi. Mas, antes de continuar com o meu raciocínio, faço um pequeno parêntesis para dizer algo acerca desta pretensa bancarrota.

Ponto um: Mas então quem “salvou” os Portugueses dessa pretensa bancarrota? Foi o seu/vosso governo da PAF/Coelho, Portas e quejandos, ou foram mesmo esses tais Portugueses?

Ponto dois: O que é um País? Serão apenas as suas Instituições ou serão essencialmente as suas populações, as suas empresas e o seu Povo em geral?

Ponto três: Quem se salvou então? As pessoas? Nem por sonhos e antes pelo contrário! Uma enormíssima percentagem foi empurrada para o desemprego, para a emigração e para a fome. E os que restaram com empregos, aposentações ou subsídios vários viram os seus proventos e direitos drasticamente diminuídos. E as empresas? Essas foram aos milhares desmanteladas por falências e insolvências em série, provocando desemprego em massa e um rasto de responsabilidades na Banca que, depois, todos fomos, mais uma vez, “chamados” a pagar.

Ponto quatro: E a Economia? Salvaram-na também? Não: descambou para o desastre, para a recessão e para a estagnação. Salva por quem? Pelo Povo, através dos tais sacrifícios a que foram “chamados” a fazer. Mas quem deveria ser suposto ser salvo? Sim, dessa tal pretensa bancarrota? Não seria o Povo? Esse Povo que na realidade é a Nação? Não: Foram os Bancos, que esses sim estavam “bancos rotos”, os causadores disto tudo, que foram salvos!

E os seus gestores, os seus administradores e seus inúmeros capangas que, esses sim, nunca foram chamados a nada (nem sequer a devolverem os chorudos prémios que por má gestão receberam) e nunca viram ou souberam o que era esse tal “sacrifício”. Estes mais aqueles da PT que também não foram “chamados” a devolver os indecorosos prémios que aos milhões indevidamente receberam para mandarem uma empresa de topo e de âmbito nacional para mãos abutres . Mas os seus trabalhadores, os da PT e os Bancários, esses sabem bem o que são e sabem que também há anos que têm as suas carreiras congeladas. Também eles…A hipocrisia da Direita não tem limites! Mas a sua memória é muito curta…

Acerca deste assunto estamos então falados, tanto mais que se querem referir como “salvamento” o empréstimo da Troika (FMI, FEE e BCE), destinado à substituição de obrigações de empréstimos ora vincendos, que já todos sabiam (eu sabia) se concentravam numa elevada percentagem nesses anos terríficos da crise financeira mundial, e não para pagar responsabilidades internas (salários etc) como para aí ainda propalam, pois para isso tínhamos, como temos, as receitas correntes da colheita de impostos e outras, pois esse apoio já estava negociado.

É verdade que em plena crise financeira mundial, por escassez de crédito e pelo seu exacerbado e crescente custo, a que se acrescenta o seu rateio, perdemos o acesso aos mercados de dívida, para a substituir e não propriamente para a acrescentar (e esse é outro mito), tanto mais que as Instituições de crédito Portuguesas (Banca, em suma) também viram esse acesso restringido. E a Irlanda, que também foi obrigada a socorrer-se desse instrumento, também estava em pré bancarrota?

Pois é, mas seguindo, a única conclusão que posso daqui tirar é que eles, a Direita, fizeram todo o oposto daquilo que tinham prometido fazer, mentindo antes e mentindo depois, na campanha eleitoral de 2011, após o chumbo do tal PEC IV, que garantia esses tais financiamentos e que, ao contrário do que eles prometiam, trazia efectivamente alguma austeridade (os tempos eram o que eram…), mas que eles chumbaram com a vénia e favor dos restantes Partidos de Esquerda (PCP e BE), e cuja mancha eu ainda não esqueci, para irem ao “pote” e fazerem o que depois fizeram… é da História! Mas esta memória varreu-se-lhes!

Deixem-se, portanto, de hipocrisias, como essa a que no princípio referi, a do favorecimento de clientelas! Desde logo quando as supostas “clientelas” são os mais desfavorecidos, os trabalhadores, os reformados, os pensionistas, as pequenas empresas, a Educação e o Ensino, a Saúde, a Protecção Social e os Direitos básicos em geral e que no seu reinado foram diminuídos ou mesmo retirados. Pois então que sejam clientelas, pois o são muito bem!

Mas, por mais paradoxal que possa parecer, também poderíamos apelidar de “clientelas” os Bancos em pré bancarrota que eles olvidaram, e esses é que seriam a sua suposta clientela, nem que fosse por exclusão de partes, e estou a referir-me ao Banif, ao Montepio, ao BCP, ao BPI, à CGD (este então de bradar aos céus, pela sua dimensão e responsabilidade), ao Novo Banco (outro caso paradigmático) e etc etc. Salvaram? Não, deixaram para que os vindouros os salvassem! Quem? Ora quem, o Povo, essa tal “clientela” das Esquerdas! E aqui já não é espírito de classe: é pura incompetência! E falta de memória, mais uma vez.

Quando há dificuldades, e sempre por eles e “suas clientelas” causados (vejam o crédito mal parado de puro favor que por aí inunda), para eles há sempre um alvo que tudo tem que “ser chamado” a pagar: Os de sempre, o Povo trabalhador. Como sempre foi, no tempo dos Reis, do Absolutismo ou do Feudalismo. Mas não havia revoltas? Havia sim senhor. E uma fez agora cem anos!

E, para terminar, quando falam de “despesismo” das Esquerdas, santo Deus, e se fossemos retroceder na História e lembrarmo-nos dos tempos do seu (não nosso!) Cavaco, dos Fundos Comunitários e da sua atribuição, das verbas do Fundo Social Europeu, dos seus Mercedes, Jeeps topo de gama e tractores John Deere com ar condicionado, do fim das pescas e da agricultura em troca de subsídios e rendas para uns quantos…tanta coisa que, sabida, até faz corar…E da famosa corrupção! E das rendas, das PPP´s e de não sei que mais…E disto também perderam a memória!

Como bem dizia o grande ZECA: “ NÃO ME OBRIGUEM VIR PARA A RUA GRITAR”.

Ai se a hipocrisia matasse…


PS: Também não esqueço e sempre recordo, porque a minha falecida esposa Graciete, que também era Professora, foi nisso interveniente, que depois de uma greve de oito dias (e essa custou!), o Cavaco e o seu ministro Roberto Carneiro aumentaram os Professores em quase quarenta por cento (40!).

Ela, e eu por inerência, ficou muito grata, mas nem por isso ficou a gostar mais dele. Afinal quem são os despesistas e quem criou o malfadado “monstro”? Eu ainda vou tendo memória!

Albinen: A aldeia suíça que quer pagar 21.500 euros a quem for para lá viver

Fonte: Jornal de Negócios

Há uma aldeia na suíça que se propõe a pagar 21.500 euros a cada pessoa que decidir ir para lá viver. Mas há requisitos a preencher: ter menos de 45 anos e ficar pelo menos uma década.

Albinen: A aldeia suíça que quer pagar 21.500 euros a quem for para lá viver

Negócios jng@negocios.pt26 de novembro de 2017 às 13:20

A pequena localidade montanhosa de Albinen, na Suíça, conta com apenas 240 residentes. E, para tentar aumentar a sua população, está a pensar em pagar um incentivo a quem decida por lá ficar.

A iniciativa de incentivo a novos habitantes, assinada por 94 pessoas, foi apresentada por um grupo de jovens em Agosto passado e visa pagar até 25.000 francos suíços (21.510 euros, à cotação deste domingo) a cada novo residente, salienta o El País.

O Conselho Municipal aceitou a iniciativa, que será votada no próximo dia 30 de Novembro. Além dos 21.510 euros por adulto, a proposta contempla a atribuição de mais 10.000 francos (8.600 euros) por cada criança.
Mas há requisitos a cumprir, como ter menos de 45 anos de idade, comprometer-se a viver em Albinen durante pelo menos 10 anos e adquirir ou reabilitar uma casa avaliada em pelo menos 200.000 francos (172.000 euros).

Albinen é uma comuna do cantão suíço de Vallais, situada a no Vale do Ródano, a 1.300 metros acima do nível do mar. E empregos na zona não faltam. O presidente da comuna, Beat Jost, sublinhou à agência de notícias suíça ATS que há postos de trabalho em cidades que ficam a menos de meia hora de carro.

Há muitas localidades de montanha que estão a avançar com medidas similares, explicou à ATS o director da Associação Suíça de Regiões de Montanha, Thomas Egger. Em Inden, por exemplo, os residentes recebem descontos em compras, e en Safien o transporte público é gratuito para os jovens, acrescenta o El País.

Segundo o website SwissInfo, citado pela Exame, a pequena localidade de Bourg-Saint-Pierre, igualmente localizada no cantão de Valais, está também a ponderar atribuir incentivos a novos residentes. Neste caso, a proposta passa por financiar até 10% do valor da renovação ou construção de um imóvel e não há limites de idade. Mas os candidatos têm de se comprometer a viver no vilarejo durante pelo menos 20 anos.

Vergonha

Aventar

por J. Norberto Pires

A Mariana Mortágua fez ontem um intervenção no parlamento de muito boa qualidade. Todos os partidos têm uma retórica sobre as rendas das elétricas. O BE fez uma proposta concreta sobre uma taxa sobre as rendas excessivas. Foi aprovada pelo Governo e depois (aparentemente) removida. Maria Mortágua mostrou a sua indignação e foi muito dura com o Primeiro-Ministro.

Como eu, a generalidade dos portugueses registaram 3 coisas:

1) Ninguém, no PS e no Governo, desmentiu a deputada Mariana Mortágua sobre o acordo que ela afirmou ter existido;

2) Ninguém se indignou sobre o efeito que um lobby fortíssimo da EDP teve sobre uma decisão que estava já acordada;

3) O PSD e o CDS também estiveram totalmente calados.

Quando alguém não percebe por que razão as empresas pagam a ex-políticos, que na generalidade nada sabem fazer, para se sentarem em conselhos de administração dessas empresas, pagos a peso de ouro, agora devem perceber. Estão lá para fazerem este trabalho que agora fizeram.

Querida direita: viver de desgraças não chega

Aventar

por João Mendes

Foto: Alberto Frias@Expresso

Depois dos incêndios e dos sucessivos falhanços em torno da tragédia em que se transformaram, depois de Tancos, da legionella e do jantar no Panteão, para não falar nas sanções-fantasma, no hipotético resgate e no Diabo, que está sempre à espreita, e já depois de iniciado o braço-de-ferro com os professores, após outros que opuseram enfermeiros, patrões e o lobby amarelo dos colégios privados, cujos defensores tendem para a defesa radical do estado mínimo, excepto quando chega a hora de pagar os estudos dos filhos da elite, cujo dinheiro está temporariamente indisponível numa aplicação super-honesta e transparente no Panamá, o máximo que a Cristas e o que resta do passismo conseguiram subtrair ao governo minoritário de António Costa foi 1 mísero ponto percentual. Um. Ler mais deste artigo

As palavras são importantes

Ladrões de Bicicletas


ladroes de bicicletas

Posted: 28 Nov 2017 12:43 AM PST

Permitam-me um comentário: tenho estado atento ao debate interno no PSD e não consigo identificar as famigeradas reformas de que tanto falam. Não encontrei, aliás, mais do que vagas proclamações. E percebe-se porquê. O conceito de reforma para a direita é privatizar, liberalizar e desregular. Reforma que é que reforma tem de doer. O que o PSD e a direita política em Portugal não entendem é que para nós reformas têm outro significado. Para nós as reformas são avanços, não são recuos. Não é privatizar, é investir; não é liberalizar, é proteger; não é desregular, é inovar.

Excerto da intervenção final de Pedro Nuno Santos, que vale a pena escutar ou ler, no encerramento do debate sobre o Orçamento de Estado. É por saber que as palavras são importantes que Pedro Santos usa sempre a a expressão solução governativa e jamais usou a palavra geringonça. Um exemplo que muitos dos apoiantes desta fórmula deveriam seguir, já agora.
A palavra reforma é no seu discurso reconduzida ao seu significado histórico social-democrata, resgatando-a da captura neoliberal que a perverteu ao associá-la a técnicas institucionais para transferir recursos e poder de baixo para cima, de resto impulsionadas pela lógica da integração supranacional. O reformismo social-democrata, de base nacional, precisa mesmo da força e da pressão daqueles que querem ir mais longe em defesa dos subalternos.
Agora, só falta o PS ser consistente com um sentido que comporta uma autocrítica ao seu passado e, já agora, a uma parte do seu presente. Por exemplo, na área onde muito do que é importante nas vidas das tais pessoas concretas se decide: o trabalho. Para quando uma reforma laboral que permita superar a pesada herança institucional da troika?