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sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Time after time

por estatuadesal

(João Quadros, in Jornal de Negócios, 15/12/2017)

quadros

João Quadros

A personalidade do ano da Time em 2017 são as pessoas que denunciaram casos de assédio sexual. De uma forma ou de outra, Donald Trump tinha de ser capa. Segundo ouvi dizer, o Presidente dos Estados Unidos, assim que soube desta notícia, foi abrir a Time nas páginas centrais, na vertical, na esperança que uma delas aparecesse seminua. Se eu pudesse escolher a palavra do ano, escolhia "assédio", seguido de "alegado".

No último ano, "descobrimos" que Hollywood é um enorme metro cheio na estação do Chiado. Tudo a apalpar o que pode. É triste descobrir que a meca dos sonhos é povoada pela mesma malta que buzina em Lisboa quando passa por uma jeitosa.

São pessoas com síndrome de Tourette nas mãos, que me desculpem os que o têm. Ser capa da Time não é para todos mas, infelizmente, neste caso, é para quase todas.

Se eu fosse o Trump, podia dizer - "eh, eh, o assédio é capa da Time, devem ter dormido com poucos para conseguir isto!" Ou melhor, "se não fosse eu, o assédio nunca tinha sido capa da Time. Ainda dizem que tenho mão pequeninas." Para nós, todas estas revelações são chocantes. Apesar de termos um Presidente dos afectos - e beijoqueiro, é verdade -, não temos um Presidente dos apalpões.

Todos tivemos desgostos quando soubemos que o nosso actor preferido, ou realizador favorito, era, na verdade, um tipo todo nu com uma gabardina. Não sou dos que acha que a obra seja apagada. Não podemos confundir o artista com a obra. O importante é que se um dia dermos de caras com esse artista que nos desiludiu, em vez de lhe pedirmos um autógrafo, é optar por um pontapé nos testículos. Seguido de um - "Gosto muito do seu trabalho".

A esta hora, a caixa de comentários está cheia de garbosos machos a dizer que o Quadros é feminista. Não sou, tenho defeito de fabrico. Dou por mim a olhar para as fotos das assediadas e a dizer - fazia, não fazia, fazia, fazia, arrrrrrrgggghhh! Quem é que pôs aqui uma fotografia da Teodora Cardoso?! Vocês têm cá uma piada!

O facto de o assédio ser capa da Time é um momento importante. Sinceramente, eu estava à espera que fosse o Centeno. É uma grande vitória e um tema intemporal, pode a revista ficar esquecida num consultório de dentista que continua a ser sempre actual, infelizmente. Relembro que, há vinte e tal anos, a capa da Time foi a fome em África.


TOP-5

Time

1. Raríssimas: Vieira da Silva está "de consciência tranquila" - Sou só eu que acho que o ministro fica com gaguez quando fala da Raríssimas? Se calhar, aquela senhora que estava com ele na conferência de imprensa era a terapeuta da fala.

2. Assédio. Empresas norte-americanas estão a optar por jantares de Natal sem álcool - É tornar a coisa ainda mais insuportável.

3. Parlamento Europeu atribui nome de Mário Soares a sala de reuniões em Bruxelas - Onde os deputados costumam ir fazer a sesta.

4. Isabel dos Santos transferiu 238 milhões poucas horas antes do congelamento de bens - É como aquelas senhoras de idade que sabem que amanhã vai estar de chuva porque lhes dói o sítio onde fracturaram o braço.

5. "Ninguém deve ser membro do Governo contrariado", diz Santos Silva sobre a demissão de Manuel Delgado - Resumindo, "duck face", sim, beicinho, não.

Centeno, o homem do ano 2017

Centeno, o homem do ano 2017

por estatuadesal

(Nicolau Santos, in Expresso Diário, 15/12/2017)

nicolau

Hoje ao cair da noite a agência de notação financeira Fitch vai subir em dois níveis a classificação da dívida portuguesa, retirando-a da categoria de “lixo”, onde se encontrava há seis anos. É a segunda das três maiores agências internacionais a fazê-lo. E em Janeiro será a vez da Moody’s seguir o mesmo caminho, iniciado pela Standard & Poor’s em Setembro quando sem ninguém o prever retirou a dívida portuguesa de “lixo”.

Trata-se de uma extraordinária vitória para Portugal, para o atual Governo e para o ministro das Finanças, Mário Centeno, o último responsável pela estratégia económica que Portugal tem vindo a seguir desde o final de 2015. E é uma extraordinária vitória porque as políticas económicas defendidas por Centeno foram recebidas com enorme cepticismo pela Comissão Europeia, pelo FMI, pelo Eurogrupo e pelos investidores e os mercados. Com efeito, defender que era possível cumprir os compromissos europeus, cortando radicalmente com a estratégia seguida de forma fundamentalista pelo Governo PSD/CDS e defendida pela troika exigiu grande coragem e uma forte convicção de que as coisas podiam ter os mesmos resultados por outras vias, com muito menos dor social.

2016 foi um ano difícil, em que a economia cresceu menos que em 2015. Mas em 2017 sucederam-se os êxitos. Portugal vai registar o défice mais baixo de sempre em democracia e o maior crescimento deste século. As exportações tem mantido um forte aumento, o investimento está de regresso e há crescimento do emprego e redução para lá do previsto no desemprego. O saldo da balança corrente e de capital mantém-se positivo. A recuperação tem-se caracterizado por uma reafectação crescente de recursos para o setor dos bens e serviços transacionáveis – ou seja, estamos perante um crescimento que assenta em bases saudáveis. E está a verificar-se a redução do endividamento público e privado.

Tudo isto originou que o país saísse do Procedimento por Défice Excessivo, onde se encontrava desde 2011 e que em Novembro conseguisse pela primeira vez na sua história emitir dívida a dez anos com uma taxa inferior a 2%. E Mário Centeno vê coroada a sua convicção e os êxitos que tem para apresentar com a eleição em Dezembro para presidente do Eurogrupo, onde os seus pares o receberam na primeira reunião em que participou ainda em Dezembro de 2015 de forma gelada, olhando para o lado e evitando cumprimentá-lo.

Ora por mais voltas que se dê e por mais que se tente denegrir estes resultados eles foram obtidos por um governo socialista, liderado pró António Costa e tendo Mário Centeno como ministro das Finanças. Mesmo que contra vontade, a Comissão, o FMI, o Eurogrupo e o Banco de Portugal tiveram de render-se às evidências. Era possível seguir outra via para reduzir a dívida e o défice sem ser através de brutais aumentos de impostos diretos e cortes draconianos nos salários, pensões e nos apoios sociais do Estado. Ou seja, Centeno ganhou. É claramente, na área económica, o homem do ano de 2017.

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Associação de Vítimas de Pedrógão critica ausência de proatividade do Governo

Para Nádia Piazza, a falta de proatividade também se deve ao facto de o desastre ter acontecido no interior do país.

Por Lusa

Nádia Piazza

Nádia Piazza, presidente da Associação de Apoio às Vítimas de Pedrógão Grande Lusa 42 0 A presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG) considera que não houve proatividade do Governo na prevenção e no combate, assim como no pós-incêndio. Em entrevista à agência Lusa, Nádia Piazza sublinhou que foi "sobretudo por falta de proatividade das entidades públicas" que a associação das vítimas nasceu naquele território afetado pelo grande incêndio de 17 de junho, que causou 66 mortos e mais de 250 feridos. "Mas o que seria de esperar? Se não houve proatividade na prevenção, se não houve proatividade no combate, se não houve proatividade no socorro, porque haveria proatividade quando estaríamos a enterrar os nossos familiares? Não houve", afirmou a presidente da AVIPG. Para Nádia Piazza, a falta de proatividade também se deve ao facto de o desastre ter acontecido no interior do país. "Somos meia dúzia de votos. Meia dúzia de votos não gere grande proatividade. Porque é que depois as coisas se alteraram? Foi porque o resto do país se condoeu. O resto do país também chamou a atenção para isso. Até aqui, éramos terra de esquecidos e ostracizados. Ninguém queria saber de nós -- nós, território", sublinhou. De acordo com Nádia Piazza, as entidades públicas deveriam ter retirado "imediatamente" lições do desastre de Pedrógão Grande, já que "as lições começaram a surgir muito rapidamente". "Só que ficámos à espera. Não houve sensibilização, não houve alterações no terreno e em outubro volta a acontecer tudo de novo", frisou, criticando o facto de se terem ficado os primeiros quatro meses "à espera de relatórios - uma coisa muito típica em Portugal". Com o incêndio de Pedrógão Grande ficou também claro que o país "não está preparado para catástrofes, como se elas não pudessem acontecer, como se em Portugal não houvesse incêndios todos os anos". Nesse sentido, também aí o Governo "foi pouco proativo", disse. Nádia Piazza considerou também que o risco tem de ser avaliado e que as pessoas têm de estar preparadas para este tipo de situações. "É para isso que existem as figuras de emergência, as figuras do desastre e da catástrofe. É para isso que a gente elege as pessoas e essas pessoas nomeiam e elegem e abrem concurso para outros cargos de dirigentes", defendeu. Segundo Nádia Piazza, os planos não são "para ficar na gaveta". Nesse sentido, espera que os dois grandes relatórios produzidos no contexto do incêndio permitam uma mudança "daqui para a frente", para que haja uma aposta de futuro "mais de prevenção do que de combate".

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Sondagem. PS não desce dos 40%, PSD mais longe

POLÍTICA

15.12.2017 às 12h00

Num mês marcado pela aprovação do Orçamento do Estado para 2018 e pela eleição de Mário Centeno no Eurogrupo, os portugueses votam mais no PS mas parece que já sentem saudades de Passos. Conclusões são do barómetro da Eurosondagem para o Expresso e a SIC

MARIANA LIMA CUNHA

No mês em que a esquerda conseguiu aprovar o Orçamento do Estado –mesmo com fortes embates a marcar a reta finalíssima das negociações – e que ficou também marcado pela eleição de Mário Centeno como presidente do Eurogrupo, os portugueses voltam a confiar no PS, que sobe duas décimas nas intenções de voto e continua a não descer dos 40%, como vem acontecendo desde junho. Em sentido contrário, o PSD desce meio ponto – é a maior variação que se regista nas intenções de voto - e fica pelos 27,9%, pelo que se mantém abaixo dos 30%, uma tendência que se mantém desde janeiro.

As conclusões são do barómetro da Eurosondagem para o Expresso e a SIC que foi conduzido entre 6 e 12 de dezembro. Não há tendências de mudança que abranjam toda a esquerda ou toda a direita: se PS e CDU sobem, com percentagens residuais (mais duas décimas para os socialistas e uma para os comunistas), o Bloco de Esquerda desce (também com apenas menos uma décima); e se o PSD desce meio ponto, o CDS consegue crescer três décimas.

Os participantes deste barómetro foram inquiridos já durante a revelação do escândalo Raríssimas e deram a sua opinião depois de um mês que começou com as negociações finais do Orçamento do Estado para 2018. A esquerda acabou por conseguir aprovar o documento, com importantes bandeiras do PCP e BE a serem aprovadas - e com os dois partidos a desentenderem-se sobre quem deveria ficar com os louros por algumas delas, como o fim do corte de 10% no subsídio de desemprego ou o aumento de dois pontos da derrama estadual para as empresas com mais lucros.

No entanto, as negociações acabaram com um travo amargo para a maioria parlamentar: com o PS a mudar o seu sentido de voto em relação à proposta do Bloco para taxar empresas de energias renováveis, os bloquistas acabaram por acusar o Governo de não "honrar" a sua palavra e de ser, como dizia Catarina Martins em entrevista ao Expresso, "permeável" aos grandes interesses económicos. O PS não gostou e Carlos César respondeu, dizendo não aceitar a "superioridade moral" nos seus parceiros. No fim, regista-se, segundo o barómetro da Eurosondagem, uma subida na popularidade de Catarina Martins (uma variação positiva de 1,5%) mas do lado dos comunistas, Jerónimo de Sousa leva um rombo: a sua popularidade cai 1,1 pontos percentuais, sendo o único de todos os líderes partidários que desce.

PASSOS TEM MAIS ENCANTO NA HORA DA DESPEDIDA?

Em terras sociais-democratas, parece que Passos Coelho tem mesmo mais encanto na hora da despedida: o líder cessante do PSD tem direito a uma subida de três pontos, a maior de todas, ficando com um saldo total de 5,9%. Podem ser saudades por antecipação, numa altura em que Rui Rio e Santana Lopes já andam no terreno a disputar a liderança (e em várias trocas de 'bocas', seja por causa das declarações do mandátário de Rio, Morais Sarmento, que disse que se for para "andar à volta" prefere votar em Costa e depois admitiu ter-se expressado mal; seja por causa da marcação dos debates entre os dois candidatos).

A popularidade de Passos, em níveis absolutos, só fica atrás de Assunção Cristas (que tem um saldo total de 7,6%). Este mês, a líder centrista teve um duro embate com o primeiro ministro no Parlamento: Costa criticou os "artigozinhos" que Cristas escreve "na frieza do seu gabinete" e concluiu que a postura da centrista a "desqualifica para qualquer consenso".

No campo da presidência, não há novidades: Marcelo soma e segue, numa tendência que parece inalterável, e regista agora um saldo total de 63%. Já o Governo fica sete décimas menos popular - mesmo que o seu líder, António Costa, mereça mais aprovação dos portugueses, com uma subida de três décimas relativamente ao barómetro de novembro.

Ficha técnica

Estudo de opinião efetuado pela Eurosondagem S.A. para o Expresso e SIC, nos dias 6 A 12 de DEZEMBRO de 2017. Entrevistas telefónicas, realizadas por entrevistadores selecionados e supervisionados. O universo é a população com 18 anos ou mais, residente em Portugal Continental e habitando lares com telefone da rede fixa. A amostra foi estratificada por região: Norte (20,2%) — A.M. do Porto (13,6%); Centro (29,7% — A.M. de Lisboa (26,6%) e Sul (9,9%), num total de 1017 entrevistas validadas. Foram efetuadas 1186 tentativas de entrevistas e 169 (14,2%) não aceitaram colaborar neste estudo. A escolha do lar foi aleatória nas listas telefónicas e o entrevistado, em cada agregado familiar, o elemento que fez anos há menos tempo, e desta forma resultou, em termos de sexo: feminino — 50,8%; masculino — 49,2% e, no que concerne à faixa etária, dos 18 aos 30 anos — 18,1%; dos 31 aos 59 — 50,7%; com 60 anos ou mais — 31,2%. O erro máximo da amostra é de 3,07%, para um grau de probabilidade de 95%. Um exemplar deste estudo de opinião está depositado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

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