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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Espanto

por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 19/12/2017)

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Quando ouço o que se vai dizendo sobre os roubos de crianças por parte dos donos da seita da IURD sinto espanto, não pela forma como essa gente gozou com este país ou pelo desprezo com que muitas almas estão ignorando o assunto, mas porque os acontecimentos não sucederam na Idade Média ou no tempo da outra senhora, mas sim há uma dúzia de anos, já em pleno século XXI.

Os crimes prescreveram e as crianças já cresceram e são adultos, havendo mesmo situações de morte, mas a verdade é que aconteceu quando supostamente o país já era moderno e numa época em que é inaceitável que tal tenha sucedido. Fez bem a Procuradora-Geral da República em querer perceber como tudo sucedeu, note-se que as vedetas do sistema judicial da época ainda por cá andam, o mesmo se podendo dizer das personalidades políticas que costumam operar no “mercado político” da segurança social.

Como é que é possível que muitas crianças cujos interesses são supostamente representados e protegidos pelo Ministério Público envolvidos em processos que envolve tantas almas bondosas foram exportadas com mais facilidade do que se fossem, gado. Por aquilo que tenho ouvido foi bem mais fácil roubar crianças e exportá-las para o RU, EUA e Brasil do que se tivessem roubado uma vitela e a quisessem exportar para os mesmos destinos.

Se alguém roubar uma vitela o roubo é imediatamente investigado, o transporte por estrada obriga à apresentação de documentos, a exportação pressupõe declarações aduaneiras e controlos veterinários, sucedendo o mesmo quando o animal chegar ao país de destino. No caso destas crianças foi tudo fácil, muito mais fácil do que levar um quilo de chouriços.

Não vale a pena tentar passar a ideia de que as leias mudaram , que as instituições são mais eficazes ou que agora há mais sensibilidade, nada mudou assim tanto nos últimos doze anos, a não ser na evolução tecnológica, em tudo o resto a caca e as pessoas que fazem essa caca são as mesmas.

É por isso que é lamentável que as instituições oficiais insistam em assobiar para o ar ou digam que é ao MP que cabe investigar, quando sabemos que nesta data pouco ou nada há a investigar, numa perspetiva de perseguição criminal. Mas há muito a investigar para se perceber se as leis eram insuficientes ou permeáveis, se eram as instituições que não funcionavam, se houve corrupção generalizada ou se os poderes da IURD chegam ao Estado e aos tribunais. Todas as instituições têm a obrigação de dizer aos portugueses como é que tudo foi possível para termos a certeza de que tal não se repete.

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Globalização insustentável

Globalização insustentável

por estatuadesal

(Por Marco Capitão Ferreira, in Expresso Diário, 19/12/2017)

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A globalização do comércio mundial tem trazido um crescimento generalizado da riqueza. Mas esse crescimento tem tido um preço muito alto: mais desigualdade.

Muito mais.

O recente World Inequality Report, elaborado por uma rede de cerca de 100 economistas agregados em torno da Paris School of Economics mostra o que já se intuía, com dados expressivos. Com as limitações que tem – e que são detalhadamente assumidas pelos autores – tem muito que nos ensinar.

Primeiro, a desigualdade mundial tem crescido, mais acentuadamente na América do Norte e na Ásia, de forma mais moderada na Europa e encontra-se cristalizada em níveis muito elevados no Médio Oriente, África e Brasil.

Segundo, o decil mais rico da população controla entre 37% e mais de 60% do total da riqueza, em todo o mundo. São números avassaladores.

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Ninguém acredita, genuinamente, que este estado de coisas possa ser sustentável para sempre.

O descontentamento de uma maioria que, como veremos, inclui as classes média e quase toda a alta, também elas privadas de uma participação equitativa na distribuição de rendimentos, cria um campo fértil para despotismos e populismos perigosos, que já se fazem sentir.

Se o sistema não tiver um mínimo de justiça, mais dia menos dia, cai. E, ensina-nos a história, as mais das vezes com violência e mortes.

Paz e prosperidade são indissociáveis. Pensar que as duas possam andar separadas por muito tempo é de uma inocência a que não nos podemos permitir.

A ganância, contudo, desafia a lógica e o que vemos é que se é verdade que a globalização tirou milhões da pobreza, também é verdade que ela beneficiou desmesuradamente quem já tinha rendimento muito elevados.

Os 50% mais pobres beneficiaram de apenas 12% do crescimento económico, ainda assim menos de metade dos 27% que o 1% mais rico guardou para si. Ganância. Não tem outro nome.

Repare-se, é o grupo entre os 60% e uns elevadíssimos 95% quem menos beneficia. Aquilo a que se pode chamar classe média e alta.

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A resposta a isto? Bom, não vão gostar de ouvir isto (outra vez).

Impostos muito mais progressivos, alinhamento das taxas de impostos dos rendimentos de trabalho e de capital, imposto sucessório (em nome, já agora, também da meritocracia com que muitos gostam de encher a boca) e o fim da permissividade em torno dos chamados paraísos fiscais.

Tudo isto acompanhado, desejavelmente, de políticas públicas fortes na saúde, na educação, na proteção social e outras, que garantam um patamar mínimo de dignidade a quem vive do seu trabalho.

Por este caminho, temo bem, não vamos lá. Um dia, mais cedo do que mais tarde, a panela de pressão terá de rebentar.

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Santana Lopes é fixe

Novo artigo em Aventar


por Francisco Miguel Valada

Com Santana Lopes, há fatos e contatos.

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O estranho caso do descabelado ataque ao carácter do Ministro Vieira da Silva

por estatuadesal

(Por Rodrigo Sousa Castro, in Facebook, 19/12/2017)

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A denúncia das irregularidades na gestão da IPSS “raríssimas” foi um acto louvável, ao principio parecendo claro e assertivo.
A sua evolução para um descabelado ataque ao carácter do ministro Vieira da Silva revela um estratégia de comunicação mais profunda e enviesada.
Vieira da Silva desempenhou até hoje vários cargos políticos entre os quais funções governativas. Em todas teve um desempenho sempre superior á média, sendo por isso reconhecido.
Em momento algum da sua vida desempenhou funções que resultassem em ganhos materiais e se pudessem confundir com acções executadas durante a sua acção governativa ou serem delas resultantes.
Antes de ser nomeado para o presente governo foi vice-presidente da assembleia geral dos sócios da “raríssimas” cargo que desempenhou pro bono.

Ao contrário, dezenas e dezenas de quadros dos três partidos do até agora chamado “arco da governação”, PS, PSD e CDS, em lugar de investirem o tempo e preocupação em acções solidárias, trataram de abichar chorudos “ tachos” em empresas quer públicas quer privadas que não raras vezes foram beneficiadas por acções por eles executadas.

Temos o caso antigo e paradigmático de Ferreira do Amaral na Lusoponte , os casos de ministros do ùltimo governo socialista Jorge Coelho e Luis Amado , e ainda os mais recentes do governo Passos Coelho, como por exemplo Vitor Gaspar e Maria Luis.
O que leva então, os jovens Torquemadas do CDS e PSD a atacarem o caracter de um homem probo, honrado e competente, que honra a classe politica que eles deviam também procurar dignificar ?
O vazio completo de uma estratégia de oposição, que no caso do CDS está comprometida pela acção nefasta e incompetente da sua líder mas que no caso do PSD tem a desculpa da falta de um líder.
Tenhamos pois esperança, que esse líder, seja qual ele for, saiba colocar o PSD num patamar de dignidade do qual nunca devia ter saído.

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Un Tokyo-Paris à 350.000 euros pour E. Philippe et sa délégation

afp , le 19/12/2017 à 19h46
Mis à jour le 19/12/2017 à 19h46

Edouard Philippe reçoit le traditionnel collier de fleurs de bienvennu sur l'île de Tiga dans l'archipel de la Loyauté en Nouvelle Calédonie, le 3 décembre 2017/AFP

Edouard Philippe reçoit le traditionnel collier de fleurs de bienvennu sur l'île de Tiga dans l'archipel de la Loyauté en Nouvelle Calédonie, le 3 décembre 2017 / AFP

Matignon a affrété pour 350.000 euros un avion d'un loueur privé afin de permettre à Edouard Philippe de rentrer plus vite de sa visite en Nouvelle-Calédonie et d'éviter de terminer le voyage dans un avion de l'Etat jugé trop inconfortable, a-t-on appris mardi de source proche du dossier.

Venu en Nouvelle-Calédonie en vol commercial, le Premier ministre débute son voyage retour le 5 décembre dans l'A340 de l'armée de l'air mobilisé pour l'occasion, qui avait emmené une partie de sa délégation à l'aller.

Mais lors de l'escale technique à Tokyo, M. Philippe descend de l'appareil avec sa délégation, dont plusieurs ministres, pour embarquer dans un autre gros porteur, un A340 de luxe avec 100 sièges de type première classe, loué à l'entreprise spécialisée Aero Vision.

Au final, cet avion de location, qui s'est posé le 6 décembre à 07H30 à Orly, aura permis au Premier ministre, dans de meilleures conditions de confort, de gagner deux heures: celui de l'armée s'est posé à 09H30 à Roissy, quasiment à vide.

Sollicité par l'AFP, Matignon a confirmé que "la délégation du Premier ministre, composée de 60 personnes, a fait le vol Tokyo-Paris sur un vol loué pour la somme de 350.000 euros, soit 6.000 euros par personne".

Pourquoi le Premier ministre n'a-t-il pas terminé son vol sur l'A340 de l'armée, qui a redécollé de Tokyo pour Paris après une escale de deux heures?

Premier argument de Matignon: cet avion, assez ancien et sans sièges business, "ne sert pas en temps normal à transporter ni des autorités militaires ni des membres du gouvernement en long courrier et de nuit".

En l'absence de l'A330 présidentiel, il a été utilisé "exceptionnellement" par le Premier ministre entre Nouméa et Tokyo "justement pour faire des économies", plaide-t-on à Matignon.

Autre justification: les deux heures ont permis au Premier ministre de revenir "dans les temps impartis", alors qu'Emmanuel Macron s'apprêtait à décoller pour l'Algérie et qu'un Conseil de Défense était prévu à l'Elysée à 08H00.

Même si la règle souffre de nombreuses exceptions, en l'absence du chef de l'Etat, le Premier ministre doit se trouver en métropole, rappelle Matignon.

"Au total, le coût des vols pour ce déplacement ministériel a coûté 30% moins cher pour l’Etat que le dernier voyage similaire en Nouvelle-Calédonie", celui de Manuel Valls en 2016, a également souligné Matignon.

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