Translate

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Os emails do Benfica e a Comunicação Social prostituída

Novo artigo em Aventar


por Ricardo Ferreira Pinto


Os últimos emails do Benfica que foram revelados mostram uma incrível promiscuidade entre o clube e a Comunicação Social. Nesses emails, podemos ver José Manuel Delgado, «jornalista» de «A Bola», a conspirar com Paulo Gonçalves contra o FC do Porto e a combinar notícias que serão publicadas nos dias seguintes. Outros «jornalistas», como Rui Pedro Braz, Nuno Farinha e tantos outros também aparecem nos emails a desempenhar exactamente o mesmo papel.
A Comunicação Social portuguesa, hoje como há muitos anos, não passa de uma prostituta ao serviço do Benfica.
Notícias sobre os emails? Zero! Zero!
Bem pode o Benfica processar todos aqueles que divulgarem os emails. Processem-me, caralho!
E bem podem clamar também pela protecção da intimidade - estamos a falar de crimes graves e isso sobrepõe-se a tudo o resto. Para quem estiver com ideias, visto que estamos a falar de padres, a confissão não entra na equação.
A quem elogiou Julian Assange, Edward Snowden e os autores dos Panama Papers, entre tantos outros, aconselho uma grande dose de coerência. É enternecedor falar sobre o conteúdo quando estão em causa os outros, mas pôr em causa a origem quando falam de nós.
Pudesse eu queixar-me à ERC!
Infelizmente, após o mandato do cangalheiro, que desempenhou a função com a eficácia própria do epíteto, a ERC está hoje entregue a uma Brigada do Reumático que, para além de ser benfiquista, percebe pouco do assunto.
Quanto ao FC do Porto, responde (em campo) da única forma que pode responder.

Uma reflexão de Natal

por estatuadesal

(João Quadros, in Jornal de Negócios, 22/12/2017)

natal1

(E pronto. Também nós temos que ser politicamente correctos. Não faz mal nenhum, e de vez em quando também tem que ser. E nada melhor que nesta altura do ano. Aqui deixo os meus votos de Bom Natal a todos os que me lêem e que seguem o meu blog e/ou a minha página no Facebook. Votos para que tenham tudo do melhor em 2018, que eu continuarei por aqui, na mesma senda, e na mesma luta. E como não tenho o saco das prendas do Pai Natal, deixo-vos como prenda esta deliciosa crónica do João Quadros. Divirtam-se e sejam felizes.

Estátua de Sal, 22/12/2017)


É Natal e eu gostava de fazer uma crónica que unisse todos os povos do mundo ou que, pelo menos, reduzisse a metade os insultos nos comentários, se bem que, do meu ponto de vista, os insultos são melhor do que palmas. Palmas, qualquer um bate, seja ao que for, inclusive ao discurso do nosso patrão, que não podemos ver à frente. O insulto é algo que sentimos necessidade de fazer. Quer dizer que não ficámos na mesma. Que mexeu connosco. Por isso, agradeço desde já a todos os que, nos comentários online, me têm motivado a continuar a mexer convosco. O Natal é isto, gratidão (e algumas greves).

A ideia era fazer uma crónica politicamente correcta, mas o politicamente correcto, hoje em dia, não tem o mesmo grau de aprovação do politicamente incorrecto. Imaginem que eu fazia uma piada que envolvesse o PM Costa e uma consoada com chamuças. A ausência de graça, e a referência xenófoba, era compensada pelo meu atrevimento e capacidade de ser livre e de rejeitar o politicamente correcto, mesmo sacrificando princípios.

A pergunta que mais vezes me fazem, a seguir a "Quadros, como é que aos 53 anos tens esse corpo escultural?", é "Quais são os limites do humor?" Eu acho que os limites do humor são aquilo que deve ser ultrapassado sem darmos por isso. É uma coisa natural porque não sabíamos que havia limites.

É diferente de fazermos uma piada apenas porque queremos chocar quem tem esses limites. Uma espécie de bimby da piada politicamente incorrecta. Pomos uma lésbica, um gay, um deficiente, um judeu, um forno, um tipo a morrer de fome, uma mãe que perdeu um filho e umas pitadas de pedofilia, e temos material que faz de nós um comediante livre e sem barreiras. Achincalhar as minorias faz de nós homens corajosos.

Ninguém nega a existência de uma espécie de polícia do politicamente correcto das minorias, mas lembro-me que sempre existiu uma do politicamente correcto das maiorias. Sou do tempo em que "sketches" com bichas era na maior, mas um com o Santuário de Fátima dava origem a cancelamento de programa. Apesar de achar que Fátima é uma cena um bocado bicha. É como a Amália e a Madonna. Cá está, uma "piada" que é politicamente incorrecta e que pode ser ainda mais se eu disser que é uma "piada" que dá para os dois lados.

Tenho a certeza de que se Hitler fosse vivo, hoje, seria considerado um tipo politicamente incorrecto e sem papas na língua e escreveria para o Observador, ia à RTP 3, jogava padel com o David Dinis e estava em quase todos os Prós e Contras e a Fátima tratava-o por Doutor Adolfo.

Esta era para ser uma crónica de Natal porque eu gosto muito de vocês, estimados e magníficos leitores, e era suposto ser a minha prenda. Pela vossa cara, vejo que preferiam Mon Chéri, mas o que conta é a intenção. Bom Natal.


TOP-5

Politicamente incorrectos

1. Raríssimas. CDS-PP insiste em questionar Vieira da Silva por escrito - já fizeram com fotos, agora façam com desenhos dos filhos da Cristas.

2. PSP com ordem para fazer revistas surpresa na rua no Natal e Ano Novo - querem descobrir se vão receber meias.

3. Príncipe herdeiro saudita comprou a propriedade mais cara do mundo por 275 milhões - e o mais incrível é que não é em Lisboa.

4. Pela primeira vez em quase oito anos, os mercados financeiros colocaram os juros portugueses abaixo dos italianos - Il diavolo.

5. Cristas reitera exigência de esclarecimentos sobre participação da Santa Casa no Montepio - O CDS está na fase qual Fitch?! Não levantaram a argola da sanita!

NUNCA HOUVE TANTAS BOAS ALMAS

por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 22/12/2017)

caridade

Os pobrezinhos, as crianças, os idosos, os sem-abrigo portugueses estão cheios de sorte, de repente percebemos que neste país há uma boa alma por metro quadrado, gente que vive para ajudar os outros, que cria instituições, que gere os dinheiros do Estado bem melhor do que os gestores que são funcionários.

É uma espécie de paraíso na terra, um mundo de imensa bondade, de gente fina, exemplar, de políticos dedicados. A economia social, ou, como alguns preferem designar, o terceiro setor é uma espécie de antecâmara do Céu, cheio de gente bondosa com lugar cativo no paraíso. Vivem para os outros, empregam-se nas IPSS para servir os outros, inventam IPSS para servirem os outros, uns fazem-no por amor a Deus, ou por impulso cívico.

Quanto a nomes seguem a veia criativa nacional, que sempre arranjou bons nomes para tudo, até para os navios negreiros a nossa criatividade não tinha limites, chamavam-se Amável Donzela, Boa Intenção, Brinquedo dos Meninos, Caridade, Feliz Destino, Feliz Dias a Pobrezinhos, Regeneradora. Nas IPSS até se repetem os nomes, há muitas Mão Amiga, desde o lar de crianças da IURD até uma IPSS de Vila Real de Santo António fundada como o patrocínio de uma deputada do PS, mas sobre a qual o PSD lançou uma OPA.

Os nossos pobrezinhos e todos os que sofrem são uns sortudos, não lhes faltam donativos empresariais, voluntários, políticos disponíveis para cargos não remunerados, especialistas a oferecerem-se para ganhar avenças, gente que dá o seu melhor. Padres, bispos, patriarcas, primeiras-damas, esposas dos donos das televisões, tudo gente voluntária e cheia de amor para dar, com sorte até são servidos por um Presidente que de caminho ainda lhes endireita o nariz do desenho, por estar muito virado para a esquerda.

Portugal não se pode queixar de ser pobre porque, pode ser um dos países mais pobres da Europa, mas não faz mal; com tanta boa alma é certamente o país onde os pobres são mais felizes, até duvido que com tanta mordomia e afeto queiram deixar de ser pobres. O que seriam dos pobres se um dia enriquecessem e deixassem de contar com todo este amor?

Portanto, nesta época natalícia devemos agradecer a toda essa gente bondosa que distribui afetos, atribui subsídios, oferece-se para servir jantares, que todos os dias se metamorfoseia em bondosas e graciosas borboletas, uma espécie de fadas madrinhas que voam sobre a pobreza distribuindo graças, abraços, subsídios e sopas quentes.

Y ahora Rajoy?

Novo artigo em Aventar



Verdadeiramente ninguém terá ganho esta eleição, mas Rajoy perdeu em toda a linha. O Ciudadanos foi o partido mais votado nas eleições da Catalunha, obteve 25,4% dos votos, passando a ser o vencedor com menor votação em termos históricos na Catalunha em eleições autonómicas. Muito previsivelmente Inés Arrimadas nem conseguirá formar governo. Ler mais deste artigo

Jeunesse Global - Luminesce, Reserve