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terça-feira, 16 de janeiro de 2018

PPD-PSD

por João Mendes

Imagem via Daily Cristina

A forma como ele o entoa, como nunca ousa deixar o PSD órfão do PPD, é algo que me fascina. Isso e a insistência em esbarrar-se eleitoralmente. Mas ainda há esperança, caso Rui Rio ganhe as próximas Legislativas e seja chamado para servir em Bruxelas a meio do mandato. E poucas coisas seriam tão belas como ver Marcelo dissolver a Assembleia da República. Karma can be a bitch. O problema é se sai dali outro Sócrates. E outro Passos a seguir.

Tem quase 350 anos e é o sinal de trânsito mais antigo de Lisboa

por admin

A sinalização de trânsito surgiu com o objectivo de ordenar a circulação de viaturas e evitar conflitos nas vias públicas. É frequente assistir-se a conflitos de trânsito devido a situações provocadas por condutores descuidados ou por falta de respeito para com os restantes condutores ou, ainda, por situações provocadas por mau planeamento das dimensões das vias ou ordenamento deficiente do trânsito. Mas não se pense que esta situação é um exclusivo da era moderna do automóvel. Se recuarmos ao tempo das carroças puxadas por cavalos é possível atestar a existência de conflitos entre condutores.

Sinal de Trânsito mais antigo de LisboaSinal de Trânsito mais antigo de Lisboa

Precisamente na rua do Salvador em Alfama já existia um "ponto negro" onde era frequente assistir a "escaramuças" entre condutores de carroças que se cruzavam. Como a via constitui uma rampa estreita os cocheiros que desciam e os que subiam procuravam disputar de forma acesa entre si a prioridade, uma vez que era difícil o cruzamento de duas carroças. Os conflitos muitas vezes conduziam a duelos e lutas. Para colocar uma certa ordem nesta estreita rua o rei D. Pedro II mandou colocar em 1686 uma placa que estabelece a prioridade para as viaturas que sobem em detrimento das que descem. E ainda hoje é possível observar este raro sinal de trânsito escrito em pedra calcária na fachada da parede de um edifício próximo.

Rua do SalvadorSinal de Trânsito (canto inferior esquerdo)

Trata-se do testemunho mais antigo de um sinal de trânsito na cidade de Lisboa. Escusado será dizer que o seu formato é rudimentar e pouco prático uma vez que recorre ao texto escrito para estabelecer uma regra. Uma situação que obriga à paragem do condutor para poder ler e interpretar a mensagem antes de poder avançar. Hoje os sinais de trânsito evoluíram e recorrem a imagens, códigos e formas geométricas para uma rápida e fácil interpretação da mensagem sem necessidade de paragem.

Rua do SalvadorRua do Salvador

Lisboa, séc. XVII. O grande sismo ainda não veio obrigar à "requalificação" forçada da cidade. Pelo emaranhado de ruelas medievais circulam cada vez mais veículos, nesta cidade fervilhante de actividade comercial. Os frente-a-frente entre coches e liteiras são frequentes, e dá muito trabalho ter que recuar - lacaios e até mesmo os amos tentam resolver o assunto de forma diplomática: insultos e pancadaria!!

D. Pedro IID. Pedro II

D. Pedro II reinava, quem manda pode, ordenou que os juízes prendessem todos quantos “disputassem sobre avanço ou recuo de carruagens”. É neste contexto que surge a placa, que hoje se encontra na parede de um prédio na Rua do Salvador e que reza assim:

“ANO DE 1686. SUA MAJESTADE ORDENA QUE OS COCHES, SEGES E LITEIRAS, QUE VIEREM DA PORTARIA DE SÃO SALVADOR, RECUEM PARA A MESMA PARTE”.

Ou seja, que viesse de cima perdia a prioridade em relação a quem subisse. Outras houve, similares, na Calçada de São Vicente, São Tomé, Largo de Sta Luzia... Só esta inscrição em pedra chegou aos nossos dias, mas chegaram a existir vinte e quatro sinais deste tipo, em Lisboa. Mas o Rei não ficou por aqui e completou o seu Código da Estrada com a proibição de os cocheiros, lacaios ou liteiros usarem adagas, bordões ou quaisquer outras armas - e se desobedecessem eram contemplados com cinco anos de degredo na Baía, Pernambuco ou Rio de Janeiro ou, em alternativa, 2000 cruzados de multa.

Rua do SalvadorRua do Salvador

Esta rua, que foi muito importante há quatro séculos, quando ligava as portas do Castelo de São Jorge à Baixa, hoje em dia é uma pequena travessa cheia de prédios arruinados entre a Rua das Escolas Gerais e a Rua de São Tomé. A meio da pequena subida há um edifício fora do alinhamento dos restantes que a estrangula. No tempo de D. Pedro II este estreitamento era causa de muitas discórdias entre quem subia ou descia a rua. Se dois se encontrassem a meio, nenhum queria ceder a passagem uma vez que era tarefa difícil fazer recuar os animais.

Rua do SalvadorRua do Salvador

Foram imensos os trabalhos urbanísticos desenvolvidos no período do reinado de D. Pedro II, tendo o monarca promovido  importantes intervenções em diversas áreas da cidade de Lisboa, como o alargamento e regularização de ruas e largos. Algumas dessas obras de alargamento, de regularização e de calcetamento das principais artérias da Corte, foram iniciadas no último quartel do século XVII, as quais se explicam pela necessidade de melhorar o tráfego urbano e de contribuir para a beleza da capital.

Rua do SalvadorRua do Salvador

As dificuldades de circulação de pessoas e de bens na Corte foram-se agravando com o tempo, provocando mesmo atropelamentos e  motivando frequentes discussões entre os condutores de coches e liteiras, sobretudo nas ruas mais concorridas. A fim de resolver ou minorar alguns desses problemas, a Coroa e o Senado criaram regras de trânsito e afixaram sinais ou placas de sinalização nas ruas mais problemáticas da altura.

E que tal ver menos televisão?

por helenafmatos

Uma senhora apresentada como Grace diz ter sido forçada pelo actor Aziz Ansari a atos sexuais. O relato é um pouco confuso porque a fazer fé neste relato terá havido três tentativas mais ou menos falhadas. Causa espanto que estando ela tão contrariada perante as propostas do Azis não se tenha vindo embora logo à primeira situação. Mas não veio. Ficou. Aconteceu uma segunda tentativa. Aconteceu uma terceira. No fim acabaram a ver Seinfeld. Conclui-se daqui que a pobre não devia ter televisão em casa porque ninguém de seu juízo ficava a aturar contrariada um dislate daqueles só porque sim.
Mas entretanto a alegada Grace deve ter comprado televisão porque decidiu falar depois de ver Ansari a usar, nos Globos de Ouro, o pin de apoio ao movimento #MeToo, de luta contra o assédio sexual. Não tivesse ela visto o Ansari com o pin e ficava muda. Como aliás parece ter ficado durante o encontro com o dito Aziz Ansari porque ela acusa-o de ter ignorado as suas "indicações não-verbais".
Tudo isto é uma palhaçada mas a mim os palhaços sempre me pareceram cruéis.

Chico Fininho

por Bruno Santos

O actor Vítor Norte como Chico Fininho, no filme de Sério Fernandes inspirado no tema de Rui Veloso (de 1979).

Um jovem doutorando da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto publicou, no passado dia 29 de Dezembro, um estranho artigo no jornal Público, sob o título “Queres tomar MDMA? Informa-te”. O título do artigo diz ao que o jovem vem e corresponde ao seu conteúdo. Trata-se de uma subtil apologia do Ecstasy, uma droga dura e sintética que nos anos 90 era presença assídua nas raves e que aparecia quase sempre associada à música tecno.

Diz nesse artigo o jovem doutorando que o MDMA (Ecstasy) é uma das “substâncias” mais procuradas em Portugal e que a informação que circula sobre ela não é muito fidedigna. Mais adianta que se trata de uma “substância psicoactiva” que “provoca efeitos estimulantes, de bem estar e empatia”. Todo o texto evolui neste tom subtilmente apologético, tratando uma das drogas  sintéticas mais duras e perigosas que existem como se fosse uma simples aspirina. Por outro lado, o mesmo jornal publica hoje um outro artigo com um alerta para as dietas ricas em sal, “substância” que, segundo o texto de Andrea Cunha Freitas, pode “comprometer funções cognitivas e neurovasculares” quando consumida em excesso.

E era assim

por helenafmatos