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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Uma Sociedade de Idosos


Uma Sociedade de Idosos

por estatuadesal

(Por Dieter Dillinger, in Facebook, 17/01/2018)

idosos

Voltando ao Hospital Amadora Sintra verifiquei que todos os acamados que vi e nas urgências eram pessoas muito idosas.

O vizinho do meu amigo tem 86 anos e quase não dá conta de si e o da outra cama deve andar por perto.

Efectivamente, no ano passado devem ter falecido umas 112.000 pessoas e terão nascido 87.200. O país terá perdido 24.800 pessoas ou, principalmente, nascituros.

Não é nada que não esteja previsto, sem qualquer estudo demográfico, sociológico ou o quer que seja.

Basta a olhar à nossa volta, ver os idosos familiares e amigos partirem e reparar que só existe classe média com dois cônjuges a serem explorados e nenhum ou um filho.

Por um lado será um mal, mas por outro nega a tese dos milionários e seus representantes políticos da falta de sustentabilidade da Segurança Social.

A esperança de vida atingiu os 81,5 anos em 2017, mas com ela aumenta a mortalidade e até diminui o número de pensionistas, pela simples razão de que não ficamos por cá.

Temos 2,8 milhões de pensionistas que deverão descrescer nos próximos anos e décadas, mesmo vivendo mais. Quanto maior for o volume dos idosos maior será a mortalidade, já que a mortalidade infantil ronda os 3 por mil e durante a maior parte da vida morre-se por acidente e, mesmo assim, já morreram 2.500 pessoas por ano na estrada e agora andam perto das 500. O INEM, os helicópteros de salvamento no mar e transporte de acidentados e doentes, os bombeiros e hospitais salvam muitas vidas por ano.

Para aumentar a natalidade é fundamental isentar das fórmulas que acomodam a sustentabilidade das pensões para baixo a todos os casais que tenham dois ou mais filhos. Com os filhos já estão a garantir a sustentabilidade futura da segurança social.

Por outro lado, as empresas e o Estado devem ser mais amigos das crianças a nascer e proporcionar alguns meios e horários para que os trabalhadores possam cuidar da sua prole.

Se os multimilionários dos gigantes empresariais tipo Pinto Doce, Continente e outros não fazem nada, um dia não terão clientes.

Portugal já só tem uns 10,3 milhões de habitantes e reparem os milionários exploradores que os idosos tendem a gastar muito pouco, excepto medicamentos e cuidados de saúde.

Não será, pois, pela descida das pensões de reforma, como querem os representantes PPD/PP dos milionários, que se encontra a sustentabilidade da segurança social. Ela assegura-se por si, mas à custa do número de habitantes.

O Diabo responde

por José Gabriel

"O PSD deve vender a alma ao diabo para pôr a esquerda na rua" (Manuela Ferreira Leite).
Tendo diligenciado contactos com fontes ligadas ao Diabo, venho esclarecer que o dito não está interessado na compra da alma do PSD. Mais informam esses mediadores que o Mafarrico conta obter de borla esse insignificante bem - tão insignificante que bem difícil é de encontrar.
Finalmente, pede que não o macem mais com tolices, pensando ter deixado bem claro o seu desinteresse por tráficos com tal gente ao ter faltado às repetidas evocações feitas pelo anterior líder laranja.

EXORCISMO

por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 17/01/2018)

ExorcismoCartoon in Blog 77 Colinas

Afinal o Diabo não estava para vir, o mafarrico já cá estava e ainda está, tomou conta do PS. É o Diabo da esquerda ou, para respeitarmos o facto do PSD também ser de esquerda, como insiste Manuela Ferreira Leite, da extrema-esquerda.

Quando todos pensávamos que Rui Rio se candidatou à liderança do PSD para libertar o partido do Diabo do Passos Coelho, somos surpreendidos: afinal as diretas do PSD foram uma luta entre duas visões estratégicas, Passos defendia que o Diabo ainda havia de vir, Rui Rio acha que o Diabo já cá está e encarnou no PS.

Poucas horas de ter ajudado Rui Rio a ganhar as diretas do PSD, Manuela Ferreira Leite veio dizer ao que vinham: entregar a alma ao diabo para libertar o PS da esquerda. Mais clara não podia ser, não era o PSD que estava mal, a generosidade dos militantes do PSD é tanta que o que os motiva é libertar o PS da amaldiçoada esquerda. Um escândalo: onde é que se viu o PS estar nas mãos da esquerda em vez de governar com a direita?

Até o senhor da CIP confirmou o seu empenho neste exorcismo: "precisamos de libertar o PS da esquerda para que se façam as reformas necessárias"; e o homem nem pediu pouco e referiu logo as reformas que exigem dois terços do parlamento, isto é, umas revisões da Constituição.

Digamos que se exorcizarem o PS tirando o Diabo do corpo do António Costa o líder do PS passa a ser uma espécie de António José Seguro, mas um pouco mais escuro.

Talvez não fosse má ideia recordar a Manuela Ferreira Leite e ao senhor da CIP que ainda há quem respeite a palavra, para já não referir a assinatura em acordos parlamentares, ainda por cima acordos que foram celebrados para cumprir as exigências de um Presidente chamado Cavaco Silva. Talvez a Dra. Manuela não se recorde, mas este governo está apoiado por uma maioria consolidada em acordos e princípios exigidos pelo seu amigo Aníbal. Anda por aí quem revogue num dia o que era irrevogável um dia antes, mas quando está em causa gente honestas os acordos são para cumprir.

Já Rui Rio foi um pouco mais abrangente, quer que todo o parlamento conte. Ainda bem, porque o PSD pretendia governar porque a sua minoria parlamentar funcionava como maioria se os deputados do PCP e do BE só fossem considerados em questões secundárias, ou quando os seus votos apenas serviam para votar moções de censura propostas pela direita. Nunca o parlamento foi tão inclusivo como agora, todos os deputados contam e nesta legislatura já vimos por mais de uma vez maiorias parlamentares formadas pelos votos dos deputados da direita e do PCP e BE, como no caso da TSU.

Das vantagens de pagar ao Nogueira & Associados para não falarem de fome à hora do telejornal

por helenafmatos

A APAV, em parceria com a Intercampus, voltou a aplicar em 2017 o inquérito que já tinha realizado em 2012 sobre "Criminalidade e Insegurança", em que questionou os portugueses sobre o "sentimento de segurança" face à zona residencial e aos bens pessoais, sobre o "sentimento de segurança em termos pessoais" e a "experiência pessoal nos últimos 12 meses".

Os dados divulgados esta quarta-feira, que resultam de 600 entrevistas feitas entre 24 de outubro e 11 de novembro a pessoas com 15 ou mais anos, residentes em Portugal continental, indicam "uma tendência para a expressão de um menor sentimento de insegurança por parte da amostra, quando comparados com os resultados obtidos em 2012".

Como uma das explicações para o aumento do sentimento de segurança dos portugueses, Carmen Rasquete [secretária-geral da APAV] apontou o facto de haver "mais paz social neste momento".

A responsável lembrou que em 2012 estava-se "no centro da crise económica" e "existia muito o sentimento de negativismo, de pessimismo quanto ao futuro, não só em questões de criminalidade como em questões pessoais", relacionadas com a "insegurança sobre o futuro e a própria vida".

Ladrões de Bicicletas


A desigualdade, causa e consequência da crise.

Posted: 16 Jan 2018 02:13 PM PST

Discute-se também a desigualdade que sustenta e reproduz o poder dos de cima, mais interessados em discutir a pobreza e alimentar a cultura do assistencialismo do que em falar das leis e instituições estruturantes de um sistema que produz pobreza e doença em grande escala.
Questão central: no discurso dos economistas dos media não entra o conceito de poder e de classes.

Variedades de plutocracia

Posted: 16 Jan 2018 09:07 AM PST

A caracterização da política económica da administração Trump tem motivado muitos debates, alimentados não só pela dificuldade genérica em enquadrar este presidente nas categorias tradicionais da política norte-americana como pelas inconsistências entre o discurso, a prática, as promessas e as concretizações. Neste contexto, a caracterização recentemente sugerida por Nouriel Roubini – Trump como um pluto-populista, ou um plutocrata sob uma capa populista – parece-me sintética e acertada. Tanto nos protagonistas (com a administração com a mais íntima relação de sempre com a super-elite empresarial) como no conteúdo (da desregulação financeira e ambiental à reforma fiscal), a Trumponomics realmente existente tem tido como fio condutor o reforço dos mecanismos de transferência do rendimento de baixo para cima e em particular para os muito ricos, a coberto de um discurso populista.
O populismo de Trump é, claro está, um populismo xenófobo e reaccionário – triádico, na tipologia proposta por John Judis que o João Rodrigues aqui tem trazido: procura mobilizar as classes médias e populares contra a ameaça do ‘outro’ (os imigrantes, os beneficiários de apoios sociais, os outros países) para quem é remetida a culpa pela degradação das condições de vida, em contraste com o populismo diádico progressista, que procura defender as classes populares das elites que as subordinam. Em todo o caso, em matéria de política económica, o populismo triádico de Trump é mais discursivo do que efectivo: apesar do discurso abertamente racista e de algumas medidas pontuais odiosas, Trump não alterou significativamente a política de imigração, por exemplo, tal como não alterou significativamente a orientação da política comercial livre-cambista, aliás largamente favorável aos interesses das empresas norte-americanas. Já a componente plutocrata vai avançando decisivamente: estima-se que 60% dos ganhos proporcionados por esta reforma fiscal serão capturados pelos 1% mais ricos da população norte-americana, agravando simultaneamente a elevada desigualdade e o défice federal.
Mas não é só na versão trumpista que encontramos uma fusão tóxica entre política-espectáculo e distribuição de baixo para cima. Aqui mais perto, e depois de ter conseguido suscitar entusiasmos pouco avisados entre algum centro-esquerda aquando das eleições presidenciais, é Macron quem tem vindo a implementar reformas fiscais e regulatórias que beneficiam sobremaneira os mais ricos e vulnerabilizam os trabalhadores, a despeito de um discurso e imagem pretensamente pós-ideológicos mas mais adequadamente caracterizados como uma perfeita expressão do extremo centro, para usar a expressão de Tariq Ali. Também neste caso, segundo um estudo acabado de publicar, as medidas com impacto sobre o rendimento das famílias que entrarão em vigor em 2018 beneficiarão principalmente os 2% mais ricos.
O viés plutocrático destes dois actores políticos tão distintos em termos de estilo, que segundo certas narrativas constituiriam exemplos paradigmáticos das alternativas políticas com que nos confrontamos, demonstra bem como esta é na realidade uma falsa e insuficiente escolha. Ao mesmo tempo, mostra também a dimensão do recuo histórico das alternativas progressistas e do muito trabalho que estas têm pela frente.

Epílogo?

Posted: 16 Jan 2018 04:47 AM PST

«James M. Buchanan (1919-2013, Nobel da economia em 1986) é nome a reter. Com o alargamento do sufrágio eleitoral nos Estados Unidos, ao longo do século XX, tornaram-se cada vez maiores as forças a pedir mais redistribuição. Era preciso contrariá-las. Buchanan deu das principais armas para convencer os muitos, isto é, também alguns daqueles que perdiam com menos distribuição. A segurança social é um esquema "ponzi", entre gerações, chutou, logo seria necessário acabar com ela. Os burocratas e sindicalistas seguem os seus próprios interesses, argumentou, logo todos ganham em votar contra eles. E por aí fora. Passos, com a ajuda da Troika, vendeu deste peixe e parte grande do povo, embora cada vez menor, foi comprando. E até aqueles que ganharam alguma coisa, enquanto proprietários ou empresários, não sendo os grandes, grandes, terão chegado à mesma conclusão, quando viram que os filhos apanhavam de tabela, nas rendas mais altas, nos ordenados mais baixos, na necessidade de sair para o estrangeiro. O ciclo parece ter chegado ao fim. Rio poderá ter sido mais um prego nessa caixa que se fecha. Terá mente e força?»
Pedro Lains (facebook)