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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

O Diabo responde

por José Gabriel

"O PSD deve vender a alma ao diabo para pôr a esquerda na rua" (Manuela Ferreira Leite).
Tendo diligenciado contactos com fontes ligadas ao Diabo, venho esclarecer que o dito não está interessado na compra da alma do PSD. Mais informam esses mediadores que o Mafarrico conta obter de borla esse insignificante bem - tão insignificante que bem difícil é de encontrar.
Finalmente, pede que não o macem mais com tolices, pensando ter deixado bem claro o seu desinteresse por tráficos com tal gente ao ter faltado às repetidas evocações feitas pelo anterior líder laranja.

EXORCISMO

por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 17/01/2018)

ExorcismoCartoon in Blog 77 Colinas

Afinal o Diabo não estava para vir, o mafarrico já cá estava e ainda está, tomou conta do PS. É o Diabo da esquerda ou, para respeitarmos o facto do PSD também ser de esquerda, como insiste Manuela Ferreira Leite, da extrema-esquerda.

Quando todos pensávamos que Rui Rio se candidatou à liderança do PSD para libertar o partido do Diabo do Passos Coelho, somos surpreendidos: afinal as diretas do PSD foram uma luta entre duas visões estratégicas, Passos defendia que o Diabo ainda havia de vir, Rui Rio acha que o Diabo já cá está e encarnou no PS.

Poucas horas de ter ajudado Rui Rio a ganhar as diretas do PSD, Manuela Ferreira Leite veio dizer ao que vinham: entregar a alma ao diabo para libertar o PS da esquerda. Mais clara não podia ser, não era o PSD que estava mal, a generosidade dos militantes do PSD é tanta que o que os motiva é libertar o PS da amaldiçoada esquerda. Um escândalo: onde é que se viu o PS estar nas mãos da esquerda em vez de governar com a direita?

Até o senhor da CIP confirmou o seu empenho neste exorcismo: "precisamos de libertar o PS da esquerda para que se façam as reformas necessárias"; e o homem nem pediu pouco e referiu logo as reformas que exigem dois terços do parlamento, isto é, umas revisões da Constituição.

Digamos que se exorcizarem o PS tirando o Diabo do corpo do António Costa o líder do PS passa a ser uma espécie de António José Seguro, mas um pouco mais escuro.

Talvez não fosse má ideia recordar a Manuela Ferreira Leite e ao senhor da CIP que ainda há quem respeite a palavra, para já não referir a assinatura em acordos parlamentares, ainda por cima acordos que foram celebrados para cumprir as exigências de um Presidente chamado Cavaco Silva. Talvez a Dra. Manuela não se recorde, mas este governo está apoiado por uma maioria consolidada em acordos e princípios exigidos pelo seu amigo Aníbal. Anda por aí quem revogue num dia o que era irrevogável um dia antes, mas quando está em causa gente honestas os acordos são para cumprir.

Já Rui Rio foi um pouco mais abrangente, quer que todo o parlamento conte. Ainda bem, porque o PSD pretendia governar porque a sua minoria parlamentar funcionava como maioria se os deputados do PCP e do BE só fossem considerados em questões secundárias, ou quando os seus votos apenas serviam para votar moções de censura propostas pela direita. Nunca o parlamento foi tão inclusivo como agora, todos os deputados contam e nesta legislatura já vimos por mais de uma vez maiorias parlamentares formadas pelos votos dos deputados da direita e do PCP e BE, como no caso da TSU.

Das vantagens de pagar ao Nogueira & Associados para não falarem de fome à hora do telejornal

por helenafmatos

A APAV, em parceria com a Intercampus, voltou a aplicar em 2017 o inquérito que já tinha realizado em 2012 sobre "Criminalidade e Insegurança", em que questionou os portugueses sobre o "sentimento de segurança" face à zona residencial e aos bens pessoais, sobre o "sentimento de segurança em termos pessoais" e a "experiência pessoal nos últimos 12 meses".

Os dados divulgados esta quarta-feira, que resultam de 600 entrevistas feitas entre 24 de outubro e 11 de novembro a pessoas com 15 ou mais anos, residentes em Portugal continental, indicam "uma tendência para a expressão de um menor sentimento de insegurança por parte da amostra, quando comparados com os resultados obtidos em 2012".

Como uma das explicações para o aumento do sentimento de segurança dos portugueses, Carmen Rasquete [secretária-geral da APAV] apontou o facto de haver "mais paz social neste momento".

A responsável lembrou que em 2012 estava-se "no centro da crise económica" e "existia muito o sentimento de negativismo, de pessimismo quanto ao futuro, não só em questões de criminalidade como em questões pessoais", relacionadas com a "insegurança sobre o futuro e a própria vida".

Ladrões de Bicicletas


A desigualdade, causa e consequência da crise.

Posted: 16 Jan 2018 02:13 PM PST

Discute-se também a desigualdade que sustenta e reproduz o poder dos de cima, mais interessados em discutir a pobreza e alimentar a cultura do assistencialismo do que em falar das leis e instituições estruturantes de um sistema que produz pobreza e doença em grande escala.
Questão central: no discurso dos economistas dos media não entra o conceito de poder e de classes.

Variedades de plutocracia

Posted: 16 Jan 2018 09:07 AM PST

A caracterização da política económica da administração Trump tem motivado muitos debates, alimentados não só pela dificuldade genérica em enquadrar este presidente nas categorias tradicionais da política norte-americana como pelas inconsistências entre o discurso, a prática, as promessas e as concretizações. Neste contexto, a caracterização recentemente sugerida por Nouriel Roubini – Trump como um pluto-populista, ou um plutocrata sob uma capa populista – parece-me sintética e acertada. Tanto nos protagonistas (com a administração com a mais íntima relação de sempre com a super-elite empresarial) como no conteúdo (da desregulação financeira e ambiental à reforma fiscal), a Trumponomics realmente existente tem tido como fio condutor o reforço dos mecanismos de transferência do rendimento de baixo para cima e em particular para os muito ricos, a coberto de um discurso populista.
O populismo de Trump é, claro está, um populismo xenófobo e reaccionário – triádico, na tipologia proposta por John Judis que o João Rodrigues aqui tem trazido: procura mobilizar as classes médias e populares contra a ameaça do ‘outro’ (os imigrantes, os beneficiários de apoios sociais, os outros países) para quem é remetida a culpa pela degradação das condições de vida, em contraste com o populismo diádico progressista, que procura defender as classes populares das elites que as subordinam. Em todo o caso, em matéria de política económica, o populismo triádico de Trump é mais discursivo do que efectivo: apesar do discurso abertamente racista e de algumas medidas pontuais odiosas, Trump não alterou significativamente a política de imigração, por exemplo, tal como não alterou significativamente a orientação da política comercial livre-cambista, aliás largamente favorável aos interesses das empresas norte-americanas. Já a componente plutocrata vai avançando decisivamente: estima-se que 60% dos ganhos proporcionados por esta reforma fiscal serão capturados pelos 1% mais ricos da população norte-americana, agravando simultaneamente a elevada desigualdade e o défice federal.
Mas não é só na versão trumpista que encontramos uma fusão tóxica entre política-espectáculo e distribuição de baixo para cima. Aqui mais perto, e depois de ter conseguido suscitar entusiasmos pouco avisados entre algum centro-esquerda aquando das eleições presidenciais, é Macron quem tem vindo a implementar reformas fiscais e regulatórias que beneficiam sobremaneira os mais ricos e vulnerabilizam os trabalhadores, a despeito de um discurso e imagem pretensamente pós-ideológicos mas mais adequadamente caracterizados como uma perfeita expressão do extremo centro, para usar a expressão de Tariq Ali. Também neste caso, segundo um estudo acabado de publicar, as medidas com impacto sobre o rendimento das famílias que entrarão em vigor em 2018 beneficiarão principalmente os 2% mais ricos.
O viés plutocrático destes dois actores políticos tão distintos em termos de estilo, que segundo certas narrativas constituiriam exemplos paradigmáticos das alternativas políticas com que nos confrontamos, demonstra bem como esta é na realidade uma falsa e insuficiente escolha. Ao mesmo tempo, mostra também a dimensão do recuo histórico das alternativas progressistas e do muito trabalho que estas têm pela frente.

Epílogo?

Posted: 16 Jan 2018 04:47 AM PST

«James M. Buchanan (1919-2013, Nobel da economia em 1986) é nome a reter. Com o alargamento do sufrágio eleitoral nos Estados Unidos, ao longo do século XX, tornaram-se cada vez maiores as forças a pedir mais redistribuição. Era preciso contrariá-las. Buchanan deu das principais armas para convencer os muitos, isto é, também alguns daqueles que perdiam com menos distribuição. A segurança social é um esquema "ponzi", entre gerações, chutou, logo seria necessário acabar com ela. Os burocratas e sindicalistas seguem os seus próprios interesses, argumentou, logo todos ganham em votar contra eles. E por aí fora. Passos, com a ajuda da Troika, vendeu deste peixe e parte grande do povo, embora cada vez menor, foi comprando. E até aqueles que ganharam alguma coisa, enquanto proprietários ou empresários, não sendo os grandes, grandes, terão chegado à mesma conclusão, quando viram que os filhos apanhavam de tabela, nas rendas mais altas, nos ordenados mais baixos, na necessidade de sair para o estrangeiro. O ciclo parece ter chegado ao fim. Rio poderá ter sido mais um prego nessa caixa que se fecha. Terá mente e força?»
Pedro Lains (facebook)

Monsaraz–Provavelmente a vila mais charmosa de Portugal

Não há palavras para descrever esta pequena vila histórica alentejana que possam exprimir com justiça aquilo que se sente e que se contempla quando se visita este pequeno recanto. Falamos de Monsaraz, aquela que é, provavelmente, a vila mais charmosa de Portugal. E não exageramos: a simplicidade das suas casas caiadas de branco em harmonia com as suas ruas de xisto fazem de Monsaraz um local único em Portugal. Haveria outras vilas que aqui poderiam ser mencionadas. Marvão, por exemplo, que fica a norte de Monsaraz é outro exemplo de charme e encanto. Ou Ponte de Lima, a vila mais antiga de Portugal, que se destaca sobretudo pelo seu carisma e dinamismo. E há ainda o caso especial de Sintra, uma vila única em Portugal, repleta de palácios e palacetes. Mas o charme e o encanto de Monsaraz são únicos e fazem desta vila alentejana um local completamente diferente de outros em Portugal.

património mundialMonsaraz

Monsaraz, a airosa vila medieval de Monsaraz, mantêm a sua magia de outrora como poucos lugares no mundo. Feita de cal e xisto, este lugar sussurra-nos, por entre o eco dos nossos passos nas suas ruas, magníficas histórias de reis audazes, cavaleiros templários, gentes bravas e damas de beleza singela.

Monsaraz

Suspensa no tempo, a histórica povoação alentejana, uma das mais antigas de Portugal, é um destino obrigatório na sua lista de lugares a visitar no Alentejo. Especialmente depois de, em 2017, ter vencido na categoria “Aldeias Monumento” do concurso 7 Maravilhas de Portugal – Aldeias.

O que ver e visitar em Monsaraz?

As muralhas que circundam a vila guardam uma povoação acolhedora, onde a luz acaricia os pitorescos e tradicionais lares das hospitaleiras gentes desta terra. Descobrir Monsaraz é viajar no tempo e desfrutar da História no presente. E há tanto para ver e sentir nesta encantadora máquina do tempo, bem no coração do Alentejo! Como as suas ruas são ancestrais, Monsaraz oferece um espaçoso parque de estacionamento perto das muralhas, para que os seus visitantes possam visitá-la como deve ser: a pé e despreocupadamente.

AlentejoMonsaraz - Guizel

Aprecie o imponente e peculiar cerco muralhado que abraça esta vila-museu do Alentejo, erguido durante as Guerras de Restauração. Esta muralha previa, no seu plano, a construção do Forte de São Bento, originalmente em forma estrelada, os Baluartes de São João e do Castelo e a Ermida de São Bento. Estava igualmente planeada a construção de três torres em Monsaraz: a primeira, no marmelão de São Gens; a segunda, na herdade das Pipas; a última, na herdade de Ceuta.

MonsarazMonsaraz

A cerca muralhada de Monsaraz tem quatro grandes portas por onde pode entrar na vila. A principal, a Porta da Vila, está protegida por dois torreões semicilíndricos e tem, a encimar o seu arco gótico, uma lápide consagrada à Imaculada Conceição, em 1646, por El-Rei D. João IV. A Porta d’Évora, no lado norte da muralha e também de arco gótico, protege-se por um cubelo. As restantes, d’Alcoba e do Buraco, são portas de arco pleno. Virando costas às entradas, a vista sobre os campos do Alentejo é… soberba.

Monsaraz

Monsaraz

Percorra a muralha até ao castelo de Monsaraz. Construído por D. Dinis, no século XIV, está classificado como Monumento Nacional. Por volta de 1830 e após desactivação de funções militares, a antiga praça de armas do castelo passou a servir como uma espécie de praça de touros. Aqui e durante as festas em honra de Nosso Senhor Jesus dos Passos, decorre uma tourada tradicional anualmente, uma tradição secular indispensável para as gentes de Monsaraz.

MonsarazMonsaraz - Joe Price

O castelo de Monsaraz é um ponto turístico único e excepcional em Portugal, pois é um dos mais esplêndidos mirantes sobre o maravilhoso espelho-de-água da Barragem de Alqueva, o maior lago artificial da Europa e uma das maiores obras portuguesas do nosso século. Caminhe devagar até ao Largo D. Nuno Álvares Pereira e entre na deslumbrante Igreja Matriz de Nossa Senhora da Lagoa. Erguida sobre as ruínas de uma igreja gótica, destruída devido à peste negra que assolou a região, este monumento religioso, do século XVI e em xisto regional, é de autoria de Pêro Gomes.

fim de semana românticoMonsaraz

A matriz de estilo renascentista apresenta um belíssimo frontão, decorado por um painel de azulejos e uma Cruz da Ordem de Cristo, em honra de Nossa Senhora da Conceição. No seu interior, estude com atenção e deixe-se encantar pelo túmulo de Gomes Martins Silvestre, cavaleiro templário, primeiro alcaide e povoador de Monsaraz. Construído em mármore de Estremoz, tem esculpido, na sua face frontal, um cortejo fúnebre onde desfilam dezassete figuras.

MonsarazMonsaraz

Também sobre as ruínas do seu antecessor desfeito no terramoto de 1755, está o Pelourinho oitocentista. Em mármore branco de Estremoz, este símbolo da jurisdição e autonomia de Monsaraz está situado mesmo em frente à Igreja Matriz. Já que está no Largo D. Nuno Álvares, aproveite e desfrute da riqueza arquitectónica e histórica dos edifícios aí localizados. A Casa Monsaraz, também conhecida como Novos Paços da Audiência, de finais do século XVII, ostenta o brasão de armas da vila; o Hospital do Espírito Santo e Casa da Misericórdia, que englobam a Igreja da Misericórdia. Esta última construção religiosa do século XVI, de arquitectura sóbria e simples, alberga uma imagem do Senhor Jesus dos Passos, padroeiro da vila.

Monsaraz

Na Travessa da Cadeia encontra os Antigos Paços da Audiência. Estes funcionaram, durante séculos, como sede administrativa e tribunal de Monsaraz. Quando a gestão do concelho passou para Reguengos, este edifício tornou-se na escola primária e, mais tarde, no posto de turismo. Entre e veja o fresco medieval O Bom e o Mau Juiz. Nele, estão representados o Juiz da Terra (o Bom Juiz), que segura uma vara vermelha, e o Juiz de Fora (o Mau Juiz), que segura uma branca.

locais para visitar no Alqueva

Monsaraz

Enquanto o Mau Juiz recebe pagamentos tanto de ricos como de pobres (dinheiro e perdizes, respectivamente), o Bom Juiz apenas recebe a bênção dos anjos que o guardam. A sátira à corrupção da justiça da época é a interpretação mais habitual para este fresco. Contudo, poderá apenas ser um documento ilustrativo da luta dos concelhos para terem os seus próprios juízes, eleito de entre os seus, em vez de juízes de fora, nomeados pela Coroa.

pequenos paraísosMonsaraz

Sinta o sol pôr-se e sob a sua luz rosada, reflectida nas fachadas brancas das casas de Monsaraz, passeie à toa pelas ruas e travessas da vila e contemple a Capela de São José, onde os presos recebiam os ofícios divinos; a Casa da Inquisição, cuja designação não deixa dúvidas; a Casa do Juiz de Fora, doada à Universidade de Évora; a recentemente restaurada Igreja de Santiago. Vá até à antiga Cisterna, que dizem ter sido uma mesquita originalmente. E não perca a oportunidade de conhecer a Capela de São João Baptista, também conhecida por Cuba, devido à sua curiosa forma cúbica de influência mourisca. Descubra as Ermidas de São Bento, São Lázaro, Santa Catarina e São Sebastião, todas tão diferentes, todas tão especiais e únicas.

MonsarazMonsaraz

Agora que a noite o envolve no seu acolhedor manto de estrelas, sente-se à mesa num dos restaurantes de Monsaraz. Saboreie os melhores pratos tradicionais alentejanos, como as migas ou o borrego. Quanto a vinho alentejano, aprecie um bom Reserva Monsaraz com a sua fabulosa refeição, enquanto a vista sobre o Lago do Alqueva completa o seu nirvana sensorial. E não acabe a noite sem admirar o espectáculo de constelações e planetas, que brilham mais intensamente no firmamento de Monsaraz.