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quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Fazem tudo para nos assustar, mas as razões objetivas desmentem-nos!

por estatuadesal

(Por Jorge Rocha, in Blog Ventos Semeados, 17/01/2018)

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Todos os meses a Associação Gandaia da Costa da Caparica organiza, sob a égide do escritor Reinaldo Ribeiro, um debate sobre um ou mais temas da atualidade. No de ontem, e por ser o primeiro do ano, decidiu-se que ele seria de Mesa Aberta, ou seja, disponibilizando-se o espaço de troca de ideias para aquelas que a assistência entendesse como as mais pertinentes.

Vindo a talhe de foice alguns dos temas de recente atualidade - incêndios vs. indicadores económicos, trumpismo, guerra na Síria, aquecimento global, ameaça nuclear - duas atitudes vieram ao de cima: as mais abertamente otimistas e as depressivamente pessimistas.

Não preciso de me alongar muito em que lado de tais posicionamentos me situei: as ideias que professo levam-me a ir mais além do que a célebre fórmula de Gramsci, assumindo-me como otimista na Razão e muito, mas muito, otimista na vontade.

É verdade que os quotidianos telejornais justificam o temor de muitos quanto à nossa aproximação de um inevitável Apocalipse, seja na forma de um inverno nuclear, seja no de uma fome generalizada, seja no de guerras à escala global motivadas por grandes migrações de populações devastadas por inundações, secas e outros efeitos das alterações climáticas.

Essa atitude leva-me a evocar o terror em que Virginia Woolf ou Stefan Zweig terão vivido os seus derradeiros dias antes de se suicidarem, convencidos da inevitabilidade da vitória nazi, que tenderia a dar-lhes o  mesmo destino, que aos de milhões de seus semelhantes, sujeitos por essa altura a encarneirarem-se para os fornos crematórios.

Socorro-me por isso de um trecho do artigo hoje publicado no «Diário de Notícias» por Viriato Soromenho Marques em que este lembra que “as melhores armas desenvolvidas entre 1939 e 1945, com a exceção da bomba atómica, foram produzidas pela Alemanha. Os melhores submarinos, os melhores carros de combate (como o Tiger e o Panther), os primeiros aviões a jato (Heinkel He 178), os primeiros equipamentos de visão noturna, os primeiros mísseis de cruzeiro (V1), os primeiros mísseis balísticos (V2). Contudo, e apesar das suas pioneiras "armas secretas", a Alemanha perdeu a guerra. Os erros políticos e estratégicos na condução da guerra, multiplicando as frentes, subestimando os inimigos e sobrestimando as forças próprias, esmagaram os ganhos da superioridade tecnológica e do talento militar, esgotaram o espaço de manobra que é uma condição indispensável para a vitória.”

É, pois, a própria História a ensinar-nos que, se formos suficientemente inteligentes e determinados no esforço de contrariarmos as ameaças mais intimidantes, elas acabarão por ser vencidas.

Esta lição também é verdadeira para outro dos temas, que temos na ordem do dia: a estratégia inaceitável das grandes empresas - e estamos aqui a falar da EDP e da Galp - para contrariarem a governação socialista escusando-se ao pagamento de impostos. Algo que os grandes operadores de televisão por cabo também andam a teimar como forma de recusarem o seu contributo para o financiamento do cinema nacional.

Aqui nem se compreende a tibieza com que o governo tem tratado este assunto: sendo impostos decididos legitimamente pelos poderes  legislativo e executivo, não pode haver contemplações com quem se quer ufanar de incumprimento das obrigações fiscais. No Parlamento, o ministro da Economia proclamou o óbvio: "Porque não é aceitável que as empresas digam que não querem pagar porque concordam ou não com o Governo, porque concordam ou não com o imposto. Não nos é perguntado a nenhum de nós, e é essa a natureza dos impostos, se concordamos ou não, não é perguntado a quem tem obrigações fiscais. A única resposta que [a EDP e a Galp] têm de dar é cumprir as suas obrigações fiscais". Agora Manuel Caldeira Cabral só tem de ser consequente com tais palavras e fazê-las cumprir. Tanto mais que as reservas agora levantadas pela empresa de Mexia nunca existiram enquanto Passos Coelho foi primeiro-ministro. Se isto não é a tentativa de boicote ao governo atual, não sei que mais será preciso demonstrar.

Mas esse tal capitalismo em pantanas, que se procura eternizar, mesmo já não tendo condições geográficas para se expandir e assegurar o seu imprescindível crescimento - chegado o tempo da globalização para onde pode agora ampliar-se? Para Marte? Para Alfa de Centauro? - vem ensaiando uma nova tática a nível internacional, que mais não constitui do que uma recauchutagem da Terceira Via: quando surgiu na paisagem política francesa, Emmanuel Macron, era tido como um banqueiro próximo dos socialistas (como se essas duas condições não se excluíssem por natureza…).

Candidato ao Eliseu, conseguiu destruir o Partido, que o tinha feito ministro (que acaba agora de vender a sede histórica de Marselha, depois de já o ter feito com a de Paris e ainda mantendo-se abaixo da linha de água a nível financeiro), apresentando-se como um político independente, mas situado na matriz de centro-esquerda, o que tendo em conta a alternativa (Marine le Pen) acabava por representar um mal menor.

A surpresa que muitos dos antigos deputados e outros altos quadros do Partido Socialista, que se mudaram de armas e bagagens para o seu movimento En Marche, é que, quer na emigração, quer nos refugiados, quer sobretudo no indecoroso aumento das desigualdades de rendimentos entre os muito ricos e os demais extratos da população, o banqueiro confirmou a sua natureza. A revisão das leis fiscais, agora  apresentada, não desmerece da de Trump, que consegue exatamente o mesmo: a redução dos impostos para a minoria mais abastada e o agravamento da dos demais. Daí que haja já quem se comece a interrogar se não vendeu a alma ao Diabo. Que, afinal, em vez de andar a iluminar as expetativas dos principais apaniguados do PSD, parece andar à solta por terras gaulesas.

Uma Sociedade de Idosos


Uma Sociedade de Idosos

por estatuadesal

(Por Dieter Dillinger, in Facebook, 17/01/2018)

idosos

Voltando ao Hospital Amadora Sintra verifiquei que todos os acamados que vi e nas urgências eram pessoas muito idosas.

O vizinho do meu amigo tem 86 anos e quase não dá conta de si e o da outra cama deve andar por perto.

Efectivamente, no ano passado devem ter falecido umas 112.000 pessoas e terão nascido 87.200. O país terá perdido 24.800 pessoas ou, principalmente, nascituros.

Não é nada que não esteja previsto, sem qualquer estudo demográfico, sociológico ou o quer que seja.

Basta a olhar à nossa volta, ver os idosos familiares e amigos partirem e reparar que só existe classe média com dois cônjuges a serem explorados e nenhum ou um filho.

Por um lado será um mal, mas por outro nega a tese dos milionários e seus representantes políticos da falta de sustentabilidade da Segurança Social.

A esperança de vida atingiu os 81,5 anos em 2017, mas com ela aumenta a mortalidade e até diminui o número de pensionistas, pela simples razão de que não ficamos por cá.

Temos 2,8 milhões de pensionistas que deverão descrescer nos próximos anos e décadas, mesmo vivendo mais. Quanto maior for o volume dos idosos maior será a mortalidade, já que a mortalidade infantil ronda os 3 por mil e durante a maior parte da vida morre-se por acidente e, mesmo assim, já morreram 2.500 pessoas por ano na estrada e agora andam perto das 500. O INEM, os helicópteros de salvamento no mar e transporte de acidentados e doentes, os bombeiros e hospitais salvam muitas vidas por ano.

Para aumentar a natalidade é fundamental isentar das fórmulas que acomodam a sustentabilidade das pensões para baixo a todos os casais que tenham dois ou mais filhos. Com os filhos já estão a garantir a sustentabilidade futura da segurança social.

Por outro lado, as empresas e o Estado devem ser mais amigos das crianças a nascer e proporcionar alguns meios e horários para que os trabalhadores possam cuidar da sua prole.

Se os multimilionários dos gigantes empresariais tipo Pinto Doce, Continente e outros não fazem nada, um dia não terão clientes.

Portugal já só tem uns 10,3 milhões de habitantes e reparem os milionários exploradores que os idosos tendem a gastar muito pouco, excepto medicamentos e cuidados de saúde.

Não será, pois, pela descida das pensões de reforma, como querem os representantes PPD/PP dos milionários, que se encontra a sustentabilidade da segurança social. Ela assegura-se por si, mas à custa do número de habitantes.

O Diabo responde

por José Gabriel

"O PSD deve vender a alma ao diabo para pôr a esquerda na rua" (Manuela Ferreira Leite).
Tendo diligenciado contactos com fontes ligadas ao Diabo, venho esclarecer que o dito não está interessado na compra da alma do PSD. Mais informam esses mediadores que o Mafarrico conta obter de borla esse insignificante bem - tão insignificante que bem difícil é de encontrar.
Finalmente, pede que não o macem mais com tolices, pensando ter deixado bem claro o seu desinteresse por tráficos com tal gente ao ter faltado às repetidas evocações feitas pelo anterior líder laranja.

EXORCISMO

por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 17/01/2018)

ExorcismoCartoon in Blog 77 Colinas

Afinal o Diabo não estava para vir, o mafarrico já cá estava e ainda está, tomou conta do PS. É o Diabo da esquerda ou, para respeitarmos o facto do PSD também ser de esquerda, como insiste Manuela Ferreira Leite, da extrema-esquerda.

Quando todos pensávamos que Rui Rio se candidatou à liderança do PSD para libertar o partido do Diabo do Passos Coelho, somos surpreendidos: afinal as diretas do PSD foram uma luta entre duas visões estratégicas, Passos defendia que o Diabo ainda havia de vir, Rui Rio acha que o Diabo já cá está e encarnou no PS.

Poucas horas de ter ajudado Rui Rio a ganhar as diretas do PSD, Manuela Ferreira Leite veio dizer ao que vinham: entregar a alma ao diabo para libertar o PS da esquerda. Mais clara não podia ser, não era o PSD que estava mal, a generosidade dos militantes do PSD é tanta que o que os motiva é libertar o PS da amaldiçoada esquerda. Um escândalo: onde é que se viu o PS estar nas mãos da esquerda em vez de governar com a direita?

Até o senhor da CIP confirmou o seu empenho neste exorcismo: "precisamos de libertar o PS da esquerda para que se façam as reformas necessárias"; e o homem nem pediu pouco e referiu logo as reformas que exigem dois terços do parlamento, isto é, umas revisões da Constituição.

Digamos que se exorcizarem o PS tirando o Diabo do corpo do António Costa o líder do PS passa a ser uma espécie de António José Seguro, mas um pouco mais escuro.

Talvez não fosse má ideia recordar a Manuela Ferreira Leite e ao senhor da CIP que ainda há quem respeite a palavra, para já não referir a assinatura em acordos parlamentares, ainda por cima acordos que foram celebrados para cumprir as exigências de um Presidente chamado Cavaco Silva. Talvez a Dra. Manuela não se recorde, mas este governo está apoiado por uma maioria consolidada em acordos e princípios exigidos pelo seu amigo Aníbal. Anda por aí quem revogue num dia o que era irrevogável um dia antes, mas quando está em causa gente honestas os acordos são para cumprir.

Já Rui Rio foi um pouco mais abrangente, quer que todo o parlamento conte. Ainda bem, porque o PSD pretendia governar porque a sua minoria parlamentar funcionava como maioria se os deputados do PCP e do BE só fossem considerados em questões secundárias, ou quando os seus votos apenas serviam para votar moções de censura propostas pela direita. Nunca o parlamento foi tão inclusivo como agora, todos os deputados contam e nesta legislatura já vimos por mais de uma vez maiorias parlamentares formadas pelos votos dos deputados da direita e do PCP e BE, como no caso da TSU.

Das vantagens de pagar ao Nogueira & Associados para não falarem de fome à hora do telejornal

por helenafmatos

A APAV, em parceria com a Intercampus, voltou a aplicar em 2017 o inquérito que já tinha realizado em 2012 sobre "Criminalidade e Insegurança", em que questionou os portugueses sobre o "sentimento de segurança" face à zona residencial e aos bens pessoais, sobre o "sentimento de segurança em termos pessoais" e a "experiência pessoal nos últimos 12 meses".

Os dados divulgados esta quarta-feira, que resultam de 600 entrevistas feitas entre 24 de outubro e 11 de novembro a pessoas com 15 ou mais anos, residentes em Portugal continental, indicam "uma tendência para a expressão de um menor sentimento de insegurança por parte da amostra, quando comparados com os resultados obtidos em 2012".

Como uma das explicações para o aumento do sentimento de segurança dos portugueses, Carmen Rasquete [secretária-geral da APAV] apontou o facto de haver "mais paz social neste momento".

A responsável lembrou que em 2012 estava-se "no centro da crise económica" e "existia muito o sentimento de negativismo, de pessimismo quanto ao futuro, não só em questões de criminalidade como em questões pessoais", relacionadas com a "insegurança sobre o futuro e a própria vida".