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quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

O novo centro vai criar 500 empregos qualificados

ana sanlez

Ana Sanlez

24.01.2018 / 13:01

O novo centro vai criar 500 empregos qualificados

A Google escolheu Portugal para instalar o novo Centro de Serviços para a Europa, Médio Oriente e África.

O anúncio foi feito ao início da tarde desta quarta-feira em Davos pelo primeiro-ministro, António Costa.

O novo hub tecnológico será instalado em Oeiras e vai criar 500 empregos qualificados. A abertura está prevista para o próximo mês de junho. Portugal não era o único país na corrida pelo investimento da gigante tecnológica.

Segundo a página de Twitter do Ministério da Economia, as negociações entre o Governo e a Google tiveram início durante a Web Summit, em novembro do ano passado.

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Economia PT

@economia_pt

#Google instala em Lisboa um centro de serviços,, criando 500 empregos qualificados.
O anúncio foi feito em #Davos pelo Primeiro Ministro, António Costa.
As negociações começaram na WebSummit2017, durante uma reunião com o Presidente Europeu da Google, Matt Brittin. #wef18

13:14 - 24 de jan de 2018 · Davos, Switzerland

António Costa fez o anúncio num evento paralelo do Fórum Económico Mundial, organizado pelo Governo e pela AICEP. A conferência, que teve como mote “Porquê Portugal? Porquê Agora?”, contou com a presença de empresários internacionais, gestores e jornalistas estrangeiros. O objetivo da iniciativa era atrair investidores para Portugal.

Além de António Costa, o evento contou com as intervenções do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e do ministro das Finanças, Mário Centeno. Segundo a agência Lusa, o primeiro-ministro garantiu durante o evento que existem “muitos investimentos em perspetiva”.

Já ontem o Ministro da Economia revelou ao Dinheiro Vivo que Portugal estava a despertar o interesse de vários investidores estrangeiros em Davos, sendo a área tecnológica uma das mais procuradas.

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Anedota Num Café Católico em Roma

Anedota Num Café Católico em Roma

Quatro homens e uma mulher, católicos, estavam tomando café na Praça de São Pedro...

O primeiro homem falou...

- Meu filho é Padre e, quando entra num recinto,  tratam-no de "Padre".

O segundo homem afirmou...

- Meu filho é Bispo e, quando entra num recinto,  tratam-no de "Sua Graça".

O terceiro homem disse...

- Meu filho é Cardeal e, quando entra num recinto, todos inclinam a cabeça e o tratam-no de "Sua Eminência".

O quarto homem disse orgulhosamente...

- Meu filho é o Papa e, quando entra num recinto,  tratam-no de "Sua Santidade".

Como a única mulher estava saboreando o café em silêncio, os quatro homens dirigiram-lhe um subtil...

- Então...?

Ela orgulhosamente respondeu...

- Eu tenho uma filha alta e elegante, busto 40, 24 polegadas de cintura, 34 polegadas de quadris...

- "Quando ela entra num recinto todos exclamam:

" Oh! Meu Deus !!! "

Crónica Lobo Antunes a Isabel Jonet Pobrezinhos

Crónica Lobo Antunes a Isabel Jonet Pobrezinhos

"Os Pobrezinhos

Na minha família os animais domésticos não eram cães nem gatos nem pássaros; na minha família os animais domésticos eram pobres. Cada uma das minhas tias tinha o seu pobre, pessoal e intransmissível, que vinha a casa dos meus avós uma vez por semana buscar, com um sorriso agradecido, a ração de roupa e comida.
Os pobres, para além de serem obviamente pobres (de preferência descalços, para poderem ser calçados pelos donos; de preferência r

otos, para poderem vestir camisas velhas que se salvavam, desse modo, de um destino natural de esfregões; de preferência doentes a fim de receberem uma embalagem de aspirina), deviam possuir outras características imprescindíveis: irem à missa, baptizarem os filhos, não andarem bêbedos, e sobretudo, manterem-se orgulhosamente fiéis a quem pertenciam. Parece que ainda estou a ver um homem de sumptuosos farrapos, parecido com o Tolstoi até na barba, responder, ofendido e soberbo, a uma prima distraída que insistia em oferecer-lhe uma camisola que nenhum de nós queria:
- Eu não sou o seu pobre; eu sou o pobre da minha Teresinha.

O plural de pobre não era «pobres». O plural de pobre era «esta gente». No Natal e na Páscoa as tias reuniam-se em bando, armadas de fatias de bolo-rei, saquinhos de amêndoas e outras delícias equivalentes, e deslocavam-se piedosamente ao sítio onde os seus animais domésticos habitavam, isto é, uma bairro de casas de madeira da periferia de Benfica, nas Pedralvas e junto à Estrada Militar, a fim de distribuírem, numa pompa de reis magos, peúgas de lã, cuecas, sandálias que não serviam a ninguém, pagelas de Nossa Senhora de Fátima e outras maravilhas de igual calibre. Os pobres surgiam das suas barracas, alvoraçados e gratos, e as minhas tias preveniam-me logo, enxotando-os com as costas da mão:
- Não se chegue muito que esta gente tem piolhos.
Nessas alturas, e só nessas alturas, era permitido oferecer aos pobres, presente sempre perigoso por correr o risco de ser gasto
(- Esta gente, coitada, não tem noção do dinheiro) de forma de deletéria e irresponsável. O pobre da minha Carlota, por exemplo, foi proibido de entrar na casa dos meus avós porque, quando ela lhe meteu dez tostões na palma recomendando, maternal, preocupada com a saúde do seu animal doméstico
- Agora veja lá, não gaste tudo em vinho o atrevido lhe respondeu, malcriadíssimo:
- Não, minha senhora, vou comprar um Alfa-Romeu
Os filhos dos pobres definiam-se por não irem à escola, serem magrinhos e morrerem muito. Ao perguntar as razões destas características insólitas foi-me dito com um encolher de ombros

- O que é que o menino quer, esta gente é assim e eu entendi que ser pobre, mais do que um destino, era uma espécie de vocação, como ter jeito para jogar bridge ou para tocar piano.
Ao amor dos pobres presidiam duas criaturas do oratório da minha avó, uma em barro e outra em fotografia, que eram o padre Cruz e a Sãozinha, as quais dirigiam a caridade sob um crucifixo de mogno. O padre Cruz era um sujeito chupado, de batina, e a Sãozinha uma jovem cheia de medalhas, com um sorriso alcoviteiro de actriz de cinema das pastilhas elásticas, que me informaram ter oferecido exemplarmente a vida a Deus em troca da saúde dos pais. A actriz bateu a bota, o pai ficou óptimo e, a partir da altura em que revelaram este milagre, tremia de pânico que a minha mãe, espirrando, me ordenasse
- Ora ofereça lá a vida que estou farta de me assoar e eu fosse direitinho para o cemitério a fim de ela não ter de beber chás de limão.
Na minha ideia o padre Cruz e a Saõzinha eram casados, tanto mais que num boletim que a minha família assinava, chamado «Almanaque da Sãozinha», se narravam, em comunhão de bens, os milagres de ambos que consistiam geralmente em curas de paralíticos e vigésimos premiados, milagres inacreditavelmente acompanhados de odores dulcíssimos a incenso.
Tanto pobre, tanta Sãozinha e tanto cheiro irritavam-me. E creio que foi por essa época que principiei a olhar, com afecto crescente, uma gravura poeirenta atirada para o sótão que mostrava uma jubilosa multidão de pobres em torno da guilhotina onde cortavam a cabeça aos reis"

Autor:
Uma crónica de António Lobo Antunes dedicada a Isabel Jonet

O “Dia do Perfil dos Alunos” e o perfil do Governo

por António Fernando Nabais

[Santana Castilho*]

Se há um “Dia Internacional da Comida Picante” (16 de Janeiro), um “Dia Mundial das Zonas Húmidas” (2 de Fevereiro), um “Dia do Engolidor de Espadas” (28 de Fevereiro), um “Dia Mundial da Higiene das Mãos” (5 de Maio), um “Dia Mundial do Mosquito” (20 de Agosto) e um “Dia Mundial do Pijama” (20 de Novembro), como esperámos tanto para enriquecer o arquivador da República com o “Dia do Perfil dos Alunos”?

A lacuna foi suprida a 15 de Janeiro transacto, com o glamour de uma festa muito moderna. No elenco principal brilharam Catarina Furtado, famosa apresentadora de espectáculos televisivos, e Fernando Santos, auspicioso treinador de futebol. O elenco secundário foi constituído por 323 “comunidades educativas” (designação do século XXI para aquilo a que os arcaicos da minha geração chamavam “escolas”).

Descido o pano deste Carnaval antecipado, arrisco o veredito da Quarta-feira de Cinzas.

No âmago da concepção que o secretário de Estado João Costa diz moderna está o logro de arrastar prosélitos acríticos para a criação do aluno novo, com um caudal de vacuidades que falharam há duas décadas. João Costa vem forjando a ilusão de que com iniciativas inferiores se obterão resultados superiores.

O modo como os alunos integram o que aprendem nas diferentes disciplinas foi objecto, na anterior experiência da denominada “gestão flexível do currículo”, de uma coreografia de actividades de “faz de conta” e de uma sobrecarga de burocracia escolar e procedimentos inúteis, que agora se repetem. Ler mais deste artigo

Ladrões de Bicicletas


Ida ao pote n ponto zero

Posted: 23 Jan 2018 12:11 PM PST

O Presidente da República e militante do bloco central foi dar visibilidade no fim-de-semana passado a uma iniciativa de uma tal plataforma para o crescimento sustentável, um tanque de ideias ligado ao PSD, todo modernaço, já nem sei em quantos pontos zero é que vão, e todo preocupado com populismos e proteccionismos, apresentando mais um manifesto neoliberal para os esconjurar (se alguém tem dúvidas sobre este termo, pode ler neoliberalismo para totós).
Recusando natural e explicitamente o chamado Estado mínimo, querem um Estado que no decisivo campo das funções sociais esteja ao serviço da chamada liberdade de escolha, nome de código para a promoção dos capitalismos educativos, da doença e do casino pensionista. No fundo, ir ao pote, com uma retórica que faça parecer que o velho acabou de nascer: o estado financia pelo menos parcialmente e os privados provisionam e capitalizam, numa lógica toda concorrencial e de mercado.
No Reino Unido, um dos países que esteve na vanguarda destas engenharias, os resultados estão cada vez mais à vista. Até a The Economist fala do fim de uma era, a propósito do colapso de um dos grandes mastodontes empresariais, que cresceu à boleia da confiança nos privados para desempenharem funções sociais e públicas, da gestão das prisões aos hospitais. Cá querem aprofundar uma agenda privatizadora que realmente rebentou. Falhar pior. Por lá, a agenda nacionalizadora de Corbyn é popular. O Brexit só ajudará, claro.
Entretanto, liderado por Jorge Moreira da Silva, este tanque apresenta-se limpo, cheio de preocupações ambientais, com base na ideia de que não há custos sociais gerados pelas forças de mercado que não possam ser resolvidos por essas mesmas forças de mercado, com uns toques e apoios estaduais, promovendo um capitalismo esverdeado.
Estamos portanto perante uma das facções mais modernaças e extrovertidas das direitas, tão euro-fundamentalista quanto uma parte da esquerda, mas geralmente mais consciente do que isso implica a prazo em termos de economia política.