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segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Descentralização é a “grande prioridade nacional”, garante Cabrita

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FREGUESIAS

Descentralização e reorganização territorial são “prioridade absoluta”, garante o ministro da Administração Interna. Pede convergências e espera que a experiência autárquica do novo líder do PSD seja uma ajuda para se darem “passos significativos”.

SANDRA RODRIGUES

28 de Janeiro de 2018, 15:45

O ministro da Administração Interna encerrou o Congresso da Anafre

Foto

O ministro da Administração Interna encerrou o Congresso da Anafre

LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, estabeleceu a descentralização como “grande prioridade nacional” e afirmou que conta com a oposição para que não haja mais razões para “tudo continuar na mesma”. No encerramento do XVI Congresso da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) que terminou este domingo em Viseu, o governante disse que o próximo semestre é “decisivo” e que a última palavra caberá à Assembleia da República.

“Neste momento temos uma lei-quadro há quase um ano na Assembleia da República, estamos a fechar o debate em torno da revisão da Lei das Finanças Locais e temos mais de duas dezenas de diplomas sectoriais. Este é um processo que deverá este ano, que é o primeiro deste mandato autárquico, dar passos significativos”, sustentou.

Uma responsabilidade que, afirmou, foi dada pelos autarcas já no congresso da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, em Portimão, e agora no da ANAFRE. “Hoje temos na generalidade dos partidos políticos, e mesmo recentemente no principal partido da oposição, uma liderança que tem uma experiência política mais relevante, uma experiência autárquica. É tempo de não mais encontrar razões para que continue tudo na mesma”, garantiu o ministro, sublinhado o facto de o Governo estar à espera dos contributos do novo líder do PSD, Rui Rio, para este processo de reforma do Estado, como o PÚBLICO noticiou.

Segundo Eduardo Cabrita, há “questões que têm de ser esclarecidas”, mas espera que o sejam feitas com urgência. “Julgo que há uma convergência única e que esta oportunidade não pode ser desperdiçada, ninguém nos perdoaria”, reforçou, lembrando que o Governo tem “toda a abertura para relativamente a esta matéria discutir as propostas, visando uma efectiva convergência com todos os grupos parlamentares”.

O ministro da Administração Interna confirmou ainda que, tal como o PÚBLICO noticiou, durante este semestre será entregue no Parlamento uma proposta para a reorganização territorial das freguesias que irá colocar “cada coisa no seu plano”. “A questão decisiva não é saber se há mais ou menos freguesias. A questão é para que é que queremos as freguesias e é da resposta a esta questão que decorrerá o modelo mais certo para cada concelho”, reafirmou.

22 moções por unanimidade

Pedro Cegonho foi reeleito presidente da ANAFRE, ele que encabeçava a lista única e de consenso ao conselho directivo. O também presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique vai cumprir o seu segundo mandato juntamente com Armando Vieira (PSD), da freguesia de Oliveirinha (Aveiro) e Jorge Amador (PCP), da Serra d’el Rei (Peniche).

A lista ganhou com 584 votos (91,68%). A Mesa do Congresso, que obteve obteve 91,52% dos votos, continua a ser liderado por Diamantino Santos, presidente da Junta de Viseu.

Durante a amanhã do último dia do Congresso foram aprovadas 22 moções. A do financiamento das freguesias, apresentada pelo presidente da Junta de São Sebastião (Setúbal), e que foi aprovada com “aclamação”. Nela, os subscritores pedem que não se faça depender de novas atribuições ou competências próprias a reposição da capacidade financeira das freguesias e que o modelo de financiamento seja assente em recursos do Estado “e não em modelos de criação ou ampliação de impostos locais”.

Entre as moções aprovadas por maioria, ainda a destacar as que reivindicam a recuperação do controlo e gestão dos CTT por parte do Estado, a reorganização administrativa e a descentralização.

Descentralização é a “grande prioridade nacional”, garante Cabrita

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FREGUESIAS

Descentralização e reorganização territorial são “prioridade absoluta”, garante o ministro da Administração Interna. Pede convergências e espera que a experiência autárquica do novo líder do PSD seja uma ajuda para se darem “passos significativos”.

SANDRA RODRIGUES

28 de Janeiro de 2018, 15:45

O ministro da Administração Interna encerrou o Congresso da Anafre

Foto

O ministro da Administração Interna encerrou o Congresso da Anafre

LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, estabeleceu a descentralização como “grande prioridade nacional” e afirmou que conta com a oposição para que não haja mais razões para “tudo continuar na mesma”. No encerramento do XVI Congresso da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) que terminou este domingo em Viseu, o governante disse que o próximo semestre é “decisivo” e que a última palavra caberá à Assembleia da República.

“Neste momento temos uma lei-quadro há quase um ano na Assembleia da República, estamos a fechar o debate em torno da revisão da Lei das Finanças Locais e temos mais de duas dezenas de diplomas sectoriais. Este é um processo que deverá este ano, que é o primeiro deste mandato autárquico, dar passos significativos”, sustentou.

Uma responsabilidade que, afirmou, foi dada pelos autarcas já no congresso da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, em Portimão, e agora no da ANAFRE. “Hoje temos na generalidade dos partidos políticos, e mesmo recentemente no principal partido da oposição, uma liderança que tem uma experiência política mais relevante, uma experiência autárquica. É tempo de não mais encontrar razões para que continue tudo na mesma”, garantiu o ministro, sublinhado o facto de o Governo estar à espera dos contributos do novo líder do PSD, Rui Rio, para este processo de reforma do Estado, como o PÚBLICO noticiou.

Segundo Eduardo Cabrita, há “questões que têm de ser esclarecidas”, mas espera que o sejam feitas com urgência. “Julgo que há uma convergência única e que esta oportunidade não pode ser desperdiçada, ninguém nos perdoaria”, reforçou, lembrando que o Governo tem “toda a abertura para relativamente a esta matéria discutir as propostas, visando uma efectiva convergência com todos os grupos parlamentares”.

O ministro da Administração Interna confirmou ainda que, tal como o PÚBLICO noticiou, durante este semestre será entregue no Parlamento uma proposta para a reorganização territorial das freguesias que irá colocar “cada coisa no seu plano”. “A questão decisiva não é saber se há mais ou menos freguesias. A questão é para que é que queremos as freguesias e é da resposta a esta questão que decorrerá o modelo mais certo para cada concelho”, reafirmou.

22 moções por unanimidade

Pedro Cegonho foi reeleito presidente da ANAFRE, ele que encabeçava a lista única e de consenso ao conselho directivo. O também presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique vai cumprir o seu segundo mandato juntamente com Armando Vieira (PSD), da freguesia de Oliveirinha (Aveiro) e Jorge Amador (PCP), da Serra d’el Rei (Peniche).

A lista ganhou com 584 votos (91,68%). A Mesa do Congresso, que obteve obteve 91,52% dos votos, continua a ser liderado por Diamantino Santos, presidente da Junta de Viseu.

Durante a amanhã do último dia do Congresso foram aprovadas 22 moções. A do financiamento das freguesias, apresentada pelo presidente da Junta de São Sebastião (Setúbal), e que foi aprovada com “aclamação”. Nela, os subscritores pedem que não se faça depender de novas atribuições ou competências próprias a reposição da capacidade financeira das freguesias e que o modelo de financiamento seja assente em recursos do Estado “e não em modelos de criação ou ampliação de impostos locais”.

Entre as moções aprovadas por maioria, ainda a destacar as que reivindicam a recuperação do controlo e gestão dos CTT por parte do Estado, a reorganização administrativa e a descentralização.

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por j. manuel cordeiro

Eis quando as cookies do browser se cruzam com as cookies do supermercado. Em múltiplos sentidos.

Imagem: CNBC

A Amazon estreou um conceito de supermercado sem caixas registadoras. É o sonho húmido dos grandes grossistas: aumentar a margem de lucro graças a menos despesas com pessoal.

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Dedicado ao Centeno, o mais recente alvo dos ácaros políticos

por estatuadesal
(José Gabriel, in Facebook, 28/01/2018)
CENTENOX
                     I
Desfalques, resoluções,
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Não importa, não faz mal
Conluio com tubarões
Foi uma coisa natural
Lixaram-se os mexilhões
É decorrência banal
II
Mas se o Benfica queres ver
Em camarote real
De pronto tens de te haver
Com severo tribunal
Cai o Carmo e a Trindade
E como era fatal
A fera severidade
Da Joana Marques Vidal.
                 III
Desta funesta lição
Tirarás justa moral
Sejas águia ou leão
Não te livras do lacrau.

domingo, 28 de janeiro de 2018

Entre as brumas da memória



Posted: 28 Jan 2018 11:43 AM PST
.
Posted: 28 Jan 2018 09:51 AM PST
E a frase é mesmo dele.
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Posted: 28 Jan 2018 07:15 AM PST
A nova etapa da governação (Manuel Carvalho Da Silva)
«No atual contexto de crescimento económico, onde já há muita gente a fazer muito dinheiro, por exemplo, no negócio imobiliário e em áreas de exportação, se o Governo não intervier no reequilíbrio de poder entre trabalho e capital, o resultado será só um: um aumento crescente das desigualdades. Há quem à Direita clame contra qualquer alteração na legislação do trabalho, acusando a Esquerda de querer essa revisão por razões ideológicas. Será que as pessoas quererem viver melhor, em particular quando há condições para isso, é um preconceito ideológico?»
.
Posted: 28 Jan 2018 03:13 AM PST
«Ursula K. Le Guin, a grande escritora de ficção científica (que morreu há poucos dias), era fascinada pelas cinzas do capitalismo industrial. E propunha, de alguma maneira, o regresso às leis da natureza.
Como referia Margaret Atwood, o que a movia era uma simples questão: em que mundo queremos viver?
Tema que, de certa maneira, nos atira para o que se discute nestes dias em Davos: o futuro da globalização face às nuvens do proteccionismo, o lugar do nacionalismo no meio da gritaria do populismo, o destino do trabalho neste contexto virtual e robotizado. Le Guin, num dos seus livros mais marcantes ("The Left Hand of Darkness") apresentava-nos um planeta, Gethen, que estava dividido em duas sociedades. Numa delas, o rei está louco, e os cabalistas e os poderes pessoais abundam.
Num dia estás no círculo do poder, no outro estás fora. Na outra sociedade a burocracia opressiva governa tudo e todos e um comité secreto sabe o que é melhor para os cidadãos. Se alguém for um perigo, será exilado ou isolado. Sem hipóteses de contrapor factos.
Walter Benjamin disse uma vez que o que levava os homens e mulheres à revolta não eram os sonhos dos netos, mas sim as memórias de antepassados oprimidos. Talvez fosse isso, que tem a ver com a morte do "capitalismo insustrial" na Manchester da década de 1970, que marcou a música de Mark E. Smith, o líder do grupo The Fall, que desapareceu também por estes dias.
Mais do que a sua alucinação pós-punk e pós-industrial, sempre fiquei muito mais marcado por outro grupo de Manchester, os Joy Division, que mostrou que a música podia ser muito mais do que puro entretenimento: permite-nos ler as zonas mais negras e subterrâneas das emoções humanas. De alguma maneira o som dos The Fall, construído numa cidade industrial em ruínas onde os mais novos não sabiam o que fazer, era uma espécie de ficção científica.
E não deixa de ser curioso como a obra de Ursula K. Le Guin e de Mark Smith nos fazem olhar de outra forma para o que se discute em Davos. Mesmo se os que ali estão presentes estão reféns do que pode dizer Donald Trump para mostrar que o proteccionismo pode ser bom para a globalização (a ideologia que move Davos).
Estamos claramente no limiar de um novo mundo e de uma nova forma de perceber melhor a relação dos cidadãos, da democracia e do valor do trabalho com a Inteligência Artificial, as elites que se criaram e a acumulação de "data".
É um mundo que abre novos desafios e que abre o caminho à revolta nacionalista (e populista), porque os deserdados de hoje olham para o que tinham apenas há alguns anos e descobrem que não têm rede de segurança para si e para os seus. E compreendem a implantação de uma sociedade "low cost", onde há apenas limiares mínimos de sobrevivência garantida. Que mundo vamos ter. E, melhor, em que mundo queremos viver?»