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segunda-feira, 5 de março de 2018

O lucro move o mundo

Publicado em Publicado em2 de março de 2018

Flávio Augusto da Silva Influencer

President na T-BDH Capital

Você investiu, sem garantias, anos de sua vida sentado numa sala de aula, porque acreditou que, fazendo isso, teria uma vida melhor no futuro. Ou seja, você investiu tempo em troca de um futuro retorno: uma vida melhor.

Você investe tempo e esforço, também sem garantias, praticando exercícios físicos em troca de mais saúde. Em outras palavras, você investe tempo e esforço em troca de um possível retorno: longevidade e qualidade de vida.

Ninguém ficaria sentado por 12 anos numa sala de aula sem a promessa de um retorno futuro. Ninguém acordaria cedo para treinar se não tivesse a promessa do retorno que isso lhe daria no futuro. Ou seja, ninguém assume riscos ou faz qualquer esforço se não tiver a chance de ter um benefício em troca.

Isso tem um nome. O benefício em troca de um investimento, sem garantias, chama-se: LUCRO.

O possível lucro de estudar se chama "um futuro melhor". Isso é o que fez seus pais investirem dinheiro em sua educação e o que fez você investir tempo para alcançar bons resultados em sua vida acadêmica para futuramente ter a chance de alcançar uma posição com um salário melhor.

Se não existisse esse lucro, todo esforço não faria sentido. Seriam indiferentes os seus resultados acadêmicos, o ENEM não teria valor e sua formação seria absolutamente insignificante.

Sem o lucro, para que alguém colocaria o seu próprio capital em risco?

Sem o lucro, sua empresa não contrataria, os empregos desapareceriam, a economia voltaria para a era medieval. Sem o lucro das empresas, o estado míngua, os funcionários públicos não recebem salários, os sindicatos entram em falência, os hospitais públicos fecham suas portas, as hidrelétricas desligariam suas turbinas, o criador de gado abandonaria seu rebanho, o caminhoneiro jamais padeceria de saudades da família enquanto dirige pelas estradas esburacadas do Brasil. Sem o lucro, o advogado não compra um terno novo, o comércio fecha suas portas, uma construtora não lança novos empreendimentos, as mídias sociais saem do ar, não teríamos internet e o seu celular, sem serviço, não passaria de uma calculadora, pelo menos enquanto tivesse bateria, porque, sem o lucro, não teríamos sequer energia elétrica.

Goste você ou não, o lucro é o que move o mundo.

O amadurecimento do mercado também passa pelo lucro consciente, levando-se em conta a sustentabilidade, os compromissos sociais e a humanização das relações nas corporações etc.

Porém, penso que somente atingiremos o ápice do amadurecimento do capitalismo quando toda sociedade começar a fomentar o empreendedorismo, pois a esperança das nações não está no estado e nem nas grandes empresas. Está nas micro e pequenas empresas. São elas que geram a maioria dos empregos em todos os países do mundo. Logo, as nossas esperanças devem estar concentradas justamente nesses homens e mulheres que acordam cedo todos os dias pelas manhãs em busca do retorno de seus investimentos. Em busca do lucro.

Essas são as maiores fontes de inspiração para outros jovens que desejam mais da vida, que ao verem suas conquistas encorajam-se a seguir o mesmo caminho. Um ciclo virtuoso e autossustentável que se move tão somente em busca do maior combustível que a humanidade um dia já conheceu: o lucro.

Quem é contra o lucro é contra a própria sobrevivência.

Viva o empreendedorismo.

Viva o lucro.

domingo, 4 de março de 2018

Habemus GroKo

por Ana Moreno

(Foto: Michael Kappeler/dpa)

Depois de mais de cinco meses sem governo – durante os quais se assistiu ao fracasso das negociações para uma coligação Jamaica (CDU/CSU, FDP e VERDES) e às angustiadas negociações para um acordo de coligação entre os sociais-democratas do SPD e os conservadores do CDU/CSU, que incluíram a queda aparatosa de Martin Schulz, o ex-líder do SPD - foi hoje dada luz verde por dois terços da base do partido social-democrata alemão para a formação do terceiro governo da grande coligação (GroKo). No próximo dia 14 de Março, SPD e CDU/CSU vão eleger Angela Merkel, que assumirá assim o seu quarto mandato como chanceler.

Estão pois escancaradas as portas para dar continuidade à política do apocalipse, a saber:

  • Agravamento da clivagem social interna: num dos países mais ricos do mundo, há cada vez mais pessoas a viver na pobreza, com empregos precários e reformas que não chegam para a sobrevivência. A recente controvérsia sobre a decisão de uma associação que distribui alimentos não aceitar mais estrangeiros nas suas listas é óptima para engendrar polémicas xenofóbicas, mas o que realmente e acima de tudo evidencia é o escândalo de, num país tão rico, ser necessário que os pobres concorram por migalhas. São 934 os bancos alimentares existentes em todo o país e atendem regularmente 1,5 milhões de pessoas. Enquanto isso, os lucros das grandes empresas e o “crescimento” sobem vigorosamente - em 2017, a maior economia europeia cresceu ca. de 2,4%. No próprio dia em que o Telejornal (Tagesschau) transmitiu a notícia anterior, anunciou também que devido à favorável conjuntura e elevada taxa de emprego e das receitas fiscais daí resultantes, a Alemanha obteve em 2017 um excedente orçamental recorde de 36,6 mil milhões de euros.
  • Política danosa para o clima: Seja ao nível da amizade para com a indústria automobilística, a agro-indústria ou as centrais a carvão, as políticas que secundarizam o ambiente e o clima vão continuar. É já previsível que a Alemanha não conseguirá cumprir a meta que definiu para a redução das suas emissões de CO2: em vez de 40% serão, nas hipóteses mais optimistas, 32% até 2020. Da poluição do ar e dos solos - em muitas regiões da Alemanha acima dos valores legais definidos pela UE - decorrem danos para a saúde humana e o ambiente. A recente decisão do tribunal administrativo alemão de permitir que cidades, comunidades ou estados proibam em certas áreas a entrada de veículos a diesel apenas demonstra a incomportável situação produzida pelas políticas que têm sido seguidas.
  • Aposta cega na exportação e numa globalização do mais forte: A Alemanha é o 3° maior exportador do mundo e, em 2017, voltou a ser campeã mundial quanto ao excedente comercial. Produtos gerados por mão-de-obra precária e métodos agrícolas destruidores do meio ambiente inundam os mercados e estimulam uma concorrência desleal com países menos poderosos, esmagando a produção local e os meios de sobrevivência noutros países. Ocultando e ignorando as externalidades desse transporte insano de produtos em redor do mundo, aceleram a destruição do planeta, numa desvairada atracção pelo abismo.
  • Entrega da soberania dos países às mãos das multinacionais: a fabricação de um novelo cada vez mais cerrado de acordos comerciais e de investimento é objectivo expresso desta maioria governamental que continua no poder. Com uma dolorosa falta de visão, continua a espetar as esporas – acompanhada pelos outros países membros da UE - para a destruição da democracia e da soberania dos povos, ao mesmo tempo que promove o individualismo que se revê por completo num consumismo cada vez mais irracional.

Habemus GroKo, avante para continuarmos a dar cabo disto tudo.

Entre as brumas da memória


Viajar? Todos os conselhos são bons

Posted: 04 Mar 2018 01:50 PM PST

Obedecerei em breve. Já em fase countdown.
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Itália em protesto

Posted: 04 Mar 2018 10:28 AM PST

«Protestar em topless contra o Berlusconi é como construir uma auto-estrada para mostrar indignação contra o Sócrates.»

Rui Rocha no Facebook
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Dica (728)

Posted: 04 Mar 2018 07:30 AM PST

Why Silicon Valley billionaires are prepping for the apocalypse in New Zealand (Mark O'Connell)

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Democracias "consolidadas"

Posted: 04 Mar 2018 03:26 AM PST

«O relatório do Comité de Prevenção da Tortura do Conselho da Europa sobre Portugal, em particular sobre o comportamento das autoridades policiais e a atuação do Governo relativamente aos fenómenos de violência policial, de que somos o pior caso na Europa Ocidental, e os abusos praticados contra os afrodescendentes e os estrangeiros, foi divulgado numa semana que fechará com umas eleições italianas no centro das quais está o avanço do racismo. Estes dois casos relançam a discussão sobre a qualidade da democracia, da nossa e daquelas às quais, com pouquíssima seriedade intelectual, se tem chamado "democracias consolidadas".

Desde o 11 de Setembro, assistimos à escala internacional a um processo de transição autoritária em que, a pretexto da segurança e da "guerra contra o terror", se abrem duas etapas: na 1.ª, excluem-se os outros (imigrantes, refugiados, minorias étnicas) do âmbito de reconhecimento da cidadania democrática, empurrados para o limbo do arbítrio do Estado e dos poderosos; numa 2.ª etapa, caminha-se inevitavelmente para a ampliação do arbítrio para as áreas de atividade social, política e cultural de todos aqueles que se oponham à nova ordem securitária, sujeitando-os a regras de controlo típicas das ditaduras mas sem nunca se prescindir da aparência de democracia.

Vamos a alguns exemplos europeus. Bem antes dos atentados de 2015, a França equipou-se em 2008 com legislação que permite prorrogar a detenção para lá da pena a pretexto da "perigosidade" do detido. Em Portugal, "medidas de segurança" desta natureza existiam sob a ditadura e eram geridas pela PIDE. Submetida a um estado de emergência desde 2015, que Macron decidiu "legalizar" transpondo para a lei comum muitas das normas excecionais previstas naquele, limitou-se a liberdade de informação e de manifestação e sucedem-se os abusos praticados pelos serviços de informações e pelas polícias, que afetam os suspeitos de terrorismo ou de "colaboração" ou "auxílio" em atos como tal designados, mas também ativistas sociais e políticos, jornalistas, cidadãos de todo o tipo. Em 2015, o Governo francês acionou o art. 15.º da Convenção Europeia dos Direitos do Homem que permite a um Estado aderente cessar a aplicação da convenção "em caso de guerra ou de outro perigo público que ameace a vida da nação", juntando-se a um grupo de bons exemplos, como a Albânia, a Geórgia, o Reino Unido, a Ucrânia ou a Turquia de Erdogan (a qual, aliás, só o fez sete meses depois da França).

É ao abrigo deste estado de emergência tornado regra, desta normalização da exceção, que temos vindo a assistir em algumas das chamadas democracias "consolidadas" à criminalização da opinião, do humor e de manifestações artísticas. Exatamente como em qualquer ditadura. A Espanha é das recordistas de abusos neste campo — para já não falar da prisão dos independentistas catalães. O último dos exemplos é o do rapper espanhol Valtònyc, detido em 2012 pelos crimes de "apologia do terrorismo e do ódio ideológico", "incitação à violência" e "injúrias" ao rei de Espanha deduzidos das letras das suas músicas. Em 2017 foi condenado a 3,5 anos de cadeia, que, depois de recurso, acabam de ser confirmados há uma semana pelo Tribunal Supremo. Que no meio disto Rajoy tenha marchado nas ruas de Paris sob o lema de Je suis Charlie diz tudo da sinceridade dos princípios democráticos de algumas das democracias "consolidadas"...

Vive-se por todo o Ocidente um ambiente generalizado de paranóia controladora que, desjudicializando o controlo dos processos de vigilância que, por definição, deveriam ser muito restritos, viola descaradamente os direitos dos cidadãos, promove o "Estado securitário dentro do Estado", "institucionaliza o arbítrio" e torna a democracia um puro simulacro. Como diz William Bourdon (Les dérives de l'état d'urgence, 2017), pretende-se fazer crer aos cidadãos "que as liberdades estão mais bem protegidas se a elas renunciarmos". Toda esta ambiência autoritária tem sido sacudida pelo discurso político e mediático dominante para cima de Erdogan, de Putin ou de Maduro mas nunca aparece descrita para países como a França ou a Espanha, raramente os EUA. É como se a "democracia iliberal" de que há anos fala o tão elogiado Fareed Zakaria se limitasse a parceiros menores na Europa pós-comunista (Hungria, Polónia, Eslováquia...) e não se tivesse instalado no coração das democracias que se julgam "consolidadas".»

Manuel Loff

Projecções dão a vitória ao Movimento 5 estrelas em Itália

UROPA EM ACTUALIZAÇÃO

Fechadas as urnas em Itália, as primeiras projecções confirmam o que já apontavam as sondagens: o movimento 5 Estrelas venceu as eleições legislativas em Itália, com uma votação em redor de 30%. 

Projecções dão a vitória ao Movimento 5 estrelas em Itália

Reuters

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Nuno Carregueiro

Nuno Carregueiro

nc@negocios.pt

04 de março de 2018 às 22:16

O Movimento 5 estrelas foi o vencedor das eleições legislativas em Itália, mas as projecções apontam para que nenhum partido ou coligação tenha conseguido os votos suficientes para formar um governo com apoio da maioria do parlamento.

As projecções da RAI apontam para uma votação entre 29,5% a 32,5% para o partido fundado pelo comediante Beppe Grilo.

O Partido Democratico de Matteo Renziterá ficado com 20,5% a 23,5%, enquanto o Força Itália, partido de Silvio Berlusconi, terá ficado com 13% a 16%, uma votação idêntica à registada pelo Liga Norte.

De acordo com a Reuters, com estes resultados não existe uma solução à vista para a formação de um Governo com o apoio maioritário do Parlamento. Um desfecho que já se adivinhava.

(notícia em actualização)

Anda tudo com medo do futebol

José Paulo do Carmo

02/03/2018

José Paulo do Carmo


opiniao@newsplex.pt

1455VISUALIZAÇÕES

Tempos estranhos estes em que somos comandados por trauliteiros e incendiários que viram no fanatismo e na paixão clubística um escape para os seus insucessos. Profissionais de segunda e terceira categoria que nunca foram reconhecidos em lado nenhum, insolventes e desprezados pelas grandes empresas perceberam agora que a cartilha do populismo e da guerrilha, e à conta do amor que as pessoas têm pelos seus emblemas, mete uns contra os outros num país já de si pequeno, e vão ganhando protagonismo à nossa conta.

Chamam-lhes diretores de comunicação, mas mais não são que uma espécie de ministros da propaganda tal e qual nos tempos do Hitler. Mas não estão sós: os comentadores que fazem as delícias das televisões, também. Faz-me lembrar a velha história do Elefante Branco: ninguém lá ia, mas estava sempre cheio. Também ninguém vê estes programas, mas todas as televisões os transmitem em horário nobre só porque lhes apetece. Ainda se os comentadores fossem entendidos em futebol, que nos elucidassem acerca de questões táticas, físicas ou estratégicas, eu entendia. Agora assim? Nenhum daqueles personagens tem coisa alguma para nos ensinar que nós não saibamos já. Não acrescentam nada. Só estimulam o ódio, a violência e o fanatismo de mentes pequenas e sombrias - o estímulo perfeito para gangues organizados. São braços armados dos clubes. Mas parece que, por cá, isso sempre foi costume. Como dizia o célebre “Estebes” eternizado por Herman José:

“No intervalo, solteiros contra casados, fandangos, chulas e fados/ Para aprenderem como é/ Durante o jogo, qualquer caso lá surgido/ Só pode ser resolvido à cabeçada e ao pontapé.”

O que acho no mínimo estranho é a classe da comunicação - nomeadamente os diretores e donos de agências em Portugal - ainda não terem vindo a terreiro dissociarem--se deste tipo de postura. Felizmente é uma área em que estamos muito bem servidos, com excelentes profissionais do ramo e boas agências. Esta associação a este tipo de peões de brega dos clubes é não só muito negativa para a classe como banaliza e diminui quem com ela ganhou sucesso, mas que agora não tem coragem para assumir uma posição perante aquilo a que estamos a assistir. Têm todos medo do que os adeptos dos clubes possam fazer, dos clientes que podem perder e do chamado impacto que uma crítica no mundo da bola pode ter no seu mealheiro e na sua imagem. Mais vale não dizer nada e fugir ao problema. Há de acalmar... ou não.

Este é apenas um exemplo do pânico e da falta de tomates generalizados na sociedade portuguesa, a começar, logicamente, pelos políticos. Morrem adeptos, pancada de meia- -noite, acusações, críticas, incentivo à violência e... nada. Ninguém faz nada. Todos com medo de perder votos, de ganharem um sem-número de inimigos, de ficarem queimados. Mas então são eleitos para quê? Para tomar decisões fáceis? Assim também eu. Quando é para ir contra poderes instituídos, está quieto. Como diziam os Gato Fedorento, “isso não que isso magoa”.

Assumam-se, saiam da toca e façam alguma coisa. Esta guerra já enjoa. Já chega de dar palco a energúmenos. Comecem a assumir posições e a mostrar que muito tem de ser alterado. O rei vai nu e ninguém quer dizer. Já chega. Estamos fartos destas personagens. Queremos é festejar golos e vitórias. Bem sei que esses ganham a vida assim mas, para nós, o futebol é só um desporto. E é por lá que deve continuar.