Translate

quarta-feira, 7 de março de 2018

Entre as brumas da memória


Agora não se façam de inocentes

Posted: 06 Mar 2018 11:14 AM PST

Francisco Louçã no Expresso diário de 06.03.2018:

.

Passos Coelho: com a Anita, já a caminho

Posted: 06 Mar 2018 09:57 AM PST

.

Marcelo não conheceu o fascismo?

Posted: 06 Mar 2018 06:23 AM PST


«Quero sublinhar a definição utilizada por Marcelo Rebelo de Sousa, construída para designar a forma como a República se organizou durante o longo consolado de Oliveira Salazar e Marcelo Caetano: "Ditadura constitucionalizada"... Nem apenas "ditadura", nem o autodesignado "Estado Novo", nem o mais popular "fascismo".


Esta versão agora adotada por Marcelo Rebelo de Sousa é a demonstração de como Portugal ainda tem muitos problemas para falar do seu passado, encerrado há 43 anos: o esforço para encontrar uma formulação bateriologicamente pura da infeção ideológica para dizer aos portugueses o que era o regime que Varela Gomes combateu é, por si só, um exercício de ideologia, pois parte da presunção de que falar sobre fascismo em Portugal é uma incorreção, uma inconveniência ou uma infelicidade. (…)


O problema não é, insisto, de rigor histórico ou científico. O problema é outro. O problema é que quando ouvimos a palavra "fascismo" pensamos em opressão, em repressão, em escuridão. Quando ouvimos "ditadura constitucionalizada" pensamos em legislação, ordem e autoridade. Há aqui um planeta de distância, estamos a falar de dois países diferentes.


Imaginemos que o coronel Varela Gomes estava vivo e que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa se cruzava com ele e lhe dizia: "Quero agradecer-lhe, em nome do povo português, a sua consistente luta contra a ditadura constitucionalizada." Varela Gomes, que se definia como antifascista, como se sentiria? Provavelmente ofendido, se calhar até humilhado, certamente indignado.


E se em vez de Varela Gomes essa mesma frase, essa expressão "ditadura constitucionalizada" tivesse sido dirigida a Álvaro Cunhal? Ou a Mário Soares? Ou a qualquer um dos milhares de pessoas que passaram pelas prisões da PIDE, muitas delas ainda vivas e com ativa participação na vida pública? Como podem essas pessoas, de diversos quadrantes ideológicos, que tantos anos da sua vida deram em torno do conceito mobilizador do derrube do fascismo em Portugal, aceitar agora esta esterilização da sua luta?»

Pedro Tadeu

.

06.03.1927 – Garcia Márquez

Posted: 06 Mar 2018 03:02 AM PST

Gabriel Garcia Márquez faria hoje 91 anos e morreu há quatro. Foi certamente um dos escritores da minha vida e, durante muitos anos, respondia à tal pergunta parva sobre o livro preferido entre todos referindo Cien años de soledad. Em espanhol, sim, porque não esperei pela tradução para o ler, assim que saiu em 1967. Não sei se foi o «melhor livro escrito em castelhano desde Quixote», como terá dito Pablo Neruda, mas foi certamente um marco.

Pelo caminho, ficaram Os Funerais da Mamãe Grande, O Outono do Patriarca, O Amor nos Tempos de Cólera e muitos outros. Até que, em 2002, me precipitei de novo para a primeira edição, em espanhol, de Vivir para contarla, relato romanceado das memórias da infância e juventude de GGM. A prometida continuação nunca veio (o que foi anunciado como um primeiro volume pára em meados da década de 50). Releio hoje o que escreveu como epígrafe do livro: «La vida no es la que uno vivió, sino la que recuerda y cómo la recuerda para contarla.»

Foi nesta cama dos avós, em Aracataca, que veio ao mundo. Estive lá em 2012, sempre à espera de encontrar algum membro da família Buendía ao virar de uma esquina, um qualquer José Arcádio ou um dos muitos Aurelianos… Foi em Aracataca que se inspirou para criar a mítica aldeia de Macondo, de Cem anos de solidão.

Em rigorosa «peregrinação», fiz um desvio de dezenas de quilómetros para chegar a essa localidade, hoje com 45.000 habitantes, feia e infelizmente desmazelada, que não honra como devia o que de mais importante deu ao mundo (a não ser pela boa conservação precisamente na moradia em que «Gabo» nasceu,
actualmente transformada num pequeno museu que justifica, sem dúvida, a deslocação e a visita).

«Gabo» foi pela última vez a Aracataca em 2007, para uma tripla comemoração: dos seus 80 anos, do 40º aniversário da publicação de Cem anos de solidão e do 25º da atribuição do Nobel da Literatura.

Ficam duas referências:

– No Notícias Magazine de 28.04.2013, Ricardo J. Rodrigues publicou uma belíssima crónica sobre a estadia de Gabriel García Márquez em Lisboa, em Junho de 1975, o que pensou, por onde andou, com quem esteve. O texto está online.

– Um pequeno fragmento da descrição da morte de José Arcadio Buendía em Cien años de soledad:

«Entonces entraron al cuarto de José Arcadio Buendía, lo sacudieron con todas sus fuerzas, le gritaron al oído, le pusieron un espejo frente a las fosas nasales, pero no pudieron despertarlo.

Poco después, cuando el carpintero le tomaba las medidas para el ataúd, vieron a través de la ventana que estaba cayendo una llovizna de minúsculas flores amarillas. Cayeron toda la noche sobre el pueblo en una tormenta silenciosa, y cubrieron los techos y atascaron las puertas, y sofocaron a los animales que durmieron a la intemperie. Tantas flores cayeron del cielo, que las calles amanecieron tapizadas de una colcha compacta, y tuvieron que despejarías con palas y rastrillos para que pudiera pasar el entierro.»

.

Dica (729)

Posted: 05 Mar 2018 03:10 PM PST

Two anti-elite parties have divided Italy between them. What now? (Lorenzo Marsili)

«Ultimately, the only certainty is that Italy’s political landscape – just like Europe’s – is in a complete state of flux. The collapse of traditional parties is welcome and long overdue. But it remains to be seen whether this will lead to the kind of right-wing backlash that Bannon so revels in, or whether it will open the opportunity for a genuine progressive transformation. The Italian elections have shaken the tree. But the fruits still have to ripen.»

terça-feira, 6 de março de 2018

Condenada a 30 anos de prisão por matar o homem que vioIou a sua filha de 3 anos.

6 Abril, 2017 

Naomi, de 30 anos, foi condenada a 30 anos de prisão pelo crime de assasssinato em primeiro grau, com coragem, e raiva de saber que o homem tinha abusado da sua filha de 3 anos, Naomi enfrentou e matou-o com vários golpes, não conseguindo conter-se, depois de ter encontrado fotografias da sua filha de 3 anos sendo abusada.
O sujeito chamado Ernesto Ramírez acabou por morrer depois de ter sido apunhalado por Naomi.

Ao ser condenada preguntaram-lhe sobre o assunto e ela afirmou que lhe preguntou varias vezes como ele tinha sido capaz de abusar de sua própria filha, que tinha merecido a morte, que não merecia sequer existir.

Ajuda-nos a partilhar para ajudar a a espalhar a noticia! Acha que ela deve pagar por algo que ele fez para defender a filha? Deverá ela ficar 30 anos por ter feito justiça pelas próprias mãos?

Há 150 milhões de raparigas em risco de casar à força nos próximos 12 anos

Por Lusa

6 Março, 2018


lvovsky / Flickr

Mais de 150 milhões de meninas correm o risco de ser submetidas a casamentos forçados até 2030, se não se acelerarem os progressos em algumas regiões do mundo, alertou a UNICEF esta terça-feira.

Em comunicado, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) referiu que, no ano passado, cerca de 25 milhões de casamentos infantis foram impedidos em todo o mundo, salientando que apesar da “redução significativa” de 15% na última década, esta é uma realidade que afeta ainda 12 milhões de meninas por ano.

“Dado o forte impacto que o casamento infantil pode ter na vida de uma menina, vemos qualquer redução como uma boa notícia, mas ainda temos um longo caminho a percorrer”, declarou a assessora principal da UNICEF em matéria de género, Anju Malhotra.

A maior queda nas estatísticas de casamentos infantis foi registada na última década na Ásia meridional, onde, segundo a agência especializada das Nações Unidas, “o risco de uma menina casar antes de completar 18 anos foi reduzido em mais de um terço, de quase 50% para 30%”.

A UNICEF atribui este resultado ao progresso na Índia, especialmente no que respeita à subida nas estatísticas do número de meninas que recebem educação, aos investimentos do Governo nas adolescentes e às mensagens difundidas sobre a ilegalidade do casamento infantil.

Pelo contrário, na África subsaariana, a situação agravou-se: “Quase uma em cada três” das meninas que casaram recentemente são dali originárias, “em comparação com o que ocorria há dez anos, quando era só uma em cada cinco”, sublinhou a organização.

Contudo, a UNICEF destaca, no continente africano, o caso da Etiópia, que, nos últimos dez anos, passou de estar entre os cinco países com maior índice de casamentos infantis da África subsaariana para registar uma queda de um terço na prevalência destas uniões.

“Por cada casamento infantil que se evita, oferece-se a uma menina a oportunidade de desenvolver o seu potencial”, acrescentou Malhotra, exortando a que sejam “redobrados os esforços de forma coletiva, a fim de impedir que esta horrível prática continue a despojar da sua infância milhões de meninas”.

Nesse contexto, frisou que, para eliminar esta prática até 2030, “é necessário acelerar o processo consideravelmente”.

A UNICEF calcula que atualmente cerca de 650 milhões de mulheres de todo o mundo casaram quando eram crianças.

// Lusa

Passos Coelho vai ganhar tanto como um professor universitário no topo da carreira

Por ZAP

5 Março, 2018

PSD / Flickr

O ex-presidente do PSD, Pedro Passos Coelho

A notícia de que Passos Coelho vai ser professor catedrático convidado no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), da Universidade de Lisboa, com um salário equiparado a quem atinge o topo da carreira de docente universitário, está a causar polémica.

Depois de deixar a política, Passos Coelho vai se tornar professor em três Universidades.

O Jornal de Negócios revelou que Passos Coelho vai dar aulas de Administração Pública a alunos de mestrado e de doutoramento no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), da Universidade de Lisboa.

O ex-primeiro-ministro deverá ter o estatuto de professor catedrático convidado, com equiparação salarial à de professor catedrático, o topo da carreira no Ensino Universitário, constata o Negócios.

Este facto está a gerar desconforto entre alguns académicos e figuras públicas, como é o caso da historiadora Raquel Varela que usou o Facebook para manifestar o seu desagrado.

“Passos Coelho conseguiu, pago pelos nossos impostos, destruir os serviços públicos, que já não existem com qualidade mas que continuamos a pagar (…) e acaba a dar aulas numa universidade pública, paga por nós, onde vai ensinar a outros como continuar a destruir serviços públicos, que continuaremos a pagar, mesmo quando já não existirem”, queixa-se Raquel Varela.

O também historiador Rui Bebiano, da Universidade de Coimbra, considera, em declarações ao Diário de Notícias que, “sem formação, mérito ou reconhecimento não faz sentido, a não ser por nepotismo, o convite dirigido pelo ISCSP a Passos Coelho”.

“É uma desonra para uma escola pública, e uma afronta para quem, no sistema universitário, tanto dá ao longo da vida subindo custosamente a pulso, ou nem sequer o consegue fazer devido ao rigoroso limite de vagas”, acrescenta Rui Bebiano.

Já o professor de Direito e de Economia Nuno Garoupa salienta que o ISCSP é “uma espécie de “Estoril académico” dos exilados da política”, “o local preferido das vítimas da austeridade”. “Primeiro Seguro, agora Passos. Só falta Portas e até parece um remake de 2013″, desabafa o docente universitário.

António José Seguro, ex-líder do PS, é actualmente professor auxiliar no ISCSP.

O Instituto é presidido por Manuel Meirinho, que foi eleito deputado do PSD nas eleições legislativas de 2011, o sufrágio que catapultou Passos Coelho para o Governo.

Em defesa de Passos Coelho, sai o deputado do PS Sérgio Sousa Pinto, considerando que “a experiência de um ex-primeiro-ministro, qualquer que seja, é única e valiosa“. “Por isso são disputados pelas melhores universidades dos seus países”, constata, realçando que o ex-governante é “testemunha privilegiada e actor de um período crítico da vida nacional”, independentemente da “avaliação que fazemos” da sua actuação durante o mesmo.

ZAP //

Lisboa: alunos portugueses recriam a cidade romana de Olisipo em jogo de computador

por admin

E se fosse possível conciliar a educação com um jogo que as crianças adoram e que pode ser uma óptima ferramenta de ensino caso seja usado da forma correcta? Foi esse o desafio que Joana Simas, professora de História e Geografia na Park Internartional School decidiu abraçar. E o resultado não poderia ter sido mais fantástico! Joana Simas e os seus alunos recriaram a cidade romana de Olisipo, a antiga Lisboa, de forma impressionante e bem detalhada.

Segundo as palavras da professora Joana Simas, "através desta plataforma, os alunos podem trazer vida à História, recriá-la e apropriar-se dela, dando-lhe um significado pessoal e verdadeiro à sua aprendizagem. Na verdade, através da utilização desta plataforma de jogo na sala de aula, eu ofereço aos meus alunos vários caminhos para a aprendizagem: o verdadeiro sucesso é baseado no conhecimento, no controlo dos materiais e na capacidade de aprender a pensar por si próprio."

OlisipoOlisipo

Os alunos do 5º ano de escolaridade abraçaram a ideia de Joana Simas e lançaram-se no projecto de recriar Olisipo com recurso a uma tecnologia que a grande maioria deles já dominava. "No final, temos uma cidade reconstruída numa escala 1:1, num mundo do Minecraft Education Edition previamente preparado pelo coordenador de EdTech, Kyriakos Koursaris, repleto de informação espalhada pela cidade escrita em ardósias, adicionando assim todas as informações e elementos históricos necessários", salienta Joana Simas.

OlisipoOlisipo

O trabalho destes alunos baseou-se num documentário realizado em 2015: Fundeadouro Romano em Olisipo. Com recurso a imagens deste documentário e apoiados em outras fontes de informação, os alunos recriaram vários pontos da antiga cidade romana, como o Teatro Romano, o Aqueduto ou o porto. E para ver mais trabalhos educativos da professora Joana Simas, vale a pena espreitar o seu perfil no Minecraft Education Edition.

Olisipo: Lisboa no tempo dos romanos

Felicitas Julia Olisipo. Assim se chamava Lisboa no tempo do Imperador Augusto, quando a cidade era um porto importante da província da Lusitânia. E quem chegava pelo Tejo o que primeiro via era um imponente teatro, símbolo do poder do Império. Há dois mil anos Olisipo era o porto da capital da província da Lusitânia, Augusta Emerita (a actual Mérida), mas tinha a importância concedida às grandes cidades romanas. O valor estava sobretudo no rio que a fazia próspera, relevante via de comunicação com uma actividade económica sustentada na abundância do peixe, no vinho e azeite transportado para todo o mundo romano. Ficou a ser a terra da Felicidade, Felicitas Julia, como a nomeou Júlio César, o imperador que lhe concedeu o estatuto de município.

OlisipoOlisipo

Como era política expansionista de Roma, os povos dominados  recebiam o cunho da civilização romana: da língua à arquitectura, todos os sectores eram influenciados. Durante a romanização de Olisipio, o Imperador Augusto decidiu mandar construir um teatro virado a sul, que funcionava “como marca propagandista” do Império para quem chegava à cidade pelo Tejo . Situado na encosta da colina onde está hoje o castelo de São Jorge, o edifício cénico, de estrutura semicircular, tinha capacidade para cerca de 4000 espectadores. Decorado com fustes e capitéis pintados, este era o  local onde se exibiam peças do período clássico.

OlisipoOlisipo

Datado do século I d.C., o teatro, como grande parte de Lisboa,  “desapareceu” no terramoto de 1755. As ruínas, descobertas em 1798 durante a reconstrução da cidade, acabaram esquecidas. Em poucos anos, sobre elas foram construídos prédios de habitação. Só mais tarde, na década de sessenta do século XX, o que estava escondido debaixo dos pés veio à superfície. As escavações arqueológicas realizadas em várias campanhas tornaram possível a recuperação desta história da velha Olisipo.

OlisipoOlisipo

Na época romana, a praça D. Luís I era uma pequena baía onde os navios ancoravam, no trânsito de cargas e passageiros, e as mercadorias que transportavam eram por vezes lançadas ao rio, talvez até com o intuito de se libertarem delas. Da análise dos materiais recolhidos ficamos a conhecer o tipo de relações comerciais e marítimas que Olisipo manteve com o resto do Império, durante mais de 700 anos. Aqui chegavam navios oriundos de todos os cantos do Mediterrâneo. Olisipo era um importante centro de transformação de pescado. Na margem sul do estuário do Tejo existiam várias olarias que fabricavam as ânforas em que eram exportadas as conservas.

Olisipo

O porto de Olisipo era um dos mais importantes de toda a fachada Atlântica. por aqui passava uma rota marítima que, desde o mediterrâneo, abastecia os exércitos de Roma estacionados na Britânia e Germânia Inferior, actuais regiões da Grã-Bretanha e parte da costa norte da moderna Alemanha.