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sábado, 24 de março de 2018

Entre as brumas da memória


Ilha Jeju

Posted: 24 Mar 2018 01:32 AM PDT

É a maior ilha da Coreia do Sul, situada no Estreito da Coreia, tem um estatuto de «província especial autónoma» e uma população de cerca de 600.000 habitantes. É em Jeju que se encontra o ponto mais alto do país: o Hallasan, um vulcão inactivo a 1.950 metros de altitude. Vive-se sobretudo do turismo e do cultivo de fruta (a laranja é rainha), o salário mínimo é 1.100 US $, mas dizem-me que é pouco para o nível geral dos preços.

Há muito para ver (e eu não vi as praias paradisíacas, embora acredite que existem...), mas destaco um excelente Museu de Folclore e História Natural, a célebre pedra Yong Du-am em forma de cabeça de dragão (na imagem deste «post»), de visita obrigatória; e, inevitavelmente como em cidade asiática que se preze, um belo mercado.

Amanhã… será Seul.

FACEBOOK - Nem Orwell conseguiu ir tão longe

João Cândido da Silva

23/3/2018, 6:54

No ambiente irrespirável das redes sociais, não admira que surja gente sem escrúpulos disposta a manipular. É o terreno ideal para espalhar as brasas que ameaçam consumir as democracias.

A imaginação de George Orwell criou o “Big Brother”, a entidade que controlava, sem piedade, nem descanso, a vida de toda a gente. Mas nem o autor de “1984” conseguiu antecipar uma situação como aquela que nasceu com a era digital, sobretudo após o aparecimento das redes sociais.

A informação que permite a terceiros espiolhar o que fazemos, onde estamos e a que hora, com quem interagimos e que produtos e serviços preferimos consumir, é fornecida de forma voluntária e dispensa qualquer coacção com a finalidade de ser extorquida. É o Mundo perfeito para quem pretenda satisfazer o sonho de controlar, literalmente, tudo que o que se passa em seu redor.

Empresas como as que são responsáveis pelo Facebook ou pelo Google não têm o objectivo, pelo menos confessado, de erguer uma qualquer ditadura assente numa repressão feroz e implacável como aquela que Orwell descreveu. Todos os pedaços de informação a que conseguem deitar a mão são o alicerce de um negócio que gera rendibilidades de fazer inveja, a contrapartida lucrativa pelo fornecimento de dados que permitem a quem faz publicidade dar tiros certeiros nos alvos que pretende atingir.

O modelo tem um pequeno senão. Despejada sobre as mãos erradas, a informação transforma-se numa ameaça sinistra ao funcionamento transparente e saudável de um regime democrático, como sucedeu durante a campanha eleitoral de 2016 nos Estados Unidos.

A empresa co-fundada por Mark Zuckerberg, que agora está no centro do preocupante caso da cedência de informação sobre 50 milhões de contas do Facebook, registou um crescimento dos lucros superior a 50% em 2017, cerca de 13 mil milhões de euros. Para que se tenha uma ideia, é um valor que supera o dinheiro que o Estado português prevê gastar em saúde durante os 12 meses de 2018. Em conjunto com a Google, a empresa de Zuckerberg domina 20% do mercado global de publicidade, o que ilustra o poder que ambas alcançaram no curto período de tempo que decorreu desde o seu nascimento, quando não passavam de mais duas “startups” a tentar sobreviver num ambiente de competição intensa.

Quando estão em causa gigantes com esta dimensão, a tentação imediata é a de criticar, condenar e começar a afiar as lâminas da proibição. Há muitos aspectos em que o comportamento de quem gere o Facebook tem de melhorar de forma drástica. Por exemplo, pode começar-se pela exigência de um escrutínio mais criterioso sobre quem são e o que fazem as entidades a quem a empresa abre as vastas bases de dados relativas a milhões de cidadãos de todo o Mundo. Ou tornar mais claras e acessíveis as regras de privacidade que os utilizadores podem activar, matéria talhada para baralhar os espíritos mais lúcidos e originar decisões erradas, ainda que quem arranje paciência para as ler de fio a pavio seja um perito na gíria jurídica que regula estas questões.

Mas tudo isto jamais terá qualquer possibilidade de ser suficiente se outros tantos milhões de utilizadores, por ignorância, ausência de algum vestígio de capacidade crítica ou simples má fé, estiverem disponíveis para serem manipulados e, pior, ajudar a manipular. Já não se trata de constatar, como sucedeu nos primórdios das redes sociais, que partilhar uma informação em meios como o Facebook é a mesmíssima coisa que pegar num megafone e ir para a rua anunciar, a quem queira ouvir, aquilo que se almoçou ou onde se passou o cobiçado fim-de-semana. Nestes campos, cada um expõe aquilo que quer e sujeita-se aos abusos.

Em temas menos frívolos, como sucede quando o assunto são decisões, actos, declarações ou opiniões políticas, uma curta visita ao Facebook permite perceber que milhares de utilizadores estão entrincheirados, agrupados em tribos, apenas lêem aquilo que lhes parece ser favorável às suas preferências, consomem e partilham “notícias falsas” e comentam, com agressividade, insultos e a ausência de argumentação que costuma andar de mão dada com a indigência intelectual, tudo o que lhes soe, mesmo que apenas vagamente, como uma posição contrária às suas crenças.

Neste ambiente irrespirável, não admira que empresas desprovidas de quaisquer escrúpulos, especializadas em manipulação e truques baixos, como a Cambridge Analytica, explorem um terreno que tem as condições ideais para espalhar brasas e provocar os incêndios que consomem as democracias.

A culpa é das redes sociais? Não parece. Para além das óbvias responsabilidades nas decisões que toma sobre o arsenal de informação de que é detentor, o Facebook limita-se a colocar à vista a grave doença do radicalismo e do populismo que contraria quem alguma vez se tenha atrevido a acreditar que as democracias liberais, tal como foram construídas no Ocidente, eram edifícios sólidos e indestrutíveis. A má notícia é que podem ser valiosas como um diamante que custou a descobrir e a lapidar, mas nada garante que serão eternas.

Nem de propósito, um relatório da Fundação Bertelsmann acaba de constatar que nunca, nos 12 últimos anos, uma fatia tão grande da população mundial viveu sob regimes autocráticos como sucede agora. E, no interior da União Europeia, fenómenos como o Brexit, a ascensão do extremismo e do populismo em actos eleitorais recentes e os golpes no Estado de Direito em países como a Polónia demonstram que não existe qualquer muralha inexpugnável, nem esta teria qualquer efeito quando o mal cresce no interior das respectivas fronteiras.

Mark Zuckerberg e os restantes “tycoons” das redes sociais podem ser interrogados no Parlamento Europeu e as empresas que dirigem ser alvo de um cerco regulatório, tarefas que deixarão políticos e eurocratas de consciência tranquila. Estarão a atacar o tumor com analgésicos.

Mais de 50 mortos na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, desde setembro

RIO DE JANEIRO

HÁ 19 MINUTOS

Cinquenta e uma pessoas, entre as quais suspeitos de crimes, polícias e uma turista, morreram na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, desde setembro passado até hoje.

Marcelo Sayão/EPA

Autor

Agência Lusa

Cinquenta e uma pessoas, entre as quais suspeitos de crimes, polícias e uma turista, morreram na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, desde setembro passado até hoje, segundo um balanço feito pela Polícia Militar daquele estado brasileiro este sábado.

Pelo menos sete pessoas morreram este sábado em confrontos entre polícias e alegados traficantes de droga na Rocinha, localizada junto aos bairros turísticos de Ipanema e do Leblon.

Num comunicado oficial publicado no seu ‘site’ após os desacatos, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro indica que as mortes deste sábado se enquadram num total de 51 desde o arranque da ação desta força de segurança no local, 48 das quais de suspeitos de crimes, duas de polícias e uma de uma turista espanhola.

Esta atuação da Polícia Militar começou em 18 de setembro passado e, até às 11h20 deste sábado (hora do Rio de Janeiro, 14h20 em Lisboa), registou também um total de 19 feridos, dos quais 11 são moradores e oito polícias. Houve ainda 105 presos, 22 detenções de menores e várias apreensões, entre as quais de artefactos explosivos (69), pistolas (66), espingardas (38) e de duas toneladas de droga. O incidente deste sábado começou quando um grupo de agentes, que patrulhava a zona, foi atacado a tiro por presumíveis traficantes de droga.

Após o fim dos disparos, sete criminosos feridos foram socorridos no hospital municipal Miguel Couto, onde vieram a falecer”, informa aquela força de segurança no comunicado.

Após os confrontos, o cerco policial voltou a ser reforçado, nomeadamente via área, adianta a Polícia Militar.

Desde o final dos Jogos Olímpicos de 2016, o Rio de Janeiro tem sofrido um agravamento da violência, situação que piorou devido à crise económica. Por essa razão, as autoridades também ficaram com dificuldades em manter equipamentos de segurança e em pagar os salários dos agentes.

Mais recentemente, no final de fevereiro deste ano, o Presidente brasileiro, Michel Temer, assinou um decreto que passou a segurança pública do Estado para as mãos do Exército, dando origem a uma intervenção federal no Rio de Janeiro.

Causas nacionais de Marcelo

Novo artigo em BLASFÉMIAS


  por Telmo Azevedo Fernandes

JC07

Numa pesquisa rápida pelas notícias dos últimos 12 meses verifico que Marcelo Rebelo de Sousa já deu instruções ao povo de que os seguintes temas são "Causas Nacionais":

  • Limpeza das matas (24.03.2018)
  • Dádivas de sangue (16.02.2018)
  • Combate ao fogo de Oleiros (26.08.2017)
  • Projecto da Mota Engil no México (17.07.2017)
  • Tejo (17.06.2017)
  • Agricultura (07.05.2017)

Sobre as questões de "interesse nacional" (diferente de "causas"), perdi a conta às identificadas pelo nosso Presidente da República. Os leitores desculparão por isso que nem sequer dê destas exemplos.

REDUZIR O PESO DO ESTADO?

  por estatuadesal

(Joaquim Vassalo Abreu, 24/03/2018)

estado

Foi esta frase e esta pronunciação a que mais ouvimos durante anos e anos pela nossa Direita, acolitada por todos os pensadores, liberais e ultra liberais e, ainda, por uma plêiade de comentadores económico-televisivos da nossa praça, que não viam para além dela outra maneira de salvar o País! Quer dizer, os seus interesses ou de quem assim os mandatava!

Reduzir o peso do Estado”, era a solução para todos os males da nossa Sociedade e da nossa Economia.

E, de certo modo, no seguimento do que diagnosticava o falecido mas respeitado Medina Carreira, quando afirmava que um Estado não podia gastar mais no seu funcionamento do que aquilo que arrecadava, e eu em tese até que o sigo, foi o que se foi fazendo ( e aqui não interessa quem) durante anos, com a célebre lei ou medida do “por cada dois só entra um”, na Função Pública, é claro!

Só que esta medida, ou Lei, prefaciava que essa tal entrada, na sequência das duas saídas, ou era em trabalho precário ou a recibos verdes…Sinal dos tempos…

As FORÇAS ARMADAS, por via da não obrigatoriedade do serviço militar para todos, fatalmente viu encolhidos os meios no terreno e ficou impregnada de inúmeros velhos generais, almirantes, tenentes, coronéis e demais patentes, sem saberem bem o que fazerem…Que fazerem da vida, antes da ansiada e dourada reforma, perguntavam-se e perguntam-se eles? Exasperados por qualquer servicinho, logo despejam, enquanto negócios militares não sucedem, quando algum aparece, o do costume: Falta de Pessoal! Falta de meios!

De modo que, se algo bem não correr, está desde logo justificado: Falta de Meios! Isto é, de MAIS ESTADO!

AS AUTARQUIAS! As Autarquias, a quem cada vez são incumbidas mais responsabilidades, seja nas áreas sociais, nas áreas educativas e mesmo na Protecção Civil, como se fossem agora o refúgio para todos os males, argumentam também elas, face à escassez de recursos financeiros advindos da Lei das Finanças Locais, incapacidades para tantas obrigações, tanto mais que têm falta de meios! FALTA DE  MAIS ESTADO, é o que querem dizer…Mesmo muitas não querendo!

A SAÚDE! Ela que agora, por falta de outro motivo, antes do aparecimento do milagroso Relatório dos tais incêndios de Julho ou de Outubro, já nem sei, era o refúgio da oposição, por FALTA DOS MEIOS necessários, é claro, reclamados por Enfermeiros, por Médicos, por Técnicos e por Tarefeiros e por, por via disso, provocar listas de espera sem fim, também ela, coitada, sofre de um síndrome: FALTA DE ESTADO!

E A EDUCAÇÃO? Que dizer da EDUCAÇÃO?  Idem, idem aspas e mais aspas…

E A JUSTIÇA? Ui, então aí Deus meu é que o ESTADO falha redondamente e em toda a linha! O Ministério Público não consegue cumprir prazos? Falta de meios, falta de Juízes, falta de Técnicos, falta de formação, falta de tempo e falta de rendimento. FALTA DE ESTADO, sem dúvida!

E por aí adiante…

Esquecida, completamente esquecida e sem memória, a nossa Direita vem argumentar que as chamadas “FALHAS DO ESTADO” (que, para ela, se cingem apenas a uma parte dele, o Governo!) nos incêndios são, apesar dos Bombeiros serem maioritariamente voluntários, consequência da “FALTA DOS MEIOS” que foram solicitados e não apareceram…FALTA DE ESTADO, portanto!

De modo que os Incêndios, as falhas da Protecção Civil, a legionella, o Sarampo, os acidentes de estrada, as quedas de árvores, os tufões, as marés, a comida das areias pelo mar, os trovões, os curto circuitos, as mortes súbitas, as visões, as miragens, a merda do Facebook, o Trump, o coiso da Coreia do Norte e o camelo que governa Espanha, é tudo culpa do ESTADO, um ESTADO que falha redondamente quando lhe pedem meios…Um ESTADO FALHADO, dizem eles…Porque não dá meios…

Mas entendamo-nos, senhores: QUEREM MENOS ESTADO ou querem MAIS ESTADO? Ou será que querem “mais estado” com “menos estado”?

A gente há muito já sabe que quando são Oposição querem uma coisa e a outra, e uma justifica a outra e as duas justificam tudo! Mas quando estão no Governo, em nome da “racionalidade” e do “tem que ser” tudo pode ser explicado!

A suprema demagogia com que agem só tem um desiderato: encontrar um culpado pronto a ser imolado! Como os Relatórios todos tudo irresponsabilizam, menos quem não deu os tais meios, então responsabiliza-se o Governo e, em comandita, toda a Esquerda! Incapaz de dar meios…Mas porquê? Apenas por inconsequente, dizem eles…

É que esta Direita existe, ela actua, ela está presente em tudo o que vemos, lemos e escutamos! Não vale a pena fazer de conta que não existe, só porque não segue os nossos princípios. Existe! Não age segundo os nossos códigos de consciência, segundo os nossos princípios, não olha a meios para atingir os fins, não age de boa fé como nós e tudo isto é histórico! Não tem o nosso decoro, não é solidária e não lhe interessa o bem dos outros: apenas o seu poder interessa e é legítimo. E por isso utiliza a demagogia como arma, a humilhação como meio e o farisaísmo como instrumento. O cinismo como norma e a hipocrisia como lema. Mas existe e está aí!

Mas, neste caso dos Incêndios em concreto, ela age assim porque sente ter uma espécie de um “manto diáfano” protector que faz com que, mesmo não estando os incêndios activos, pareçam que estão! E que “manto” é esse? A comunicação Social, que toda lhes pertence e a quem está submetida, e uma outra entidade que, quando o assunto emerge, os protege e lança avisos…Também essa entidade exige mais meios, repararam? MAIS ESTADO, portanto, quando também ela, a entidade, quer menos Estado! Engraçado!

Mas lança Avisos de quê? De que tem que haver mais meios e eles têm que chegar! Tem que chegar MAIS ESTADO, portanto! Também essa entidade exige…

Mas que entidade, perguntam-me? A Presidência da República! O Sr. Prof. Dr. Marcelo Rebelo de Sousa, Comandante-em chefe-de todas as Forças Armadas, tanto do mar, como da terra e como dos céus, mais ainda dos Bombeiros, da Protecção Civil e, ainda, do Governo!

De modo que num próximo Incêndio eu proponho que o de tudo Supremo Comandante, vá para o seu lugar, que é o de comando, e faça valer as suas vontades e desejos! E arranje meios…

E erga das cinzas o ESTADO! E faça dele um ESTADO não falhado! Como o da Califórnia e o da Austrália, por exemplo que, em matéria de incêndios, tanto nos podem ensinar: tanto em área ardida, como em pessoas exterminadas: Eles, eles sim, nunca falham…

Confio em si, Sr. Presidente, Presidente de tudo o que de bom acontece e dos restos do que de mal acontece.

E acontece!