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terça-feira, 27 de março de 2018

Facebook desvalorizou 13,5% (73 mil milhões dólares) nas últimas duas semanas

27 mar 2018 06:52

MadreMedia / Lusa

Facebook arrisca multa milionária devido a papel nas eleições norte-americanas

O fundador da Facebook, Mark Zuckerberg, pode querer apagar os últimos 10 dias da sua linha do tempo, bem como da do público em geral, depois de ver a empresa perder 13,5% da capitalização bolsista.

Facebook desvalorizou 13,5% (73 mil milhões dólares) nas últimas duas semanas

Em pouco mais de uma semana, a Facebook passou de uma das empresas mais apetitosas do mercado bolsista para uma das quais os investidores querem fugir.

A acentuada desvalorização bolsista resultou das alegações relativas à obtenção indevida de informação pessoal de milhões de utilizadores da Facebook por uma forma de consultoria política, a Cambridge Analytica, que trabalhou para a campanha eleitoral de Donald Trump.

Na segunda-feira, a Comissão Federal do Comércio (FTC, na sigla em inglês) dos EUA informou que abriu um inquérito às políticas de privacidade da empresa das redes sociais, enquanto deputados nos EUA e Reino Unido exigem respostas e querem abrir inquéritos.

Na sessão bolsista de segunda-feira, a Facebook chegou a cair 6,5%, mas acabou com um ligeiro ganho, aproveitando a maré de recuperação generalizada, depois das forte perdas na semana passada.

A desvalorização bolsista sofrida pela Facebook, em termos monetários, é de 73 mil milhões de dólares (59 mil milhões de euros).

Este valor corresponde ao que a empresa tinha em 2012, no ano em que entrou na bolsa.

Depois de um primeiro ano com altos e baixos, nos últimos quatro anos e meio tem gozado de um enorme sucesso.

Antes da recente queda, a valorização bolsista da Facebook excedia os 500 mil milhões de dólares, o que a tornava a quinta empresa mais valiosa dos EUA. Agora, caiu para o sexto lugar, atrás da Berkshire Hathaway, a holding de Warren Buffet.

Mas o escândalo sobre a forma como a Facebook lida com a informação dos seus utilizadores ocorreu depois de a empresa ter sido criticada por ter sido uma conduta de notícias falsas e propaganda produzida por agentes russos, com vista à perturbação das eleições presidenciais norte-americanas em 2016.

A empresa veio a admitir estes problemas, tal como prometeu fazer melhor depois do último escândalo.

Mas a Facebook está a enfrentar um novo tipo de crise, com utilizadores irados que podem apagar as suas contas, anunciantes que podem reduzir a publicidade e governos que a podem punir ou regulá-la de uma forma como nunca foi.

A ação está a cotar ao seu preço mais baixo desde julho e já caiu 17,1% desde que estabeleceu um valor recorde em 01 de fevereiro.

Juízes de gatilho fácil

  por estatuadesal

(Francisco Louçã, in Expresso Diário, 27/03/2018) 

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Não é de hoje, mas talvez nos tempos de caos político que vamos vivendo se torne mais flagrante e mais ameaçador. Em Espanha e no Brasil os juízes, ou alguns juízes, decidiram tornar-se o centro de uma nova república dos profetas, albergada pela monarquia que com eles se vai absolutizando.

Os juízes do Supremo espanhol responderam a uma acusação contra os governantes catalães determinando a sua prisão preventiva, sem direito a fiança e sem julgamento marcado, a pretexto de “sedição”, um crime que desconhecemos no Portugal democrático, mas que tem raízes na ditadura franquista. Manipularam depois os prazos e as formas da acusação, abdicando do mandado internacional contra Puigdemont quando presumiam que as autoridades belgas o rejeitariam, mas relançando-o quando os serviços secretos acompanhavam uma visita à Finlândia que poderia vir a permitir a sua detenção noutro país. O dedo do rei está por todo o lado (para perturbação de Rajoy, que assim pode perder mais uma vez a oportunidade de aprovar o Orçamento para 2018, ainda bloqueado pelos nacionalistas bascos) e estes juízes tornaram-se o braço executivo do Palácio.

Do mesmo modo, os juízes desencadeiam uma ordem de prisão contra o deputado que poderia ser eleito presidente do governo catalão, nas vésperas da sua investidura. No tempo e na forma, o tribunal atuou como um grupo incendiário, não hesitando perante a opção de reverter o resultado das eleições. É isso que define a república dos profetas, os que estão acima da lei, tudo aliás ao serviço dos Bourbons e do seu sonho de uma Espanha que, como no tempo de Franco, esmaga as suas nacionalidades.

No Brasil foi mais fácil. Alguns juízes mobilizaram o engenho de uma lei que permite que quem dirige a investigação seja o mesmo que determine a sentença na primeira instância. Sérgio Moro encarregou-se desse modo do ataque contra Lula. A segunda instância agravou a pena e, esta semana, recusou os recursos. Entretanto, o Supremo Tribunal já tinha determinado que a prisão se torna efetiva com as decisões da Relação e, se reconfirmar essa doutrina, Lula entrará na prisão na próxima semana. Os juízes são neste caso o braço político dos partidos do golpe constitucional que, depois de derrubada a presidente eleita, os levou ao poder, mas sem um candidato presidencial viável para as eleições deste ano – e por isso precisam de afastar o candidato com maior apoio popular.

As repúblicas dos profetas são uma das formas de autoritarismo dos nossos tempos. Na verdade, são uma dispensa da democracia, ou porque ela elege governantes independentistas (como em Espanha, apesar do percurso dos nacionalistas de direita, próximos dos governos de Madrid), ou porque pode eleger governantes que são distintos da elite tradicional (como no Brasil, apesar dos esforços dos governos Lula de manterem os privilégios dessa elite). Assim, o que é criminalizado nem é a alternativa, é somente o menor laivo de diferença. Catalão, pobre, trabalhador, não tem lugar. Pode votar, desde que o voto confirme a elite e a tradição. Se errar, então é punido. A república dos juízes-profetas é a nova violência social do nosso tempo.

Nota final – O Observador, esplêndido exemplo de liberdade artística, escolheu ser o coito da extravagância. Só posso elogiar o seu diretor por isso. Portugal precisa de intriga a ferver, de conspirações penumbrosas e de cronistas assanhados. Em prol dessa virtude, vale a pena destacar um homem que é um monumento a si próprio e que, maçado pelo “barulho selectivo e sonso em volta da sua morte (de Marielle Franco)” e registando com enfado que “o homicídio da dona Marielle provocou rebuliço”, lembra que “a cada ano, mais de 60 mil pessoas são por lá mortas a tiro ou métodos alternativos” e indigna-se portanto pela atenção à morte da “dona Marielle”. Não chega a ser inimputável, é só o senhor Alberto Gonçalves, ele mesmo.

RTP - O Essencial

O Essencial

26 Março, 2018

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Christopher Marques
Jornalista
Christopher Marques

Bem-vindo

Vive-se uma terça-feira de protestos em Portugal. Guardas prisionais, polícias, militares, agentes culturais e funcionários do SEF protestam hoje em diferentes locais da capital. Lá fora, as atenções continuam viradas para o caso Skripal,a Catalunha, o Facebook e para um misterioso comboio que chegou a Pequim.


Terça-feira de protestos

Terça-feira de protestos

Dia de luta em Portugal. Os funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras deram início a uma greve de três dias que pode afetar as fronteiras. Na Ajuda, os produtores artísticos lutam contra a precariedade no setor. Em São Bento, o protesto é dos guardas prisionais. Em Belém, polícias e militares entregaram um ofício para que o chefe de Estado medeie o diálogo com o Executivo. O Presidente não estava em Belém, tendo regressado de madrugada de uma visita à missão portuguesa na República Centro Africana.


Caixa, uma parte da fatura de 17 mil milhões

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Ao contrário do que pretendia o Governo, a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos fez derrapar o défice de 0,9 para três por cento. É o impacto nas contas públicas da injeção de capital de 3,9 mil milhões de euros feita no banco agora liderado por Paulo Macedo. Na última década, a banca já custou mais de 17 mil milhões de euros aos contribuintes portugueses. Da esquerda à direita, mas por motivos diferentes, os partidos deixam críticas ao Executivo.


Caso Skripal. Portugal fora da resposta unida

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Mais de 20 países ocidentais decidiram expulsar diplomatas russos. Só os Estados Unidos anunciaram que vão expulsar 60 diplomatas e funcionários de Moscovo. É a resposta concertada ao envenenamento de um ex-espião russo em território britânico, pelo qual Londres responsabiliza Moscovo. Portugal fica de fora da resposta, limitando-se a tomar “boa nota” e a defender concertação a nível europeu. Os partidos abordam o caso com reservas.


Aumento máximo no preço dos Correios

Aumento máximo no preço dos Correios

Os preços cobrados pelos CTT vão sofrer um agravamento médio de 4,5 por cento. É o aumento máximo permitido. A empresa garante que a atualização está de acordo com os critérios definidos pela Anacom, o regulador do setor das comunicações. Os novos valores entram em vigor no próximo dia 2 de abril.


9.176 vítimas

9.176 vítimas

No primeiro trimestre de 2018 foram denunciados às autoridades mais de meia centena de casos de abuso sexual de crianças e jovens. Os números foram revelados pela Rede Quére da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima à Antena 1. Ao todo, no ano passado, a APAV atendeu 40.928 pessoas, tendo sido abertos mais de 12 mil processos referentes a 9.176 vítimas.


Kim Jong-Un e o comboio mistério

Kim Jong-Un e o comboio mistério

Reforço policial, trânsito cortado e a chegada de um comboio especial com um “alto funcionário-norte coreano”. As pistas que chegam de Pequim alimentam o rumor de que o próprio Kim Jong-Un esteve em território chinês esta terça-feira para discutir as relações entre os dois países asiáticos. O Governo chinês não confirma. A imprensa japonesa avança que o comboio já abandonou a capital.


Protestos agravam-se com detenção de Puigdemont

Protestos agravam-se com detenção de Puigdemont

A justiça alemã decidiu manter Carles Puigdemont detido enquanto decide sobre a eventual extradição do político catalão para Espanha. Na Catalunha, os protestos agravam-se com estradas cortadas, nomeadamente a autoestrada que liga a região à fronteira francesa. Da ONU chegam boas notícias para a causa independentista: o Comité de Direitos Humanos aceitou analisar a queixa contra violação de direitos políticos apresentada por Puigdemont.


Bruxelas exige respostas de Zuckerberg

Bruxelas exige respostas de Zuckerberg

A Comissão Europeia pede respostas ao Facebook “nas próximas duas semanas” sobre as questões suscitadas pelo caso Cambridge Analytica. O executivo comunitário quer apurar se os dados pessoais de cidadãos europeus foram afetados. O Presidente do Parlamento Europeu também convidou Zuckerberg a prestar esclarecimentos perante os eurodeputados. O líder do Facebook foi já intimado a ir ao Parlamento britânico mas anunciou que enviará outro responsável da rede social.


Um, dois, três

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Desde 2014 que Portugal não perdia por tanto. Confrontada ao teste holandês, a seleção nacional caiu ainda na primeira parte face aos golos de Depay, Babbel e Van Dijk. Na página de desporto da RTP, Mário Aleixo constata que a pior derrota da era Fernando Santos é também a mais pesada desde que Portugal perdeu no Mundial 2014 frente à Alemanha.


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Uma pausa lusa em Macau

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Para lá dos casinos há um oásis com alma portuguesa que se esconde em Macau. Um casal norte-americano de reformados criou na antiga colónia lusa aquele que a CNN diz ser o melhor lounge de vinho português de toda a Ásia.Jacky e David Higgins identificaram uma lacuna e aproveitaram o seu conhecimento no néctar português para abrir negócio. Têm centenas de vinhos. Garantem que alguns são únicos no mundo.


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A cultura em submarinos

Opinião

Mariana Mortágua

Hoje às 00:00

Por ano, o Estado gasta com a manutenção de dois submarinos de utilidade duvidosa mais de metade do que investe nos concursos de apoio à criação artística. O setor está zangado, e tem todas as razões para isso. Do Governo de PSD/CDS pouca gente esperava mais que o pior, e foi isso que foi entregue, com a liquidação do Ministério e de uma parte do já magro orçamento da cultura. Mas o Governo de António Costa criou expectativas, fez juras de apoio às artes, fez regressar o Ministério e, em jeito de golpe final, chamou Miguel Honrado - um homem do setor - para secretário de Estado da Cultura.

Depois de um longo processo de consulta, e de quase dois anos de espera para abertura dos concursos no âmbito do "Novo modelo de apoio às artes", Honrado conseguiu, como resultado, "um momento sofrido para o setor artístico". Há, apesar de tudo, uma diferença, afirma, é que os atrasos de seis meses do anterior Governo foram agora reduzidos para quatro. Como se a precariedade não fosse cumulativa, e o objetivo do novo modelo não fosse precisamente acabar com os atrasos. Para centenas de companhias estes atrasos significam programar sem saber se serão financiadas; significa não renovar contratos e manter trabalhadores em suspenso; significa endividarem-se (muitas vezes a título pessoal) para poder continuar a ter um horizonte de criação.

Mas a falha não é apenas procedimental. O novo modelo tem perversões, nomeadamente quando coloca estruturas públicas, como os teatros municipais, a concorrer aos mesmos financiamentos que companhias independentes. Acima de tudo, e independentemente de qualquer outra consideração, as verbas são comprovadamente insuficientes para um setor que há anos vive no fio na navalha. Só uma parte dos resultados concursais é conhecida, e já se sabe que o trabalho de estruturas artísticas incontornáveis está comprometido por falta de financiamento. O júri da DGArtes é claro: a verba não chega para os mínimos.

A esse propósito, disse Miguel Honrado que o Governo continua apostado "na correção dessa trajetória", mas que tem que "lidar com os constrangimentos macroeconómicos". Um dia depois, Mário Centeno apresenta um défice de 0,9% em 2017. Ou seja, 1000 milhões abaixo da última previsão (no Orçamento para 2018), se usarmos os dados do PIB de 2017.

O ator Nuno Lopes disse o que era preciso ao receber o prémio Sophia: "A cultura é uma responsabilidade do Estado", tanto quanto a educação, a saúde ou a segurança, acrescento eu. Não queiramos acordar um dia num país pequenino que não se consegue pensar ou imaginar fora do seu próprio obscurantismo.

Ainda há tempo, e as exigências são tão simples quanto justas: corrigir as lacunas deste concurso, mudar as regras dos próximos e reforçar as verbas do próximo ano.

* DEPUTADA DO BE

O SILÊNCIO DOS VELHACOS

  por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 27/03/2018)

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Desta vez não protestaram porque o défice chegou aos 3%, não acusaram os portugueses de gastarem acima das possibilidades, nem mesmo a "múmia" do regime veio lembrar-nos o que já nos tinha avisado algures num qualquer discurso ou livro. Ficaram todos em silêncio, não mandaram o Bento teorizar sobre os excessos dos portugueses, o Costa do BdP nem se deixou ver, nem mesmo a incansável Teodora apareceu.

Já não precisa da ajuda do FMI para forçarem uma alteração na distribuição dos rendimentos, já não lhes convém que o rating da dívida desça e arraste o rating da banca, nem se repara no representante da associação de bancos, o senhor do BCP fugiu das televisões, nem mesmo o pessoal do Passos Coelho terá reparado no défice.

Ficaram todos em silêncio, terão pensado com os seus botões que foi bom o Centeno ter sido cuidadoso, indo além do previsto no orçamento, desta forma precaveu-se de ultrapassar os 3%, reabrindo o procedimento por défices excessivos. Não convém criticar porque mexer na merda aumenta o mau cheiro, também não se pode elogiar porque não seria de bom tom elogiar a esquerda. Todos ficaram calados, até a Cristas deve ter preferido ir limpar mato a saber das novidades orçamentais.

Todos os velhacos ficaram calados, eles sabem o que fizeram, sabem que não foram os seus que pagaram os 17.000.000 de euros com que a banca foi ajudada e agora que tudo passou o melhor é esquecer. Esquecer os que iam a Belém e a São Bento preocupados com a saída dos centros de decisão e depois decidiram afundar o país. Os que faziam ameaças aos governos e forçaram a intervenção do FMI para encobrir os seus podres e corrupção.

O défice não ultrapassou os 3%, a dívida vai descendo, o Estado vai poupando, tudo corre bem, até já correram com o Passos e meteram o Rio para ajudar a esquecer. Os bancos começam a apresentar lucros, o Macedo meteu a CGD na linha e já é um banco como qualquer outro, o crédito ao consumo volta a dar lucros como nunca deu. Tudo corre bem e o melhor é ficarem em silêncio.

Perderam-se os anéis mas ficaram com os dedos, aos poucos vão voltar a ter os anéis, vão aparecer novos Ricardos, qualquer dia haverá outro BPN para vender ações a oportunistas, até pode ser que apareça um BANIF ou que o Ricardo ou o Ricciardi resgate o negócio da família; os que dantes faziam sarrabulho optam agora pelo silêncio, é o silêncio dos velhacos.