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quinta-feira, 12 de abril de 2018

Rússia diz que há risco de "guerra" com EUA se Washington lançar ataque

O embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, avisou hoje que há um risco de "guerra" entre o seu país e os Estados Unidos se Washington decidir lançar uma ofensiva militar na Síria.

Rússia diz que há risco de "guerra" com EUA se Washington lançar ataque

© Reuters

Notícias ao Minuto

HÁ 1 HORA POR LUSA

"Não podemos excluir nenhuma possibilidade, lamentavelmente, porque temos visto mensagens saídas de Washington que são muito belicosas", disse Nebenzia, dirigindo-se aos jornalistas, na sede das Nações Unidas.

Segundo o diplomata russo, a "prioridade imediata é evitar o perigo de guerra", pelo que instou Estados Unidos e seus aliados a não utilizarem a força contra a Síria, acusada de ter utilizado armas químicas.

"As ameaças são uma violação à Carta das Nações Unidas", afirmou, acrescentando que uma intervenção militar do Ocidente seria "muito perigosa", uma vez que "os militares russos estão lá", a convite das autoridades sírias, salientou.

O diplomata russo indicou que o país pediu uma reunião pública do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a Síria, com a presença do secretário-geral da ONU, António Guterres.

Ele deverá intervir "num futuro próximo", afirmou Vassily Nebenzia.

Na terça-feira, três resoluções relacionadas com o presumível ataque químico sírio foram rejeitadas pelo Conselho de Segurança. Uma das resoluções foi apresentada pelos Estados Unidos e os outros dois textos foram propostos pela Rússia.

Mais de 40 pessoas morreram no sábado num ataque contra a cidade rebelde de Douma, em Ghouta Oriental, que segundo organizações não-governamentais no terreno foi realizado com armas químicas.

A oposição síria e vários países acusam o regime de Bashar al-Assad da autoria do ataque, mas Damasco nega e o seu principal aliado, a Rússia, afirmou que peritos russos que se deslocaram ao local não encontraram "nenhum vestígio" de substâncias químicas.

Citando informações fornecidas por organizações de saúde locais em Douma, a Organização Mundial de Saúde (OMS) indicou na quarta-feira que "cerca de 500 pessoas procuraram centros de atendimento exibindo sintomas de exposição a elementos químicos e tóxicos".

BE, Podemos e França Insubmissa lançam movimento político europeu “Agora, o povo”

HÁ 21 MINUTOS

Bloco, Podemos e França Insubmissa lançam movimento "Agora, o povo". Catarina Martins afirma que a ideia é alargar o movimento, que oferece "alternativas" ao povo, a mais países e partidos.

ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Autor
  • Agência Lusa
    O BE, Podemos e França Insubmissa, três partidos do Sul da Europa, lançaram esta quinta-feira o movimento político europeu “Agora, o povo”, uma “alternativa concreta, com as pessoas no centro” para “uma nova cooperação europeia” contra os tratados atuais.

“O Bloco de Esquerda juntamente com o Podemos e com a França Insubmissa dá hoje o passo para a criação de um movimento político europeu que ofereça uma alternativa aos nossos povos em relação aos tratados que estão hoje a impor tantas dificuldades aos vários países europeus”, disse Catarina Martins aos jornalistas, em conferência de imprensa, ladeada pelos líderes dos partidos Podemos e França Insubmissa, Pablo Iglesias e Jean-Luc Mélenchon, respetivamente.

Os três líderes partidários assinaram “a declaração de Lisboa por uma revolução cidadão na Europa” uma vez que acreditam, disse a coordenadora bloquista, ser “possível uma nova cooperação europeia, diferente dos moldes em que tem existido e que possa pôr no centro a vida das pessoas”.

“A União Europeia tem tratados que põem as prioridades de perna para o ar. Oferecer uma alternativa concreta, que põe as pessoas no centro. Agora, o povo. E que chama para construir essa alternativa forças políticas dos vários países europeus, movimentos sociais, todas as pessoas que não desistem de um futuro com dignidade dos nossos países”, justificou.

Catarina Martins defendeu a necessidade de um Europa que “em vez de pôr a finança e o sistema financeiro no lugar primordial de todas as decisões europeias, possa colocar questões tão estratégicas como essenciais aos nossos povos como o acesso à saúde, à escola, à habitação, o investimento público necessário aos setores estratégicos da economia para que possa existir emprego”.

“A União Europeia tem estado numa espiral de degradação das condições da sua democracia social. Aqui estamos três forças políticas do Sul da Europa empenhadas em, conjuntamente, criarmos uma nova cooperação europeia, que em lugar de retirar soberania aos povos, ponha a resposta aos povos no centro da política”, enfatizou.

A líder bloquista deu o exemplo de Portugal, onde apesar da vida ter melhorado, as pessoas “perguntam-se todos os dias se tem sentido dar tanto dinheiro aos bancos e depois faltar tudo nos nossos hospitais ou nas nossas escolas”. “Este movimento cria-se hoje aqui, com estas três forças políticas, e a ideia é essa mesmo: alargar a outros países e outros partidos”, garantiu.

Por toda a Europa, prosseguiu Catarina Martins, “há forças que se organizam para dar uma alternativa de cooperação”. “E o que este movimento cria é o espaço para o encontro dessas forças políticas, para criarmos alternativas concretas, credíveis, de organização no seio da Europa que possam respeitar os nossos povos”, concretizou.

Pablo Iglesias disse que o Podemos estava muito feliz por poder dar este “passo em frente para defender uma Europa que se fundamente na justiça social, nos direitos sociais, humanos e civis”.

“No próximo ano teremos eleições europeias e vamos trabalhar desde aí — e não só — para construir uma nova Europa que dê dignidade e soberania e aos seus povos. É importante assinalar o fracasso das políticas europeias fundamentadas naquilo que alguns chamaram austeridade”, disse.

As políticas neoliberais, condenou o líder do partido espanhol, “estão a destruir os consensos antifascistas que deram origem ao que para muitos cidadãos — especialmente para os do Sul da Europa — foi a chave de que a Europa poderia ser um projeto atrativo”: a prosperidade económica, a justiça social e garantias sociais mínimas.

Já Jean-Luc Mélenchon escolheu dizer as primeiras palavras em castelhano para que se ouvisse que não se falava em inglês “pela primeira vez numa reunião internacional”. Para o líder do partido francês, “é um dia de alegria” a assinatura deste manifesto, que “resume as ideias essenciais” do que move estes três partidos, que é criar uma alternativa na Europa, cujo projeto “tem convulsões inquietantes”. Mélenchon deixou “uma palavra de alerta” pela Europa se estar a dirigir para a guerra devido à questão da Síria, advertindo que a França, pela primeira vez em muitos anos, tem tropas estacionadas na fronteira da Rússia.

Nove mulheres, seis ex-ministros e uma média de idades de 60 anos: os ministros sombra de Rui Rio

12/4/2018, 17:59

A cúpula nacional do Conselho Estratégico de Rui Rio tem 32 nomes. 60 anos é a média de idades dos coordenadores. Há apenas 9 mulheres, e Rio admite que "nível de êxito" pode ser de apenas "40 ou 50%"

RICARDO CASTELO/LUSA

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Está desvendado o mistério sobre o “governo-sombra” de Rui Rio, que Rui Rio não gosta de chamar de “governo-sombra” por não corresponder ao seu ideal de orgânica de Governo — se não fosse sombra.

Trata-se de 32 nomes, entre 16 coordenadores e 16 porta-vozes, sendo que a média de idades dos coordenadores, mais “experientes”, ronda os 60 anos, e a média de idades dos porta-vozes, mais “jovens e dinâmicos”, ronda os 45, segundo anunciou o próprio Rui Rio numa conferência de imprensa na sede nacional do PSD, em Lisboa. “A ideia é equilibrar a experiência, saber e ponderação, com a vontade e dinâmica de quem é mais jovem”, disse o líder do PSD.

Com oito nomes independentes, sem filiação partidária, Rio fala de “renovação”, mas admite que não foi “fácil” encontrar os nomes certos, dispostos e disponíveis, a assumir funções nos lugares certos. “Hoje em dia não é fácil conjugar estes fatores todos: não é fácil quando queremos arranjar 32 nomes que queremos distribuir geograficamente, que conciliem saber e juventude, e ainda que estejam disponíveis a dar a cara pela vida pública”.

No leque de 32 coordenadores e porta-vozes, seis são ex-ministros de governos ou de Cavaco Silva e de Durão Barroso, incluindo Ângelo Correia, Luís Filipe Pereira, Silva Peneda, Maria da Graça Carvalho e David Justino; nove são mulheres (quatro coordenadoras e cinco porta-vozes); deputados são apenas três (José Matos Correira, Cristóvão Norte e Ricardo Baptista Leite); e membros da direção de Rio são cinco, incluindo os vices Salvador Malheiro (porta-voz para o Ambiente),  Isabel Meirelles (coordenadora dos Assuntos Europeus) e, claro, David Justino que, além da presidência do organismo vai ficar encarregue da coordenação da pasta da Educação, Cultura, Juventude e Desporto.

Também Álvaro Amaro, que faz parte do inner circle de Rio enquanto responsável pelas negociações com o Governo no dossiê da descentralização, será um dos coordenadores, neste caso para a Reforma do Estado, Autonomia e Descentralizção, e Maria da Graça Carvalho, vogal da comissão política de Rio e ex-ministra da Ciência de Durão Barroso, ficará com a coordenação do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia.

Questionado sobre se terá tempo de pôr em marcha uma estrutura deste género até às eleições legislativas de 2019, Rio admite que a taxa de sucesso não depende só de si, ou da cúpula nacional de 32 personalidades, mas depende, sobretudo, das “dinâmicas distritais” que deverão ser criadas para interagir com o organismo nacional. Algumas distritais já “estão a trabalhar” na criação dessas secções temáticas, mas Rui Rio admite que, “num tão curto espaço de tempo”, “o nível de êxito pode ficar em 40, 50 ou 60%”.

O presidente do partido sozinho não tem tempo para isso, isto só funcionará de acordo com a dinâmica das distritais. Vamos incentivar as comissões políticas distritais a criar estes setores, mas o nível de êxito não se pode medir entre zero, que seria inadmissível, e 100%, porque isso seria impossível. Vamos ver se, neste curto espaço de tempo, ficamos em 40, 50 ou 60% de êxito”, disse, acrescentando que se correr muito bem, “os outros partidos terão de fazer igual senão ficam atrás”.

A ideia, explicou, é, não só que estes coordenadores e porta-vozes pensem as respetivas áreas temáticas, e apresentem propostas eleitorais nesse sentido, mas também que o CEN seja “desdobrado” à escala distrital — cada distrito, ou conjunto de distritos, deve ter uma equipa específica para cada área (com a obrigatoriedade de incluir pelo menos um deputado). A maior parte das secções nacionais funcionará em Lisboa, explicou Rio, mas duas terão sede em Coimbra – Reforma do Estado e Justiça -, outras duas ficarão no Porto – Infraestruturas e Solidariedade –, uma ficará sediada em Viseu – Agricultura – e uma outra em Aveiro – Ambiente, Energia e Natureza. As Finanças Públicas funcionarão de forma “mista”, tendo o coordenador, Álvaro Almeida, no Porto, e o porta-voz, Joaquim Sarmento, em Lisboa.

A primeira reunião do Conselho Estratégico Nacional vai decorrer já no próximo dia 21 de abril, em Coimbra, mas Rio admite que o CEN não funcionará, por norma, em regime de “plenário aberto”, mas sim em secções temáticas distritais e nacionais. Questionado sobre se a comunicação social se deve dirigir aos porta-vozes quando o tema estiver relacionado com a sua pasta, Rio rejeitou essa ideia — mantendo a centralização em si mesmo. Dirigem-se à dra. Florbela Guedes, que por sua vez indicará quem fala para cada tema“, brincou, referindo-se à assessora de imprensa do partido.

Os ex-ministros (três da década de 80)

Em seis ex-ministros, três são da década de 80 e inícios da década de 90: Ângelo Correia, ex-ministro da Administração Interna de 1981 a 1983, no Governo de Pinto Balsemão (que fica com a pasta da Defesa); Arlindo Cunha, ex-ministro da Agricultura de Cavaco Silva entre 1990 e 1994 (que fica com a pasta da Agricultura); e José Silva Peneda, ex-presidente do Conselho Económico e Social e ex-ministro do Emprego e da Segurança Social de Cavaco Silva (que fica com a pasta da Solidariedade e Sociedade de Bem-Estar).

Além destes três nomes, há ainda dois ex-ministros de Durão Barroso: Maria da Graça Carvalho, ex-ministra da Ciência e Ensino Superior (que fica com a pasta equivalente); Luís Filipe Pereira, ex-ministro da Saúde de Durão Barroso; e o próprio David Justino, ex-ministro da Educação de Durão Barroso e ex-consultor para os Assuntos Sociais de Cavaco Silva em Belém, que além de presidir ao organismo fica também com a coordenação da Educação. Jorge Neto, que vai ser porta-voz da Defesa, foi secretário de Estado da Defesa e Antigos Combatentes entre 2004 e 2005, no governo de Santana Lopes.

Luís Todo Bom, que será porta-voz para a Economia, Trabalho e Inovação, foi também secretário de Estado da Indústria e Energia do governo de Cavaco; e Joaquim Sarmento, que vai ser o porta-voz das Finanças Públicas foi assessor económico de Cavaco na Presidência da República, entre 2012 e 2016.

A quota dos deputados

Entre 16 coordenadores, apenas um é deputado: José Matos Correia, que fica com a coordenação da Segurança Interna e Proteção Civil. Nos porta-vozes há outros dois deputados: Ricardo Baptista Leite, que será porta-voz para a área da Saúde, e Cristóvão Norte, deputado eleito por Faro, que será o porta-voz para os Assuntos do Mar.

Segundo Rio, haverá ainda um espécie de quota para os deputados nas secções temáticas distritais: cada secção distrital formará uma “equipa pequena onde obrigatoriamente estará um deputado”. Ficam de foram desta obrigatoriedade as áreas onde já há representação de deputados ao nível nacional.

Além destes, também os deputados António Leitão Amaro e Bruno Coimbra vão ter lugares de destaque, enquanto “adjuntos” de David Justino na coordenação nacional do organismo.

Os (mais) amigos de Rio

Rio puxou para o Conselho Estratégico Nacional alguns vices e membros da sua comissão política nacional. É o caso dos vices Salvador Malheiro e Isabel Meirelles (além de David Justino), e dos vogais da comissão política: Maria da Graça Carvalho, Álvaro Amaro e Cláudia André (porta-voz na Educação).

Além destes, Rio chamou para o organismo nacional alguns nomes particularmente chegados a si: é o caso de Vladimiro Feliz, que será porta-voz para as Infraestruturas e Coesão do Território, e que tem ligações à câmara do Porto (foi Administrador da Fundação Porto Social, Presidente do Conselho de Administração da Associação Porto Digital, Presidente da Direção da Associação de Turismo do Porto, Presidente do Conselho de Administração da Porto Lazer EM); e de António Tavares, atual provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, que será o porta-voz da pasta da Solidariedade.

Também Álvaro Almeida, que foi candidato do PSD à câmara do Porto nas últimas eleições e se tornou militante do partido no início do ano pela mão de Rio, será o coordenador da área das Finanças Públicas.

Os independentes (e os que ainda não foram contactados)

Independentes, isto é, sem filiação partidária, há oito, segundo contabilização feita pela assessoria de Rui Rio. São eles: Diana Soller, José Manuel Moura, Rui Vinhas da Silva, Joaquim Sarmento, Licínio Lopes Martins, Mónica Quintela, Regina Salvador e Ana Isabel Miranda.

De acordo com Rui Rio, haverá ainda uma comissão consultiva que funcionará em articulação com as comissões permanentes sectoriais, e que será composta por “personalidades independentes de reconhecido mérito”, mas esses convites ainda não foram feitos. “As pessoas da comissão consultiva ainda não estão convidadas, temos uma lista para contactar mas ainda não está ninguém contactado”, disse Rio aos jornalistas.

Eis os nomes na íntegra, com uma nota biográfica para cada um disponibilizada no site do PSD:

Assuntos Europeus

Coordenador: Isabel Meirelles

Porta-voz: Mara Ribeiro Duarte

Relações Externas

Coordenador: Tiago Moreira de Sá

Porta-voz: Diana Soller

Finanças Públicas

Coordenador: Álvaro Almeida

Porta-voz: Joaquim Sarmento

Reforma do Estado, Autonomias e Descentralização

Coordenador: Álvaro Amaro

Porta-voz: João Paulo Barbosa de Melo

Defesa Nacional

Coordenador: Ângelo Correia

Porta-voz: Jorge Neto

Justiça, Cidadania e Igualdade

Coordenador: Licínio Lopes Martins

Porta-voz: Mónica Quintela

Segurança Interna e Proteção Civil

Coordenador: José Matos Correia

Porta-voz: José Manuel Moura

Agricultura, Alimentação e Florestas

Coordenador: Arlindo Cunha

Porta-voz: João Paulo Gouveia

Infraestruturas e Coesão do Território

Coordenador: Falcão e Cunha

Porta-voz: Vladimiro Feliz

Ambiente, Energia e Natureza

Coordenador: Ana Isabel Miranda

Porta-voz: Salvador Malheiro

Economia, Trabalho e Inovação

Coordenador: Rui Vinhas da Silva

Porta-voz: Luís Todo Bom

Saúde

Coordenador: Luís Filipe Pereira

Porta-voz: Ricardo Baptista Leite

Solidariedade e Sociedade de Bem-Estar

Coordenador: Silva Peneda

Porta-voz: António Tavares

Educação, Cultura, Juventude e Desporto

Coordenador: David Justino

Porta-voz: Cláudia André

Ensino Superior, Ciência e Tecnologia

Coordenador: Maria da Graça Carvalho

Porta-voz: Filipa Roseta

Assuntos do Mar

Coordenador: Regina Salvador

Porta-voz: Cristóvão Norte

O Império Americano do Ocidente em crise

por estatuadesal

(Manlio Dinucci, 11/04/2018)

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Manlio Dinucci interpreta as mentiras britânicas do caso Skripal e da Guta oriental como a contrapartida europeia do que foram as mentiras dos Estados Unidos sobre o Iraque. Nos dois casos, salienta, os Ocidentais esforçam-se por manter o domínio do mundo, perante o aumento de poder da Rússia e da China.

Guerra dos impostos alfandegários dos EUA contra a China e as novas sanções contra a Rússia, são sinais de uma tendência que vai mais além dos acontecimentos actuais. Para compreender qual é, devemos recuar trinta anos.

Em 1991, os Estados Unidos, vencedores da Guerra Fria e da primeira guerra após a Guerra Fria, declararam ser “o único Estado com uma força, um prestígio e uma influência verdadeiramente global, em qualquer esfera - seja ela política, económica e militar” -”e que, no mundo “não existe nenhum substituto para a liderança americana”.

Confiando na hegemonia do dólar, no alcance global das suas multinacionais e dos seus grupos financeiros, sob controlo de organizações internacionais (FMI, Banco Mundial, OMC/WTO), os Estados Unidos promovem o “comércio livre” e a “livre circulação de capitais” à escala global, reduzindo ou eliminando impostos e regulamentações. As outras potências ocidentais movem-se no seu encalço.

A Federação Russa, em profunda crise após a desagregação da URSS, é considerada por Washington como um território fácil de conquistar, para ser desmembrada para melhor controlar seus grandes recursos. A China, que se abre à economia de mercado, também parece estar apta a ser conquistada com capital e produtos dos EUA e explorada como um grande reservatório de mão-de-obra barata. Trinta anos depois, o “sonho americano"”do domínio incontestado do mundo, desvaneceu-se. A Rússia, organizou uma frente interna de defesa da soberania nacional, superou a crise recuperando o estatuto de grande potência. A China, a “fábrica do mundo” na qual produzem, também, as multinacionais dos EUA, tornou-se o maior exportador de mercadorias do mundo e faz, cada vez mais, investimentos no estrangeiro. Hoje desafia a supremacia tecnológica dos Estados Unidos.

O projeto de uma nova Rota da Seda - uma rede rodoviária, ferroviária e marítima entre a China e a Europa, através de 60 países - coloca a China na vanguarda do processo de globalização, enquanto os Estados Unidos se encerram, erguendo barreiras económicas. Washington olha com crescente preocupação, a parceria económica e política entre a Rússia e a China, que desafia a própria hegemonia do dólar.

Não conseguindo opor-se a este processo, apenas com expedientes económicos, os Estados Unidos usam os militares. O golpe na Ucrânia e a consequente escalada nuclear na Europa, a mudança de estratégia na Ásia, as guerras no Afeganistão e na Síria, fazem parte do plano pelo qual os EUA e as outras potências ocidentais tentam manter o domínio unipolar num mundo que se está a tornar multipolar. No entanto, esta técnica está a sofrer uma série de imprevistos como num jogo de xadrez.

A Rússia e a China, submetidas à crescente pressão militar, reagiram fortalecendo a cooperação estratégica. A Rússia não só foi só encostada às cordas, mas, com um movimento de surpresa, interveio militarmente a apoiar o Estado sírio que, nos planos dos EUA/NATO, deveria ter terminado juntamente com o líbio. No Afeganistão, os EUA e a NATO estão atolados numa guerra que dura há mais de 17 anos.

Como reacção a esses fracassos, intensifica-se a campanha para fazer a Rússia parecer um inimigo perigoso, usando também o argumento de falsa bandeira dos ataques químicos na Inglaterra e na Síria. A mesma técnica foi usada em 2003, quando, para justificar a guerra contra o Iraque, o Secretário de Estado, Colin Powell apresentou à ONU, a “evidência” de que o Iraque possuía armas de destruição em massa.

O mesmo Powell, em 2016, teve de admitir a inexistência de tais armas. No entanto, durante 15 anos, a guerra causou mais de um milhão de mortes.


Fonte aqui

Faça e vá, não tem desculpa!

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por Ana Moreno

Digam lá, passa pela cabeça de alguém - a menos que tenha gigantescos cifrões luminosos no lugar das órbitas, com prolongamentos para as circunvoluções cerebrais - nesta altura do campeonato deste massacrado planeta, andar a fazer furos para prospecção de petróleo??? E, neste caso mais imediato (mas estão concessionadas vastas partes da costa e algumas regiões do território terrestre português), em águas profundas a cerca de 46 quilómetros de Aljezur, no Algarve???

Pois é isso que intenta o consórcio internacional ENI/Galp, com o beneplácito do governo português. Um governo português traidor do futuro dos cidadãos e do planeta, enquanto faz, com falinhas mansas, promessas para enganar tolos na Conferência do Clima das Nações Unidas.

Hipocrisia a combinar tão bem com os sinais do tempo.

Há duas coisas urgentes a fazer:

  1. Participar na consulta pública que corre até segunda-feira para decidir se o projecto de sondagem de petróleo ao largo de Aljezur deve ser submetido a procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA)... E como não???     Pode fazê-lo em: participa.pt ou anossavoz.pt.
  2. Ir manifestar-se no sábado, 14 de Abril, na Praça Camões, em Lisboa. “Enterrar de Vez o Furo, Tirar as Petrolíferas do Mar”. Contra a brutalidade das petrolíferas e das energéticas e o servilismo vendido dos governos. Pelo futuro.

É obrigatório.