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segunda-feira, 16 de abril de 2018

Vampiros

Ladrões de Bicicletas


Posted: 15 Apr 2018 04:16 PM PDT

Via Tiago De Lemos Peixoto.
Ligação para a notícia da Associated Press.
Entretanto, numa pesquisa muito rápida, parece que, a 'notícia' do Expresso se eclipsou do domínio público mas, à hora que escrevo, DN e TSF mantêm a tese segundo a qual os Sírios festejam euforicamente de tão satisfeitos que estão com os bombardeamentos de que são alvo.
O Tiago chama-lhe consentimento manufacturado: estou de acordo, embora propaganda rasca me pareça também muito operativo.
Poupem-me, por favor, a caixa de comentários, que a pergunta é apenas retórica: a Entidade Reguladora para a Comunicação Social terá alguma coisa a dizer?
A trágica farsa repete-se. É revoltante.

domingo, 15 de abril de 2018

Entre as brumas da memória

Entre as brumas da memória


Dica (745)

Posted: 15 Apr 2018 01:07 PM PDT

The People Vs. Democracy: Why Our Freedom Is In Danger And How To Save It (Yascha Mounk e Dani Rodrik)

«The world is in turmoil. From Russia, Turkey, and Egypt to the United States, authoritarian populists have seized power. As a result, democracy itself may now be at risk.»

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Barcelona, hoje

Posted: 15 Apr 2018 08:48 AM PDT

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O Incendiário

Posted: 15 Apr 2018 02:57 AM PDT

Daniel Oliveira no Expresso de 14.04.2018:

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Les animaux de la Macronésie

por estatuadesal

(César Príncipe, in Resistir, 13/04/2018)

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Um tal Emmanuel Macron, o pauvre diable que se senta com ar de monarca no Eliseu, declarou ao Mundo e a Marte que tem provas do emprego de armas químicas pelo regime sírio. O garçon de bureau Rothschild dispõe de fontes autorizadas: os Capacetes Brancos, bandidos angélicos e evangélicos, que actuam como encenadores e delegados de propaganda médica no terreno dos terroristas; o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sedenatural em Londres, donde jorram informações diárias para o planeta e – claro – possui os seus serviços de intelligence à la carte, aptos a fabricar evidências à medida de Colin Powell e em tempo oportuno. Macron finge que acredita em si mesmo e inventou a Macronésie, a fim de assegurar um lugar que se veja e uma voz que se ouça à superfície do globo. O pauvre, abarrotado de problemas sociais em casa, oferece-se ao rambo Trump para ir à caça ao leão pelas estradas e sobretudo pelos céus de Damasco. E Theresa May, a inventora do fármaco Skripal, disponibilizou-se como enfermeira de drones.

É esta a parelha que tenta pregar um susto à Rússia: a ex-Grande França e a ex-Grã-Bretanha. A França, com o pigmeu de tacão alto Sarkozy, foi até à Líbia assassinar o financiador; a Inglaterra, com a dama de ferro Thatcher, foi até às Malvinas e obteve meia vitória militar. E não poderão ir muito mais além. Em termos de definição global de forças, a França e a Inglaterra esgotaram o potencial hegemónico no séc. XIX. Mas parece não haver maneira de se capacitarem da sua condição: não passam de duas fantasias pós-imperiais. Chegaram ao séc. XXI com um superego que não corresponde às circunstâncias. Não são as exibições de circo mediático que repõem a paridade geo-estratégica. Por isso, tementes de uma dura ensinadela (quem vai à guerra, dá e leva) prontificam-se a servir os USA e deita-fora. Pouco ou nada arriscam sozinhos. Não vá o diable tecê-las.

A guerra, em 2018, não se ganha com fanfarronadas do roy-soleil de la Macronésie nem bestialidades do hooliganBoris Foreign Office. Ou será que ninguém os detém até que os seus países se evaporem num sopro? Poupem o Musée du Louvre e o National Theatre, meus senhores! Segundo os experts do royal power, em caso de conflito nuclear, mesmo selectivo, estas duas ufanas e medianas nações gozam de dez minutos para se benzerem e encomendarem a alma a Joana d'Arc e a São Jorge. Compete aos franceses e aos ingleses com mens sana exigir, com carácter de urgência, o desterro do casal Macron-May. Merkel afastou-se da armada do bidão de cloro . Um ex-presidente, Hollande, acaba de lembrar ao sucessor que os franceses costumam decapitar os monarcas. O próprio Pentágono reconhece que não tem provas credíveis da pulverização. Anda no seu encalço. Só conhece o caso doanimal Assad pela Imprensa e pelas ditas redes sociais. Mas Macron está na posse da verdade revelada. Mas May convoca o Conselho de Guerra. Mas multiplicam-se os avisos, os agoiros, as reticências. Se os USA acabarem por dispensar os guerreiros franco-britânicos, será que estes avançarão de peito feito às balas, aos mísseis, aos gases, à hecatombe, à capitulação?

De qualquer modo, devido ao perigo que representam para a humanidade, embarquemos Macron para os cascalhos da Córsega e May para os rochedos de Gibraltar. Estão carecidos de descanso e algum estudo. Um dos manuais poderá ser de etiqueta. Por exemplo, Como Deverá Comportar-se uma Fera sem Garras ante um Predador de Grande Porte. La Fontaine, se fosse nosso contemporâneo, editaria uma fábula à propos: Les Animaux de la Macronésie. 

Nota, 13/Abr/18/10h10: O facto do texto ter sido redigido na véspera dos bombardeamentos da Síria, não invalida nem uma letra da denúncia e do alcance da fábula Les Animaux de la Macronésie.   Primeiro: as forças franco-britânicas não passam de chiens de guerre dos USA.   Segundo: a operação de terrorismo aéreo do triunvirato não se aventurou ao ponto de uma contra-resposta da Rússia.   Terceiro: a tríade não esperou pela chegada a Duma dos especialistas da Organização para a Proibição de Armas Químicas/OPAQ, que conta com o sufrágio de 190 países (incluindo os atacantes), e estava prevista para o dia 14 do corrente.   Os amigos da verdade adiantaram-se às conclusões.   Já assim foi no Iraque: mandaram retirar do terreno os inspectores que procuravam e não encontravam as armas de destruição maciça que existiam nas irrefutáveis provas de Bush, Blair, Aznar e Barroso e nas ilustres cabecinhas do império mediático.

Informação aos media do chefe do Directório Operacional Principal do Estado Maior russo Informação aos media do chefe do Directório Operacional Principal do Estado Maior russo

por estatuadesal

(Sergei Rudskoy, in Resistir, 14/04/2018)

rudskoy

(Eu sei que Justiça parece ser uma palavra cada vez mais desgastada. Um dos princípios da Justiça é ouvir ambas as partes. Sobre o ataque à Síria a comunicação social só nos transmite a versão dos EUA e de quem atacou. Que foi um ataque cirúrgico de alcance limitado, dirigido a instalações de armas químicas. Eu achei desde logo estranho gastarem-se 109 mísseis para destruir 3 locais. Um desperdício...

Afinal, segundo o General russo, nada mais falso: foram lançados mísseis sobre aeroportos e instalações militares sírias, só que grande parte foi rechaçada pela defesa russa. A ser verdade - e tal tem alguma lógica -, tratou-se de um ataque falhado, que os media ocidentais tentam transformar num grande sucesso.

Sempre me pareceu estranho que Trump tivesse tanto ânimo e preocupação com o uso de armas químicas e fosse só isso o que queria destruir. Não estou a ver Trump assim tão preocupado com o destino das gentes supostamente atingida por tais armas.

Comentário da Estátua de Sal, 15/04/2018)


Os EUA juntamente com seus aliados efectuaram um ataque de mísseis através de meios aéreos e navais a instalações militares e civis da República Árabe Síria em 14 de Abril no período das 3h42 até às 5h10 (hora de Moscovo).

Os sistemas de defesa aérea russos nas bases aéreas Khmeimim e Tartus localizaram e controlaram em tempo hábil todos os lançamentos aéreos efectuados pelos EUA e pelo Reino Unido.

O anunciado avião francês não foi registado pelos sistemas de defesa aérea russos.

Foi relatado que foram utilizados durante a operação aviões B-1B, F-15 e F-16 da USAF, assim como aviões Tornado da RAF britânica sobre o Mar Mediterrâneo, e os [navios] USS Laboon e USS Monterey localizados no Mar Vermelho.

Os bombardeiros estratégicos B-1B aproximaram-se de instalações sobre o território sírio perto de al-Tarif, ilegalmente tomada pelos EUA.

Um certo número de campos aéreos militares, instalações industriais e de investigação sofreram o ataque com bombas-mísseis.

Como informação preliminar, não há baixas civis nem perdas entre o Exército Árabe Sírio (EAS). Nova informação será especificada e tornada pública.

Como é evidente pelos dados disponíveis, 103 mísseis de cruzeiro foram lançados, incluindo mísseis de base naval Tomahawk bem como bombas aéreas guiadas GBU-38 disparadas dos aviões B-1B; os aviões F-15 e F-16 lançaram mísseis ar-superfície.

Os aviões Tornado da RAF britânica lançaram oito mísseis Scalp EG.

Os sistema de defesa aérea sírios, os quais são primariamente os sistemas AD fabricados pela URSS, contiveram com êxito os ataques aéreos e navais.

No total, 71 mísseis de cruzeiro foram interceptados. Os sistemas AD sírios S-125, S-200, Buk, Kvadrat e Osa estiveram envolvidos para repelir o ataque.

Isto prova a alta eficiência do armamento sírio e as qualificações profissionais do pessoal sírio treinado pelos especialistas russos.

Ao longo dos últimos dezoito meses, a Rússia recuperou completamente os sistemas de defesa aérea sírios e continua o seu desenvolvimento.

Deve ser enfatizado que vários anos atrás, devido a fortes instâncias dos nossos parceiros ocidentais, a Rússia optou por não fornecer os sistemas AD S-300 à Síria. Considerando o incidente recente, a Rússia acredita possível reconsiderar esta questão não só em relação à Síria como também a outros países.

O ataque alvejou também bases aéreas sírias. A Rússia registou os seguintes dados:

Quatro mísseis tiveram como alvo o Aeroporto Internacional de Damasco; 12 mísseis – o aeródromo Al-Dumayr, todos os mísseis foram derrubados.

18 mísseis tiveram como alvo o aeródromo Blai, todos os mísseis foram derrubados.

12 mísseis tiveram como alvo a base aérea Shayrat, todos os mísseis foram derrubados. Nenhuma base aérea foi afectada pelo ataque.

Cinco de nove mísseis destinados ao não ocupado aeródromo Mazzeh foram derrubados.

Treze dos dezasseis destinados ao aeródromo de Homs foram derrubados. Não há destruições pesadas.

No total, 30 mísseis tiveram como alvo instalações próximas de Barzah e Jaramana. Sete deles foram derrubados. Estas instalações, alegadamente relacionadas com o chamado "programa militar químico de Damasco" foram parcialmente destruídas. Contudo, tais objectos não eram utilizados desde há muito, de modo que não havia nem pessoas nem equipamento ali.

Os sistemas de defesa aérea russos foram alertados. Caças a jactos de combate agora patrulham o ar.

Não houve mísseis de cruzeiro a entrarem na área AD de responsabilidade russa. Os sistemas de defesa aérea russos não foram empregues.

A Rússia considera que ataque como uma resposta ao êxito das Forças Armadas Sírias no combate ao terrorismo internacional e na libertação do seu território, ao invés de uma resposta ao alegado ataque químico.

Além disso, o ataque verificou-se no dia em que a missão especial da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW) devia começar a trabalhar na investigação do incidente na cidade de Duma onde alegadamente o ataque químico teria ocorrido.

Deve ser enfatizado que não há instalações de produção de armas químicas na Síria e isto tem sido documentado pela OPCW.

A agressão americana prova que os EUA não estão interessados na objectividade das investigações em curso, procuram arruinar o acordo pacífico na Síria e desestabilizar o ambiente no Médio Oriente – e tudo isto nada tem a ver com declarados objectivos de contenção do terrorismo internacional.

Actualmente a situação em Damasco e outras zonas povoadas é avaliada como estável. O ambiente está a ser monitorado.

No prelúdio de um novo eixo do mal?

No prelúdio de um novo eixo do mal?

por estatuadesal

(Major-General Carlos Branco, in Expresso Diário, 15/04/2018)

CBRANCO

Encontramo-nos no limiar de uma nova era nas relações internacionais cujos contornos ainda não conhecemos, em que o caso Skripal funcionou como um “catalisador específico”, recorrendo ao léxico da geoestratégia. Por falta de nome chamamos-lhe nova guerra fria, mas na realidade é algo diferente e seguramente muito mais perigoso e instável do que a guerra fria que vivemos e que conhecemos, ao que se deve adicionar a (i)maturidade de alguns dos protagonistas envolvidos, com poder para decidir sobre o nosso futuro coletivo. Nada será como dantes.

Ao ter servido para desencadear uma campanha global anti-Rússia, conduzindo-nos para uma crise sem precedentes, o caso Skripal irá provavelmente ter um efeito nas relações internacionais de proporções semelhantes às do 11 de Setembro. Esta nova situação caracteriza-se por uma hostilidade contra a Rússia e a China substituindo a hostilidade contra o terrorismo islâmico radical, assim como pela subversão das regras reguladoras das relações internacionais. Os desenvolvimentos recentes refletem, em parte, a nova prioridade de desafios definida na Estratégia Nacional de Segurança dos Estados Unidos adotada em dezembro de 2017, que considera a China e a Rússia – apelidadas “potências revisionistas” – os principais desafios – leia-se ameaças – dos Estados Unidos, as quais pretendem construir um mundo antiético que choca com os interesses e valores norte-americanos. O terrorismo aparece agora em último lugar no ordenamento dos desafios, atrás dos Estados párias (Irão e Coreia do Norte).

Devemos adicionar a esta equação outros dados igualmente preocupantes. Um deles será seguramente a nova postura nuclear norte-americana e a convicção dentro de determinados círculos que é possível conduzir uma guerra convencional ou nuclear tática com a China ou com a Rússia sem escalar para o patamar estratégico. Para lhe aumentar a complexidade, o ministro da Defesa chinês afirmou que a China está do lado da Rússia na questão Síria. Faz portanto sentido perceber não só a ligação entre o caso Skripal e a crise provocada pelo emprego de armas químicas na Síria, como a possibilidade de ser inserirem neste novo “paradigma”, se a expressão se aplica. Ambos os acontecimentos parecem enquadrar-se numa estratégia de isolamento global da Rússia. Claro que nos centramos apenas numa faceta do problema, que se desenrola em várias frentes, nomeadamente na económica através das sanções, que se têm vindo a agravar e a causar mossa nas empresas e na economia russa, cujo objetivo final é fazer soçobrar a Rússia.

Um ataque à Síria – dependendo dos objetivos e dimensão – pode colocar a Rússia numa situação difícil, entre a espada e a parede. Numa posição incomportável. Em resposta às declarações de Alexander Zasypkin, o enviado russo a Beirut, sobre a reação russa a um ataque americano à Síria - as forças russas abaterão os misseis e atacarão as posições de onde forem lançados -, recorrendo ao Twitter, Trump avisou os russos para se prepararem, porque os misseis americanos irão seguir, “nice, and new and “smart”.

Como referiu Staffan de Mistura, o enviado especial das Nações Unidas para a Síria, a guerra na Síria evoluiu de uma crise nacional e regional para uma ameaça à paz internacional, cujos efeitos podem ter consequências devastadoras e inimagináveis. Se calhar fazia sentido, antes de se carregar no botão, fazer-se uma investigação independente e urgente aos alegados ataques químicos na Síria. É tecnicamente possível fazê-lo se houver vontade política. Parece que começa a haver.

O confronto entre o Ocidente e a Rússia (e China) produziu já uma vítima: comprometeu a ideia de Europa e da sua autonomia estratégica. Os EUA tornaram-se o elemento central e aglutinador de uma entidade difusa chamada Ocidente que lidera uma cruzada contra o novo eixo do mal composto pela China e pela Rússia, na qual a União Europeia sem voz e sem liderança se esvaiu, comportando-se como um ator secundário de menor importância.

A França contribuiu decisivamente para isso colocando, como é seu hábito, o seu interesse nacional à frente do interesse europeu, procurando substituir-se à Alemanha como o interlocutor privilegiado dos Estados Unidos em matéria de assuntos europeus. Por seu lado, o Reino Unido beneficiou destas crises, compensando assim a perda de capacidade para influenciar as decisões europeias no capítulo da Política Comum de Segurança e Defesa resultante do “Brexit”.

O caso Skripal, além das evidentes fragilidades do álibi, tem de ser analisado numa perspetiva política e sobretudo geoestratégica. Em última análise, esta última é a que conta se pretendermos perceber o seu alcance. Este tipo de acontecimentos não ocorre no vácuo político. Acontecem em momentos escolhidos e subordinados a uma estratégia, e pretendem produzir um “efeito”, utilizando a linguagem própria das operações psicológicas.

É hoje irrelevante saber se o principal objetivo desta crise diplomática era cancelar a realização do campeonato mundial de futebol (o que não significa que não possa vir a ser um dano colateral) ou a necessidade de Theresa May ganhar o apoio da população e do parlamento para a contenção da Rússia, desviando a atenção da sua calamitosa situação interna, ou se a Rússia é o único produtor de Novitchok. Outros valores se sobrepõem a estas discussões que passaram para segundo plano.

É sobejamente conhecida a célebre expressão do congressista norte-americano que afirmou ser “a verdade a primeira vítima da guerra”. Apesar da concordância, estamos sempre disponíveis para embarcar num novo engodo, porque nem sempre é fácil identificar o genocídio da verdade, dado o poder das narrativas. Os factos e as evidências na realidade pouco importam. Os pretextos prevalecem sobre a verificação de culpabilidade. O importante é a narrativa, e a consumação dos factos resultantes dessa narrativa. Parece ter sido este o raciocínio que prevaleceu no caso Skripal, razão da vaga de solidariedade conhecida.

Moldar as opiniões públicas e torná-las recetivas a políticas belicistas com base numa justificação ética insere-se igualmente nos “efeitos” a produzir. É insuficiente ficar-se pelo facto consumado. Há que dar o passo seguinte, subir de tom e envolver o emprego do elemento militar. Trata-se agora de alterar a correlação de forças no terreno através do uso da força. É aqui que se encaixa a utilização das armas químicas na Síria, invariavelmente atribuída ao Governo sírio pelo “independente” Observatório Sírio para os Direitos Humanos sediado em Londres.

Debates de suprema importância são sistematicamente sonegados, como seja a descoberta pelas forças sírias de dois laboratórios de armas químicas na posse dos rebeldes a 12 e 13 de março, respetivamente em Aftris e Chifonya, ambos na zona leste de Ghouta, ou a reflexão sobre a coincidência das acusações de emprego de armas químicas surgir sempre quando as forças rebeldes estão em vias de serem derrotadas, o que contraria frontalmente o seu emprego tático.

Em última análise, cento e cinquenta anos depois, as dissertações de Clausewitz sobre o princípio da incerteza e da atrição permanecem válidas. Serve pouco evocar com pompa e circunstância os 100 anos do fim de uma guerra que se supunha durar algumas semanas, se não houver uma mudança radical na forma de encarar a gestão e a resolução de conflitos nas relações internacionais, passando a adotar uma abordagem de soma positiva em detrimento da soma nula. Enquanto não se mudar de paradigma, a humanidade continuará com a espada a zurzir sobre a cabeça.