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sexta-feira, 20 de abril de 2018

Portugal à venda

Novo artigo em Aventar

por Ana Moreno

Diz assim o anúncio:

Quer residir ou investir em Portugal? Nos dias 15 e 18 de Maio, vamos ter duas sessões de apresentação exclusivas sobre o mercado imobiliário em Portugal, os regimes de incentivo ao investimento (Visto Gold e Residentes Não-Habituais) e reuniões individuais para esclarecimento de dúvidas.

e é da empresa JLL:

uma consultora internacional especializada na prestação de serviços de imobiliário para clientes que procuram obter valor acrescentado na promoção, na ocupação ou no investimento imobiliário. Com mais de 300 escritórios em 80 países, servimos as necessidades locais, regionais e mundiais de clientes, fazendo crescer a nossa empresa ao longo do processo.

Impacto disto, já real, é:

"Fundos imobiliários, bancos e seguradoras compraram ruas inteiras e as consequências são desastrosas".

E o resultado, também já real ou a caminho disso, é este:

Quando se olha para o que se está a passar em Lisboa (e no Porto) percebe-se essa tendência. Os centros das cidades estão a ser ocupados por quem tem dinheiro para investir e isso vai conduzir à desertificação dos cidadãos locais, mesmo daqueles que, como classe média, ainda tentavam resistir. E Portugal, nesse aspecto, surge como um lugar seguro para elites francesas ou brasileiras. O centro das cidades começa a parecer-se com enormes condomínios privados. Um dia destes os presidentes das juntas de freguesia da parte central de Lisboa serão eleitos por eles próprios, porque não haverá eleitores. Ou seja, a democracia está a suicidar-se com esta aparente "economia de mercado".

Tudo, mas TUDO, se transforma em mercadoria. Vencem os poderosos. É uma história muito simples. Tão simples e que tanto dói.

Ditadores sofisticados

Novo artigo em Aventar


por João Mendes

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Bashar al-Assad devolveu a condecoração que lhe foi atribuída pelo estado francês em 2001. Sim, é verdade: os nossos moralíssimos lideres ocidentais têm esse estranho vício de condecorar qualquer merda que lhes apareça à frente, democrata ou ditador, desde que sirva, ainda que momentaneamente, os seus interesses políticos e pessoais. Ou os interesses económicos de quem lhes paga as campanhas e lhes garante as reformas douradas.

Daí não admirar que Kadhafi tenha financiado a campanha de 2007 de Sarkozy, que os EUA armem a Arábia Saudita até aos dentes ou que o polidos britânicos sejam os banqueiros preferenciais dos oligarcas russos, com a sua City repleta de lavandarias de Vladimir Putin. Porque, por trás do falso moralismo e da preocupação fingida com a democracia e com o bem-estar da humanidade, estão quase sempre prostitutas políticas sem escrúpulos. Ditadores mais sofisticados, portanto.

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João Mendes | 20 de Abril de 2018 às 14:39 | Etiquetas: Bashar al-Assad, condecoração, frança, jacques chirac, UMP | Categorias: política internacional, vária | URL: https://wp.me/p1qajf-5pvo

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A origem do nome Lisboa

A origem do nome Lisboa

por admin

Porque razão Lisboa se chama Lisboa? Diz a lenda popular e romântica que a cidade de Lisboa foi fundada pelo herói mítico Ulisses. Recentemente foram feitas descobertas arqueológicas perto do Castelo de São Jorge e da Sé de Lisboa que comprovam que a cidade terá sido fundada pelos Fenícios cerca de 1200 a.C.. Nessa época os fenícios viajavam até às Ilhas Sorlingas e à Cornualha, na Grã-Bretanha, para comprar estanho. Foi fundada uma colónia, chamada Alis Ubba, que significa "enseada amena" em fenício, provavelmente afilhada à grande cidade de Tiro, hoje no Líbano.

filmes estrangeiros rodados em lisboaLisboa

Essa colónia estendia-se na colina onde hoje estão o Castelo e a Sé, até ao rio, que chamavam Daghi ou Taghi, significando "boa pescaria" em fenício. Com o desenvolvimento de Cartago, também ela uma colónia fenícia, o controlo de Alis Ubba passou para essa cidade. Com a chegada dos Celtas, estes misturaram-se com os Iberos locais, dando origem às tribos de lingua celta da região, os Conni e os Cempsi.

LisboaLisboa

Os Gregos antigos tiveram provavelmente na foz do Tejo um posto de comércio durante algum tempo, mas os seus conflitos com os Cartagineses por todo o Mediterrâneo levaram sem dúvida ao seu abandono devido ao maior poderio de Cartago na região nessa época. Após a conquista a Cartago do oriente peninsular, os romanos iniciam as guerras de pacificação do Ocidente.

Casa mais antiga de LisboaCasa mais antiga de Lisboa (Foto: Daniel Jorge)

Cerca 205 a.C. Olissipo alia-se aos Romanos, lutando os seus habitantes ao lado das Legiões. É absorvida no Império e recompensada pela atribuição da Cidadania Romana aos seus habitantes, um privilégio raríssimo na altura para os povos não italianos. Felicitas Julia, como a cidade viria a ser reconhecida, beneficia do estatuto de Municipium, juntamente com os territórios em redor, até uma distância de 50 quilómetros, e não paga impostos a Roma, ao contrário de quase todos os outros castros e povoados autóctones, conquistados. É incluída com larga autonomia na província da Lusitânia, cuja capital é Eméritas Augusta, a actual Mérida (na Extremadura Espanhola).

LisboaLisboa

No tempo dos Romanos, a cidade era famosa pelo garum, um molho de luxo feito à base de peixe, exportado em ânforas para Roma e para todo o Império, assim como algum vinho, sal e cavalos da região. No fim do domínio romano, Olissipo seria uma dos primeiros núcleos a acolher o Cristianismo. O primeiro bispo da cidade foi São Gens. Sofreu invasões bárbaras, Alanos, Vândalos e depois fez parte do Reino dos Suevos antes de ser tomada pelos Visigodos de Toledo.

LisboaLisboa

Lisboa foi então tomada no ano 719 pelos mouros provenientes do norte de África. Em árabe chamavam-lhe Aschbouna, Al-Ushbuna ou Al-Lishbuna. Construiu-se neste período a cerca moura. Só mais de 400 anos depois os cristãos a reconquistariam graças ao primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques e ao seu exército de cruzados, em 1147. O primeiro rei português concedeu-lhe foral em 1179. A cidade tornou-se capital do Reino em 1255 devido à sua localização estratégica.

cidade mais bonita do MundoPadrão dos Descobrimentos - Joe Price

Resumindo: por volta de 1200 a.c., os Fenícios fundaram uma povoação a que deram o nome de Alis Ubbo («enseada amena»). Olisippo Felicitas Júlia, era o nome da cidade de Lisboa na época dos romanos. No século I antes da nossa era, foi concedido a Olisippo o estatuto de municipium civium romanorum. Os habitantes da cidade passaram a usufruir dos mesmos direitos que os cidadãos de Roma e tinham grande autonomia. Depois vieram as invasões bárbaras, a partir do século V da nossa era. Alanos, Vândalos, Suevos e os Visigodos. Os Visigodos, já no século VI, alteraram o nome da cidade para Ulixbuna ou Ulixbona. Com a vinda dos árabes, no século VIII, veio também a mudança (mais uma vez) do nome da cidade para Al-Usbuna.

RTP - O Essencial

O Essencial

20 Abril, 2018

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Sérgio Alexandre
Jornalista
Sérgio Alexandre

Bem-vindo

ETA pede perdão pelo passado de terror. Quase 200 queixas diárias dos utentes da Saúde, em 2017. Costa promete (de novo) subir ordenado mínimo nacional em 2019, mas não fala de outros aumentos salariais. Zona central de Berlim evacuada para desarmar bomba da II Guerra. Arsène Wenger vai sair do Arsenal, 22 anos depois de chegar a Londres.


ETA pede perdão

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Em fase de dissolução, a outrora extremamente ativa ETA pede desculpa pelo passado de violência terrorista que semeou em Espanha. A organização separatista basca emitiu um comunicado em que assume ter provocado um “sofrimento desmedido” ao longo de décadas, em vez de contribuír para “uma solução democrática e justa” para o conflito político com Madrid. Seis anos depois do fim da violência e um ano depois da entrega das armas, a ETA termina o comunicado, publicado nos jornais bascos Gara e Berria, com um olhar para o futuro: trabalhar para a “reconciliação do País Basco”, pela via democrática.


Queixas contra hospitais e médicos continuam a crescer

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Mais de 70 mil reclamações, relativas a serviços públicos e privados, deram entrada em 2017 na Entidade Reguladora da Saúde. É uma média de quase 200 queixas por dia, o que corresponde a um acréscimo de quase um quinto, em comparação com o ano anterior. Os utentes queixam-se primordialmente da burocracia, dos tempos de espera e da atenção prestada pelos profissionais de saúde.


Costa promete subir SMN em 2019, mas não fala de outros aumentos

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O primeiro-ministro reitera o compromisso de aumentar o ordenado mínimo em 2019, mas não se pronuncia sobre eventuais aumentos salariais na Função Pública. Ontem à noite, nas celebrações dos 45 anos do Partido Socialista, foi também louvado o acordo alcançado com o PSD sobre descentralização e fundos comunitários.


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Rudolph Giuliani tornou-se numa figura mundialmente conhecida pela sua atuação assertiva como mayor de Nova Iorque na ressaca dos atentados às Torres Gémeas. O republicano é um dos três novos advogados chamados a reforçar a equipa de defesa do Presidente dos Estados Unidos no processo do alegado conluio com Moscovo. Resolver “rapidamente” a investigação liderada pelo procurador especial Robert Mueller é o objetivo assumido pelos representantes de Donald Trump.


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Um cenário que se tem repetido periodicamente ao longo dos anos nos países europeus mais assolados pela II Grande Guerra: em Berlim, foi encontrada um bomba não deflagrada, que obrigou a uma operação de segurança para a desativar. Em resultado disso, cerca de 10 mil pessoas foram temporariamente deslocadas do centro da cidade, de modo a criar um perímetro que permita proceder aos trabalhos de remoção da bomba de meia tonelada, que foi encontrada na estação central de caminhos de ferro da capital da Alemanha.


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A uma semana da cimeira entre os líderes da Coreia do Norte e da Coreia do Sul, um telefone vermelho (expressão dos tempos da Guerra Fria que é sinónimo para uma linha de comunicação direta) foi  instalado para que Kim Jong-un e Moon Jae-in possam comunicar sem intermediários. Espera-se que uma primeira conversa entre os Presidentes de ambas as Coreias aconteça nas próximas horas.


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Momento histórico no Arsenal. O clube londrino anunciou esta manhã que vai prescindir dos serviços de Arsène Wenger, treinador que orientou os gunners nas últimas 22 temporadas. Atualmente com 68 anos, o técnico francês teve os seus tempos de glória na viragem do século, altura em que orientouequipas fabulosas onde pontificavam super-craques como Bergkamp, Henry ou Vieira e conquistou três Campeonatos de Inglaterra, mas transportará consigo o anátema de nunca ter conseguido oferecer uma Liga dos Campeões aos adeptos.


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Tess, o caça-planetas

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TESS é o acrónimo de Transiting Exoplanet Survey Satellite, um super-telescópio espacial que foi posto em órbita pela NASA esta quarta-feira. Daqui por dois meses, quando todos os instrumentos estiverem a funcionar em pleno, o Tess iniciará a missão de procurar exoplanetas que tenham potencial para albergar a vida tal como a conhecemos. A nossa ajuda é bem-vinda: as quantidades colossais de informação que vai ser recolhida ao longo dos dois anos que se prevê durar o projeto serão postas à disposição do público em geral, para que possamos auxiliar na prospeção de planetas.

A utopia terá que esperar

Novo artigo em Aventar


por Bruno Santos

A última tentativa levada a cabo para influenciar, a partir do interior, as políticas da União Europeia, no que se refere ao seu modelo financeiro, social e económico conhecido por TINA (There Is No Alternative), foi feita pela Grécia, quando era seu Ministro das Finanças Yanis Varoufakis.

Essa tentativa falhou redondamente.

Varoufakis tinha a ciência, a coragem e a legitimidade democrática para provocar no seio da União Europeia, e na sua linha de pensamento único, um abalo com potencial suficiente para se estender a outros países, nomeadamente do sul, conferindo-lhes um poder negocial muito superior ao que hoje detêm, com o apoio, eventualmente, do bloco dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Mas, como é sabido, num momento crítico da sua estratégia, para a qual estava mandatado pelo seu Primeiro-Ministro, Varoufakis perdeu o apoio de Tsypras e foi demitido. Não se sabe o que terá levado o Primeiro-Ministro grego a assumir a derrota, mas é possível que não tenha garantido o apoio internacional necessário ao sucesso da sua “rebelião”, ou que esse apoio tivesse custos superiores aos de uma capitulação ante o Eurogrupo.

Sabe-se que em Portugal se passou algo semelhante. Numa visita relâmpago que fez ao nosso país, antes do pedido de resgate financeiro, o Presidente da República Popular da China propô-se pagar toda a dívida pública portuguesa, sendo provável que tenha pedido em troca nada menos que toda a economia. A sua proposta foi recusada.

Vivemos, assim, no fio da navalha, entre a espada e a parede. Somos obrigados a uma estratégia de política externa que não é muito diferente daquela que seguimos ao longo da História, principalmente após a morte do Rei D. Sebastião. Somos uma nação postiça, um povo sem nervo, uma pasta civilizacional que vive de pequenos arranjos diplomáticos, cujo fim é, mais do que favorecer a posição do país e o ânimo do seu povo, alimentar a estrutura burocrática que os representa politicamente. Isso não é desígnio digno da nossa História.

A derrota de Varoufakis não foi apenas a derrota da Grécia. Foi a derrota de uma linha de pensamento político que se opõe à Ordem global vigente, esta da degradação cavalgante dos direitos sociais, dos valores fundamentais da Democracia e do primado da pessoa humana. Com a derrota da Grécia perderam todos os países que vivem sob o jugo da dívida e ambicionavam alcançar, no concerto das nações, condições justas de desenvolvimento. Essa utopia terá que esperar.