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quarta-feira, 2 de maio de 2018

Jornais do Dia

Capa do Correio da Manhã

Correio da Manhã  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Sismo de magnitude 5,5 abala leste de Taiwan
Timor-Leste/Eleições: Presidente da comissão eleitoral vai apresentar queixa por difamação
Presidência timorense diz que Tribunal de Recurso confirma cumprimento Constituição
Bolsa de Xangai abre com alta de 0,17%
Árvore que Macron ofereceu a Trump já não está no jardim
Marcelo Rebelo de Sousa inaugura hoje no Porto Mercado Temporário do Bolhão
Timor-Leste/Eleições: Campanha sem incidentes mostra maturidade -- Comandante forças de Defesa

Capa do Público

Público  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Cartas ao director
Polícia francesa detém 200 pessoas em manifestação violenta
Facebook vai ter uma ferramenta de encontros “para gente séria”
Homem com queimaduras de primeiro e segundo graus após incêndio numa cozinha
Condutor de trator detido com taxa de alcoolemia de 2,89 g/l
Engenho explosivo inactivado na Praia da Peralta
Militares portugueses protegem civis em troca de tiros

Capa do i

i  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Ex-presidente da ADSE terá desviado dinheiro quando esteve na PT
Euromilhões. Saiba se está milionário
Real Madrid voltou a ser feliz e está na final da Champions
Nuclear. Agência atómica desmente provas de Netanyahu sobre o Irão
Manifestação do 1º de Maio em Lisboa (FOTOGALERIA)
Veto de Marcelo não impede utilização da Uber
Rendas acessíveis. Um T2 em Lisboa pode ultrapassar os mil euros

Capa do Expresso

Expresso  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Fogo, destruição, 1000 encapuzados e Telegram: relatos de violência do 1º de Maio além-fronteiras
Ulreich não é Neuer, Ronaldo não foi Ronaldo, mas Real Madrid de Champions continua a ser o Real Madrid (crónica)
Crianças vacinadas contra a gripe para proteger adultos
Empate 2-2 no Santiago Bernabéu com o Bayern e o Real Madrid está na final da Liga dos Campeões pela 3.ª vez consecutiva
Militares portugueses envolvidos em tiroteio na República Centro Africana

Capa do Jornal Económico

Jornal Económico  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Guerra pelos melhores? Isso não é para nós!
Bitcoin: ouro ou chumbo?
Wall Street: Nasdaq em alta e Dow Jones em queda
CGD paga indemnização a ex-administradores de António Domingues de 1,7 milhões
Militares portugueses envolvidos em troca de tiros na República Centro Africana
Theresa May novamente em dificuldades internas para gerir o Brexit
Fábrica das guitarras Gibson declara falência

Capa do Jornal Negócios

Jornal Negócios  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Receitas e lucros da Apple superam estimativas
O mecanismo à portuguesa
Mais de metade dos dividendos vai para accionistas estrangeiros
Ganhos da EDP identificados pela ERSE sem cortes
Guerra dos CMEC entre Governo e EDP já chegou a tribunal
Governo de António Costa já cortou 250 milhões à EDP
Governo devolve protecção a idosos que negociaram rendas

Capa do Diário de Notícias

Diário de Notícias  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Greves adiam 18 mil cirurgias, muitas para o próximo ano
Mês quente na rua. CGTP e UGT exigem aumentos do salário mínimo
Plataforma ajuda portugueses que vão trabalhar para fora do País
InterNations liga três milhões de expatriados e "mentes globais"
Como foi o meu dia na Expo 98?
"Havia um rapazinho de 15 anos chamado Djejen, chegado da Etiópia..."
Engenho explosivo desativado na Praia da Peralta

Capa do Jornal de Notícias

Jornal de Notícias  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Trabalhadores da saúde iniciam greve nacional de dois dias
Facebook anuncia ferramenta para encontros amorosos
Primeira Página em 60 segundos: Máfia da amêijoa escraviza imigrantes
Meias brancas de regresso nos dias quentes
Famílias de acolhimento treinam cães para cegos
Máfia da amêijoa escraviza imigrantes
Morte de adolescente de 13 anos por vizinho gera indignação em França

Capa do Destak

Destak  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Marcelo Rebelo de Sousa inaugura hoje no Porto Mercado Temporário do Bolhão
Campanha sem incidentes mostra maturidade -- Comandante forças de Defesa
Sismo de magnitude 5,5 abala leste de Taiwan
Presidente da comissão eleitoral vai apresentar queixa por difamação
Presidência timorense diz que Tribunal de Recurso confirma cumprimento Constituição
Bolsa de Xangai abre com alta de 0,17%
Bolsa de Tóquio avança 0.27% na abertura da sessão

Capa do Expresso Economia

Expresso Economia  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
“Quando o diálogo conduz a resultado zero, então é o momento de ir para a rua”
A vida boa
“Com precariedade não há democracia, não há valorização salarial”, defendeu Catarina Martins entre encontrões
PS garante que subida de rendimentos dos trabalhadores é para continuar
PCP: funcionários públicos sem aumentos é “um escândalo” e €600 de salário mínimo “não é aceitável”

Capa do A Bola

A Bola  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Dias Ferreira, José Capristano, Litos e Diogo Luís lançam Sporting-Benfica n’A BOLA DA NOITE de 6.ª feira
«Gabinete de crise serve para iludir os adeptos do Benfica»
Convocatória para Europeu com 12 do Benfica
Danielle Vaughan, uma modelo nível `Champions`
«Adoro o futebol inglês mas odeio chuva»
«Fizemos publicidade ao futebol»
«Mentiria se dissesse que a bola não me tocou na mão...» - Marcelo (com vídeo)

Capa do Record

Record  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
Benfica analisa 'Caso Pichardo'
Mathieu continua de fora
Lera Zhuravleva vai aquecer o Mundial
Henrique Jones: «Lesão de Pepe não é razão para alarme»
Fábio Coentrão no adeus anunciado ao Sporting
Túlio blindado com cláusula de 60 milhões de euros
Rafael Leão aponta ao Funchal

Capa do O Jogo

O Jogo  | CAPA E PRINCIPAIS NOTÍCIAS
ENTREVISTA: AICEP pretende "dar maior visibilidade às empresas portuguesas" no Canadá
Costa inicia hoje em Otava uma visita oficial de quatro dias ao Canadá
Vigília de três dias começa hoje para pedir mais apoios para Centros de Apoio à Vida Independente
Segunda fase de candidaturas aos Estágios Profissionais arranca hoje
Obra no Bolhão é a quarta tentativa da câmara para recuperar o mercado do Porto
Marcelo Rebelo de Sousa inaugura hoje no Porto Mercado Temporário do Bolhão
Ana Manso começa hoje a ser julgada na Guarda por peculato

Façam de conta que os meninos são de direita… Hoje a Europa debatia com urgência a necessidade de meter estas criaturas na ordem, ou não?

Novo artigo em BLASFÉMIAS


por helenafmatos

France May Day

A tolerância para com os radicais de esquerda não tem limites. Ontem meteram Paris a ferro e fogo. Como de costume escavacaram lojas e um McDonald's (eles como são gente endinheirada só comem em restaurantes onde os cereais alternativos e a rúcula custam mais que se fossem produzidos no Dubai)
Hoje as imagens da sua violẽncia quase nãos e vêem e nos textos de opinião quanse ninguém deu por eles. São de esquerda e à esquerda tudo de perdoa.

Manuel Pinho: a minha humilde homenagem a um trabalhador singular

Novo artigo em Aventar


por João Mendes

mp

No dia em que se celebra o Trabalhador, poucos portugueses serão tão dignos de homenagem como Manuel Pinho. O homem, o académico, o político independente, que se entregou de corpo e alma às funções ministeriais para as quais foi chamado, que desempenhou com mérito e distinção.

Porém, o ex-ministro foi mais do que um político excepcional. Durante o seu mandato, conta-nos a revista Visão, Manuel Pinho não se rendeu ao ócio ou à preguiça, nem nos raros momentos que lhe restavam, depois de toda a azáfama governativa e das coisas do dia-a-dia de um homem normal. Não. Nos tempos mortos, tão mortos que quase não se encontrava registo deles, Manuel Pinho trabalhava para ajudar a desenvolver e a elevar a banca portuguesa. Ministro durante o dia, consultor do BES nas horas vagas. Pela módica pechincha de 14 mil e tal euros mensais. O Ronaldo faz isso em duas horas. E o Capelo Rego está ali no canto a rir-se. Ler mais deste artigo

Entre as brumas da memória


Entretanto, China e Índia

Posted: 01 May 2018 01:18 PM PDT

… enquanto nós nos entretemos com minudências de défices.

China e Índia devem ter grande cooperação.

«A nação chinesa experienciou uma ascensão repentina, o enriquecimento e o fortalecimento nacional, estando agora na busca da materialização do “sonho chinês” de rejuvenescimento nacional. O povo indiano tem também o seu próprio “sonho indiano”. As ambições dos dois países devem alinhar-se ao invés de confrontar-se. O dragão e o elefante podem dançar em sintonia. O mais importante é a garantia do entendimento mútuo e da confiança recíproca.»

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Quem tem medo da EDP?

Posted: 01 May 2018 10:00 AM PDT

«Passaram-se dez anos e os partidos que partilharam o poder e apoiaram a privatização da EDP continuam sem fazer uma avaliação crítica do processo. PS, PSD e CDS travaram sistematicamente as iniciativas do Bloco e do PCP para combater as rendas excessivas. (…) Da Justiça, espera-se que faça rapidamente o seu caminho quanto às acusações de corrupção, nomeadamente a Manuel Pinho. Mas há um processo político que não pode esperar mais e que tem de ser consequente: as rendas da energia são abusivas e lesivas para os interesses do país. Devem ser eliminadas. (…)

Suspender os pagamentos à EDP baseados nos CMEC é um primeiro passo de coragem, a que se deverão seguir outros. Teremos ainda, nesta legislatura, oportunidade de votar outras medidas de combate às rendas da energia. Esperemos que o escrutínio público e a visibilidade deste processo sirvam para que PS, PSD e CDS não as travem mais uma vez.»

Mariana Mortágua
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No dia em que o futuro não tinha impossíveis

Posted: 01 May 2018 06:33 AM PDT

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01.05.1973 – Foi o último 1º de Maio em ditadura (mas nós não sabíamos…)

Posted: 01 May 2018 02:25 AM PDT

Às 2:50 minutos do 1º de Maio de 1973, as Brigadas Revolucionárias executaram uma das suas acções mais espectaculares, da qual resultou a destruição de dois andares do Ministério das Corporações (actual Ministério do Trabalho e da Segurança Social), na Praça de Londres em Lisboa.

Explicaram mais tarde em comunicado (que pode ser lido AQUI, na íntegra): «O Ministério das Corporações é, por um lado, o instrumento mais directo dos patrões portugueses e estrangeiros, que através dele fixam as condições de trabalho do proletariado – salários, horários – enfim, exploração e repressão (…); e, por outro, um instrumento de exploração directa dos trabalhadores, através da Previdência (…) que fornece serviços de Saúde e Previdência miseráveis.»

Durante a tarde, foram recebidos telefonemas com falsos alertas de bomba em várias grandes empresas de Lisboa. Veio a saber-se depois que se tratara também de uma iniciativa ligada às Brigadas Revolucionárias, cujo objectivo era «libertar» mais cedo os trabalhadores para que pudessem participar na manifestação.

Facto demasiado grave e espectacular para que a censura o silenciasse, foi noticiado nos meios de comunicação social e objecto de todas as conversas, num dia quem que se preparavam manifestações proibidíssimas, precedidas por largas dezenas de detenções, como a CNSPP (Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos), de 09.05.1973 veio a relatar:

«Tem-se verificado, nas últimas semanas, um acentuado agravamento da repressão política no nosso país: com o pretexto de impedir quaisquer manifestações públicas por ocasião do 1.º de Maio, procedeu a Direcção-Geral de Segurança à prisão indiscriminada de um elevado número de pessoas, em várias localidades e pertencendo aos mais diversos sectores de actividade profissional. Só durante o período que decorreu de 7 de Abril a 7 de Maio tem a CNSPP conhecimento de terem sido presas 91 pessoas, cujos elementos de identificação se possuem já. Sabe-se, no entanto, que muitas outras dezenas de pessoas foram detidas (...)

As forças policiais desencadearam, nos primeiros dias deste mês, uma desusada onda de violência. No 1.° de Maio, as zonas centrais da cidade de Lisboa e Porto foram teatro de grandes concentrações por parte das forças das diversas corporações policias e parapoliciais (com agentes fardados e à paisana). No Rossio e em toda a área circundante essa presença não se limitou ao papel de intimidação ou de repressão, mas adquiriu características de verdadeira agressão: espancamentos brutais e indiscriminados, grande número de feridos, dezenas de prisões. Dessa agressão, foram vítimas muitos trabalhadores, assim como estudantes e outras pessoas que se limitavam a passar pelo local».

terça-feira, 1 de maio de 2018

Eu sei

por estatuadesal

(José de Faria Costa, in Diário de Notícias, 27/04/2018)

faria

Eu sei. Sim, eu sei. E porque sei, não quero que o meu silêncio ecoe no infinito presente da minha vida para que não possa ser apodado, no futuro passado, de cúmplice.

Eu sei que muitas vezes não é fácil vir a terreiro defender aquilo que deve ser defendido como se defendêssemos as "muralhas da cidade". Mas há um tempo para tudo e não precisamos de recorrer ao Eclesiastes para justificar a bondade do que se acaba de dizer.

Eu sei que o tempo mediático talvez já tenha passado para aquilo que brevemente irei escrever. E talvez, por isso mesmo, o queira agora dizer, porque as coisas só ganham sentido quando a poeira frenética da mediação informativa, levada pelo vento do tempo instantâneo, pula para um outro acontecimento, uma outra notícia, verdadeira ou falsa, pouco importa, para um outro dado da comunicação social (escrita, televisiva ou radiofónica).

Eu sei que a liberdade de expressão e os direitos a informar e a ser informado são esteios indestrutíveis de uma qualquer comunidade verdadeiramente democrática e que, por isso, qualquer forma de censura ou limitação desproporcionada, em meu juízo, são intoleráveis.

Eu sei que há um ruído insuportável à roda de vários casos, chamados mediáticos, que uma solerte comunicação social considera serem protagonizados por "famosos, ricos e poderosos" e que se alimenta, de modo preciso, da qualificação que, justamente, faz desencadear as pulsões mais primárias dos membros de uma qualquer comunidade de homens e mulheres historicamente situados. Este é, em definitivo, um dado histórico indesmentível e que a mais séria psicossociologia do estudo das massas não deixa de confirmar.

Eu sei que muitos vão dizer, como já antes o disseram, que só desta forma se pode combater o crime, sobretudo a criminalidade altamente organizada e muito particularmente a sofisticada criminalidade económico-financeira e, para mais, continuarão a dizer que o esmagamento das garantias mais elementares dos cidadãos, mesmo que inocentes, nada tem de especial: é o preço a pagar para honrarmos a deusa "transparência", acompanhada da sua irmã "eficiência". E alguns, mais afoitos no seu radicalismo, até dirão que pensar o contrário mais não é do que a redundância de "luxos" que alguma intelligentsia liberal e talvez decadente gosta de defender. Tudo tem de ser transparente. Na vida individual. Na vida colectiva. Tudo pode e deve ser devassado. Sem limites. A intimidade pessoal, a vida privada individual, familiar ou social nada valem quando se quer perseguir os criminosos, quaisquer criminosos, mesmo que só putativos criminosos, esquecendo-se ou postergando-se, sem rebuço, a presunção de inocência até ao trânsito em julgado.

Eu sei que as coisas que têm acontecido nos últimos meses, para não dizer anos - e que se espelham na divulgação de factos sujeitos ao segredo de justiça ou, não o estando, na sua publicitação que é, do mesmo passo, criminalmente punível -, se tornaram, de forma patológica, endémicas no tecido jurídico-social português. Endemia ou pandemia que aparentemente preocupa toda a gente mas que, efectivamente, faz que "toda a gente" nada faça.

Eu sei que tocar ou mexer neste ponto é tocar ou mexer na estrutura político-normativa do próprio Estado, o que nos faz imediatamente duvidar de qualquer movimento de reforma em tempos que são dominados, ferreamente, pela ideologia e pela nomenclatura do pensamento económico-financeiro e que, ao menor suspiro de manifestação de vontade de mudança, de supetão nos é atirado o perverso, estúpido e diletante brocardo: "It"s the economy, stupid." Mas o problema é que este ar malsão que respiramos não vem só da economia. Vem de muito mais fundo. Vem de não se perceber que a administração da justiça em nome do povo - não a justa aplicação do direito ao caso concreto por um juiz e não por representante do Ministério Público - é sempre e definitivamente um problema político. Uma questão que se insere no grande mundo das políticas públicas de quem legisla e de quem governa.

Neste sentido, dizer-se "à política o que é da política e à justiça o que é da justiça" é não só apoucar e definhar a máxima religiosa que lhe serve de parâmetro mas também, e talvez por sobre tudo, não querer assumir as obrigações políticas que órgãos, democraticamente eleitos, devem com orgulho, porque mandatados pelo voto, levar a cabo.

Eu sei que uma leitura apressada ou de má-fé dirá que o que vai aqui pressuposto é a tutela doutrinal de uma "justiça para ricos" e de uma "justiça para pobres". Em boa-fé direi que uma tal interpretação está nos antípodas do que sempre defendi, escrevendo e ensinando, há quase meio século. Por imperativo ético e democrático a lei é igual para todos e a todos por igual tem de ser aplicada, com rigor e imparcialidade. E direi mais: a corrupção é um mal, também ele endémico, que tem de ser combatido por todos os meios, incluindo o direito penal, na sua expressão mais firme e rigorosa. Por isso, infelizmente, Portugal vive duas endemias em que uma alimenta a outra, em um indissociável processo simbólico de reciprocidade.

Eu sei que a última metade do século passado foi a afirmação e tutela, em jeito que se queria universal, dos direitos humanos, em todas as suas dimensões e, por sobre tudo, de modo muito particular, quando lidávamos com as "cousas" dos direitos penal e processual penal. Porém, os primeiros anos desta centúria parecem levantar ventos securitários. E se, desde a Ilustração, se dizia que "mais vale ter à solta um culpado do que punir um inocente", parece que, hoje, o mais importante é punir a eito e se se não puder fazê-lo em tribunal que aconteça, então, na praça pública. Oh! Santa Idade Média, regozija-te, os teus lados mais negros estão perdoados. Para quê o "processo justo"? Para quê a presunção de inocência até trânsito em julgado? Para quê a proibição da inversão do ónus da prova em processo penal? Para quê o princípio da legalidade da norma incriminadora? Para quê mostrar a insanidade da delação premiada? Para quê salientar dogmaticamente o irrazoável do querer criminalizar o chamado "enriquecimento ilícito"?

Eu sei. Eu sei que o que escrevi pouco vale para mudar o que quer que seja, porque sei que uma crónica de jornal não tem sequer a vida de um ai e, outrossim, menos sequer a força política de um gesto de criança. Todavia, sei que é preciso: não navegar mas dizer.


Professor universitário e antigo Provedor de Justiça