Translate

terça-feira, 8 de maio de 2018

Marcelo não se recandidata se país voltar a arder como em 2017

Marcelo não se recandidata se país voltar a arder como em 2017

8/5/2018, 7:29

Presidente da República promete que nada irá fazer para interferir com a preparação do próximo verão. Mas adianta que, se "tudo voltar a correr mal", ele próprio irá tirar conclusões.

Emilio Naranjo/EPA

Autor
Mais sobre

Marcelo Rebelo de Sousa considera “decisivo” para a avaliação que ele próprio fará do seu mandato presidencial a forma como o país conseguir preparar-se para o próximo verão (“e outono”) e evitar que as duas tragédias de 2017 se repitam. Por outras palavras, “se tudo voltar a correr mal”, o Presidente da República sentirá um “dever de consciência” que o impedirá de se recandidatar.

Esta é mais uma revelação da entrevista que Marcelo Rebelo de Sousa deu ao jornal Público e à Rádio Renascença, numa segunda parte que foi publicada esta terça-feira.

É fundamental para o próprio juízo que o Presidente fará sobre o seu mandato presidencial. Como quem diz, quando eu avaliar, em meados de 2020, o mandato presidencial — portanto, olhar para o passado — e depois também avaliar ou não a existência de um dever de consciência…”

Para Marcelo, será “decisivo”. “Voltasse a correr mal o que correu mal no ano passado, nos anos que vão até ao fim do meu mandato, isso seria, só por si, no meu espírito, impeditivo de uma recandidatura”, adiantou o Presidente da República.

Se me pergunta se não estou convicto de que houve atuações, que foram aquelas que foram consideradas por todos como as indispensáveis para que corra bem, houve. Houve. Agora, seria uma inconsciência minha  dizer que garanto que não vai acontecer isto, ou aquilo… Há calamidades naturais em relação às quais não é possível dar garantias. Naquilo que dependa da intervenção humana, no plano legislativo parlamentar, no plano político-partidário, no plano governamental, tenho a noção de que todos fizeram o que era necessário fazer e era possível fazer neste período de tempo.”

O responsável não revela se já tinha tido acesso ao relatório sobre o Pedrógão Grande, terminado há seis meses mas guardado pelo governo. Marcelo não quer interferir: “da minha boca não se ouvirá nada que signifique colocar o que seja de um pauzinho num engrenagem que interessa que funcione bem para os portugueses em geral”.

Orgulhosamente só, Trump retira EUA do “acordo desastroso” com o Irão

8/5/2018, 17:08

Donald Trump anunciou a retirada dos EUA do acordo nuclear com o Irão, em vigor desde 2016. O Presidente dos

EUA admite um novo acordo, mas impõe condições. "Quando quiserem, estarei pronto", disse.

Zach Gibson / POOL/EPA

Autores
Mais sobre

O Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a retirada do acordo nuclear do Irão, tornando obsoleto aquele

entendimento internacional que visava impedir o acesso de Teerão a armas nucleares.

“Este acordo desastroso deu a este regime muitos milhões de dólares, alguns em dinheiro vivo, o que é uma

vergonha para mim enquanto cidadão e para todos os cidadãos dos EUA”, disse Donald Trump numa declaração

esta terça-feira. “Não vamos permitir que cidades americanas sejam ameaçadas com destruição e não vamos

permitir que um regime que pede ‘morte para a América’ tenha acesso às armas mais mortíferas do planeta.”

“Temos provas definitivas de que esta promessa é uma mentira”, referiu-se ao compromisso do Irão, firmado em

2015, de suspender o seu programa para o desenvolvimento de uma arma nuclear.

Donald J. Trump

@realDonaldTrump

Statement on the Iran Nuclear Deal: https://www.pscp.tv/w/bcHoFDFvTlFsTFJub1dwUXd8MVlxS0RkRWt3RG9LVuGHoVNqHUMTOFsKvNeEt

RThrkhTbwCW_TKUlteUhH3s?t=1s …

19:52 - 8 de mai de 2018

Fox News @FoxNews

LIVE: President Trump makes an announcement on the Iran deal

pscp.tv

Informações e privacidade no Twitter Ads

Os EUA fizeram parte do processo negocial deste acordo, que começou a ser preparado em 2013, ainda sob a alçada de Barack Obama, e que entrou em vigor em janeiro de 2016. Meses depois, já em campanha eleitoral, Donald Trump prometeu retirar os EUA deste acordo — promessa que concretiza agora.

“Os EUA já não fazem promessas vãs. Quando eu faço promessas, eu mantenho-as”, sublinhou Donald Trump, que anunciou ainda que vão ser implementadas “sanções poderosas” contra o Irão.

Porém, na parte final do seu discurso, Donald Trump admitiu a hipótese de voltar a sentar os EUA à mesma mesa com o Irão para chegar a um novo acordo. “Vamos trabalhar com os nossos aliados para chegar a uma solução real, abrangente e duradoura para a ameaça nuclear iraniana”, disse, referindo que, para isso acontecer,  acordo terá de visar também o programa de mísseis balísticos do Irão e as suas “atividades” no Médio Oriente.

“Os líderes do Irão vão dizer, como é natural, que se recusam a fazer um novo acordo”, disse. “O facto é que eles vão querer fazer um novo acordo, que beneficie todo o Irão e o povo iraniano. Quando eles quiserem, eu estarei pronto e disponível”, disse.

No Irão, Rouhani dá ordens para retomar enriquecimento de urânio

Uma das primeiras reações à decisão de Donald Trump partiu precisamente do Presidente do Irão, Hassan Rouhani. Numa comunicação ao país, assegurou que o Irão quer manter-se o acordo e referiu que vai agora entrar em conversações com os países que, além dos EUA, participaram no entendimento em 2015.

“Dei ordens ao ministro dos Negócios Estrangeiros para negociar com os países europeus, coma China e a Rússia nas próximas semanas”, disse. “Se, no final desde curto período, concluirmos que conseguimos beneficiar deste acordo com a cooperação de todos os países, o acordo continuará.”

Porém, Hassan Rouhani não deixou de anunciar outra medida que pode preocupar os países envolvidos no acordo. “Dei ordens à Agência de Energia Atómica do Irão para iniciar as preparações necessárias para retomar o enriquecimento [de urânio] ao nível industrial sem qualquer limite”, disse, segundo a IRNA, agência estatal iraniana.

Macron e aliados “lamentam” a decisão de Trump, Netanyahu gaba-lhe “coragem”

Além de Hassan Rouhani, um dos primeiros líderes mundiais a reagir foi o Presidente de França, Emmanuel Macron. No Twitter, falou em nome dos chamados países E3: França, Alemanha e Reino Unido. Eis as palavras do líder francês: “A França, a Alemanha e o Reino Unido lamentam a decisão americana de sair do acordo nuclear iraniano. Está em causa o regime internacional de luta contra a proliferação nuclear”.

Emmanuel Macron

@EmmanuelMacron

La France, l’Allemagne et le Royaume-Uni regrettent la décision américaine de sortir de l’accord nucléaire iranien. Le régime international de lutte contre la prolifération nucléaire est en jeu.https://twitter.com/emmanuelmacron/status/993920765060878336?s=21 …

19:32 - 8 de mai de 2018

Informações e privacidade no Twitter Ads

Da parte da União Europeia, a reação também foi negativa para Donald Trump e de apoio ao acordo com o Irão. “Enquanto o Irão continuar a implementar os seus compromissos relacionados com o nuclear, tal como tem feito até agora, a UE estará comprometida com a implementação total e efetiv do acordo nuclear”, disse a Alta Representante da UE para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini. “Confiamos totalmente no trabalho, competência e autonomia da Agência Internacional de Energia Atómica, que publicou 10 relatórios a certificar que o Irão cumpriu na totalidade os seus compromissos.”

Em dissonância com grande parte da comunidade internacional, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, elogiou a medida de Donald Trump, que classificou de “valente”. “Israel apoia totalmente a decisão valente do Presidente Trump de rejeitar o acordo nuclear desastroso com o regime terrorista de Teerão”, disse. Sobre o acordo que agora se rasga em Washington D.C., e que o primeiro-ministro de Israel critica fortemente desde o início, disse que era “uma receita para o desastre, um desastre para a região, um desastre para a paz no mundo”. “É por isto que Israel acredita que o Presidente Trump deu um passo histórico”, acrescentou.

Ver imagem no Twitter

Ver imagem no Twitter

Benjamin Netanyahu

@netanyahu

Thank you President Trump for your bold decision and your commitment to prevent Iran from ever getting nuclear weapons. @realDonaldTrump

20:28 - 8 de mai de 2018

Informações e privacidade no Twitter Ads

Reino Unido, França e Alemanha reunidos com Irão horas antes do anúncio

Ao saírem do acordo nuclear com o Irão, os EUA passam a ser o único país com assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas a não fazer parte do acordo. Esta saída é vista com relutância por parte da União Europeia, tal como da totalidade dos restantes países que assinaram o acordo com o Irão. Ou seja, França, Reino Unido, Alemanha, China e Rússia.

Ver imagem no Twitter

Ver imagem no Twitter

Israel News Links@IsraelNewsLinks

Nets Hype Europeans ‘Desperately’ Trying to Stop Trump From Ditching Iran Deal http://dlvr.it/QSBB9z via @Newsbusters

18:21 - 8 de mai de 2018

Informações e privacidade no Twitter Ads

As autoridades do Reino Unido, França, Alemanha e a representante da política externa da UE declararam já o seu apoio ao acordo com o Irão, num encontro com o vice-ministro das Relações Exteriores do Irão, Abbas Araghchi, em Bruxelas, esta terça-feira, horas antes da declaração de Trump.

Segundo o The Guardian, a  Europa implementaria um novo acordo com o Irão, o Plano de Ação Integral Conjunto, desde que o Irão cumpra as suas obrigações.

“Nós, europeus, continuamos a confiar no JCPoA e na sua implementação total, a partir de nossos próprios interesses de política de segurança”, disse a fonte. “Os acordos de transparência e controle do JCPoA e as restrições do programa nuclear iraniano trouxeram um aumento na segurança”, disse a fonte, acrescentando que seria importante que todos os lados mantivessem contato “para evitar uma escalada descontrolada”.

Trump anuncia oficialmente a decisão às 19h00 de Lisboa, desta terça-feira.

Quem manda na sombra

Opinião

Mariana Mortágua

Hoje às 00:04

É uma pedra no sapato do Banco de Portugal. A empresa de investimentos BlackRock faz parte de um consórcio da mais alta finança mundial que ameaça boicotar o país por conta da transferência de 2000 milhões de euros de dívida que vinha do antigo BES e que passou do Novo Banco para o "banco mau". Mas, como relata o jornalista Paulo Pena em dois artigos recentes no "Público", esta não é a única ligação do BlackRock ao banco de Ricardo Salgado e à economia portuguesa.

A BlackRock comprou quase 5% do BES apenas seis meses antes da sua resolução. Essas ações foram depois misteriosamente vendidas quando já não tinham qualquer valor. Porquê e a quem? Ninguém sabe, nem mesmo o Governo da altura ou os supervisores.

Para além do BES, a BlackRock é ainda acionista de 14 outras empresas, da EDP ao BCP, passando pela Jerónimo Martins, detendo quase 2000 milhões de euros de ações de empresas cotadas em Portugal.

O facto de pouca gente conhecer a BlackRock por cá, ou saber precisamente o que faz, ajuda a perceber porque lhe chamam o gigante da Banca-sombra. Não é um banco, nem está obrigado às regras de regulação e supervisão do sistema bancário. Mas gere, sozinho, 5,2 milhões de milhões de euros, ou seja, 26 vezes o PIB português. Seja por sua conta ou por conta da gestão de dinheiro de clientes, a BlackRock detém participações em 17 mil das maiores empresas mundiais. De acordo com esta investigação, as três maiores empresas de gestão de ativos - grupo que a BlackRock integra -, detém a maioria das ações de nada menos que 88% das 500 maiores empresas americanas, cotadas no índice S&P500.

O que está em causa, portanto, é a concentração da propriedade dos mais importantes setores da economia mundial, da farmacêutica à energia, nas mãos de meia dúzia de empresas que não são bancos, nem gigantes industriais multinacionais, são sombra. A globalização financeira, feita em nome da livre concorrência e comércio, é responsável pela criação de um oligopólio à escala mundial que escapa às regras de regulação bancária e a qualquer limite à concentração económica.

Não há portas fechadas para quem controla, sozinho, riqueza equivalente ao dobro do produto do Reino Unido. O artigo de Paulo Pena descreve as várias reuniões do principal administrador da BlackRock com chefes de Governo e reguladores e os milhões gastos em lóbi na União Europeia. Refere ainda a coincidência espantosa em que o vice-presidente da Comissão Europeia anuncia um gigantesco plano privado de pensões a nível europeu apenas seis meses depois da BlackRock o ter pedido publicamente.

A pedra no sapato do Banco de Portugal é, afinal, uma gigantesca potência da sombra. Um poder nascido de um sistema que, apesar de todas as promessas e mentiras, foi criado para ser obscuro. Nem poderia ser de outra forma, uma vez que foi desenhado à imagem e ao serviço desta e de outras BlackRocks. A curta viagem de Durão Barroso da presidência da Comissão Europeia para a da Goldman Sachs não nos deixa esquecer isso.

DEPUTADA DO BE

Fernanda Câncio e a tragédia de Sócrates: ou quando uma mulher usa a sua condição de jornalista para ajustar contas com o ex-namorado

por estatuadesal

É certo que Sócrates congrega ódios e paixões pelo que não me custa a imaginar que uma mulher como Fernanda Câncio, toda ela igualmente temperamental, depois da rotura amorosa, possa ter passado da paixão ao ódio. Mas, lembrava-a eu, nessa altura, há sempre mais vida para além da morte de um relacionamento e que o melhor é seguir com a bola para a frente. Ressentimentos e desejos de vingança nunca foram bons conselheiros.

Continuar a ler aqui: Um jeito manso: Fernanda Câncio e a tragédia de Sócrates: ou quando uma mulher usa a sua condição de jornalista para ajustar contas com o ex-namorado

A expectativa mundial quanto a decisão dos EUA sobre o acordo nuclear

Desde sua posse, o presidente norte-americano não esconde sua aversão – mesmo que injustificada em termos de interesses pela paz global – ao pacto assinado multilateramente por diversos países (entre eles a França e a China, ambos países que tentam lutar pela sobrevivência do acordo).

  • 8 Maio, 2018
  • Apesar de ter o prazo até o dia 12 de maio, Donald Trump escreveu em seu Twitter (como de costume) que divulgará sua decisão quanto ao acordo nuclear com o Irã nessa terça-feira (8). Está acontecendo uma mobilização diplomática mundial, mesmo entre países com imensas diferenças políticas (como França e China), para tentar salvar o acordo nuclear multilateral assinado com o Irã, que Donald Trump, junto com Israel, tenta desmoralizar o acordo.

Hassan Rouhani, presidente iraniano, afirmou que pode continuar no pacto mesmo com a saída dos EUA.

O que o Irã quer é que nossos interesses continuem a ser garantidos pelos outros signatários. Nesse caso, livrar-nos da presença nociva dos Estados Unidos não nos incomoda”.

O presidente iraniano discursou pela televisão pública, contestando a ameaça de Donald Trump de retirar os Estados Unidos do acordo. “Se os Estados Unidos deixarem o acordo nuclear, vocês logo verão que eles vão se arrepender como nunca antes na história”, declarou. Ele ainda mencionou a aliança dos EUA com Israel, que também tem procurado acusar o Irã de descuprir o acordo, sem apresentar provas.

Na semana passada, Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, acusou o Irã (por meio de uma apresentação de Power Point em ótimo tempo, uma vez que na semana seguinte Trump deveria apresentar sua decisão final sobre o assunto) de manter escondido o desenvolvimento de seu programa nuclear, suspeita que não convenceu nenhum outro país além dos Estados Unidos.

Sabe-se que Israel exerce forte pressão no Congresso norte-americano por meio do lobby. O país, que antes era a única potência do Oriente Médio, não gosta da ideia de ter que dividir esse reconhecimento com o Irã, que aumenta cada vez mais a sua influência na região. Em uma vistoria realizada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e publicada no dia 5 de março, contendo dez relatórios, foi comprovado que o Irã cumpriu integralmente seus compromissos listados no acordo, conhecido como Plano Abrangente de Ação Conjunta (PAAC).

Com o pacto, Teerã se comprometeu a limitar seu programa atômico e a usá-lo apenas para fins pacíficos, em troca da redução das sanções internacionais; aceitou também submeter suas atividades nucleares a inspeções regulares.

Por Alessandra Monterastelli | Texto original em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV  / Tornado