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segunda-feira, 14 de maio de 2018

Plausibilidades e evidências

por estatuadesal

(Joseph Praetorius, 14/05/2018)

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Joseph Praetorius

Não é irrazoável pensar que o império fez o capitalismo e não o contrário, porque a economia é matéria de decisão política.

E porque a economia é matéria de decisão, os especuladores podem ignorar - e até fazer ignorar - por intoxicação informativa, reserva, ou oposição política, as perspectivas de negócios abertas pelos efeitos de outras direcções de outros estados.

Aqui está a Ásia, notada pela imprensa económica da Suiça (Ver aqui)

Duas conclusões se retiram imediatamente daqui; a primeira das quais é que os países do trajecto que assegure a ligação do novo pólo económico com as outras regiões do mundo participarão de modo privilegiado na correspondente distribuição da riqueza.

A outra conclusão é que se a Rússia é o país das estradas e das rotas marítimas do Ártico, a Península Ibérica é um lugar privilegiado para o fim e início de todas as linhas férreas da Eurásia. Os portos e as linhas férreas estão no centro das decisões políticas locais (por tomar, em Portugal, uma vez que se abateu o único Chefe do Governo a perspectivar tais coisas em tempo útil, tanto do ponto de vista da política externa relativamente à América Latina, como do ponto de vista dos necessários investimentos locais).

Dominadas as "direitas" peninsulares por serventuários do repulsivo e declinante império americano, a plausibilidade da Península Ibérica perder a sua posição em favor de outros portos - que ficam mais longe, têm menos afinidades, mas são dirigidos por gente que sabe o que faz e o que fazer - é perfeitamente evidente.

Em contexto peninsular, a perda de posição de Portugal em favor da voraz Castela - se esta não perder o domínio dos povos de Espanha que ainda controla - é também plausível, porque a corja dos serventuários, que faz a vida nesta terra correr em circunstâncias repulsivas, projectará outra vez a sombra da sua própria e corruptíssima subalternidade no Estado, obrigando-o a assumi-la como se sua fosse, ou pudesse ser.

Espero que os eleitorados peninsulares acordem e remetam tal gente ao destino que deve caber-lhes. E este será o que Deus quiser, depois do Direito os fazer passar pelo cárcere expiatório. A lição da Catalunha dá as proporções do combate a travar. O estrangulamento político e económico tentado da América Latina, também.

Quanto a África, os países da costa oriental têm o Iémen e o Omã como portos de escala. Os da África Ocidental, deveriam preferir a Península, mas nada é obrigatório e África está submetida a uma política genocidária que ainda não teve reacção à altura da solução necessária. Mas vai ter.

A diplomacia portuguesa está de parabéns!

Novo artigo em Aventar


por João Mendes

Fotografia: Gil Cohen-Magan/AFP@Middle East Eye

Hoje é um daqueles dias em que me sinto verdadeiramente orgulhoso por ser português e europeu . No dia em que os EUA trumpizados exibem ao mundo a sua mais recente canalhice pirómana, a União Europeia em peso não se fará representar na inauguração da embaixada americana em Jerusalém. Só mesmo alguma tralha fascista que por cá temos, residual e pouco representativa dos valores fundadores da União, marcará presença neste momento de radicalismo populista e incitação à violência. O KKK europeu a ser igual a si próprio.

Ainda que simbólico, este acto de rebeldia agrada-me. Como me agrada que os signatários europeus do acordo nuclear com o Irão não tenham cedido à chantagem do Adolfo nazi de cabelo laranja. Não sou antissemita, não embarco no radicalismo de culpar todos os israelitas pelos erros e abusos dos políticos corruptos e dos banqueiros terroristas que efectivamente mandam em Israel (e nos EUA), mas estarei sempre do lado do boicote a governos fascistas, belicistas, fanáticos e racistas, que não respeitam direitos humanos e que usam a tortura e o sofrimento de inocentes para impor a sua agenda política.

Por tudo isto, que não é pouco, quero endereçar os meus sentidos parabéns à diplomacia portuguesa, por, uma vez mais, optar por não fazer fretes a tiranetes.

Os Mistérios de Pedrógão Grande

Novo artigo em BLASFÉMIAS


por Cristina Miranda

Os fogos de Pedrógão Grande nunca foram contados com a verdade. Desde o primeiro dia, 17 de Junho de 2017, que o Estado faz uma ginástica acrobática para suprimir factos, suprimir prova, silenciar bombeiros, silenciar INEM, silenciar as vítimas dos fogos. Porquê? O que esconde de tão grave esta tragédia que não pode ser contada exactamente como ocorreu sem invenções de factos alternativos como por exemplo aquele raio  que caiu numa árvore sem trovoada descoberto imediatamente nos dias a seguir pela PJ e já desmentido?

Volvido quase um ano depois da maior tragédia mortal em fogos jamais vista em Portugal, os mistérios adensam-se. À medida que os relatórios técnicos foram saindo, mais dúvidas, mais incertezas vão surgindo. E curiosamente com a complacência da oposição e dos média que pouco ou nada fazem para desmascarar esta manipulação clara do governo. Não é normal.  Estamos em ditadura?

O primeiro mistério começa com o início do fogo. Disseram que o combate foi desigual devido a uma natureza em fúria - o tal downburst - o fenómeno que "inviabilizou" todos os esforços, da seca extrema e do material combustível em muita quantidade que provocou o inferno e que encurralou tanta gente. Mas, esqueceram-se de referir que o alerta foi dado às 14h45 em Escalos Fundeiros por um cidadão, quando o fogo era apenas um pequeno foco e  que às 15h17, antes de abandonar o local, tira a seguinte foto. Aqui na imagem vemos um fogo perfeitamente dominável mas nenhum bombeiro a apagá-lo. Esses tinham lá estado. Tinham. Porque abandonaram o local? Porque não se juntaram imediatamente reforços sem sair do terreno? No relatório de 6 de Julho da ANPC, diz que foram despachados para o ataque 3 corpos de bombeiros:  VFCI de Pedrogão Grande, VFCI de Castanheiro de Pera e VFCI de Figueiró dos Vinhos e 1 helicóptero ligeiro ( este chegou às 15.05). Que às 14.54 é recebido o primeiro ponto da situação onde são pedidos mais meios. Dizem que foram accionadas mais viaturas do CBV anteriores e do CBV de Ansião. Que às 14.43 foram 75 operacionais e 22 meios -  1 helicóptero ligeiro, 6 operacionais, 61 bombeiros, 17 viaturas, 2 equipas de sapadores com 6 operacionais, 1 patrulha GNR com 2 militares . Que às 15.02 fora accionada brigada de combate ao CODIS de Castelo Branco (3 veículos com 12 bombeiros) e um Heli-bombardeiro pesado,  Kamov (HESA02), às 15.08. Consegue ver este aparato todo de meios no testemunho e foto tirada no local às 15h17???? Pois. Eu também não. O resto da história já sabemos. O fogo lavrou sem oposição tudo o que apanhou pela frente. E cresceu, cresceu, cresceu até ficar incontrolável.

Depois vem o mistério das mortes. Ao segundo dia, sem se saber do paradeiro dos desaparecidos, sem ter ainda contabilizado todos os feridos, com milhares de hectares queimados ainda por investigar, o Governo já sabia que eram 64. Nem mais um nem menos um. O cronómetro dos óbitos trancou. Foi preciso uma cidadã corajosa não se calar e afirmar haver mais, a partir de uma lista de levantamento de óbitos no terreno - que quiseram abafar e descredibilizar -  para o caso dar uma reviravolta e MP ter de actualizar para 74, dando razão à empresária. Afinal havia mesmo mais gente. Mais há mais: em directo na SIC  Júlia Pinheiro e Hernâni Carvalho, juntos a fazer a cobertura do fogo, revelavam que eram muito mais de uma centena. Veja este vídeo. Mas isto não fica por aqui. Ao consultar o site do Ministério da Saúde, nossa equipa do #NaoNosCalamos verificou o seguinte: No quadro abaixo podemos constatar um pico anormal de óbitos registados a 18 de Junho 2017. Com umas contas simples podemos verificar que se formos ao mês de Junho de 2017, e fizermos a soma dos óbitos entre dia 1 e dia 16 e seguidamente dividirmos por 16, temos a média diária.  Podemos fazer o mesmo entre o dia 24 e 31 e dividindo neste caso por 7, veremos que obtemos resultados similares. Vamos multiplicar o número que dá (260) por 7 o que dá 1820 óbitos em média por 7 dias. Agora fazemos a soma do dia 17 a 23. O resultado é 2287. A este resultado vamos retirar os 1820 óbitos de média e obtemos o número de óbitos acima da média (ver folha cálculo anexa). Estas 467 mortes são as vítimas de Pedrogão. A este número temos que adicionar os corpos que foram encontrados à posteriori, assim como as pessoas que foram morrendo nos hospitais. Simples e transparente com base nos dados oficiais disponíveis para todos.

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Mas há mais mistérios. De acordo com o  relatório da ANPC, ficamos a saber que: Só às 19:55 o comando foi passado do Comandante dos Bombeiros Pedrógão Grande para o Comandante Distrital, quando a situação já estava completamente fora de controlo e várias medidas de combate e coordenação tinham sido atrasadas irrecuperavelmente;  O Plano Municipal de Emergência não foi accionado, mais de 5h depois do primeiro alerta, de facto só o foi às 20:45;   O CODIS esteve somente 2 horas no comando, saindo para outra missão, e transitou-o para o 2º Comando Nacional, conforme explicito no relatório da ANPC;  A partir das 22h, o 2º CONAC que assumiu funções, até às 20:50 do dia seguinte,  foi quem às 4:56 de dia 18 ordenou o 112 das salas de operações dos CDOS, a deixarem de registar no sistema informático os pedidos de socorro, sendo prejudicial para a percepção posterior na fita do tempo sobre os acontecimentos. Porquê?

Outros mistérios prendem-se com o SIRESP e os Kamov. Alguém aí no seu perfeito juízo consegue compreender porque não foi imediatamente rescindido o contrato mais absurdo e criminoso com  o sistema de comunicações que matou e feriu gravemente centenas de pessoas? Um sistema que provou falhar SEMPRE em situações de emergência, que é caríssimo, arcaico, e cujas cláusulas protege só quem o criou em vez das vítimas?? E os Kamov, essas "pérolas" do combate aos incêndios que nunca funcionaram em condições, que já antes de os adquirir eram obsoletos, cuja maioria nunca saiu do chão, virem agora inviabilizar os existentes alegando falta de peças e manutenção, rescindindo contrato com indemnizações milionária à Everjets, para adquirir mais três por adjudicação directa?!!!

Ah! e o mistério dos donativos desaparecidos? Alguém sabe onde param?

Como se isto tudo já não bastasse, junta-se ainda o mistério de, depois das conclusões do Relatório Técnico Independente e denúncia de destruição de prova, o Estado não ter sido ainda constituído arguido quando já não há dúvida alguma de ser o principal culpado da tragédia.

Mistérios e mais mistérios... É o país desgraçado que temos.

Costa anda “nervoso” com caso Sócrates e isso reflete-se na relação com Marcelo, diz Marques Mendes

13/5/2018, 22:35

O comentador afirma que primeiro-ministro não sobreviveria a nova tragédia com incêndios e diz que Marcelo quis colocar pressão no Governo. Mendes diz ainda que Costa está "nervoso" com caso Sócrates.

O social democrata Marques Mendes faz todas as semanas um comentário televisivo na SIC

MIGUEL A. LOPES/LUSA

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O antigo líder do PSD, Marques Mendes, diz que as entrevistas concedidas por Marcelo Rebelo de Sousa (ao Público) e de António Costa (ao Diário de Notícias) passam uma imagem de competição entre os dois e que houve “crispação” por Costa andar “nervoso” com o caso Sócrates. No seu espaço de comentário semanal na SIC, Marques Mendes destaca que Costa teve uma “reação crispada à entrevista do Presidente” quando disse que Marcelo “não envia recados pelos jornais“. Para Marques Mendes, esta é “a segunda vez, no espaço de 15 dias, que o primeiro-ministro se mostra incomodado com uma intervenção do Presidente: primeiro no discurso do 25 de abril, agora sobre a entrevista. “No passado não era regra, não é hábito“.

Mas, afinal, questiona Mendes, “porque o primeiro-ministro se sente crispado, incomodado, nervoso?” Para o antigo líder do PSD essa crispação tem “duas razões: [António Costa] anda incomodado com o caso José Sócrates; e as sondagens, com o PS em queda, ainda que ligeira, há três meses consecutivos”.

Mendes vê António Costa mesmo “muito incomodado” com o assunto Sócrates. O comentador defende que o tema tem de ser discutido politicamente, mas diz ser “vergonhoso” que socialistas se venham demarcar de Sócrates só na altura em que “um cidadão cai em desgraça”. Para o antigo líder do PSD, Sócrates “merece isto”, mas não deixa de destacar que “a maior parte das pessoas que o estão a afastar não o fazem por convicção, fazem por oportunismo, porque se tornou um ativo tóxico“. Além disso, denuncia o comentador, “muitas dessas pessoas foram cúmplices dele“.

Marques Mendes lembrou ainda que, quando era líder da oposição, foi o único a dizer que Sócrates “tinha falhas de carácter” por alturas do caso das irregularidades na licenciatura. Além disso, fez questão de lembrar que, por essa altura, dois seus correlogionários de partido — que acabariam também por ter os seus problemas com a justiça — o criticaram: “Dias Loureiro e Duarte Lima, em vez de criticarem Sócrates, criticaram-me a mim por criticar Sócrates.”

Se houver terceira tragédia, povo demite Costa “na hora”

Sobre os incêndios, explorados também nas entrevistas dadas pelo chefe de Governo e pelo chefe de Estado, o antigo líder do PSD afirmou que António Costa não precisa de dizer que se demite em caso de nova tragédia com incêndios, já que, caso voltasse a acontecer, “o povo demitia-o na hora“. Mendes explicou que o Presidente da República revelou que não se recandidatava em caso de uma terceira tragédia para “fazer pressão junto do Governo”.

Marques Mendes diz que as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa dão uma “novidade interessante”: que o Presidente “já decidiu recandidatar-se” . E como já “percebeu que o povo não perdoa”, já antecipou qual seria a sua consequência. Já António Costa, no entender do comentador político, também não sobreviveria politicamente à repetição de uma tragédia como as de 2017: “O Presidente ficava chamuscado, mas o primeiro ministro ficava trocidado, incinerado e, por isso, António Costa quando diz aquela coisa: ‘Não me demito’. Pois não. O povo demitia-o na hora. Porque se houvesse três tragédias, o Governo seria o grande responsável.”

Ainda sobre as entrevistas de Marcelo e Costa, Marques Mendes diz que o Presidente da República e António Costa estiveram, de forma intencional, em “sintonia” sobre o Orçamento com o objetivo de “pressionar o Bloco de Esquerda e o PCP”. Para o comentador, tanto Marcelo como Costa “estão preocupados” e “querem colocar pressão sobre o PCP e o Bloco de Esquerda, em particular o PCP que é o mais renitente”. Isto apesar da aprovação se afigurar pacífica na leitura do comentador: “Julgo que em nenhuma circunstância vai haver um chumbo do Orçamento. Ninguém vai querer o ónus de provocar uma crise política”.

PSD e o diálogo via Whatsapp, OPA à EDP e Manuel Vicente

Marque Mendes disse, ainda, que o PSD está um “bocadinho melhor”, uma vez que “Rio começou frouxo e a dar sensação de muleta do Governo”, mas está “já finalmente a fazer oposição” e com um discurso “eficiente”. Resta saber se “terá tempo para recuperar, 10 ou 11 pontos de desvantagem para o PS”, uma vez que o PSD “não descolou nas sondagens” após a sua chegada ao PSD. Quanto a nova descoordenação no pedido de demissão do ministro da Saúde — em que um deputado e porta-voz do Conselho Estratégico pediu a demissão e Rio disse não ser o seu “estilo” fazê-lo — Marques Mendes voltou a aconselhar Fernando Negrão, o líder da bancada, e Rui Rio a falarem pelo WhatsApp.

Mendes falou ainda da OPA chinesa à EDP, dizendo que “para Portugal é melhor [a EDP] ser controlada por chineses do que por uma empresa europeia”, que podia levar ao desmantelamento da mesma. O antigo líder do PSD criticou ainda as declarações de António Costa sobre o assunto, considerando “imprudente e precipitado” que o primeiro-minsitro tenha falado sobre o assunto já que “o Estado português não é acionista. Logo, não tem que se pronunciar. Ainda por cima antes dos acionistas. O princípio deve ser: à economia o que é da economia”. E acrescenta: “Ele que gosta tanto da expressão à política o que é da política, devia aplicar neste caso. Claro que nós sabemos que o Governo sabia de tudo. Mas devia, ao menos, salvar as aparências.”

E não esqueceu o caso do vice-presidente angolano, Manuel Vicente, cujo processo crime será entregue às autoridades angolanas por decisão, desta semana, do Tribunal da Relação, contrariando a vontade do Ministério Público e do juiz de primeira instância. “Não há uma única prova produzida em julgamento”, afirmou, referindo-se ao caso Fizz — em que está a ser julgado um procurador do Ministério Público acusado de ter sido corrompido por Manuel Vicente, um advogado e o seu representante legal em Portugal.

“Este PS é aquele PS”? Os governantes que se repetem com Costa e Sócrates

14 Maio 2018488

Rita Tavares

Há socialistas que governaram com Sócrates a descolar dele, ao mesmo tempo que o PSD aponta para as semelhanças entre este Executivo e o socratismo. Afinal, quem é que se repete nos dois Governos?

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“Este PS é aquele PS”, “este Governo é aquele Governo”. No PSD, a colagem entre os executivos Sócrates e Costa é uma das grandes apostas políticas nesta altura, com os deputados sociais-democratas a pressionarem a direção da bancada a responsabilizar os atuais governantes socialistas que, no passado, pertenceram ao núcleo político de José Sócrates. Sobretudo porque entre eles está o primeiro-ministro António Costa. No entanto, os repetentes não ficam por aí. Se a análise for além dos que integravam o núcleo político de Sócrates, a conclusão é que 18% (quase 1 em cada 5) dos atuais governantes passaram pelos dois Executivos de Sócrates. E se somarmos o pessoal político que esteve nos gabinetes entre 2005 e 2011, o total de repetentes de Sócrates sobe para 23, entre os 61 membros do Governo de Costa.

O Observador cruzou os dois governos de Sócrates com o atual, para perceber quem afinal se repete, mas também para entender de onde vieram e como lá chegaram, bem como a relevância política que cada um destes atuais governantes teve até aqui. Visto ao detalhe, não há nenhum elemento do atual governo que seja propriamente um “socrático” de raiz — “socráticos”, neste sentido, são aqueles cuja vida política existe exclusivamente pela ligação a Sócrates, como seria o caso de Pedro Silva Pereira, atualmente eurodeputado, que só ganhou relevância por causa da sua proximidade ao ex-primeiro-ministro. Os nomes deste Governo que já vinham do passado encontram sobretudo ligação a António Costa ou, em outros casos, a Vieira da Silva.

Mas, independentemente disso, há vários elementos deste Executivo que estiveram, de facto, como aponta o PSD, nos Governos de José Sócrates. Mais relevante ainda: no núcleo duro de Costa estão dois ministros que estiveram também no círculo político mais restrito de Sócrates — o ministro da Segurança Social, Vieira da Silva, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. Isto além do próprio primeiro-ministro, que foi uma espécie de vice-primeiro-ministro nos primeiros anos da governação Sócrates. É precisamente a este núcleo que o PSD aponta.

Ministro de Sócrates que é agora primeiro-ministro

António Costa

António Costa

Primeiro-ministro

Não era um ministro qualquer. António Costa assumiu funções no primeiro Governo de José Sócrates como ministro de Estado e da Administração Interna: era o número dois oficial do primeiro-ministro, um verdadeiro vice-primeiro-ministro, embora sem essa designação. Fazia parte do núcleo político mais restrito. A proximidade entre os dois socialistas vinha sobretudo dos anos de governação conjunta nos tempos de António Guterres. O apoio de Costa à candidatura de Sócrates à liderança foi determinante e depois, quando veio a maioria absoluta, aceitou o convite de Sócrates e veio de Bruxelas, onde era eurodeputado desde o ano anterior, para integrar o Executivo. A relação entre os dois não é propriamente de amizade, nunca foi, mas tornaram-se aliados políticos. De tal forma que a ala socrática no PS fez tudo para que, em 2014, Costa desafiasse a liderança de Seguro, derrotando o então líder do PS nas primárias que escolheram o candidato socialista a primeiro-ministro. Mas em 2007, depois de o PSD ter pressionado a demissão de Carmona Rodrigues da Câmara de Lisboa, Sócrates aproveitou a fragilidade dos rivais em Lisboa e apostou na corrida com um candidato de peso: António Costa. Dois anos depois de ter entrado no Governo, Costa saiu e o executivo municipal acabou por lhe dar a hipótese de deixar de ser número dois de alguém, passando a número um do PS em Lisboa.

Ministros de Sócrates que são ministros de Costa

José António Vieira da Silva

José António Vieira da Silva

Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social

Se Pedro Silva Pereira era o "braço direito" de Sócrates no Governo, José António Vieira da Silva era considerado o seu braço "esquerdo". O primeiro ganhava essa importância no sentido prático (tratava-se do homem da total confiança de José Sócrates no Governo), o segundo ganhava-a do ponto de vista ideológico. Vieira da Silva era um representante da ala mais à esquerda do PS e integrava o Governo da "esquerda moderna" (o slogan com que Sócrates se apresentou ao partido em 2004 e que fizera desconfiar a esquerda socialista) com o líder socialista em busca desse equilíbrio. Nas diretas do PS, em 2004, não tinha apoiado nenhum dos três candidatos (João Soares, Manuel Alegre e José Sócrates), era o número dois do líder cessante (Ferro Rodrigues) e manteve as distâncias. Mas Sócrates acabou por valorizar a sua experiência governativa (já tinha sido secretário de Estado nos governos de Guterres) e o seu peso entre a esquerda do partido: "O José Sócrates tinha-me convidado, depois do congresso do PS em 2004, em que não apoiei nenhum dos candidatos, para fazer parte da equipa", disse numa entrevista publicada no Jornal de Negócios em 2009. Não só Sócrates o teve no seu primeiro Governo como ministro da Segurança Social, como o manteve no segundo como ministro da Economia. E incluiu-o no núcleo duro que todas as segunda-feiras se reunia para afinar a estratégia política do Governo. Do ferrismo no PS, Vieira da Silva passou para o socratismo e daí para o costismo, onde tem igualmente lugar nas reuniões de coordenação política do Governo, que se realizam todas as terças-feiras.

Augusto Santos Silva

Augusto Santos Silva

Ministro dos Negócios Estrangeiros

A história é parecida com a de Vieira da Silva. Augusto Santos Silva não era propriamente próximo de José Sócrates — aliás, nas diretas de 2004 tinha apoiado Manuel Alegre contra Sócrates —, mas entrou diretamente para o círculo de confiança política do primeiro-ministro que assumiu funções em 2005. A experiência de Santos Silva é imensa: começou com cargos executivos nos governos de Guterres e já liderou pastas como a Educação, Cultura, Assuntos Parlamentares, Defesa e, agora, Negócios Estrangeiros. A lealdade política que teve com Sócrates durante os seis anos em que esteve nos seus Governos, mantém-se hoje com António Costa. Tal como Vieira da Silva, também faz parte do grupo restrito de socialistas que se junta em São Bento todas as terças-feiras para alinhar a estratégia do Governo. Com o caso Pinho a trazer um novo tom aos principais dirigentes socialistas, Santos Silva rapidamente alinhou o seu discurso e esta semana disse (acesso pago) à Visão: "Se os comportamentos criminosos de que se fala forem provados, sentir-me-ei não só embaraçado como traído. Devo, entretanto, dizer que, enquanto fui ministro de José Sócrates, ele nunca me pediu qualquer coisa que fosse ilegal, nem nunca me apercebi de qualquer conduta sua que pudesse indiciar a prática de crimes".

Secretários de Estado com Sócrates e ministros com Costa

Eduardo Cabrita

Eduardo Cabrita

Ministro da Administração Interna

É amigo de António Costa desde os tempos da faculdade de Direito (são da mesma geração) e, embora se repita nos governos dos dois socialistas — e a dada altura mesmo sob tutela direta de Sócrates —, isso deve-se em muito à proximidade que mantém com o atual primeiro-ministro. Cabrita é amigo de António Costa, esteve sempre ao seu lado e foi ele que o levou para a Administração Interna, em 2005, entregando-lhe secretaria de Estado da Administração Local. Também já tinha sido ao lado de Costa a sua primeira experiência executiva, como secretário de Estado-adjunto do ministro da Justiça, no Governo de António Guterres. Depois de Costa ter saído do Governo para se candidatar à Câmara de Lisboa, Cabrita passou a estar sob a alçada direta do primeiro-ministro e ali ficou até ao fim desse Governo. Já não continuou no segundo. É, sem surpresa, outro elemento do núcleo político do atual Governo.

Pedro Marques

Pedro Marques

Ministro do Planeamento e Infraestruturas

É atualmente ministro do Planeamento e Infraestruturas, escolhido por António Costa, e é também um dos ministros que participa nas reuniões de coordenação política do Governo. A sua experiência governativa passa pela pasta da Segurança Social, onde entrou pela primeira vez em 2001 quando Paulo Pedroso era ministro. Entrou novamente no Governo com Sócrates a primeiro-ministro, pela mão de Vieira da Silva, como secretário de Estado da Segurança Social. Foi nestas funções que ficou até que Sócrates se demitiu, no seu segundo Governo, em 2011.

Maria Manuel Leitão Marques

Maria Manuel Leitão Marques

Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa

Estreou-se num Governo com José Sócrates como primeiro-ministro, em 2007, quando foi chamada para secretária de Estado da Modernização Administrativa. Mas a história começou logo em 2005, quando o então líder do PS chega ao Governo e António Costa aconselha Sócrates a chamá-la para coordenar a Unidade de Missão da Modernização Administrativa, que preparou o famoso Simplex — o plano que foi uma das principais bandeiras da governação socrática.

Ana Paula Vitorino

Ana Paula Vitorino

Ministra do Mar

A atual ministra do Mar, casada com o ministro Eduardo Cabrita, está no círculo próximo de António Costa e foi com ele que chegou à liderança de um Ministério, embora tenha sido com José Sócrates que teve, pela primeira vez, funções executivas. Em 2005 assumiu a secretaria de Estado dos Transportes, do Ministério então chefiado por Mário Lino, e foi aí que se manteve até ao fim desse Governo. Mas a sua história nesse Governo contou-se muito depois de ter saído. Em 2010, fez um depoimento escrito, como testemunha no processo Face Oculta, a revelar pressões de Mário Lino para que afastasse Luís Pardal da presidência da REFER por este estar a travar contratos com o empresário Manuel Godinho, referido pelo ministro como "um amigo do PS".

Manuel Heitor

Manuel Heitor

Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

É um nome que se repete nos dois governos, mas por responsabilidade do antigo ministro da Ciência e Ensino Superior, Mariano Gago. Manuel Heitor esteve como seu secretário de Estado nos seis anos de governação Sócrates e foi escolhido por António Costa, pela experiência acumulada, para liderar esta pasta no atual Executivo.

Secretários de Estado com Sócrates que são secretários de Estado com Costa

Teresa Ribeiro

Teresa Ribeiro

Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação

Chegou a secretária de Estado dos Assuntos Europeus escolhida por Luís Amado, já o primeiro Governo de José Sócrates estava a menos de um ano de chegar ao fim. E, em 2015, voltou a ser chamada a funções governativas, desta vez pelo ministro dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva, já no Executivo de António Costa.

Marcos Perestrello

Marcos Perestrello

Secretário de Estado da Defesa Nacional

É uma figura que, no PS, sempre se moveu dentro do círculo de António Costa. Foi seu vice-presidente na Câmara de Lisboa e já vinha com ele desde que Costa foi secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares de António Guterres -- era um dos jovens (como Fernando Rocha Andrade, por exemplo) em que Costa apostava e tinha no seu gabinete no Parlamento no primeiro Governo de Guterres. Foi aí que nasceu para a política, mantendo-se a partir de então sempre na órbita de Costa: foi diretor-geral do Centro de Informação e Arbitragem de Seguros Automóveis quando António Costa foi ministro da Justiça e, já em 2007, seu vice na CML. Isto tudo para dizer que a sua entrada para o segundo Governo Sócrates, em 2009, teve mais a ver com a experiência política que vinha acumulando ao lado de António Costa do que propriamente com uma proximidade relativamente ao antigo primeiro-ministro. Embora tenha sido com Sócrates à frente do PS que chegou à liderança da principal federação distrital socialista, a da Área Urbana de Lisboa. Foi nessa qualidade que visitou o antigo líder socialista no estabelecimento prisional de Évora, em 2014.

Luís Medeiros Vieira

Luís Medeiros Vieira

Secretário de Estado da Agricultura e da Alimentação

Já tinha sido adjunto do Secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural no Governo de Guterres e, depois foi chamado para Secretário de Estado da Modernização Agrícola e Qualidade Alimentar. No segundo Governo guterrista passou a secretário de Estado dos Mercados Agrícolas e da Qualidade Alimentar e foi também Secretário de Estado da Agricultura. O currículo fez com que Jaime Silva, ministro da Agricultura de Sócrates tivesse chamado Luís Medeiros Vieira para o seu lado, como secretário de Estado Adjunto e da Agricultura e Pescas. Capoulas dos Santos, o ministro de Costa para esta área, voltou a recorrer a ele em 2015, entregando-lhe a Secretaria de Estado da Agricultura e Alimentação. A experiência profissional, mais do que quaisquer ligações políticas, acabaram por traçar-lhe o destino na governação.

Trabalharam nos gabinetes dos governos Sócrates e hoje governam com Costa

Manuel Caldeira Cabral

Manuel Caldeira Cabral

Ministro da Economia

Nos últimos dias, o atual ministro da Economia veio tentar fazer a separação de águas relativamente a um antigo ministro da Economia a braços com a Justiça. Manuel Caldeira Cabral veio dizer que não foi assessor de Manuel Pinho, mas só de Teixeira dos Santos, nos governos de Sócrates. Nas declarações que fez na quinta-feira, Caldeira Cabral desfez o que classificou de "equívoco", mas não disseque antes dessas funções de assessoria colaborou com Manuel Pinho durante o tempo em que este liderou a pasta da Economia, através do Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério. Foi assim, aliás, que entrou num Executivo pela primeira vez, com estudos que lhe eram pedidos por Pinho sobre matérias que o então economista e professor da Universidade do Minho conhecia bem. Depois, Fernando Teixeira dos Santos puxou-o para a assessoria e ficou com ele no segundo Governo Sócrates, nas Finanças. Mais recentemente, em 2013, esteve ao lado do anterior líder do PS, António José Seguro, na preparação do programa do partido para a Economia. Já com Costa à frente do partido, um ano depois, foi convocado para concorrer nas listas do partido e acabou no Ministério da Economia.

Mariana Vieira da Silva

Mariana Vieira da Silva

Secretária de Estado Adjunta do Primeiro-ministro

É atualmente o braço direito de António Costa no gabinete de primeiro-ministro, com acesso às reuniões políticas mais restritas e com o papel de coordenar a ação política de todo o Executivo. Mas a proximidade entre os dois só aconteceu nos últimos três anos. Mariana Vieira da Silva, filha de José António Vieira da Silva, trabalhou pela primeira vez num Governo quando era Sócrates o primeiro-ministro. Foi assessora da ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues, que conheceu no ISCTE, onde se licenciou em Sociologia. No segundo Governo Sócrates, transitou para adjunta do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, José Almeida Ribeiro, passando a trabalhar em São Bento, onde funciona o gabinete oficial do primeiro-ministro. É aqui precisamente que está hoje, mas agora como secretária de Estado Adjunta e uma das figuras em que Costa mais confia.

Tiago Antunes

Tiago Antunes

Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros

Hoje está no centro da produção legislativa do Governo, como secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, mas Tiago Antunes já tinha a experiência dos gabinetes dos Governos de Sócrates, onde esteve do início ao fim como chefe de gabinete dos dois secretários de Estado Adjuntos do primeiro-ministro que por lá passaram. E quando entrou foi logo direto para trabalhar diretamente com a figura mais discreta dos Governos de José Socrates, o seu secretário de Estado Adjunto Filipe Batista. Foi uma figura que raras vezes se viu em público e de quem nunca se ouviu uma palavra — já tinha trabalho com Sócrates no Ambiente, como seu chefe de gabinete. Era reconhecido como um amigo seu. Cumpriu as funções durante o Governo Sócrates I, mas já não entrou no segundo elenco governativo (foi entretanto nomeado por Sócrates para a Anacom), sendo substituído por Almeida Ribeiro. Quem se manteve neste centro nevrálgico do Governo Sócrates foi Tiago Antunes, que muitos anos depois, em 2017 e depois de uma mini remodelação, entrou para o Governo de Costa. Veio diretamente de Bruxelas, onde chefiava o gabinete do eurodeputado Pedro Silva Pereira.

Graça Fonseca

Graça Fonseca

Secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa

"O Governo não é uma novidade para Graça Fonseca." É o que dita a biografia da secretária de Estado Adjunta e da Modernização  Administrativa que está no site do Governo. E realmente não é. Antes de estar com António Costa neste Governo, Graça Fonseca já tinha estado com ele no Governo de Sócrates, como sua chefe de gabinete na Administração Interna. Depois foi também com Costa para a Câmara Municipal de Lisboa, em 2008, chegando a ter os pelouros da Economia, Inovação, Educação e Reforma Administrativa enquanto o socialista foi presidente. Saiu da Câmara para assumir o lugar de deputada, depois das eleições de 2015, mas, pouco mais de um mês depois de tomar posse no Parlamento, foi chamada para o Governo.

António Mendonça Mendes

António Mendonça Mendes

Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais

Chegou à Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais depois de um dos homens de confiança de António Costa, Fernando Rocha Andrade, se ter demitido por ter ido a convite da Galp ver um jogo do euro 2016. António Mendonça Mendes, irmão da secretária-geral Adjunta do PS, é advogado e não tinha propriamente currículo em matéria de fiscalidade. Mas tinha peso político ascendente, sendo o presidente do PS-Setúbal e acumulando uma longa ligação ao partido desde a JS. Foi sobretudo o trabalho político que o fez ser chamado para o Governo de Sócrates, em 2005, sendo chefe de gabinete da socialista Ana Paula Vitorino, que era secretária de Estado dos Transportes. Daí saltou para uma área totalmente diferente, a Saúde, onde foi chefe de gabinete de uma ministra que de política percebia pouco, a médica pediatra Ana Jorge.

João Leão

João Leão

Secretário de Estado do Orçamento

O atual secretário de Estado do Orçamento também passou pelos gabinetes dos governos socráticos, concretamente pelo segundo, onde foi assessor do secretário de Estado Adjunto da Indústria e do Desenvolvimento, Fernando Medina (que, em 2014, sucedeu a Costa na Câmara de Lisboa). É professor de Economia do ISCTE e em 2010 foi nomeado Diretor do Gabinete de Estudos do Ministério da Economia e por lá ficou ate 2014, trabalhando com o Governo PSD/CDS.

Anabela Pedroso

Anabela Pedroso

Secretária de Estado da Justiça

A sua experiência governativa começou nas Finanças, onde era funcionária bem antes de, em 2009 (segundo Governo Sócrates), se ter tornado Adjunta do Secretário de Estado da Administração Pública, Gonçalo Castilho dos Santos. A sua experiência profissional passa sobretudo pela modernização administrativa e inovação do sector público, tendo sido por isso chamada pela ministra Francisca Van Dunem para ser secretária de Estado da Justiça, tendo a seu cargo precisamente as tarefas relativas à simplificação da atividade judicial.

Miguel Cabrita

Miguel Cabrita

Secretário de Estado Adjunto e do Trabalho

Já tinha experiência de gabinetes do Ministério do Trabalho, em governos PS, quando chegou ao Governo Sócrates, em 2005, para exercer as funções de Adjunto de Vieira da Silva. Também já era um ativo na política: licenciado no ISCTE, foi um dos promotores do "Movimento Imaginar Portugal”, dinamizado por um grupo de jovens académicos que tinha apoiado a candidatura de Ferro Rodrigues nas legislativas de 2002. Depois disso, o movimento passou a ser um grupo de reflexão política do PS (onde estavam nomes como Fernando Medina ou Pedro Adão e Silva). Entrou no atual Governo novamente pelo ferrista de sempre Vieira da Silva, que o escolheu para secretário de Estado do Emprego.

Cláudia Joaquim

Cláudia Joaquim

Secretária de Estado da Segurança Social

Mais um nome que tem estado nos governos socialistas sempre ao lado de Vieira da Silva e por sua indicação. Foi assim nos dois governos de José Sócrates, quando foi primeiro assessora do secretário de Estado da Segurança Social, Pedro Marques, e depois sua Adjunta.

Guilherme W. d'Oliveira Martins

Guilherme W. d'Oliveira Martins

Secretário de Estado das Infraestruturas

O vasto currículo académico fez com que este jurista fosse consultor de Fernando Teixeira dos Santos, durante todo o tempo em que este foi ministro das Finanças dos governos de Sócrates. Com António Costa ao comando, Guilherme W. d’Oliveira Martins (filho de Guilherme d'Oliveira Martins, antigo presidente do Tribunal de Contas) passou a secretário de Estado das Infraestruturas.

Paulo Alexandre Ferreira

Paulo Alexandre Ferreira

Secretário de Estado Adjunto e do Comércio

A primeira vez que trabalhou diretamente num Governo foi ao lado de Teixeira dos Santos, como assessor do ministro das Finanças, nos seis anos de Governo Sócrates. O economista foi chamado em 2015 para integrar o Executivo de Costa como secretário de Estado do Comércio.

Ana Mendes Godinho

Ana Mendes Godinho

Secretária de Estado do Turismo

Também passou pelo Governo de Sócrates, mais concretamente pelo Ministério liderado por Manuel Pinho, onde foi chefe de gabinete do então secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, que a convidou em 2005. No Governo Costa, manteve-se no mesmo Ministério, agora liderado por Caldeira Cabral, mas como secretária de Estado daquela mesma pasta.