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sexta-feira, 18 de maio de 2018

Sem tino e sem destino*

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

  • Eduardo Louro
  • 18.05.18

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O país está ainda em choque com a violência de que foi palco a Academia do Sporting, em Alcochete que, em boa verdade, chocou muita gente mas terá surpreendido muito pouca.

E não, não me refiro apenas ao universo do futebol, aí não há sequer razão nenhuma para surpresas. Refiro-me a todos os que se preocupam com o país, e que se apercebem da degradação das instituições e, de uma forma geral, da nossa vida colectiva.

Um país que assiste de braços cruzados a uma dolorosa e humilhante intervenção externa, a pelo menos uma década de escândalos na banca e nas elites políticas e empresariais, incluindo um antigo primeiro-ministro e vários ministros de vários governos, a revelações praticamente diárias de mais e mais corrupção, mas que reage sistematicamente com violência a um mau resultado do seu clube de futebol, mais que sem tino, é um país sem destino.

Repare-se como, aqui ao lado, em Espanha, com múltiplos escândalos de corrupção, mas ainda longe do que se tem passado por cá, se está a assistir à acelerada dissolução da estrutura de poder das últimas décadas. As sondagens desta semana revelam que o PP e o PSOE, que sempre asseguraram o poder nos 40 e poucos anos da democracia espanhola, já não representam, cada um, mais de 19% das intenções de voto. Abaixo do Podemos, e já muito longe do Ciudadanos, à beira dos 30%.

E como, por cá, os partidos que nos têm governado, passam incólumes por entre os pingos da chuva, mantendo intacto o seu fiel eleitorado, como adeptos de futebol, o que lhes permite protegerem-se transversalmente uns aos outros. E se alguma vez assim não acontece, o prevaricador é acusado de falta de lealdade. Como aconteceu no debate parlamentar da semana passada, sem que ninguém ousasse sequer achar estranho!

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Entre as brumas da memória


Israel: atirar a matar porque nem todos cabem nas prisões

Posted: 17 May 2018 11:40 AM PDT

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Sigilo bancário

Posted: 17 May 2018 09:44 AM PDT

Sigilo bancário: “O único direito ameaçado é o que beneficia quem mente sobre a situação fiscal”.

«O Bloco levou ao parlamento a iniciativa vetada por Marcelo em 2016 para haver acesso automático do fisco aos saldos bancários acima de 50 mil euros. Recuo do Presidente garantiu apoio do PS. O PSD votou contra e o CDS absteve-se.

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O futebol e a guerra

Posted: 17 May 2018 02:15 AM PDT

«Jules Rimet, o criador do Campeonato do Mundo de Futebol, acreditava que esta competição era "um excelente meio para dissipar entre os países as antipatias e as incompreensões". O futebol era a paz. A acreditar no que se viu em Alcochete, em Portugal o futebol é a guerra. Ou antes, em Alcochete assistiu-se, até ver, à "blitzkrieg" do futebol nacional contra o mais improvável dos inimigos: ele próprio.

Já se tinha visto que o pontapé na bola indígena tinha entrado numa fase de autofagia: o ódio destilado pelos directores de "comunicação" dos clubes e pelos papagaios que quase todos os dias da semana se insultam na televisão em nome dos seus clubes haveria de conduzir a uma qualquer tragédia. Tudo em nome de um tribalismo sem ética ou moral. E de um populismo radical que Bruno de Carvalho transformou num discurso aparentemente normal, porque todos o aceitavam. Porque fazia de "maluco" nas suas próprias palavras. Isto perante a passividade da FPF, da Liga de Clubes e do Estado. Foi assim que foi chocando o ovo da serpente: o ódio pelo ódio, a guerra gratuita, sem razão e sem causa. Não é uma questão de um clube, é de uma cultura futebolística que se semeou em Portugal. Os espinhos dessas flores arranham. E fazem sangrar.

Quando se tem um presidente de um clube, depois de uma barbárie que foi alimentada dia após dia por irresponsáveis, a dizer que "temos de nos habituar. Isto faz parte do dia-a-dia. O crime faz parte do dia-a-dia", o que se espera para actuar sem clemência? A começar pelos órgãos sociais que sustentam um presidente assim, e que por certo não se vêem ao espelho e não têm insónias.

A pirotecnia radical é simplista. Mas foi ela que, aparentemente, permitiu um "perdão bancário" de 90 milhões de euros. Deveria haver mais do que uma bola de futebol na cabeça de quem tem poder no futebol português. De deputados a dirigentes profissionais que dizem que esta é uma indústria e a deixam comportar-se como uma mercearia reles. Há quem queira matar o futebol em Portugal. Está a consegui-lo.»

Fernando Sobral

Parlamento aprova divulgação dos grandes devedores dos bancos que receberam ajudas do Estado

17/5/2018, 17:44

Projetos de lei que obrigam o Banco de Portugal a divulgar lista dos maiores devedores aos bancos que receberam ajudas públicas receberam luz verde. Só proposta do PSD foi chumbada pela esquerda.

MIGUEL A. LOPES/LUSA

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É o início do fim do sigilo bancário. Mas com pinças. Depois de um primeiro veto do Presidente da República em 2016, Marcelo deu, há uma semana, o primeiro sinal quando escreveu uma nota no site da Presidência a recordar que, quando chumbou o diploma, as circunstâncias da banca eram outras. Ou seja, se o Governo e o Parlamento insistissem, desta vez passaria. Assim foi. Aproveitando uma marcação potestativa do Bloco de Esquerda sobre o fim do segredo bancário, o Governo “tirou da gaveta” a velha proposta de lei que acaba com o sigilo bancário para depósitos superiores a 50 mil euros, e todos os partidos, à exceção do PS, avançaram com iniciativas semelhantes. Todas foram aprovadas…menos a do PSD, que propunha facilitar o acesso das comissões parlamentares de inquérito a informação bancária, mas limitava esse acesso às “instituições de crédito que recebam do Estado um apoio direto ou indireto à sua capitalização”. Ou seja, limitava o leque à Caixa Geral de Depósitos. O projeto foi rejeitado com os votos contra de toda a esquerda.

As restantes propostas, do Governo, BE, PCP e CDS, foram aprovadas na generalidade, com o Parlamento a dar um sinal, não só de que as comissões parlamentares de inquérito passem a ter acesso a informação protegida pelo sigilo bancário, como também de que todos os bancos que receberam ajudas públicas (do BPN ao Novo Banco, passando pela CGD) vão ser obrigados a divulgar os grandes credores que falharam os seus compromissos. BE, PCP, CDS e PSD tinham todos propostas neste sentido, embora definissem de forma distinta que tipo de dívidas devem ou não ser divulgadas, em que circunstâncias concretas e junto de quem é que se deve fazer essa divulgação (há quem defenda que só junto do Parlamento, há partidos que querem divulgação pública). O debate segue na especialidade, onde, segundo o deputado socialista Fernando Rocha Andrade, há espaço para “se encontrar uma solução equilibrada”.

Estas eram as duas matérias em causa no debate desta tarde: primeiro, que as comissões parlamentares de inquérito passem a ter acesso a informação protegida pelo sigilo bancário, para que se evitem situações como as que ocorreram por exemplo no caso da CGD, onde foram recusados documentos ao Parlamento; e, depois, que, em circunstâncias específicas, o Banco de Portugal possa divulgar os maiores credores dos bancos intervencionados pelo Estado. É aqui que os vários partidos têm entendimentos diferentes, mas é sobretudo neste campo que o PS se mostra disponível para encontrar um “equilíbrio” em sede de especialidade.

O PS está perfeitamente disponível para, na especialidade, trabalhar nos projetos em discussão, em primeiro lugar no acesso pelas comissões parlamentares de inquérito dados em sigilo bancário e também – o que é mais complexo dada a legislação – na divulgação pública dos créditos em incumprimento de grande valor de bancos que receberam apoios públicos”, disse o socialista Rocha Andrade.

Entre as “teias” do PS e do PSD

Logo na abertura do debate, a deputada bloquista Mariana Mortágua defendeu que se as propostas fossem aprovadas, o “Parlamento daria um passo importante no combate ao crime económico”. “Sempre que este Parlamento escolheu proteger o segredo bancário, dificultou o combate ao crime económico e os infratores agradeceram”, começou por criticar a bloquista.

De acordo com Mortágua, “foi esse o caso quando o Banco de Portugal não utilizou toda a informação de que dispunha para retirar a idoneidade a Ricardo Salgado [ex-presidente do Grupo Espírito Santo]”. E quando confrontado com esta acusação o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, explicou que “os factos sobre os rendimentos de Salgado lhe tinham sido confidenciados ao abrigo de uma amnistia fiscal decidida pelo Governo em 2012”. Ou seja, disse, houve sempre encobrimento da parte do legislador. Passou depois ao ataque ao PSD, acusou o partido de se estar a aproveitar politicamente da questão para criticar o atual governo no processo de capitalização da Caixa Geral de Depósitos. “O PSD viveu sempre bem com esta cultura de silêncio e ocultação até ao dia em que viu nela uma oportunidade. Na sua agenda de vingança política, o PSD não hesitou em colocar a Caixa Geral de Depósitos em risco”, disse, criticando os sociais-democratas de “só quererem acabar com o sigilo bancário no caso da CGD e em mais nenhum banco”.

Também o deputado do PS Paulo Trigo Pereira fez pontaria à proposta dos sociais-democratas, considerando que penalizava a Caixa Geral de Depósitos, uma vez que, sendo o Estado o único acionista, é este que, quando necessário, capitaliza a CGD. Também o bloquista Pedro Filipe Soares considerou que o PSD tem “preconceito contra o banco público” e questionou: “Por que raio quis o PSD vir a este debate fazer frete à banca privada?”. Um frete que o PSD já tinha acusado o BE de fazer, mas ao PS — numa alusão ao facto de os bloquistas se terem oposto à divulgação dos maiores devedores à Caixa durante a comissão parlamentar de inquérito.

“Os portugueses têm o direito a saber qual a teia socialista que causou o descalabro num banco público e que a seguir foi fazer o mesmo para um banco privado. Pelo menos uma vez, deixe de ser a muleta do PS e faça aquilo que se exige: vamos em conjunto tentar encontrar a melhor solução para tentar obter a lista de credores da CGD”, desafiou o deputado social-democrata Duarte Pacheco. Mas à teia socialista, a bloquista Mariana Mortágua respondeu com a teia social-democrata: “Queremos saber a teia socialista que minou a CGD, como queremos conhecer a teia social-democrata que minou o BPN”, disse, apontando mais uma vez o dedo ao PSD por cingir a discussão ao banco público e não aos bancos privados que também receberam ajudas públicas.

Do lado do PCP, os comunistas avançaram com uma proposta para a criação de uma unidade técnica para a recuperação dos créditos em incumprimento, considerando que só deste modo será possível “identificar os destinatários e beneficiários finais, dentro ou fora de Portugal, de cada um dos fluxos de crédito que lesaram o BES, o BPN e o Banif e que mais tarde se traduziram em perdas públicas”. Os comunistas querem ainda que o Banco de Portugal divulgue anualmente ao parlamento créditos em incumprimento acima de dois milhões de euros que já não sejam recuperáveis. Também esta proposta teve luz verde do Parlamento, contando apenas com a abstenção do PSD (e os votos a favor de todas as restantes bancadas).

O CDS, por sua vez, defendeu uma alteração à lei para que, quando haja intervenção pública em bancos, sejam conhecidos os “maiores processos cujos prejuízos levam à necessidade de ajuda pública”, considerando essa “uma questão de salutar responsabilização”. Esta foi a única proposta aprovada por unanimidade.

Sporting. Agressores indiciados por terrorismo, Bruno de Carvalho sob pressão política e seis jogos da I Liga investigados - como aconteceu

Suspeitas de corrupção no Sporting fazem quatro detidos. Além de andebol, há jogos de futebol. 23 detidos indiciados por terrorismo. Jogadores ainda ponderam futuro. Direção pede AG extraordinária.

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ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO HOJE


  • Hoje1:33Bruno Roseiro

    O dia em resumo, parte V

    À noite, José Maria Ricciardi esteve na SIC Notícias e Rogério Alves foi à RTP 3. Ponto comum (que se alargou a outros antigos apoiantes de Bruno de Carvalho, tendo como exemplo paradigmático Daniel Sampaio): ambos consideraram que o atual elenco diretivo deve demitir-se.

    Voltamos esta quinta-feira à companhia dos nossos leitores para acompanhar a atualidade do Sporting e o momento conturbado que o clube vive. Até lá, boa noite!

  • Hoje1:29Bruno Roseiro

    O dia em resumo, parte IV

    À tarde/noite, a notícia era a reunião da Mesa da Assembleia Geral liderada por Jaime Marta Soares mas o Conselho Diretivo, que também se encontrou esta quarta-feira, acabou por “antecipar-se”: depois de ter explicado à CMVM que nenhum atleta manifestou vontade de rescindir contrato, a Direção emitiu um comunicado onde voltou a repudiar por completo os atos na Academia, salientou que já tinha apresentado queixa dos atos, mostrou total solidariedade com os dois elementos ligados ao clube que foram detidos esta quarta-feira (André Geraldes e Ricardo Gonçalves) e anunciou que pediu uma Assembleia Geral Extraordinária para auscultar os sócios e esclarecer qualquer situação; mais tarde, a Mesa da Assembleia Geral voltou a referir que foi pedida uma reunião com carácter de urgência entre todos os órgãos sociais para segunda-feira. Trocado por miúdos, Bruno de Carvalho e o restante elenco diretivo não considera demitir-se, ao contrário do Conselho Fiscal e Disciplinar e da Mesa da AG que podem apresentar a sua demissão após a final da Taça de Portugal

  • Hoje1:20Bruno Roseiro

    O dia em resumo, parte III

    À tarde, e em diferentes grupos, começaram a chegar ao Tribunal do Barreiro os 23 detidos no âmbito da invasão à Academia do Sporting. Os mesmos serão de novo apresentado amanhã ao juiz. Os agressores foram indiciados por crimes de introdução em lugar vedado ao público, ameaça agravada, ofensa à integridade física qualificada, sequestro, dano com violência, detenção de arma proibida agravado, incêndio florestal, resistência e coação sobre funcionário e também de um crime de terrorismo

  • Hoje1:17Bruno Roseiro

    O dia em resumo, parte II

    Os jogadores encontraram-se com o Sindicato de Jogadores numa unidade hoteleira em Lisboa. Confirma-se que a equipa estará presente na final da Taça de Portugal no Jamor, mesmo admitindo não estar nas melhores condições depois de tudo o que aconteceu na Academia, mas foram abordados mais cenários e, segundo soube o Observador, continua em cima da mesa o cenário de um pedido de rescisão unilateral de todo o grupo na segunda-feira, após o jogo. O que pode mudar? A garantia de que vão existir mudanças no clube, nomeadamente pela relação inexistente com os responsáveis, entre os quais Bruno de Carvalho

  • Hoje1:11Bruno Roseiro

    O dia em resumo, parte I

    O dia do Sporting voltou a ser particularmente agitado, como seria de esperar. E tudo começou com a notícia que estavam a ser realizadas buscas em Alvalade e também em alguns domicílios. Em resumo: houve quatro detenções ainda a propósito do alegado caso de corrupção envolvendo o Campeonato Nacional de Andebol da última temporada (Paulo Silva, João Gonçalves, Gonçalo Rodrigues e André Geraldes) e existirão pelo menos seis jogos de futebol sob suspeita, por alegado suborno a jogadores da equipa adversária. Ainda assim, existem diferenças nos casos

O Futuro de Israel está na Guerra

por estatuadesal

(Dieter Dellinger, 17/05/2018)

israel

Israel comemorou 70 anos de existência cheios de guerras e contínuos combates e desavenças com os vizinhos e a população autóctone da região, os palestinianos.

Feitas as contas, o dinheiro gasto em guerras e armamentos dava para fazer de cada palestiniano e israelita um multimilionário apesar do imenso crescimento das referidas populações.

Contudo, nunca se resolveu um problema com contornos bélicos, substituindo a guerra pelo dinheiro. Só houve em parte isso com a Paz entre o Egipto e Israel que foi formada a troco de um pagamento pelos EUA a cada uma das partes de 1,8 milhões de dólares por ano mais uns tantos para a Jordânia, mas em material de guerra, pelo que reforçou a forças israelitas, tornando mais difícil uma paz total. Nesse acordo de Paz, os israelitas retiraram da desértica Península do Sinai que é território do Egipto.

Israel tem uma estratégia própria que julga estar próximo de conseguir que é acrescentar aos seus 22.072 km2 os 5.656 km2 da Palestina (Cisjordânia), já ocupada por mais de 4 mil edifícios tornados por lei do Knesset terreno israelita e designados por colonatos. Este território da Cisjordânia forma uma bolha no centro de Israel e a sua ocupação faz-me recordar a justificação de Hitler quando ocupou a Checo Eslováquia que formava também uma espécie de bolha para dentro da Alemanha e quando invadiu a Polónia para ligar a Prússia Oriental ao território alemão separado pelo corredor de Danzig.

Os israelitas dizem que a Palestina nunca existiu como nação, tendo feito parte dos Impérios Romano, Bizantino, território dos cruzados e Império Otomano para ser colónia britânica entre 1918 e 1948. Claro que pode dizer-se quase o mesmo de Israel que nos tempos do Império romano deixou de ser nação ou antes uma federação das 13 tribos bíblicas. Além disso, afirmam que os palestinianos podem emigrar para o imenso território árabe, cuja etnia, língua e religião partilham e onde já vivem mais de cinco milhões de palestinianos numa diáspora pelo Mundo Árabe e Alemanha.

Ficaram pois frente a frente 8,2 milhões de israelitas, entre os quais estarão ainda cerca de um milhão de palestinianos ou israelitas árabes como são designados oficialmente.

Na Cisjordânia estarão 4,5 a 5 milhões de habitantes que vivem em condições deploráveis sem uma economia própria e subsidiados de fora pela Europa e Mundo Árabe.

No pequeno território de Gaza com 365 km2 (4,5 vezes a área da cidade de Lisboa). Vivem 1,9 milhões de palestinianos também impedidos de terem recursos próprios e demasiado apertados. Contudo, Gaza não é uma cidade destruída pelos bombardeamentos, mas sim bem organizada e quando bombardeada, os habitantes reconstroem imediatamente os seus sólidos edifícios com fortes paredes de cimento. Contudo, é o equivalente do Gueto de Varsóvia e ninguém duvida que em caso de guerra, os israelitas gostariam de fazer aí o mesmo que os nazis fizeram ao referido Gueto.

No fundo são 7 milhões de pessoas de religião judaica frente a uns 6 milhões que adoram Alá. Ambas com a teimosia da terra, mesmo relativamente inóspita, acossadas de fora para resistirem uns aos outros. Os israelitas judeus recebem um grande apoio financeiro das suas comunidades espalhadas pelo Mundo e, principalmente, dos EUA, enquanto outras nações apoiam financeiramente os palestinianos a título de ajuda humanitária.

Para os israelitas só há uma solução definitiva, a expulsão de todos os palestinianos da Cisjordânia e da faixa de Gaza. Para estes últimos, a solução é inversa, a expulsão dos judeus do território que consideram a sua pátria ancestral.

Em termos económicos há uma diferença colossal entre o PIB/capita dos israelitas que é de 33.351 dólares em paridade de poder de compra e o dos palestinianos que ronda os 2.900 dólares nas mesmas condições.

Os palestinianos não possuem armamento pesado, mas nas guerras foram sempre apoiados pelos irmãos árabes e muçulmanos do Irão.

Pensava-se que a guerra civil na Síria fortaleceu Israel por ver destruída uma nação que reivindica os montes Golã ocupados por Israel por razões de tática militar, já que permitiam o bombardeamento de toda a parte norte e mais fértil de Israel. Mas, parece que sucede o contrário porque pode estar a provocar a chegada de um grande exército iraniano aliado a Assad e desencadear a guerra que também pode ser aquilo que os israelitas mais desejam porque na confusão ocupariam completamente a pequena Cisjordânia com uma área equivalente á do Algarve.

Enfim, não parece haver outra solução que não seja a guerra. As pessoas de confissão judaica esperaram cerca de dois mil anos para regressarem à sua “terra prometida” por Deus e não querem sair, tendo já ultrapassado o período de 60 anos da ocupação cristã dos cruzados.