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sábado, 19 de maio de 2018

O Bas Dost é que não os queria ouvir

Novo artigo em Aventar


por João Mendes

Segundo o advogado de alguns dos delinquentes que invadiram e vandalizaram a Academia de Alcochete, processo durante o qual tiveram ainda a oportunidade de agredir uns quantos jogadores e elementos da equipa técnica, o grupo de caras tapadas "só queria conversar". Portanto, daqui para a frente, quando quiserem fazer uma espera e partir uma cabeças, lembrem-se do argumento. Vocês só queriam conversar. Se depois alguém sacar o cinto das calças para fazer mais pontos na cabeça do Dost do que o Benfica na última edição da Champions, é porque a conversa tomou um rumo que não devia. Mas eles só queriam conversar. Daí entrarem na academia sem serem convidados, de cara tapada como qualquer pessoa bem intencionada que aparece em casa do amigo sem avisar. E se a coisa correu mal, a culpa foi do Bas Dost, que não soube dialogar. Ou não quis ouvir. Ninguém lhe mandou ser arruaceiro.

O (NEGÓCIO) FUTEBOL E OS TEMPOS

por estatuadesal

(Joaquim Vassalo Abreu, 19/05/2018)

futebol

Seria natural que antes fosse “espectáculo”, porque disso efectivamente se trata, e só depois um negócio. Seria, mas deixou de ser.

Mas antigamente o “negócio” era transparente e puro? Os anais dizem-nos que nem por isso e contam-se mesmo mirabolantes histórias!

Lembro-me de ouvir pela rádio em pequeno, no tempo dos transístores, que determinado clube precisava de ganhar por 28-0 (!) para não descer e, por artes de magia, ganhou por 29-0! Esse número ficou-me e lembro-me de há uns anos ouvir à entrada do estádio do Dragão um repórter perguntar a um espectador prestes a entrar qual o seu prognóstico para o resultado!

Eu estava atrás dele e com a minha resposta pronta se me interpelasse. Sorte a dele e azar o meu! É que se fizesse a mesma pergunta ter-lhe ia respondido: 28-0! Ele teria dito de imediato: Está a brincar? E eu responderia: Não, o senhor é que está a brincar comigo! Teria sido bonito…

Eram tempos surreais, tempos dos campos pelados, tempos de jogadores rijos e indomáveis e tempos das rádios! Tempos do “atenção Nuno, perigo no Barreiro” e das quase nulas transmissões televisivas. E tempo dos jornais também…E tempos da Capital possuir o unilateral mando! A Capital do Império…

Depois o “negócio”, que não o “espectáculo”, foi-se sofisticando, foram as leis se alterando, foi-se entretanto jogando e os vícios se aperfeiçoando…E veio a luta Norte Sul pelo seu domínio. É que antes o “negócio” quase só se circunscrevia à Capital, a Capital do Império…

E veio a Revolução e com ela um Pedroto disposto a deixar de ser “Andrade”, atravessar a ponte e conquistar a Capital, a ex- capital do ex-império.E com ele chegou um Pinto da Costa vindo do Boxe (estão a ver?), mas um tipo oriundo de boas famílias, de verve esfusiante, de piada fácil, acutilante e cortante e, acima de tudo, disposto a tudo fazer para mudar a Capital do “negócio” para o Porto! E com ele chegou a “fruta” ao  dito…

Entretanto uns puritanos verdes, de bigodinho curvo a pasteis de nata, olhavam para os seus umbigos e sentiam-se espantados com tanta desfaçatez naquele “savoir faire”!

Mas, mais tarde, já para os recentes tempos, veríamos ressurgir o outro da segunda circular, disposto também a recuperar o mando no “negócio”, pela mão de um tipo vindo ali de Alverca que, depois de uns falhados candidatos a “padrinhos”, assumiu com mão de maleável borracha, não tivesse ele vindo do negócio dos pneus, o comando da “empresa”. Radicou-se entretanto na Expo e, depois de fazer fortuna, para lá de um pequeno “furo” no BPN (17 milhões, que é isso?) espetou um autêntico “taco” ( há quem lhe chame “calote” e outros mesmo de “rombo”, no BES (Novo Banco) de mais de 600 milhões…trocos!

Mas isso comparado com o “furo” do Sócrates são apenas uns trocaditos, digo eu agora a tentar ter piada!

A diferença com o anterior descrito, o chamado “Rei” do Norte ou “Pinto Rei”, é que este ao menos sabe dizer Poesia, é de ironia fácil e não consta ter dado alguma vez “rombos” desses! Por favor, deixem-me pôr as coisas no seu lugar…é que este até gosta de Ópera!

Até que dos lados dos “viscondes” aparece um “paisano”, um pássaro de arribação impetuoso e de bico grave, um autêntico valentão. Sabe-se que também vem de boas famílias e que é perito em falir empresas (se os outros falem eu também falo, ora…). Diz-se que, com aquele célebre acordo com a Banca, terá salvado o Clube dos Viscondes da insolvência. Pois, mas voltou aos velhos hábitos e não consta que diga Poesia e piada não tem nenhuma! E faz-me, assim de repente, lembrar o célebre romance do grande GABO: “ O General no seu Labirinto”! Mas, será ele também contralto?

Mas é então esta gente que quer dominar, à força toda, o tal “negócio” do futebol, o tal que se deveria restringir ao “espectáculo”? Esta tal gente que noutros países já há muito foi banida, com o retorno do tal “espectáculo”? Na Inglaterra, primeiro exemplo, e até na insuspeita Itália. Em Espanha o presidente da federação foi preso e esquecido. E o “espectáculo” segue e os presidentes juntam-se, jantam, falam e vêm o “espectáculo” lado a lado. E os “teatros” estão sempre cheios, porque sem “espectáculo” não há assistências…torna-se um sítio cheio de lugares vazios…

Mas chegamos ao derradeiro tempo, o nosso tempo, o tempo da chafurdice, o tempo da impunidade e do nojo, o tempo de uma louca Justiça que ao invés de julgar esse nojo o protege e em que para a opinião pública devidamente demarcada já não interessam os crimes dos anteriores mas apenas os do último que, como sempre, se torna o fácil alibi para todos os outros. É o último, o desgraçado…

E os anteriores ainda vêm pedir justiça pois este os prejudicou…foi além do que devia, o desgraçado!

E depois há também o costumeiro “afinal são todos iguais…”quando, por falta de mais argumentos para defenderem os “seus”, se utiliza este velho refúgio que, no fundo e no essencial, quer dizer “ não se pode fazer nada, é assim e assim será e, apesar de tudo, eles continuam a ser os meus…”. E até dizem, estes ingénuos, que o clube é deles! Também estes são todos iguais, agora digo eu…

E neste degradante estado do “negócio”, um estado onde tudo isto estagna no pântano desse depravado sistema, há uma autêntica “tríade” procurando chefiar o “negócio”, ser o “padrinho”, é claro,  e chefiar todos os “capos” ao seu serviço…E nas Máfias estes matam mesmo…

E voltamos sempre ao mesmo: ao banditismo, às seitas organizadas e aos agentes procurando migalhas. Triste sina a deste “espectáculo”. E não se mudam os tempos?

Li algures que o Presidente da República, o seu melhor amigo o Dr. Eduardo Barroso, o deste amigo também Ferro Rodrigues, que é a segunda figura do Estado, o Dr. Sampaio que já foi PR, o seu irmão Daniel que nunca foi, mas é Psiquiatra, e mais uma série de viscondes, de barões e de  baronetes, e mais outros que usam bigode à pastel de nata e ainda outros “agro-betos” que por lá pululam, se sentem “constrangidos”, “desanimados”, “envergonhados”, ”apalermados”, “angustiados”, “embasbacados” e “preocupados”…

A mim só me surge dizer: “COITADOS”…

A CRISE NO SPORTING VISTA POR UM BENFIQUISTA

por estatuadesal

(In Blog O Jumento, 19/05/2018)

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Tudo o que está a acontecer no Sporting estava escrito nas estrelas e esta crise é muito mais do que um processo de suicídio de um maluco, é uma luta sem quartel por causa de dinheiro.

De um lado, os que não hesitam em mandar o jogo abaixo para se livrarem de Bruno de Carvalho, do outro um presidente que percebeu a estratégia do treinador e dos jogadores e parece ter-se esquecido de que vive num estado de direito e que o Sporting tem uma SAD cotada na bolsa.

Há poucos meses era felicidade: a possibilidade de destruição do rival da Segunda Circular unia todos os sportinguistas em torno de Bruno de Carvalho. Ganhava eleições por mais de 90%, inaugurava o pavilhão e até tinha direito a algo que ninguém tinha tido na história de Lisboa: Medina deu-lhe uma rotunda da cidade para nela inscrever as suas próprias citações. O Sporting respirava felicidade e o treinador ignorava os vínculos laborais para passar a ser ele a estar na comissão de honra do presidente candidato.

Só que nem tudo corria bem: à medida que se aproximava o fim da época os jogadores começaram a ter de novo o sonho de irem para o estrangeiro, o treinador percebia que não conseguia o título e começava a questionar-se o seu futuro. Começou uma luta surda entre treinador e presidente: um queria despedir sem indemnizar, o outro queria sair sem indemnizar e se saísse com uma indemnização melhor ainda.

A solução dos que queriam sair em vantagem começava a passar pelo derrube do presidente. Para este, a saída do treinador e dos jogadores era inevitável, mas teriam de dar lucro ao clube. Daí a Bruno de Carvalho ter visto nas derrotas uma tentativa de o pressionar foi um pequeno passo, não se conteve e foi o que se viu: o presidente do SCP perdeu o seu auto-controlo e a sequência de acontecimentos foi imparável, levando à cena vergonhosa de Alcochete.

A notícia do dia é que Jesus tem provas e vai usá-las se Bruno de Carvalho lhe exigir uma indemnização, os jogadores querem negociar com outros clubes mas preferem ter um presidente dócil no Sporting e fazem chantagem com rescisões por justa causa, Bruno de Carvalho receia o desemprego e faz chantagem com a oposição atirando o SCP para a falência.

No meio dos bons valores aquilo que alimenta a guerra no Sporting é apenas uma coisa, os milhões que todos querem ganhar. Agora que há jogadores que valem milhões, que um treinador custa milhões e que tem uma clausula de rescisão igualmente de milhões, todos disputam esses milhões antes que desapareçam de novo.

Ver Ferro Rodrigues quase a chorar, ler as citações de Bruno de Carvalho na rotunda do leão, ouvir Marcelo a deixar na dúvida se vai ao jogo, ouvir a berraria do Barroso insinuando que o caso do andebol é uma invenção do outro lado da estrada, quase só pode dar vontade de rir, o que está em causa são uma dúzia de milhões e por causa de uma dúzia já destruíram mais de uma centena. E tudo isto se precipitou porque o Benfica, sem saber como, ficou em segundo lugar no campeonato.

Para onde vai a Itália?

por estatuadesal

(Dieter Dellinger, 18/05/2018)

italia

As eleições na Itália decorreram a 4 de Março e até hoje os partidos ainda não conseguiram formar governo. O sistema de voto proporcional e uninominal não funcionou na Itália. Muitos socialistas devem estudá-lo para verificar se pode alguma vez ser melhor que o português.

Itália entrou numa longa crise de ingovernabilidade. Na Câmara dos Deputados, venceu a coligação de “Legga, Força Itália, etc., de Pier Luigi Bersani e Berlusconi com uma diferença muito pequena: 29,5% dos votos e 29,1% para o partido de Beppe Grilo "Movimento Cinco Estrelas".
No Senado, a situação é dramática: a coligação de Legga, FI obteve 31,6% dos votos. O "M5S" 30,7%. Sem maioria no Senado, é impossível governar.

A coligação de esquerda que governava a Itália com Mateo Renzi teve um resultado péssimo por causa das exigências europeias e do tremendo afluxo de refugiados africanos e sírios que a Europa não quer receber, mas que chegam diariamente ao Sul da Itália.

A maior novidade destas eleições foi o comediante Beppe Grillo. O seu Movimento 5 Estrelas tornou-se o primeiro partido da Itália, com mais de 25% dos votos, um resultado extraordinário. O comediante usou apenas as praças do país e nenhum canal de TV.

Berlusconi com a sua “Força Itália” mais vários pequenos partidos permitiu depois de muitas hesitações as negociações entre a Liga e o M5E, que ainda se devem entender sobre quem vai chefiar o governo, bem como sobre o programa deste, mas o afastamento do político multimilionário Sílvio Berlusconi, que dirigiu a direita italiana durante 25 anos, fez desaparecer o principal obstáculo.

Os eleitos do partido Forza Italia (FI) não darão a confiança ao M5E do ex-palhaço Bebe Grillo, que “não tem maturidade política para assumir esta responsabilidade”, mas um acordo entre a Liga e o M5E “não marcará o fim da aliança entre a FI e a Liga, em particular nas regiões que dirigem em conjunto”, garantiu.

Ao fim de mais de dois meses de discussões infrutíferas entre as diversas forças políticas, a situação parece tender a desbloquear-se entre a coligação de direita, que tem 37% dos votos, com a Liga à cabeça, e o M5S, que é o partido mais votado, com mais de 32%, e o Partido Democrata, que caiu para os 19%.

Luigi Di Maio, líder do M5S, e Matteo Salvini, dirigente da Liga, declararam-se prontos a governar em conjunto, mas as discussões bloquearam quando se tratou de discutir o lugar de Berlusconi, símbolo de todos os males da Itália, aos olhos de Di Maio, mas um precioso aliado para Salvini.

Todos são mais ou menos antieuropeístas, mas no programa de governo parece que o referendo sobre a permanência da Itália na União Europeia fica, para já, congelado.

O que não fica é o desconto exigido pela Itália ao BCE de 250 mil milhões de euros para evitar a saída da Itália do Euro, o que tornaria a gigantesca dívida italiana mais acessível a uma regularização dos seus défices e contas públicas em geral.

Os italianos não se entendem desde que os magistrados destruíram os partidos tradicionais, nomeadamente o líder Andreotti da democracia-cristã que fez vários governos de coligação com os comunistas que passaram depois a serem sociais-democratas.

Andreotti foi acusado de ser financiado pela Máfia que na Itália é apenas sinónimo de muitas organizações de crime organizado de extorsão e outras coisas mais, tendo existido mais no sul e na Calábria que no norte. O líder Andreotti foi condenado, absolvido e novamente condenado por reabertura quase ilegal do processo e perto do fim da sua vida absolvido.

Os juízes politiqueiros com os longos anos que levaram a tentar matar politicamente a democracia-cristã e o partido socialista acabaram por dar origem ao ridículo de um partido fundado por um palhaço ser o mais votado na Itália. A Itália tornou-se uma palhaçada e já tinha sido com Berlusconi. Tudo o que veio depois foi pior e as máfias chegaram ao norte ao mesmo tempo que a “Legga Norte” muda para “Legga”, abandonando a ideia de separar o Norte da Itália do Sul, passando a partido nacional de centro quase esquerda.

Hoje, organizam-se já diversas máfias no norte da Itália, podendo citar-se como um exemplo curioso a vila de Brescello de 5.600 habitantes, que não tem Presidente da Câmara há dois anos, porque a máfia local não deixa e prefere ou não pode impedir que a autarquia esteja sob o controle do Ministério do Interior. Também quase não tem votantes, pois quase todos os habitantes são estrangeiros. Os chineses nas lojas e restaurantes, os do Bangla-Desh e da África nos campos de arroz e no cultivo de pastagens e criação de gado. Sem os estrangeiros não haveria mais o queijo de Parma, cidade para a qual uma parte da população emigrou para serem professores, médicos, funcionários públicos e gerentes de empresas. Na Itália, onde imperam as Máfias, que os juízes nunca foram capazes de combater eficazmente, a população educada foge para as grandes cidades e vêm os africanos. Os partidos esperam unirem-se todos e fazer eleger uma candidata à presidência da autarquia.

Brescello situa-se nas margens pantanosas do rio Pó e para as pessoas com uma certa idade tem um significado especial. A vila com um presidente comunista e um pároco cristão-democrata inspirou a obra do escritor Giovanni Guareschi e alguns filmes feitos há, talvez, uns 60 anos atrás. Foram os célebres “Don Camillo e Peppone”. Também aí perto foi rodado em 1949 o célebre filme “Arroz Amargo” de Guiseppe de Santis com a célebre Silvana Mangano.

Isto nos bons tempos da cinematografia realista italiana que tanto gostei até ser destruída pelas fantasias de Fellini que deram cabo do cinema italiano em conjunto com a conquista monopolista em toda a Europa da distribuição dos filmes americanos que hoje já ninguém quer ver. Capitalismo sem concorrência é suicídio dos próprios.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Entre as brumas da memória


Movimento Pelo Interior

Posted: 18 May 2018 12:32 PM PDT

10homens10 + 0Mulheres0 produziram um Relatório, hoje apresentado, que pode ser lido AQUI.

«Se o Governo aceitar as propostas “radicais” que o Movimento pelo Interior apresenta esta sexta-feira, em Lisboa, dentro de dois anos pelo menos 25 serviços públicos com mais de 100 funcionários instalados na capital vão começar a mudar de sede e de endereço. Se o programa for aceite e cumprido pelo Governo, em 2032 pelo menos 2500 quadros do Estado abandonarão as suas rotinas quotidianas e estarão a trabalhar na Guarda, em Castelo Branco ou em Beja.» (Público de hoje)

Seguir-se-ão longas discussões ou… 3x9=27…

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Alexandre O’Neill e futebol

Posted: 18 May 2018 08:43 AM PDT

«O que perde o futebol não é o jogo propriamente dito, mas todo o barulho que se faz à volta dele. É impossível a gente alhear-se do futebol, falado, comentado, transmitido, relatado, visto, ouvido, apostado, gritado, uivado, ladrado, festejado, bebido. O futebol passa deste modo a ser uma chateação permanente. É que não há tasca, pastelaria, salão de jogos, barbearia, recanto de jardim público, quiosque, bomba de gasolina, restaurante, Assembleia da República, supermercado, hipermercado, livraria, loja, montra, escritório, colégio, oficina, fábrica, habitação, diria até, onde, de algum modo, não se ouça falar do jogo que decorre, decorreu ou decorrerá. Quando há transmissão via TV ou Rádio, então a infernização é total. (...) Enfim, o País fica futebol.

É grave? Não é grave? Sei lá. Verifico, apenas, que é assim por toda a parte. E isso massacra, desgosta, faz perder a razoabilidade, a isenção, o bom senso, a simples tineta.»

Alexandre O’Neill, Já cá não está quem falou, 2008.
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Sporting: mais vale rir um pouco

Posted: 18 May 2018 05:49 AM PDT

«Entre a luta que o Bruno de Carvalho vai dar e a época de incêndios, arriscamo-nos a ter de aturar o Marta Soares todas as noites até Outubro.»


O prémio desta melhor piada vai para o Rui Rocha no Facebook.

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O desporto sem rei nem roque

Posted: 18 May 2018 02:47 AM PDT

«Depois de um adepto assassinado junto ao Estádio da Luz, estádios com bancadas que ameaçam cair e afinal são sólidas, cânticos de alegria sobre mortos por "very-lights" e aviões com equipas que deviam ter caído, invasões de campo e agressão a jogadores, visitas da PJ a vários estádios, programas de TV com ameaças físicas, claques ilegais, e de um grupo de trinta adeptos encapuzados, em Janeiro, ter invadido o treino do Vitória de Guimarães e agredido vários profissionais do clube, finalmente, após o nojento ataque a Alcochete e aos jogadores do SCP, praticado por 50 bisontes ligados à Juve Leo, o Governo acordou para o estado do futebol português. Temos uma espécie de repetição do momento "afinal, Sócrates era um patife", mas desta vez com o desporto-rei. Provavelmente, a seguir, vamos ver a ex-mulher de Bruno de Carvalho vir dizer que ele enganou toda a gente.

Em pouco tempo, falaram Marcelo, Costa e Ferro Rodrigues. Só faltou falar o Salvador Sobral e teríamos as mais altas figuras do país a comentar o caso.

O presidente da AR, Ferro Rodrigues, disse que não ficaria surpreendido se a final da Taça de Portugal se realizasse à porta fechada ou em Vila de Aves e responsabilizou Bruno de Carvalho pelos incidentes: "Põe em causa o país." Que pena não ter sido tão rápido a julgar Sócrates. Imagino que se Bruno de Carvalho fosse deputado e tivesse dado a morada de Alcochete para receber subsídios de deslocação, Ferro Rodrigues diria "nunca alinhei, não alinho e não vou alinhar em dinâmicas que apenas visam diminuir a representação democrática com julgamentos éticos descabidos e apressados".

Já o PM, António Costa, admitiu criar uma autoridade nacional para a violência no desporto. Esperemos que corra melhor do que com os incêndios. Uma coisa é certa, sabemos há uns tempos que António Costa anda a pensar nisto da segurança no desporto. Talvez por isso tenha pedido bilhetes para ficar na tribuna de honra no Benfica-Porto (ao lado do maior devedor do Novo Banco que tinha sido vendido no dia anterior, por tuta-e-meia devido às imparidades) - porque é o local mais seguro do estádio.

Também o Presidente da República veio falar do caso, mostrando-se chocado e exigindo que os suspeitos do ataque sejam rapidamente levados à justiça, até porque neste caso podemos estar à vontade dado que, segundo se sabe, não há nenhum cidadão angolano envolvido na invasão que possa atrapalhar as nossas relações com Angola.

O Presidente também acrescentou que ainda não sabe se vai assistir ao jogo da final da Taça. Marcelo, segundo as notícias, está incomodado com a possibilidade de se sentar ao lado de Bruno de Carvalho. Se calhar, o melhor é o nosso PR convidar o Salgado para o jogo no Jamor e sentar-se ao lado dele, como fazia no Estoril Open. Assim, já não sente incómodo.

Imagino que, de agora em diante, depois do ataque a Alcochete e com o futebol tão mal visto, os políticos vão deixar de pedir bilhetes para a bola e começar a meter cunhas a pedir camarotes para a ópera ou o teatro. É um final feliz.»

João Quadros

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Não há festa nem dança...

Posted: 17 May 2018 02:34 PM PDT