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domingo, 20 de maio de 2018

Teerão diz que, com apoio da União Europeia, exportações de petróleo mantêm-se

20/5/2018, 0:43

O ministro do Petróleo iraniano, Bijan Namdar Zanghaneh, afirmou que as exportações de petróleo vão-se manter estáveis se a União Europeia ajudar o Irão e mantiver em vigor o acordo nuclear.


Quem fez a afirmação foi o ministro do Petróleo iraniano, Bijan Namdar Zanghaneh. Cerca de 20% das exportações de petróleo do Irão têm como destino a UE.

ABEDIN TAHERKENAREH/EPA

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  • Agência Lusa
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O ministro do Petróleo iraniano, Bijan Namdar Zanghaneh, afirmou este sábado que o nível das exportações de petróleo se vai manter estável se a União Europeia (EU) ajudar o Irão e salvar o acordo nuclear. “Creio que se a UE nos ajudar […] o nível das nossas exportações de petróleo não vai mudar”, disse o ministro após uma reunião com o comissário europeu da Energia, Miguel Arias Cañete.

Cerca de 20% das exportações de petróleo do Irão têm como destino a UE e 70% a China e outros países asiáticos. Segundo o ministro iraniano, citado pela agência Irna, Teerão também “negociou” com os seus clientes asiáticos, em particular a China e a Índia, e não recebeu nenhum “sinal negativo” da parte deles.

O Irão produz atualmente 3,8 milhões de barris de petróleo por dia e exporta cerca de 2,6 milhões de barris diários de petróleo bruto e de gás condensado. O comissário explicou por seu lado que o euro tornar-se-á a divisa das transações de petróleo iraniano, realizadas através de transferências entre os bancos centrais europeus e o banco central do Irão.

Miguel Arias Canet é o primeiro responsável ocidental a ser recebido na capital iraniana desde a decisão dos Estados Unidos, anunciada a 8 de maio, de sair do acordo nuclear iraniano alcançado em 2015 e de impor novamente sanções económicas.

O ministro iraniano admitiu que as sanções norte-americanas vão ter “impacto nos investimentos [estrangeiros], reduzindo a taxa de crescimento” da economia.

O comissário europeu afirmou, por seu lado, que a UE está disposta “a intensificar” as trocas comerciais com o Irão e a “tentar neutralizar os efeitos” das sanções norte-americanas que, no caso do setor energético, começam a ser aplicadas em novembro.

O acordo nuclear, assinado em 2015 entre o Irão e o Grupo 5+1, constituído pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha, prevê limitações ao programa nuclear iraniano em troca do levantamento gradual das sanções internacionais.

Depois da decisão dos Estados Unidos, a Comissão Europeia ativou na sexta-feira o chamado “estatuto de bloqueio”, que liberta as empresas europeias dos “efeitos extra territoriais das sanções dos Estados Unidos”.

A Comissão lançou também o processo formal para permitir ao Banco Europeu de Investimento (BEI) financiar atividades no Irão, o que abre a possibilidade de os países da UE fazerem transferências pontuais para o Banco Central do Irão.

China e EUA renunciam a guerra comercial entre os dois países

20/5/2018, 9:59

O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, anunciou que os dois países chegaram a um consenso e decidiram não aumentar as taxas comercias. Decisão surgiu num encontro bilateral em Washington.

Ana Freitas/LUSA

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  • Agência Lusa
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A China e os Estados Unidos decidiram renunciar a qualquer guerra comercial e à imposição de novas taxas entre os dois países, afirmou este domingo o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, citado pela agência de notícias Xinhua.

“As duas partes chegaram a um consenso, não participarão numa guerra comercial e não aumentarão as respetivas taxas”, adiantou o governante, que liderou a delegação chinesa que se encontrou com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, em Washington.

Presidente da República considera “plausível” aprovação do próximo Orçamento do Estado

19/5/2018, 20:39

Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que "é plausível" a aprovação do quarto e último Orçamento do Estado do atual Governo.


O Presidente da Republica fez as declarações em Cascais, numa conferência organizada pelo movimento cívico Portugal XXI

ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

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  • Agência Lusa
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou este sábado que “é plausível” a aprovação do quarto e último Orçamento do Estado do atual Governo, que permitirá a conclusão da legislatura.

Numa conferência sobre os desafios de Portugal para a próxima década, em Cascais, organizada pelo movimento cívico Portugal XXI, Marcelo Rebelo de Sousa apontou a estabilidade e a durabilidade da atual solução de Governo — apoiado no parlamento por acordos à esquerda — como o primeiro desafio dos últimos dois anos.

“Foi vencida no que respeita à aprovação de três sucessivos Orçamentos do Estado, é plausível que seja vencida com a aprovação do quarto orçamento, assim permitindo chegar ao final da legislatura”, afirmou.

Apontando que dentro de um ano o país iniciará um ciclo eleitoral — com europeias, legislativas e regionais da Madeira -, o chefe de Estado deixou um reparo: “Olhando para a realidade portuguesa, dir-se-ia que a campanha eleitoral já começou. Nada que não tivesse previsto ou temido uns meses atrás”, sublinhou.

Entre os desafios para a próxima legislatura, Marcelo Rebelo de Sousa incluiu os temas sociais, como a saúde e a educação, a coesão territorial e deixou um alerta sobre um eventual processo de regionalização, depois de um acordo entre PS e PSD circunscrito à transferência de competência para os municípios.

“Estamos perante uma primeira fase da descentralização ou municipalização, ficando para a segunda fase a questão da regionalização, questão de experiência feita complexa, pressupõe saber o que se quer regionalizar, como se quer regionalizar (…) os meios alocáveis, o estatuto orgânico e depois o procedimento”, disse.

Neste ponto, o chefe de Estado lembrou que a Constituição “tem um procedimento” — prevê a realização de um referendo — e que “alterar esse procedimento implicaria uma prévia revisão constitucional”.

Na sua intervenção, de cerca de 45 minutos, o Presidente da República revisitou os alertas que tem feito sobre o perigo de aparecimento de populismos em Portugal e alertou que estes vêm muitas vezes de fora da política, numa referência que parece aplicar-se ao momento que se tem vivido em Portugal no desporto e em particular no futebol.

“Virão de fenómenos de insegurança e de medo, virão de sensações de debilidade das instituições, virão de problemas de radicalismo de debate ou de prática em áreas que são socialmente muito relevantes e têm muito peso e que muitas vezes se cruzam com o sistema político”, afirmou, alertando que “é fácil haver uma importação para o sistema político de lideranças populistas e fenómenos xenófobos”.

O chefe de Estado defendeu, neste campo, ser necessária uma atuação rápida e preventiva, para que não se entre “num debate fulanizado, pessoalizado, em que as instituições vão a reboque dessa fulanização”.

“Eu tenho por vezes a sensação de que há alguns sinais disso na sociedade portuguesa, pode ser que esteja enganado, mas foi assim que começou noutras sociedades”, avisou.

Marcelo Rebelo de Sousa fez também questão de incluir nesta reflexão sobre os principais desafios do país a sua leitura dos poderes presidenciais, que defende só poderem variar “no estilo”.

“Não se espere, pois, a mínima abertura a apelos sebastiânicos intoleráveis em democracia, nem a presidencialismos incompatíveis com o sistema vigente”, afirmou, dizendo estranhar que alguns fiquem “irritados” com esta sua visão conservadora e em que não defende qualquer expansão dos poderes presidenciais.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, “compete ao Presidente da República não fazer nada que ultrapasse um milímetro que seja as fronteiras constitucionais”, tal como lhe compete “não deixar de fazer nada que dentro dessas fronteiras e até ao limite dessas fronteiras sinta ser seu dever fazer”.

“Quanto ao mais, que é estilo, sabem que prefiro prevenir a remediar, intervir atempadamente a silenciar (…), estabilizar em vez de suscitar crises e assumir a suprema responsabilidade porquanto de extrema gravidade revele impotência reiterada de autoridade do Estado”, disse.

Grécia e credores fecham acordo institucional sobre última revisão de resgate

19/5/2018, 22:43

O Governo grego e as instituições de credores chegaram a um princípio de acordo sobre os requisitos necessários para finalizar a última avaliação do programa de assistência financeira.

NUNO VEIGA/LUSA

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  • Agência Lusa
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O Governo grego e as instituições de credores chegaram este sábado a um princípio de acordo sobre os requisitos necessários para finalizar a última avaliação do programa de assistência financeira.

Citados pela agência EFE, os credores — Banco Central Europeu (BCE), Comissão Europeia (CE), Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) — anunciaram que o acordo será submetido à aprovação do Eurogrupo na próxima quinta-feira.

“Houve um acordo a nível institucional sobre um conjunto de reformas necessárias para terminar, com êxito, a quarta avaliação do programa do MEDE. O acordo será apresentado na próxima reunião do Eurogrupo”, adiantaram as instituições.

O grupo de credores referiu ainda que as autoridades gregas “pretendem avançar com a implementação das reformas” antes da reunião de 21 de junho com o Eurogrupo, mantendo-se, até lá, em “intensa cooperação” com as instituições”.

A cumprir-se a calendarização, previamente estipulada, a Grécia poderá sair do terceiro programa de assistência financeira a 20 de agosto.

Em 27 de março, o MEE aprovou o desembolso da quarta tranche do programa de assistência à Grécia, no valor de 6,7 mil milhões de euros.

Em comunicado, o Conselho de Administração do MEE indicou, na altura, que aprovou o desembolso de uma primeira subtranche de 5,7 mil milhões de euros, a realizar-se a 28 de março, e o desembolso extra de mil milhões de euros depois de 01 de maio, com este a depender dos progressos de Atenas na redução do nível de pagamentos em atraso e na melhoria da eficácia do sistema de contratação eletrónica.

“A decisão de hoje do Conselho de Administração do MEE reconhece o trabalho árduo do Governo e do povo grego para completar um extenso conjunto de reformas. Estas incluem importantes ações na área das privatizações, da cobrança das receitas públicas, da política fiscal e na resolução do crédito malparado. A quarta e última revisão já começou e estou confiante de que a Grécia se mantém no caminho para sair com êxito do programa de assistência em agosto de 2018”, disse o diretor executivo do MEE, Klaus Regling, citado em comunicado.

Já em 22 de janeiro, o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, havia anunciado “boas notícias” sobre a Grécia, com o acordo político alcançado sobre a terceira revisão do programa de assistência em curso.

Centeno considerou, à data, que o sucesso da terceira revisão refletia “o enorme esforço e a excelente cooperação entre o Governo grego e as instituições” e indicou que, uma vez concluídas as restantes medidas acordadas com Atenas, seria efetuado um novo desembolso de 6,7 mil milhões de euros.

Sousa Tavares responde a Bruno de Carvalho: “Pessoas pouco inteligentes fazem interpretações literais”


19/5/2018, 17:35

Bruno de Carvalho criticou crónica onde se lê que "Brunos de Carvalho devem ser mortos à nascença". Ao Observador, Sousa Tavares diz que não é literal e que só pessoas pouco inteligentes não entendem.

Andre Kosters/LUSA

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Bruno de Carvalho chegou à longa conferência de imprensa desta tarde, em Alvalade, com os jornais do dia debaixo do braço. À cabeça, criticou logo o artigo de opinião assinado por Miguel Sousa Tavares no Expresso, onde se lê, na chamada de capa, que “Brunos de Carvalho devem ser mortos à nascença”. Mais à frente, nas mais de 2 horas de duração da conferência de imprensa, o presidente do Sporting voltaria a criticar mais do que uma vez o mesmo artigo, sem nunca referir o nome do jornalista. Miguel Sousa Tavares, contudo, não recua no que escreveu, admitindo apenas ao Observador que a chamada de capa é “abusiva, tirada do contexto e presta-se a que pessoas pouco inteligentes façam interpretações literais“.

“Obviamente que não defendo o homicídio de ninguém, não faço parte do bando de arruaceiros que invadiu Alcochete. O que digo ali é que a demagogia deve ser morta à nascença, e toda a gente com o mínimo de inteligência que ler o texto percebe isso”, disse o jornalista e escritor ao Observador, minutos depois de ter terminado a conferência de imprensa em Alvalade. Uma conferência de imprensa que, de resto, Sousa Tavares não viu. “Já chega de Bruno de Carvalho a falar dele próprio, mas de certeza que as referências que fez não foi ao meu texto mas à chamada de capa”, acrescentou.

Numa das alíneas do dossiê “Sporting” destacado na capa do semanário, lê-se: “Sousa Tavares: Brunos de Carvalho devem ser mortos à nascença”. O título do artigo, esse sim da autoria do escritor, é: “Como nascem os Brunos de Carvalho. E porque devem ser mortos à nascença”. No artigo, Miguel Sousa Tavares explica como a demagogia associada à figura de Bruno de Carvalho era “cristalinamente clara” desde o primeiro dia, pelo que devia ter sido travada.

[Bruno de Carvalho] é, à vista desarmada, um narciso doentio, vaidoso e egocêntrico, sedento de um protagonismo insaciável, um Kim Jong-un da Reboleira. Porém, mais do que os 90% de povo sportinguista que o seguiram — e que metem medo porque demonstram como a ocasião pode fazer triunfar o demagogo — o que impressiona é perceber como tantos que, pelo menos, não poderiam deixar de ver o ridículo do personagem, o seu evidente descontrolo psicológico, o perigo do seu distúrbio de personalidade, o aventureirismo da sua óbvia incompetência, não viram nada disto e até ao fim o seguiram como cordeirinhos para o matadouro”, lê-se no artigo de opinião.

No final da crónica, Sousa Tavares explica que o que “assusta” é o facto de a demagogia ter estado bem à frente do nariz de todos, incluindo de figuras letradas (“elites”) como o psiquiatra Daniel Sampaio, o jornalista Daniel Oliveira, ou o médico Eduardo Barroso, e mesmo assim não ter sido detetada por eles, que votaram em Bruno de Carvalho. “Porque os Brunos de Carvalho do futebol antecipam o que poderá ser um dia o aparecimento dos Brunos de Carvalho da política. E, a avaliar pelo que vimos no Sporting, o povo está maduro para lhes abrir os braços. O povo e as pretensas elites, que se julgava educadas para defender a democracia contra a demagogia”, escreve.

Na conferência de imprensa, Bruno de Carvalho referiu várias vezes o artigo, lembrando inclusive um processo antigo que interpôs contra o mesmo jornalista e do qual Sousa Tavares saiu ilibado em nome da liberdade de expressão. Mas Bruno de Carvalho não esquece, e voltou a desafiar a Entidade Reguladora para a Comunicação, o sindicato dos jornalistas e os juízes a estarem atentos ao artigo deste sábado.

Entretanto, o semanário Expresso abriu o artigo em questão a todos os leitores, e não apenas a assinantes, e emitiu uma nota da direção onde dá um passo atrás para contextualizar a chamada de capa, “deixando claro que é uma expressão não literal e que critica os demagogos em geral”. “Porque a chamada de primeira página pode levar a uma leitura errada porque não contextualizada, a direção do Expresso vem deixar claro que a frase é não literal e se refere aos demagogos em geral, como resulta claro da leitura integral do texto. Para amplificar este esclarecimento, o texto foi aberto a todos os leitores”, lê-se.